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DANO MORAL
Órgão Julgador
Vice-Presidência
Publicação
04/05/2020
Julgamento
18 de Março de 2020
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2º GRAU
Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação Cível: AC 0021323-
61.2007.8.13.0557 Rio Piracicaba
EMENTA PARA CITAÇÃO
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há 2 anos
Resumo(ativo)
Inteiro Teor
Ementa
Apelação - ação indenizatória - servidão administrativa -
preexistente à aquisição da propriedade - prova pericial - mera
substituição de servidão anterior - proprietário atual - direito
indenizatório - ausência - apelação à qual se nega provimento.
1. Ao autor incumbe a prova de fatos constitutivos do seu
direito. Art. 373, I do Código de Processo Civil.
2. Dado que a prova pericial concluiu que a servidão atual se
deu em substituição de servidão anterior à aquisição do imóvel
pelo autor, bem como ausente qualquer prova de que essa
substituição tenha extrapolado os direitos de servidão, não
subsiste pleito indenizatório.
3. O adquirente assume o imóvel no estado em que se
encontra, inclusive com os ônus sobre ele instituídos.
4. Em se tratando de servidão preexistente, contínua e
consolidada, instituída, com a anuência prévia de quem
detinha o direito de dispor da posse plena do local à época,
impossível o questionamento pelo proprietário posterior.
Órgão Julgador
Câmaras Cíveis / 2ª CÂMARA CÍVEL
Publicação
05/08/2021
Julgamento
3 de Agosto de 2021
TJ-MG - Apelação Cível: AC 0147589-73.2012.8.13.0313
Ipatinga
EMENTA PARA CITAÇÃO
BUSCAR
2º GRAU
BUSCAR
há 5 anos
Resumo(ativo)
Inteiro Teor
Ementa
EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA. LINHA DE
TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. EXTENSÃO DA
FAIXA DE SERVIDÃO SEM OBSERVÂCIA ÀS EXIGÊNCIAS
LEGAIS. OCUPAÇÃO DE 93,74% DO
IMÓVEL. VERDADEIRA DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. - A
indenização devida em razão da instituição de servidão
administrativa deve ser proporcional à perda financeira
decorrente desta modalidade de intervenção na propriedade. De
acordo com a doutrina de Marçal Justen Filho, "se a limitação
importar restrição de grande extensão, deixará de configurar-se
uma limitação propriamente dita. Haverá uma situação similar à
desapropriação." (Curso de direito administrativo. 11. ed., São
Paulo: RT, 2015, p. 600-1). - Para efeito de prescrição, considera-
se o prazo aplicável à desapropriação indireta, da
Súmula 119/STJ: "A ação de desapropriação indireta prescreve
em vinte anos", e não o lapso quinquenal estabelecido pelo DL
20.910/32. - O ônus de comprovar a ocorrência da prescrição da
pretensão indenizatória decorrente da instituição de servidão
administrativa é da empresa responsável pela Linha de
Transmissão, na forma do art. 373, II, do NCPC. Não
comprovado o decurso do prazo prescricional, afasta-se o seu
pronunciamento na sentença. EMENTA: APELAÇÃO
CÍVEL - ADMINISTRATIVO - SERVIDÃO: ÁREA:
AMPLIAÇÃO - APROVEITAMENTO ECONÔMICO:
ESVAZIAMENTO - DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA - INDENIZAÇÃO PRÉVIA - VALOR
JUSTO - LAUDO PERICIAL OFICIAL - CONSECTÁRIOS
LEGAIS - JUROS REMUNERATÓRIOS - JUROS
MORATÓRIOS - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA.
1. A servidão administrativa que atinge parte da área do
imóvel, reduzindo a sua utilidade econômica, causa prejuízo ao
proprietário, que deve ser indenizado na mesma proporção da
redução do valor econômico do bem.
2. A ampliação de área de servidão até o limite do não-
aproveitamento útil do remanescente do imóvel, sem
indenização prévia, configura desapropriação indireta.
3. Para indenização pela perda do bem imóvel, é justo o valor
aferido pelo perito oficial cujas conclusões técnicas subsistem
às impugnações da parte contrária.
4. É de 6% (seis por cento) ao ano o percentual dos juros de
mora no caso de indenização por desapropriação indireta,
contados do trânsito em julgado da sentença, quando devidos
por pessoa jurídica de direito privado.
5. Na desapropriação indireta, os juros compensatórios
incidem a partir da efetiva ocupação, a se apurar em liquidação
de sentença se inexistente a prova, no percentual de 12% (doze
por cento) ao ano sobre a totalidade do quantum indenizatório,
corrigido monetariamente.
6. Atualiza-se pelo IPCA/IBGE o valor da indenização, a partir
da data do laudo pericial, que o torna líquido. V.V EMENTA:
APELAÇÃO CÍVEL - ADMINISTRATIVO - PROCESSUAL
CIVIL - SERVIDÃO ADMINISTRATIVA - PRESCRIÇÃO:
TERMO INICIAL: LESÃO - PROVA: ÔNUS. 1. Incumbe àquele
que pede indenização por servidão administrativa provar a
data da limitação da propriedade, termo inicial da pretensão.
Órgão Julgador
Câmaras Cíveis / 7ª CÂMARA CÍVEL
Publicação
12/06/2018
Julgamento
29 de Maio de 2018
TJ-PE - Apelação: APL 0004465-50.2015.8.17.1110 PE
RECURSO DE APELAÇÃO. OBRIGAÇÃO DE
FAZER. INSTALAÇÃO DE POSTE DE ENERGIA EM
TERRENO PARTICULAR. REMOÇÃO. ÔNUS DA
CONCESSIONÁRIA. COBRANÇA DESCABIDA.
CONCESSIONÁRIA NÃO COMPROVA A INSTALAÇÃO
DE POSTE RESPEITANDO NORMAS
REGULAMENTARES E O DIREITO DE
PROPRIEDADE. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA.
