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Já o ato analítico, proposto por Jacques Lacan, consiste em uma intervenção ativa e
provocativa do analista, que visa quebrar padrões de pensamento e comportamento
do paciente, a fim de revelar conteúdos inconscientes que estão impedindo o processo
de análise. Essa técnica pode ser usada em momentos específicos da análise, quando o
analista percebe que o paciente está preso em um padrão de pensamento ou
comportamento que o impede de progredir em sua análise. Como Lacan (1966) afirma,
"o ato analítico é um ato que visa despertar o sujeito de sua letargia, de sua ilusão" (p.
399).
Embora essas técnicas possam parecer opostas, muitos teóricos acreditam que elas
podem ser usadas de maneira complementar em diferentes momentos da análise. De
acordo com Cohen (2019), a atenção flutuante é frequentemente usada no início da
análise, para estabelecer um ambiente seguro e acolhedor para o paciente. Nesse
estágio, o analista deve evitar fazer julgamentos ou preconceitos e permitir que o
paciente se expresse livremente. Isso pode ajudar o paciente a se sentir mais à vontade
e confiante na relação com o analista, criando assim um espaço propício para a
emergência de conteúdos inconscientes.
Porém, à medida que a análise avança, o analista pode usar o ato analítico de Lacan
para ajudar o paciente a avançar em sua análise, como explica Stavrakakis (2019). O ato
analítico pode ser usado em momentos específicos, quando o analista percebe que o
paciente está preso em um padrão de pensamento ou comportamento que o impede
de progredir em sua análise. Nessas situações, o ato analítico pode ser uma
intervenção necessária e efetiva para desvelar os conteúdos inconscientes que estão
impedindo o paciente de avançar.
Apesar de serem técnicas distintas, a atenção flutuante e o ato analítico podem ser
usados de forma complementar e estratégica, a fim de ajudar o paciente a avançar em
sua análise. A atenção flutuante é uma postura fundamental do analista, que permite a
expressão livre e segura do paciente, enquanto o ato analítico pode ser uma
intervenção necessária e efetiva em momentos específicos da análise. É importante que
o analista tenha sensibilidade e discernimento para escolher a técnica mais adequada
em cada momento da análise, sempre respeitando a singularidade de cada paciente e a
dinâmica particular da relação terapêutica. É importante lembrar que o ato analítico
não deve ser usado de maneira arbitrária ou aleatória. Ele deve estar baseado em uma
escuta atenta e cuidadosa do paciente, e ser realizado de forma cuidadosa e respeitosa,
a fim de não gerar resistências ou rupturas na relação terapêutica.
Além disso, é importante destacar que o uso dessas técnicas requer um alto grau de
capacitação e experiência do analista, pois elas envolvem a compreensão profunda dos
processos psíquicos inconscientes e das dinâmicas da relação terapêutica. O analista
deve ter habilidades clínicas avançadas para ser capaz de aplicar essas técnicas de
forma adequada e efetiva, sempre respeitando os limites e as necessidades do
paciente.
Em suma, a atenção flutuante e o ato analítico são técnicas importantes da prática
psicanalítica, que visam ajudar o paciente a acessar conteúdos inconscientes e
promover mudanças significativas em sua vida. Cada técnica possui suas
particularidades e objetivos específicos, e deve ser usada de forma consciente e
estratégica pelo analista, a fim de promover o máximo de benefícios para o paciente.
Referências bibliográficas: