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DIREITO PRIVADO X DIREITO PÚBLICO

→ Relações entre particulares → Estado x Particular


→ Relação de igualdade entre as partes → Desigualdade jurídica
→ Interesses particulares → Interesse Público

Regime Jurídico Administrativo


→ Prerrogativas: Supremacia do interesse público
→ Sujeições: Indisponibilidade do interesse público

 2 CATEGORIAS DE INTERESSE PÚBLICO


→ Primário: Necessidades coletivas
→ Secundário: interesse do Estado

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO


→ Estabelece que, em situações de conflito entre interesses individuais e o interesse
coletivo, o interesse público deve prevalecer.
→ Não significa que os interesses individuais sejam ignorados ou desconsiderados, mas
sim que, em caso de conflito, o interesse coletivo deve ser priorizado, buscando sempre o
equilíbrio entre os diferentes interesses em jogo.

INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO


→ Estabelece que os interesses públicos não podem ser livremente renunciados, cedidos
ou alienados pela Administração Pública, exceto em casos expressamente previstos em
lei e sempre com o objetivo de atender ao interesse coletivo.
→ Tem o objetivo de garantir que os interesses da coletividade sejam sempre
preservados e que a Administração Pública atue de forma transparente, responsável e em
conformidade com a lei.

PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS – LIMPE


→ Princípio da Legalidade: A Administração Pública só pode agir de acordo com o que a
lei determina, respeitando os limites e os procedimentos previstos.
→ Princípio da Impessoalidade: Os atos administrativos devem ser impessoais, ou seja,
sem favorecimentos ou discriminações pessoais.
→ Princípio da Moralidade: Os atos administrativos devem ser pautados pela moral,
ética e honestidade.
→ Princípio da Publicidade: Os atos administrativos devem ser transparentes e
acessíveis ao público.
→ Princípio da Eficiência: A Administração Pública deve buscar a melhor utilização dos
recursos públicos, buscando sempre o melhor resultado.

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
_> Princípio da Autotutela: A Administração Pública tem o poder de rever seus próprios
atos, anulando aqueles que forem ilegais ou lesivos ao interesse público.
→ Princípio da Motivação: Os atos administrativos devem ser motivados, ou seja, a
Administração deve apresentar os motivos e fundamentos que justificam suas decisões.
→ Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: A Administração deve agir de
forma razoável e proporcional, evitando excessos ou abusos em suas decisões.
→ Princípio da Continuidade do Serviço Público: Já mencionado anteriormente,
estabelece que os serviços públicos essenciais devem ser prestados de forma contínua e
ininterrupta.
→ Princípio da Segurança Jurídica: A Administração deve garantir a estabilidade e
previsibilidade das relações jurídicas, evitando mudanças bruscas ou arbitrárias.
→ Princípio da Boa-Fé: A Administração deve agir de boa-fé em suas relações com os
administrados, buscando sempre a verdade e a justiça.

ORGANIZAÇÃO DA ADM PÚBLICA

→ Desconcentração: A desconcentração ocorre quando há uma distribuição interna de


competências dentro de uma mesma pessoa jurídica (por exemplo, dentro de um órgão
ou entidade da Administração Pública). Nesse caso, a pessoa jurídica (como um
ministério ou uma secretaria) continua sendo a responsável final pelas decisões, mas
delega algumas competências para órgãos ou unidades internas. Há uma hierarquia
nesse caso.
• É quando a Administração mantém o poder de decisão centralizado, mas
distribui a execução das tarefas para diferentes órgãos dentro da mesma
estrutura.