1- A empresa não comprovou que o poste foi instalado
consoante a Resolução 414/2010 da Aneel.
2 - Art. 44, VII, e art. 102, II, da Resolução 414/2010 da Aneel
não aplicável ao caso concreto, pela inobservância da
concessionária do ato normativo quando da instalação do
equipamento.
3 - O ônus do serviço de remoção do poste não pode ser
suportado pelo consumidor já que a Celpe deixou de observar o
direito de propriedade alheio ao adentrar na propriedade do
autor para instalar um equipamento, sem autorização.
4 - Recurso improvido. Manutenção da sentença pelo juízo a
quo em todos os seus termos.
Órgão Julgador
1ª Câmara Regional de Caruaru - 1ª Turma
Publicação
18/10/2018
Julgamento
10 de Outubro de 2018
STJ - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: AREsp
1933654 CE 2021/0207887-9
ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. IMISSÃO PROVISÓRIA NA
POSSE. DECLARAÇÃO DE URGÊNCIA E DEPÓSITO
PRÉVIO. DEFERIMENTO DA IMISSÃO NA
PROPRIEDADE. INSURGÊNCIA. ALEGAÇÃO DA
NECESSIDADE DE AVALIAÇÃO
DEFINITIVA. CONDIÇÃO PARA IMISSÃO NA
POSSE. RECEIO DE PREJUÍZO. PEDIDO DE
DEPÓSITO DO VALOR APURADO
JUDICIALMENTE. VIOLAÇÃO DO ART. 15 DO
DECRETO N. 3.365/1941 NÃO
EVIDENCIADA. PRECEDENTES.
I - Na origem, trata-se de agravo de instrumento interposto por
particulares, contra decisão interlocutória que deferiu ao ente
federado a imissão provisória na posse do imóvel objeto de
desapropriação para viabilização de construção da Barragem
Jucá, ante o depósito do valor indenizatório apurado
administrativamente.
II - O Tribunal a quo negou provimento ao recurso, mantendo
a decisão monocrática.
III - Contrariedade aos arts. 489, § 1º, VI, e 927, III, do CPC de
2015 não constatada, uma vez que o acórdão recorrido está
devidamente fundamentado, em que pese em sentido diverso
da pretensão dos recorrentes.
IV - Não se verifica violação do art. 15, caput, do Decreto n.
3.365/1941, encontrando-se o aresto recorrido em consonância
com entendimento firmado nesta Corte Superior de que a
imissão provisória na posse do imóvel objeto de
desapropriação, caracterizada pela urgência devidamente
comprovada, prescinde da citação do réu, de avaliação prévia,
de perícia judicial ou de pagamento integral da indenização.
Precedentes: AgInt no REsp 1756911/PA, Rel. Ministra Regina
Helena Costa, Primeira Turma, DJe 26/09/2019, REsp
1645610/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma,
DJe 20/04/2017.
V - Agravo conhecido para negar provimento ao
recurso especial.
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Publicação
DJe 13/12/2021
Julgamento
7 de Dezembro de 2021
Órgão Julgador
QUARTA TURMA
Julgamento
5 de Junho de 2019
Até aqui
Resumo(ativo)
Inteiro Teor
Ementa
TUTELA PROVISÓRIA.
Ação reivindicatória. Decisão que determina liminarmente a imissão da autora na posse do
imóvel litigioso. Manutenção. Não há falar em cerceamento de defesa, pois deve o Magistrado
se pronunciar inaudita altera parte sobre pedidos de tutela provisória de urgência. Inteligência
do art. 9º, parágrafo único, inciso I, do CPC/2015. Almeja a autora nesta reivindicatória,
fundada no jus possidendi, a posse direta do imóvel na qualidade de titular do domínio. Inicial
instruída com elementos que demonstram a titularidade do domínio. Para efeito
reivindicatório, posse injusta é aquela desprovida de causa jurídica a justificá-la, o que
impede o possuidor sem título de manter consigo a coisa alheia. Posse injusta dos réus
configurada. Ordem de imissão na posse bem determinada. Inviável acolher o pedido
subsidiário de arbitramento de valor simbólico a título de aluguel enquanto se aguarda o
julgamento do feito, pois tal requerimento deve ser necessariamente precedido de
manifestação da parte autora, que tem em seu favor liminar de imissão na posse. Recurso
desprovido.
Órgão Julgador
1ª Câmara de Direito Privado
Publicação
11/02/2020
Julgamento
11 de Fevereiro de 2020
Resumo(ativo)
Inteiro Teor
Ementa
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO
REIVINDICATÓRIA - PRELIMINAR - NULIDADE DA DECISÃO - VÍCIO ULTRA
PETITA - REJEIÇÃO - PRELIMINAR - AUSÊNCIA DOS REQUISITOS
PARA CONSTITUIÇÃO DO PROCESSO - MATÉRIA DE
MÉRITO - PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DA
REIVINDICATÓRIA - PROPRIEDADE COMPROVADA - NÃO DEMONSTRAÇÃO
DE SOBREPOSIÇÃO DOS TERRENOS - USUCAPIÃO COMO MATÉRIA DE
DEFESA - POSSIBILIDADE - POSSE NÃO COMPROVADA - NULIDADE DO
TÍTULO - FALSIDADE DO REGISTRO - FÉ PÚBLICA - REJEIÇÃO - RETENÇÃO E
INDENIZAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - DEMOLIÇÃO DA CONSTRUÇÃO - POSSE
DE MÁ-FÉ - SENTENÇA MANTIDA.
