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1) Qual é a distinção fundamental entre a Apologética Reformada e os outros

modelos de apologética?

Acredito que a distinção fundamental é o ponto de partida da Apologética


Reformada em relação aos outros modelos de apologética. O modelo de Apologética
Reformada tem como ponto de partida a Escritura, a defesa da fé precisa partir das
Escrituras, sendo necessário, fazer uma distinção entre Criador e Criatura. Essa distinção
é importante para não cair em uma teologia natural e tentar provar a existência de Deus a
partir de bases puramente filosóficas, caindo no racionalismo e irracionalismo, e deste
modo, partindo da autoridade da criação, e não do Criador. Para Apologética Reformada
a revelação que Deus faz de Si, fornece base suficiente para o verdadeiro conhecimento
sobre Deus, sendo por meio dessa revelação a forma que nos conhecemos a Deus de fato,
portanto, qualquer abordagem que não considere Deus como ponto de partida para defesa
da fé, estará usando outras armas que não são divinas.

2) Explique com suas palavras a importância de Romanos 1 para a


Apologética Reformada.

Me valendo do que expus na questão acima, vejo Romanos 1 como um texto


importante para a apologética porque ele aponta a raiz do problema. Somos levados a
pensar que uma pessoa que não crê em Deus, o faz porque ainda não conheceu a Deus ou
ainda não foi convencida por algum argumento contundente, e esse texto expõem o real
motivo que leva as pessoas a não crerem em Deus, que é a rebeldia e não a ignorância,
esse indivíduo ignora a revelação de Deus, portanto, o problema não é de natureza
intelectual, mas moral, e principalmente religioso. O ímpio substitui a verdade, ele prefere
apegar-se a suas ideias e construir deuses para si. Quando Paulo expõe a condição humana
nesse texto, ele mostra qual deve ser o alvo do apologeta reformado, esse alvo não se
resume a mero conhecimento intelectual, mas sim uma mudança de coração, portanto, a
defesa da fé não deve ser feita com o objetivo de demonstrar superioridade ou bons
argumentos, e sim com o objetivo de ganhar a pessoa para Cristo. Esse processo passará
pelo apontamento do autoengano do ímpio, ou seja, é necessário estar preparado para esse
diálogo, a fim de conseguir apontar o real problema, que é a rebeldia contra Deus.

3) Qual é a importância do conceito de cosmovisão para a Apologética


Reformada?
Todo ser humano possui uma cosmovisão, ela vem de fábrica, ou seja, ela nasce
no coração humano e tem impacto em tudo que fazemos, a cosmovisão vai nortear todas
as nossas ideias e influenciará a nossa forma de ver e nos relacionar com as coisas criadas
e com Criador, por esse motivo, a apologética entende que ao fazer uma defesa, deve se
buscar entender qual a cosmovisão que sustenta a ideia daquela pessoa e, deste modo,
mostrar a inconsistência daquela cosmovisão e superioridade da cosmovisão cristã.

4) Como é possível avaliar cosmovisões?

Ao avaliar uma cosmovisão precisamos levar em conta três testes, razão,


experiência e prática, uma cosmovisão deve ser submetida ao teste da não contradição, se
houver uma inconsistência é sinal de algum erro, porém, esse é apenas um passo, é
necessário usar outros meios, e a falta de contradição não atesta que aquela cosmovisão
é verdadeira. A cosmovisão deve ser levada ao teste da experiência, experiência do que
sabemos sobre o mundo, e do que sabemos sobre nós mesmos, se uma cosmovisão rejeita
o mundo interior devemos desconfiar. Por último ao teste prático, eu posso viver na
prática daquela cosmovisão que eu defendo? Ou ela é um peso para mim?

5) Quais são os três principais argumentos contrários ao pressuposicionalismo?


Como eles podem ser respondidos?

Os três principais argumentos contrários ao pressuposicionalismo são: que esse


modelo é dogmático e absolutista; que ensina que incrédulos não conhecem nada; e que
impede a comunicação com o não crente. Essas críticas são fruto de má interpretação e
de informações incompletas. Um cristão não deve temer expor que mensagem cristã é
necessária e verdadeira; que essa mensagem não parti do pressuposto que o incrédulo não
conhece nada, muito pelo contrário, a cosmovisão do incrédulo reflete a rebeldia dele
contra Deus, portanto, os adeptos desse método sabem que o problema é rebeldia e não
ignorância; o método incentiva o diálogo com o não cristão, porque se entende que a
apologética deve ser feita visando ganhar a pessoa e não ganhar a discussão, portanto, o
coração do não crente é um terreno para pregação do evangelho e por meio da apologética
é possível pregar o evangelho.

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F.F

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