→ Descentralização: A descentralização, por sua vez, ocorre quando há transferência de


competências para pessoas jurídicas distintas daquela que detém o poder central (por
exemplo, transferência de competências da União para os estados ou municípios). Na
descentralização, as pessoas jurídicas descentralizadas possuem certa autonomia
decisória, atuando de forma mais independente. Não há hierarquia nesse caso, mas sim
uma relação de coordenação entre as entidades descentralizadas e o ente central.
• É quando a Administração transfere parte do poder de decisão e execução
para entidades externas, como autarquias, fundações, empresas públicas ou
sociedades de economia mista.
Outorga: É a transferência de competências que somente podem ser exercidas pelo
titular do poder, ou seja, a autoridade central delega certas atribuições, mas mantém o
controle final sobre elas.→ FEITA POR LEI
Delegação: É a transferência de competências que podem ser exercidas por qualquer
pessoa, ou seja, a autoridade central delega certas atribuições para que sejam exercidas
por outra pessoa ou entidade, sem necessidade de controle direto.
Tipos de desconcentração:

→ Por Serviços: Quando se transfere apenas a execução dos serviços para entidades
descentralizadas.
→ Por Colaboração: Quando se transfere tanto a execução quanto parte da decisão
para entidades descentralizadas.
→ Por Território: Quando se transfere competências para órgãos que atuam em
determinado território.
→ Por outorga de autonomia ou política: Criação de entidades autônomas, como os
estados e municípios, que possuem capacidade de autoadministração e legislação
própria.
→ Social: “Desestatizar” a função do Estado. Ex: Igreja

Teoria do órgão
O agente é veículo de expressão do Estado. É os Estado que responde em caso de dano
Classificações dos Órgãos:

→ Quanto à posição hierárquica:


• Superiores: São os órgãos que ocupam posições mais altas na hierarquia
administrativa, como ministérios e secretarias.
• Subalternos: São os órgãos que ocupam posições inferiores na hierarquia, como
diretorias e coordenadorias.

→ Quanto à natureza da função desempenhada:


• Órgãos de direção: São responsáveis pela definição de políticas e diretrizes, como
conselhos e diretorias.
• Órgãos de execução: São responsáveis pela realização das atividades práticas da
Administração, como unidades operacionais e setores de atendimento.

→ Quanto à especialização funcional:


• Órgãos singulares: São aqueles compostos por uma única pessoa, como um
presidente ou diretor.
• Órgãos colegiados: São compostos por várias pessoas que decidem em conjunto,
como conselhos e comissões.

→ Quanto à estrutura:
• Órgãos simples: São os que possuem apenas uma unidade de atuação, como uma
diretoria.
• Órgãos compostos: São os que possuem várias unidades de atuação, como um
departamento com diversas divisões.

→ Quanto à vinculação:
• Órgãos independentes: São aqueles que possuem autonomia decisória e funcional,
como agências reguladoras.
• Órgãos vinculados: São aqueles que estão subordinados a outros órgãos
hierarquicamente superiores, como secretarias de governo.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

Conjunto de entidades criadas pelo Estado para desempenhar atividades específicas que
não podem ser realizadas diretamente pelos órgãos da Administração direta. Ela é
composta por autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia
mista.
→ Essas entidades da Administração Pública indireta possuem características próprias e
estão sujeitas a um regime jurídico específico, que varia de acordo com o tipo de entidade
e a natureza de suas atividades. Elas têm o objetivo de ampliar a capacidade de atuação
do Estado, permitindo a prestação de serviços públicos de forma mais eficiente e
especializada.
Autarquias: são entidades criadas por lei para desempenhar atividades típicas do
Estado, mas com autonomia administrativa e financeira.
Exemplo: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que é responsável pela concessão
de benefícios previdenciários.

Podem ser:
➔ Autarquias de serviço público: São aquelas criadas para prestar serviços
públicos específicos, como educação, saúde, assistência social, entre outros.
Exemplo: universidades públicas.
➔ Autarquias corporativas ou profissionais: São aquelas criadas para regular e
fiscalizar atividades profissionais ou econômicas, como conselhos profissionais (ex:
OAB, CREA).
➔ Autarquias territoriais: São aquelas criadas para administrar determinadas áreas
territoriais, como parques nacionais e reservas ambientais.
➔ Autarquias culturais: São aquelas criadas para promover e preservar a cultura,
como museus e bibliotecas públicas.
➔ Autarquias de previdência social: São aquelas criadas para gerir os regimes
próprios de previdência dos servidores públicos.
➔ Autarquias de fomento: São aquelas criadas para promover o desenvolvimento
econômico e social de determinada região, concedendo incentivos fiscais e
financeiros.
➔ Autarquias de pesquisa: São aquelas criadas para realizar pesquisas científicas e
tecnológicas em determinadas áreas, como a Embrapa (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária).
➔ Outras autarquias especializadas: Podem incluir autarquias com finalidades
específicas e não enquadradas nas categorias acima, como autarquias voltadas
para o meio ambiente, transporte, habitação, entre outras.