- Não há que se falar em decisão ultra petita, visto que o juízo a quo decidiu nos limites em
que pleiteado pela parte autora, em atenção ao aditamento da inicial realizado - A suposta
ausência dos requisitos indispensáveis à ação reivindicatória se confunde com o mérito do
feito, não havendo que se falar em extinção sem sua resolução - Se a parte autora
individualizou a área reivindicada, provou sua propriedade, bem como a posse injusta do réu
sobre o bem litigioso, impõe-se a procedência da ação reivindicatória, nos termos do
art. 1.228 do CC/02 - A usucapião, usada enquanto matéria de defesa, depende da
demonstração do tempo, da posse mansa e pacífica e do animus domini, o que não restou
evidenciado nos autos - A escritura registrada é dotada de fé pública, tendo sido lavrada por
Oficial de Justiça, de forma que a mera prova documental, desvinculada de demais elementos,
não tem o condão de invalidar o registro e consequentemente a propriedade sobre o bem -
Diante da ausência de boa-fé dos possuidores e, inexistindo prova nos autos especificando as
benfeitorias e o seu valor, não há como se acolher os pedidos atinentes ao direito de retenção
e indenização - Mantida a pretensão reivindicatória e configurada a posse de má-fé, deve ser
mantido também o decreto de desfazimento das obras realizadas em terreno alheio.
Órgão Julgador
Câmaras Cíveis / 9ª CÂMARA CÍVEL
Publicação
16/12/2021
Julgamento
15 de Dezembro de 2021
Resumo(ativo)
Inteiro Teor
Ementa
EMENTA – APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. DIREITO DE
PROPRIEDADE COMPROVADO. DEMANDA PETITÓRIA. POSSE INJUSTA
DEMONSTRADA. REQUISITOS DO ART. 1.228 /CC. FATO EXTINTIVO,
IMPEDITIVO OU MODIFICATIVO DO DIREITO DA AUTORA NÃO
COMPROVADO (ART. 373, II /CPC). INDENIZAÇÃO DEVIDA PELA
IMPOSSIBILIDADE DE FRUIÇÃO DO IMÓVEL PELA AUTORA. VALOR DOS
ALUGUEIS A SER APURADO EM FASE DE LIQUIDAÇÃO DE
SENTENÇA. SENTENÇA REFORMADA. PROVIMENTO.
1. Na ação reivindicatória, de natureza petitória por excelência, discute-se o direito de
propriedade da parte autora em oposição à posse, supostamente injusta, exercida pela parte
requerida, não se confundindo com ação possessória.
2. A ação reivindicatória tem como requisitos: a) a prova do domínio do imóvel pelo autor; b)
a individuação e identificação da coisa; e c) prova da injusta posse exercida pelo réu (art.
1.228 /CCB).
3. Comprovada a propriedade da parte autora e o exercício de posse injusta pela requerida, em
razão do indeferimento do pedido de retenção do imóvel formulado em ação de divórcio,
impõe-se a reforma da sentença, julgando-se procedente a pretensão reivindicatória.
4. Uma vez que a proprietária foi impedida de usufruir do imóvel, é cabível a indenização na
forma de alugueis a partir da decisão proferida na ação de divórcio, onde restou afastado o
direito da requerida quanto à retenção do bem, cujo valor deverá ser calculado em liquidação
de sentença. 4. Apelação Cível a que se dá provimento, invertendo-se os ônus da
sucumbência. (TJPR - 17ª C.Cível - 0073328-07.2017.8.16.0014 - Londrina - Rel.: JUIZ DE
DIREITO SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU FRANCISCO CARLOS JORGE - J.
19.04.2021)
Acórdão
I. RelatórioInsurge-se a parte autora em face da sentença proferida nos autos de ação
reivindicatória de posse, sob nº 0073328-07.2017.8.16.0014, proposta perante o Juízo da 8ª
Vara Cível do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Londrina, a qual julgou
improcedente o pedido formulado na petição inicial, condenando-a ao pagamento das custas
processuais e dos honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa (mov.
135.1/orig.).Após relato dos fatos, sustenta a requerente que, diferente da afirmação contida
na sentença, a demanda ajuizada trata-se de reivindicatória, que é a ferramenta adequada ao
proprietário que já teve a posse do imóvel, mas, que está impedido injustamente ao pleno
exercício de sua propriedade, conforme ampla jurisprudência deste Tribunal, o que impõe a
reforma da decisão a quo. Defende que, ainda que se tratasse de ação de imissão na posse,
como mencionado pelo julgador, é perfeitamente aplicável o princípio da fungibilidade, em
observância à celeridade e à economia processual, devendo ser reconhecida a ação pela via
adequada, pugnando pela procedência de sua pretensão inicial determinando-se a desocupação
do imóvel pela apelada, a qual o utiliza de forma injusta, irregular e precária, causando-lhe
prejuízos, os quais devem ser compensados, mediante pagamento de alugueis pelo período
ocupado indevidamente (mov. 142.1/orig.).Apresentadas contrarrazões pela parte requerida
(mov. 146.1/orig.) vieram os autos a esta Corte.Eis, em síntese, o relatório. II.
FundamentosTrata-se de apelação interposta em face de sentença — proferida pelo
magistrado Matheus Orlandi Mendes — através da qual foi julgada improcedente a pretensão
inicial, condenando-se a parte autora ao pagamento total das custas processuais e dos
honorários advocatícios, arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa (mov.
135.1/orig.).Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade — tempestividade,
preparo, regularidade formal e inexistência de fato impeditivo —, e intrínsecos —
legitimidade, interesse e cabimento — merece ser conhecido o recurso, com efeito
suspensivo, por não se tratar de nenhuma das exceções previstas no § 1º, do
artigo 1.012 do Código de Processo Civil/15.II.I. Breve Relato dos FatosMaria de Lourdes da
Silva Mendes ajuizou a presente demanda reivindicatória em face de Luiza Maria Curti
alegando, em síntese, que é proprietária do imóvel residencial situado à quadra nº 12, lote nº
14, do Jardim Portal dos Pioneiros, à Rua Jair Cortez, nº 340, Londrina, o qual foi cedido, em
janeiro de 2009, à requerida e ao seu cônjuge — Sylvio Mendes Junior, filho da autora — a
título de comodato gratuito com prazo indeterminado, porém, este último foi obrigado a
desocupar o imóvel em razão de medida protetiva solicitada pela requerida, seguida de
processo de divórcio em trâmite (autos nº 0063711-23.2017.8.16.0014, 2ª Vara de Família de
Londrina). Alega que, mesmo após notificada em 06.09.2017, a requerida recusou-se a
desocupar o bem, permanecendo no local injustamente, sem sequer efetuar o pagamento de
despesas do imóvel/IPTU, razão pela qual pretende a i) concessão dos efeitos da antecipação
da tutela, determinando a desocupação do imóvel pela ré e, ao final, a ii) procedência do
pedido reivindicatório para restituição do imóvel de propriedade da requerente, condenando-
se a requerida ao pagamento de alugueis mensais, além dos ônus de sucumbência (mov.
1.1/orig.).Após a realização de audiência de justificação prévia (mov. 25.1/orig.), o pedido de
tutela provisória requerido na inicial foi indeferido, tendo sido determinada a suspensão do
feito até o julgamento da demanda de divórcio em curso entre a requerida e o filho da autora
(mov. 43.1/orig.).Interposto agravo de instrumento pela autora em face da mencionada
decisão, o recurso foi parcialmente provido apenas para o fim de limitar o prazo de suspensão
da ação em 01 (um) ano, nos termos do art. 313, § 4º /CPC, ou até que seja proferida decisão
na ação de divórcio acerca da propriedade do imóvel, o que ocorrer antes (mov. 86.1/orig.).Na
sequência, diante das alegações da autora de que a ré não estaria mais residindo no imóvel, foi
determinada a expedição de mandado de constatação para o fim de averiguação da situação do
bem, além de determinado o prosseguimento do feito, tendo em vista a prolação de sentença
nos autos de ação de divórcio (mov. 99.1/orig.).A requerida apresentou contestação aduzindo,
em síntese, que não são verdadeiras as alegações de que estaria deteriorando o bem imóvel
e/ou deixando de quitar os débitos junto à Sanepar e à Copel; bem como que, conforme a
sentença proferida nos autos de divórcio, tem direito à retenção do bem até que lhe sejam
indenizadas as benfeitorias úteis e necessárias realizadas no imóvel, de modo que a
improcedência do pedido inicial se impõe (mov. 118.1/orig.).Em impugnação à contestação, a
requerente informa que houve reforma da decisão proferida nos autos de divórcio em sede
recursal, tendo sido afastada a autorização de retenção do imóvel até a indenização por
benfeitorias, razão pela qual pretende a procedência do pedido inicial (mov.
124.1/orig.).Intimadas ambas as partes para especificarem as provas que pretendiam produzir,
apenas a parte requerente se manifestou pelo julgamento antecipado da lide (mov.
132.1/orig.), sobrevindo, enfim, a sentença ora impugnada (mov. 142.1/orig.).II.II. Da
Pretensão ReivindicatóriaA autora/apelante defende que, ao contrário do que consta na
sentença, propôs ação reivindicatória, que é o meio adequado ao proprietário que já teve a
posse do bem, porém, está impedido injustamente de exercer de forma plena o seu direito de
propriedade, não havendo que se falar em improcedência da ação.Analisando as
particularidades do caso concreto, observa-se que, inobstante a fundamentação contida na
sentença, a apelante tem razão.É sabido que a ação reivindicatória tem cunho petitório, ou
seja, o direito pleiteado pela parte autora baseia-se na propriedade, a qual se prova com o
título do domínio. Nesse sentido, “a ação de reivindicatória ou ação de reivindicação é a ação
do proprietário que haja perdido a posse injustamente contra aquele que detém a posse do
bem. Trata-se de ação executiva, cujo objeto do pedido é a entrega do bem. A ação de
reivindicação tem pressupostos objetivos, independendo da presença de comportamento ilícito
do possuidor ou detentor. Basta com que detenha a posse de coisa alheia para potencialmente
ser réu numa demanda dessa natureza”[1].Isso significa que, ao proprietário do bem imóvel
que quer ter acesso à posse, a qual é impossibilitada por posse injusta do demandado, cabe o
ajuizamento da ação reivindicatória, nos termos do art. 1.228, do CC, segundo o qual, “O
proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder
de quem quer que injustamente a possua ou detenha”.Da narrativa contida na petição inicial,
constata-se que, ao contrário do que consta da sentença recorrida, a discussão travada nos
autos não diz respeito, a rigor, ao esbulho da posse da autora, mas sim à obstrução ao
exercício do seu direito de propriedade, ou, em outros termos, o que está em questão é o
direito de propriedade da requerente em oposição à posse, supostamente injusta, exercida pela
requerida, o que indica o cabimento da ação reivindicatória (petitória) e não de reintegração
de posse (possessória), conforme afirmado pelo julgador.Com o fim de esclarecer melhor a
questão, destacam-se os fundamentos expostos em julgado proferido por esta 17ª Câmara
Cível, sob a relatoria do e. Des. Fernando Paulino da Silva Wolff Filho, in verbis:“Como é
sabido, pode o proprietário utilizar-se tanto da ação possessória quanto da petitória.Na
primeira hipótese, defende o direito de posse (ius possessionis) “resultante, exclusivamente,
do fato de que a posse representa, compreendido, nesse direito de posse, o poder físico sobre a
coisa e sua defesa pelos interditos”. Já na segunda, o que se defende não é o fato posse,
defendido na anterior, mas o direito ao exercício da posse, ou seja, o direito de possuir o bem
decorrente do próprio direito real pleno (ius possidendi).Trocando em miúdos, fica assim,
segundo a lição de Monteiro:Todo aquele que for titular de um direito real, seja de
propriedade, enfiteuse, usufruto, uso ou habitação, servidão, superfície ou outro, tem o direito
de lançar mão da ação de reintegração de posse, desde que seja vítima de um esbulho. É
necessário que esteja, no entanto, na posse efetiva da coisa, no momento do esbulho,
exercendo-a nos termos do direito que é titular. A ação lhe é conferida para a defesa de sua
posse, e não para a defesa do direito em si. Se tem o direito, mas não tem a posse
correspondente, não poderá valer-se da ação de reintegração de posse, nem das demais ações
possessórias, mas sim da ação petitória. O título que o possuidor causal possui não é
imprescindível ao ajuizamento da ação; serve, em matéria possessória, apenas ad colorandam
possessionem, isto é, para reforçar a prova da posse e seus elementos ou requisitos.