✔ As autarquias possuem autonomia administrativa, financeira e personalidade jurídica


própria, distinta da entidade política à qual estão vinculadas, razão pela qual seus dirigentes
têm legitimidade passiva para figurar como autoridades coatoras em Mandados de
Segurança.

Fundações públicas (OU autarquia fundacional)


São entidades com personalidade jurídica de direito público ou privado, criadas para
executar atividades de interesse público.
Exemplo: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que atua na área da saúde pública.
Fundações
Pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada a partir de um patrimônio
destinado a cumprir uma finalidade específica de interesse social, como educação,
cultura, saúde, assistência social, entre outras.

Empresas públicas:
São pessoas jurídicas de direito privado, criadas pelo Estado para exercer atividades
econômicas ou prestar serviços públicos.
Exemplo: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios), responsável pelo
serviço postal no Brasil.

Sociedades de economia mista:


São empresas públicas com participação acionária do Estado e de particulares, sendo
regidas pelas normas do direito privado.
Exemplo: Petrobras, empresa de economia mista responsável pela exploração do
petróleo no Brasil.

Entidades Paraestatais: São entidades que, apesar de não serem parte da estrutura do
Estado, possuem uma relação próxima com ele, atuando em colaboração com as
atividades estatais. Elas são criadas por lei e têm como finalidade principal a execução de
atividades de interesse público. Exemplos de entidades paraestatais são as autarquias, as
fundações públicas e as empresas públicas.

Terceiro Setor: É um termo utilizado para se referir ao conjunto de organizações da


sociedade civil que atuam de forma complementar ao Estado e ao mercado,
desenvolvendo atividades de interesse público sem fins lucrativos. As entidades do
terceiro setor são regidas pelo direito privado e têm como principal objetivo promover o
bem-estar social, a cultura, a educação, entre outros. Exemplos de entidades do terceiro
setor são as organizações não governamentais (ONGs), as associações sem fins
lucrativos e as cooperativas sociais.
CARGO PÚBLIXO X FUNÇÃO PÚBLICA

Cargo Público: É um conjunto de atribuições e responsabilidades específicas, criado por


lei, com denominação própria e remuneração pré-determinada, que é preenchido por
meio de concurso público ou nomeação. O cargo público é ocupado por um servidor
público, que deve cumprir as atribuições e responsabilidades previstas na legislação.
Exemplos de cargos públicos são: analista administrativo, técnico em enfermagem,
auditor fiscal, entre outros.

Função Pública: Refere-se ao desempenho das atividades inerentes a um cargo público.


Ou seja, é o exercício das atribuições e responsabilidades que compõem um cargo
público. Assim, a função pública está relacionada às atividades específicas que um
servidor público deve realizar em seu cargo.
AGENTES PÚBLICOS

→ São pessoas físicas que exercem funções ou atividades em nome do Estado, em


qualquer dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e em todos os níveis da
federação (União, estados, Distrito Federal e municípios). Eles estão sujeitos a um regime
jurídico específico, que determina suas atribuições, direitos e deveres.

Podem ser:
→ Agentes políticos: São aqueles que ocupam cargos de direção, chefia ou
representação, como presidente, governador, prefeito, senadores, deputados, ministros,
secretários de estado, entre outros. Eles são escolhidos pelo voto popular ou nomeados
por autoridades competentes e têm a função de exercer o poder político.