Isoladamente, sem a posse efetiva, não serve de fundamento às ações possessórias.(...) Dessa
forma, em que pese tenham os autores nominado sua demanda de “ação de reintegração de
posse”, em verdade ajuizaram uma ação reivindicatória, pois a causa de pedir exposta na
inicial é a titularidade do domínio sobre o imóvel aliada à detenção injusta dele pelo réu, e
não o exercício anterior de posse e a ocorrência de um esbulho”[2].Além disso, inobstante o
julgador tenha repetido, diversas vezes, que se está diante de ação de imissão na posse,
vislumbra-se da petição inicial que a autora ajuizou ação reivindicatória, de modo que, como
tal, deve ser analisada.Aliás, mesmo a ação de imissão de posse, é de natureza petitória, a qual
pode ser invocada pelo proprietário, sem posse em face do possuidor que ocupa o imóvel
injustamente.Neste viés, são requisitos necessários para a propositura da ação reivindicatória:
a) comprovação da propriedade, b) individualização do bem imóvel, e c) o exercício da posse
injusta por quem ocupa o bem.No caso sob exame, a requerente comprova o seu domínio
sobre o imóvel representado pelo lote nº 14, da quadra nº 12, com área 200m², situado no
loteamento Jardim Portal dos Pioneiros, registrado na matrícula nº 30.956, do 3º Registro de
Imóveis de Londrina (mov. 92.2/92.3/orig.).Quanto à ocupação do imóvel pela requerida,
esclarece-se que, no que tange à qualidade da posse, para efeito da tutela fundada no
art. 1.228, do Código Civil, não existe pressuposto de adequação ao contido no artigo 1.200,
relativamente à posse injusta, própria dos interditos possessórios. Ou seja, não se pode
confundir a noção ampla de posse injusta a que alude o caput do art. 1.228 /CC, com o
conceito estrito de posse injusta espelhado no art. 1.200, do mesmo diploma. A posse atacada
nas ações reivindicatória e de imissão na posse é aquela que, mesmo obtida pacificamente,
despida de violência, clandestinidade e precariedade, encontra-se desamparada de causa
jurídica que seja eficiente e capaz de respaldar a atividade do possuidor, ou seja, carece de um
título que a justifique. Portanto, para caracterizar a posse injusta, desnecessário é que seja
oriunda de violência, clandestinidade ou precariedade, bastando, apenas, que o possuidor não
tenha o direito de possui-la, e este direito advém do título de propriedade. Dessa forma, neste
caso, possuidor injusto é todo aquele que possui sem título, sem direito de possuir, sem jus
possidendi.Assim sendo, a parte requerida poderá opor em sua defesa, na amplitude permitida
pela lei, que o domínio não pertence à parte autora, que o domínio lhe pertence, que o título
da parte autora é viciado desde o início, ou nulo de pleno direito, demonstrando que a
pretensão do autor é infundada.No caso sob exame, contudo, observa-se que a requerida
sequer se opõe à alegação de domínio formulada pela parte autora, limitando-se a afirmar que,
conforme decisão proferida nos autos de ação de divórcio, tem direito à retenção do imóvel
até que lhe sejam indenizadas as benfeitorias úteis e necessárias realizadas durante o período
em que conviveu com o filho da requerente. Ocorre que, conforme já informado nos autos, a
sentença inicialmente proferida nos autos de ação de divórcio nº 0063711-
23.2017.8.16.0014 sofreu reforma através de recurso de apelação, julgando-se improcedente o
pleito da ora requerida, relativo à indenização e direito de retenção do imóvel por benfeitorias,
conforme o seguinte trecho do acórdão proferido pela 11ª Câmara Cível deste TJPR:“O
apelante se insurge contra a parcial procedência da sentença, porquanto aduz que a autora não
comprovou de nenhum modo a existência da reforma, tampouco sua participação. E neste
ponto razão lhe assiste.Com efeito, denota-se dos autos que não há qualquer elemento de
prova robusto o suficiente para demonstrar a efetiva realização de qualquer melhoria no
imóvel e, ainda, que esta foi promovida pelos ex-cônjuges, tendo em vista tratar-se de bem de
terceiro.Ora, nenhuma das testemunhas soube afirmar com a mínima precisão qual foi a
reforma ou acréscimo realizado no imóvel de titularidade da mãe do apelante. Diversamente,
o corretor responsável pela venda afirmou que o bem foi entregue pronto para morar, perfeito
e acabado. E, ainda, que todos os pagamentos da parte de acabamento foram realizados pela
mãe do réu (proprietária do imóvel).Do mesmo modo, a autora alegou que todos os seus
comprovantes estavam com o réu, no entanto, menciona transferências bancárias que
poderiam ser facilmente comprovadas com as segundas vias dos extratos bancários, o que não
foi feito.Dessa forma, a despeito do casal residir no imóvel, fato é que a proprietária do bem
em registro é a mãe do apelante e não existe nenhum indício sequer acerca das alegadas
benfeitorias e participação financeira por parte dos ex cônjuges.Logo, o caso é de julgar
improcedentes os pedidos autorais relativos a indenização e retenção sobre o imóvel, ficando
a parte Apelada, nos termos do art. 86, § único do CPC, responsável pela integralidade da
sucumbência (20% sobre o valor atribuído à causa), observado que se trata de beneficiária da
assistência judiciária gratuita”.(mov. 124.1/orig.) Assim, inexistindo qualquer motivo capaz
de justificar a permanência da requerida na posse do imóvel — considerando que já foi
reconhecida a propriedade da autora sobre o bem e a ausência de direito de retenção pela parte
ré, a procedência da pretensão inicial é medida que se impõe, a fim de determinar a restituição
do imóvel à requerente, na forma do art. 1.228 /CC. Ainda, no que diz respeito ao pedido de
indenização pela fruição do imóvel em forma de alugueis, é preciso ressaltar que a
indenização a ser fixada é uma forma de quantificar as perdas sofridas pela autora em
decorrência da privação do imóvel e dos valores que deixou de auferir caso estivesse na posse
do bem, nos termos do art. 402 /CC, de modo a evitar o locupletamento ilícito da parte ré ao
ali permanecer, ou ter o imóvel à sua disposição, sem a devida contraprestação.No caso sob
exame, inobstante a autora pretenda a fixação de alugueis desde o ajuizamento da presente
ação, constata-se que a ocupação do imóvel pela requerida foi objeto de discussão na ação de
divórcio, tendo sido inclusive proferida sentença reconhecendo o direito da autora de retenção
do imóvel — ainda que, posteriormente, tal determinação tenha sido reformada em recurso de
apelação. Sendo assim, cabível a indenização, na forma de alugueis, a partir do julgamento do
recurso de apelação interposto nos autos de divórcio nº 0063711-23.2017.8.16.0014, cujo
valor deve ser apurado em liquidação de sentença, pois, cabendo ao julgador, de acordo com o
seu livre convencimento motivado, arbitrar valor razoável e adequado ao caso, a fim de
compensar a autora por suas perdas sem enriquecê-la injustamente às custas da requerida, a
melhor solução para o caso concreto é a fixação do valor em liquidação de sentença.A
propósito, é a jurisprudência:AÇÃO REIVINDICATÓRIA. PEDIDO JULGADO
PROCEDENTE. RECURSO DE APELAÇÃO DAS RÉS: PARTE AUTORA QUE POSSUI
TÍTULO DE DOMÍNIO E POSTULA SUA POSSE DIRETA. RÉS QUE SE ENCONTRAM
NO IMÓVEL EM RAZÃO DE ACORDO FIRMADO EM SEDE DE AÇÃO DE
ALIMENTOS. TERMO FINAL ATINGIDO. RÉS QUE FORAM NOTIFICADAS PARA
DESOCUPAR O IMÓVEL. ESBULHO POSSESSÓRIO CONFIGURADO.
INDENIZAÇÃO. ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS EM RAZÃO DO USO DO IMÓVEL.
POSSIBILIDADE. ALUGUÉIS DEVIDOS PELA UTILIZAÇÃO DO IMÓVEL DESDE A
DATA DO ESBULHO POSSESSÓRIO ATÉ A DATA DA DESOCUPAÇÃO. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (TJPR - 17ª C.Cível - 0001555-12.2015.8.16.0194 -
Curitiba - Rel.: Desembargador Lauri Caetano da Silva - J. 12.12.2019).APELAÇÃO CÍVEL
– AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS – PEDIDO
JULGADO PARCIALMENTE PROCEDENTE – RECURSOS DE AMBAS AS PARTES.
APELAÇÃO (INTERPOSTA PELA RÉ): PRELIMINAR (FORMULADA PELOS
AUTORES EM CONTRARRAZÕES): PEDIDO DE NÃO CONHECIMENTO DO
RECURSO – ALEGAÇÃO DE QUE A APELAÇÃO NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS
DA SENTENÇA E REPETE ALEGAÇÕES DA CONTESTAÇÃO – IMPROCEDÊNCIA –
ARGUMENTAÇÃO SUFICIENTE E PEDIDO DE REFORMA – PRINCÍPIO DA
DIALETICIDADE ATENDIDO – RECURSO CONHECIDO. MÉRITO: ALEGAÇÃO DE
QUE O PROCESSO DE AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE DEVE SER JULGADO
EXTINTO, QUANDO O AUTOR NÃO É POSSUIDOR, EM RAZÃO DA
IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DE AÇÃO POSSESSÓRIA EM
REIVINDICATÓRIA – IMPROCEDÊNCIA – AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE QUE
POSSUI NATUREZA PETITÓRIA – DISCUSSÃO ACERCA DA PROPRIEDADE;
PEDIDO DE REFORMA DA SENTENÇA PARA JULGAR O PEDIDO INICIAL
IMPROCEDENTE – IMPROCEDÊNCIA – INDIVIDUALIZAÇÃO DA COISA E
COMPROVAÇÃO DA POSSE INJUSTA DA RÉ E DA TITULARIDADE DO DOMÍNIO
PELOS AUTORES; ALEGAÇÃO DE DIREITO REAL DE HABITAÇÃO –
IMPROCEDÊNCIA – IMÓVEL NÃO INTEGRANTE DO PATRIMÔNIO DO "DE CUJUS"
– COMPANHEIRO DA RÉ QUE ERA APENAS USUFRUTUÁRIO DO IMÓVEL –
NATUREZA PERSONALÍSSIMA DO DIREITO REAL DE USUFRUTO – EXTINÇÃO
COM A MORTE DO USUFRUTUÁRIO; PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE
USUCAPIÃO – IMPROCEDÊNCIA – APELANTE QUE OCUPAVA O IMÓVEL EM
RAZÃO DA CONVIVÊNCIA COM USUFRUTUÁRIO – AUSÊNCIA DE ANIMUS
DOMINI – REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS; PEDIDO DE INDENIZAÇÃO E DE
RETENÇÃO PELAS BENFEITORIAS – IMPROCEDÊNCIA NO CASO – AUSÊNCIA DE
PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DA PARTE – BENFEITORIAS
REALIZADAS NO IMÓVEL EM MOMENTO ANTERIOR AO DA OCUPAÇÃO
DECORRENTE DO USUFRUTO – IMPOSSIBILIDADE DE INDENIZAÇÃO;
PRETENSÃO DE CONDENAÇÃO DOS AUTORES AO PAGAMENTO DAS CUSTAS
PROCESSUAIS E DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – IMPROCEDÊNCIA –
SUCUMBÊNCIA MÍNIMA DOS AUTORES – DEVER DA RÉ DE ARCAR COM A
INTEGRALIDADE DAS VERBAS SUCUMBENCIAIS. APELAÇÃO NÃO PROVIDA,
COM MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS NA FASE RECURSAL. RECURSO ADESIVO
(INTERPOSTO PELOS AUTORES): PRELIMINAR (FORMULADA PELA RÉ EM
CONTRARRAZÕES): PEDIDO DE NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO –
ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA – IMPROCEDÊNCIA –
PEDIDO INICIAL JULGADO PARCIALMENTE PROCEDENTE – EXISTÊNCIA DE
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. MÉRITO: PRETENSÃO DE CONDENAÇÃO DA RÉ AO
PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS (ALUGUERES) –
PROCEDÊNCIA – DEVER DE PAGAR PELO USO DO BEM DESDE A DATA DA
NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL ATÉ A DATA DA EFETIVA DESOCUPAÇÃO -
VALOR A SER APURADO EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. RECURSO ADESIVO
PROVIDO. (TJPR - 17ª C.Cível - 0041305-23.2012.8.16.0001 - Curitiba - Rel.:
Desembargador Rui Bacellar Filho - J. 15.03.2019).APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO
REIVINDICATÓRIA C/C PERDAS E DANOS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.
INSURGÊNCIA DA PARTE REQUERIDA. ALEGAÇÃO DE QUE A POSSE É
EXERCIDA DE FORMA JUSTA, JÁ QUE ADQUIRIDA ATRAVÉS DE COMPRA E
VENDA. POSSE QUE ENSEJARIA A AQUISIÇÃO DO DOMÍNIO PELA USUCAPIÃO.
NÃO ACOLHIMENTO. AUTORES QUE PROVARAM OS REQUISITOS LEGAIS PARA
A PROCEDÊNCIA DA REIVINDICATÓRIA. PROVA DA PROPRIEDADE DO IMÓVEL
E DA POSSE INJUSTA DOS RÉUS. AUSÊNCIA DE TÍTULO QUE LEGITIME A
OCUPAÇÃO PELOS REQUERIDOS. INSTRUMENTOS PARTICULARES DE CESSÃO
DE DIREITOS QUE SE REVELAM FRÁGEIS, EIS QUE DESACOMPANHADOS DE
PROVA DA QUITAÇÃO. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL E RETOMADA DO
BEM AJUIZADA EM FACE DOS ADQUIRENTES ORIGINÁRIOS, EM RAZÃO DA
INADIMPLÊNCIA DO CONTRATO. POSSE QUE NÃO SE REVELA QUALIFICADA,
COM ANIMUS DOMINI, PARA A AQUISIÇÃO DO DOMÍNIO, O QUE AFASTA A
ARGUIÇÃO DE USUCAPIÃO. PEDIDO DE AFASTAMENTO DA INDENIZAÇÃO POR
PERDAS E DANOS. DESCABIMENTO. ALUGUEIS DEVIDOS EM RAZÃO DA
OCUPAÇÃO DO IMÓVEL PELOS RÉUS. PLEITO PELA INDENIZAÇÃO DE
BENFEITORIAS. IMPOSSIBILIDADE. POSSE CARENTE DE BOA-FÉ. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (TJPR - 17ª C. Cível - 0010713-92.2010.8.16.0024 -
Almirante Tamandaré - Rel.: Juiz Jefferson Alberto Johnsson - J. 29.11.2018).Dessa forma,
considerando que a requerida não foi capaz de comprovar fato extintivo, impeditivo ou
modificativo do direito da parte autora, nos termos do artigo 373, inciso II, do Código de
Processo Civil; a sentença merece reforma, a fim de julgar procedente o pedido inicial,
determinando a restituição do imóvel em favor da requerente, e a condenação da ré ao
pagamento de indenização na forma de alugueis, a ser calculada em liquidação de
sentença.III. ConclusãoANTE AO EXPOSTO, dou provimento ao recurso de apelação
interposto pela parte autora, invertendo os ônus da sucumbência, nos termos da
fundamentação supra.É o voto. FCJ/G-TCP/imt[1] PENTEADO, Luciano de Camargo.
Direito das coisas. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. p. 374[2] (TJPR - 17ª C.
Cível - 0036719-45.2015.8.16.0030 - Foz do Iguaçu - Rel.: Desembargador Fernando Paulino
da Silva Wolff Filho - J. 26.07.2018).
Órgão Julgador
17ª Câmara Cível
Publicação
20/04/2021
Julgamento
19 de Abril de 2021
Publicação
19/04/2022
Julgamento
12 de Abril de 2022
Julgamento
10 de Outubro de 2018
BUSCAR
APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE
SERVIDÃO DE PASSAGEM CUMULADA COM
COMINATÓRIA E AÇÃO DE REMOÇÃO DE ILÍCITO E
RECONSTRUÇÃO. PASSAGEM DE ÁGUAS
PLUVIAIS. SENTENÇA UNA. EXTINÇÃO DO
PROCESSO POR ILEGITIMIDADE ATIVA QUANTO A
UM DOS AUTORES E IMPROCEDÊNCIA COM
RELAÇÃO AOS DEMAIS, NA PRIMEIRA AÇÃO E
EXTINÇÃO POR ILEGITIMIDADE PASSIVA QUANTO
A QUATRO RÉUS E PARCIAL PROCEDÊNCIA COM
RELAÇÃO AOS OUTROS, NA
SEGUNDA. IRRESIGNAÇÃO DE ALGUNS DOS
VENCIDOS. RECURSO DA APELANTE VERA.
ILEGITIMIDADE PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO
DA AÇÃO DE REMOÇÃO DE
ILÍCITO. INSUBSISTÊNCIA. RECORRENTE QUE
POSTULA, NA DEMANDA CONEXA, O
RESTABELECIMENTO/MANUNTENÇÃO DE
SUPOSTA SERVIDÃO DE PASSAGEM DAS ÁGUAS
PLUVIAIS, NO TERRENO DO AUTOR JOSÉ
(APELADO) E QUE ESTE PRETENDE VER
ESTIRPADA. PLEITO DO RECORRIDO, OUTROSSIM,
PARA CONDENAÇÃO À RECONSTRUÇÃO DE MUROS,
SENDO UM DELES, O QUE FAZ DIVISA COM A
PROPRIEDADE DA APELANTE. PREFACIAL QUE
DEVE SER AFASTADA. INSURGÊNCIAS COMUNS
DOS RÉUS VERA, WALTER E ANTONIO. SERVIDÃO
DE PASSAGEM QUE ESTARIA COMPROVADA NOS
AUTOS. TESE ARREDADA. AUSÊNCIA DE REGISTRO
NA MATRÍCULA IMOBILIÁRIA DO BEM. EXEGESE
DO ARTIGO 1.378 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
APELANTES QUE, ADEMAIS, NÃO LOGRARAM
DEMONSTRAR QUE SE TRATAVA DE SERVIDÃO
APARENTE, ÔNUS QUE LHES INCUMBIA
(ARTIGO 333, INCISO I, DO CPC/1973). TERRENO
QUE ANTES DA VENDA AO APELADO, NÃO POSSUÍA
CONSTRUÇÃO ALGUMA E ESTAVA COBERTO POR
DENSA VEGETAÇÃO.
A servidão de passagem é direito real, constituído, por acordo
entre os envolvidos, a partir da inscrição em registro de imóvel
ou por usucapião. [...] Não é possível reconhecer a existência
de uma servidão aparente quando não comprovada a sua
utilização pelo tempo que prevê a lei e sua publicidade. [...]
TJ-SC - Apelação Cível: AC 0038284-82.2011.8.24.0023 Capital 0038284-82.2011.8.24.0023
Órgão Julgador
Quarta Câmara de Direito Civil
Julgamento
22 de Abril de 2019
Publicação
DJe 14/06/2017
Julgamento
18 de Maio de 2017
Publicação
13/07/2022
Julgamento
7 de Julho de 2022
BUSCAR
Órgão Julgador
19ª CÂMARA CÍVEL
Publicação
21/09/2022
Julgamento
15 de Setembro de 2022
Publicação
18/05/2023
Julgamento
18 de Maio de 2023
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO
COMPULSÓRIA. PEDIDO
RECONVENCIONAL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE.
PRELIMINAR: JUSTIÇA GRATUITA. PLEITO DE
REVOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA APTA A
DESCONSTITUIR A PRESUNÇÃO DE
HIPOSSUFICIÊNCIA DA PARTE. OFENSA AO
PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. RAZÕES QUE
COPIAM PARTE DAS PEÇAS
ANTERIORES. INOCORRÊNCIA. FUNDAMENTOS
SUFICIENTEMENTE APTOS À IMPUGNAÇÃO DA
SENTENÇA. OBSERVÂNCIA AO
CONTRADITÓRIO. RESP 1.186.509/ES. EFEITO
DEVOLUTIVO DA PEÇA APELATÓRIA. MÉRITO:
ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. DECRETO-LEI
Nº 58/37. AUSÊNCIA DE PROVAS QUE
DEMONSTREM O INTEGRAL CUMPRIMENTO DA
OBRIGAÇÃO. QUITAÇÃO DE VALORES. REQUISITO
ESSENCIAL À ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. LIVRE
CONVENCIMENTO MOTIVADO DO JUIZ. PROVA
QUE SE MOSTRA INSUFICIENTE. REINTEGRAÇÃO
DE POSSE. ESBULHO. POSSE
PRECÁRIA. INDEVIDA. INEXISTÊNCIA DE
OBRIGAÇÃO QUANTO À RESTITUIÇÃO DO
IMÓVEL. INEXISTÊNCIA DE VIOLÊNCIA OU
CLANDESTINIDADE DOS
POSSUIDORES. INDENIZAÇÃO POR
DANOS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE DANO
POR PARTE DOS
POSSUIDORES. USUCAPIÃO. IMPOSSIBILIDADE DE
CUMULAÇÃO DO PEDIDO. PROCEDIMENTO COM
REGRAS ESPECÍFICAS QUE NÃO FORAM
OBSERVADAS. NECESSIDADE DE AJUIZAMENTO DE
AÇÃO AUTÔNOMA PARA TANTO. ÔNUS
SUCUMBENCIAIS. INVERTIDOS EM
PARTE. HONORÁRIOS
RECURSAIS. INDEVIDOS. PREQUESTIONAMENTO.
RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. (TJPR - 7ª C.
Cível - 0004965-35.2015.8.16.0079 - Dois Vizinhos - Rel.:
DESEMBARGADORA ANA LUCIA LOURENCO - J.
03.09.2021)
TJ-PR - Apelação: APL 0004965-35.2015.8.16.0079 Dois
Vizinhos 0004965-35.2015.8.16.0079 (Acórdão)
Órgão Julgador
7ª Câmara Cível
Publicação
03/09/2021
Julgamento
3 de Setembro de 2021
BUSCAR
Órgão Julgador
9ª Câmara de Direito Público
Publicação
09/03/2022
Julgamento
9 de Março de 2022
Publicação
DJe 18/06/2021
Julgamento
15 de Junho de 2021