→ Agentes públicos-administrativos: São a cadeia de profissionais sendo:


• Servidores públicos: São os funcionários efetivos, temporários ou comissionados
que ocupam cargos públicos por meio de concurso público ou nomeação. Eles
exercem funções administrativas e técnicas, contribuindo para a prestação de
serviços públicos.
• Militares: São os integrantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e
Aeronáutica), que têm a função de defender a pátria e garantir a segurança
nacional.
• Empregados públicos: São os trabalhadores que são contratados pelas
empresas públicas e sociedades de economia mista para exercer atividades de
natureza empresarial ou econômica, regidos pela CLT.
• Temporários: PSS

Agentes honoríficos/colaboração: São os que exercem funções públicas sem vínculo,


como os jurados, mesários eleitorais, entre outros.

→ Os agentes públicos estão sujeitos a um conjunto de normas e princípios éticos que


regem a sua conduta, como a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Eles também têm direitos e garantias, como a estabilidade para os servidores
efetivos, e deveres, como a prestação de contas de suas ações.

Formas de provimento: São as maneiras pelas quais uma pessoa pode ingressar em
um cargo público. As principais formas de provimento são:

→ Nomeação: Ato administrativo pelo qual uma pessoa é escolhida para ocupar um
cargo público.
→ Promoção: Movimentação do servidor para um cargo mais elevado dentro da mesma
carreira.
→ Readaptação: Quando o servidor é removido para um cargo compatível com sua
capacidade física ou mental, em caso de invalidez.
→ Reversão: Retorno do servidor aposentado ao serviço público por invalidez, quando
esta for anulada posteriormente.
→ Aproveitamento: Retorno do servidor ao serviço público após a reintegração de outro
servidor ao cargo que ele ocupava.
→ Reintegração: Retorno do servidor ao cargo que ele ocupava anteriormente, quando a
sua demissão é anulada por decisão administrativa ou judicial.

Vacância: É a situação em que um cargo público fica vago, ou seja, sem ocupante. A
vacância pode ocorrer por diversos motivos, como exoneração, demissão, aposentadoria,
morte, entre outros.

Efetividade: É a situação do servidor público que, após cumprir os requisitos legais,


passa a ocupar o cargo de forma definitiva, sem prazo determinado. A efetividade
geralmente ocorre após um período de estágio probatório, no qual o servidor é avaliado.

Estabilidade: É a garantia de permanência no cargo público após um período de estágio


probatório. A estabilidade visa assegurar a continuidade e a qualidade dos serviços
públicos, protegendo o servidor contra demissões arbitrárias.

Vitaliciedade: É uma forma de estabilidade especial prevista para alguns cargos, como
juízes, membros do Ministério Público e membros de tribunais de contas. A vitaliciedade é
adquirida após um período de avaliação e garante ao servidor a permanência no cargo
até a aposentadoria compulsória.

 Efetividade com estabilidade: aprovado em concurso e estágo probatório


 Efetividade sem estabilidade: Ainda em estágio probatório
 Estabilidade sem efetividade: Servidores contratados sem cocnurso público antes
da CF/88 e com mais de 5 anos efetivos de serviço
 Sem estabilidade e sem efetividade: empregado público

✔ SÚMULA 21 – STF: FUNCIONÁRIO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO NÃO PODE


SER EXONERADO NEM DEMITIDO SEM INQUÉRITO OU SEM AS
FORMALIDADES LEGAIS DE APURAÇÃO DE SUA CAPACIDADE.

ATOS ADMINISTRATIVOS

São manifestações de vontade da Administração Pública que têm por objetivo produzir
efeitos jurídicos específicos, em conformidade com o interesse público. Eles são regidos
pelo direito administrativo e possuem características próprias que os diferenciam dos atos
praticados pelos particulares.

Requisitos e Elementos dos Atos Administrativos:


Essenciais:
• Competência: É a atribuição legal para a prática do ato.
• Finalidade: É o objetivo ou o resultado que se pretende alcançar com o ato.
• Forma: É a maneira pela qual o ato deve ser manifestado, conforme determinação
legal.
• Motivo: É a justificativa ou o fundamento que determinou a prática do ato.
• Objeto: É o conteúdo ou o efeito jurídico produzido pelo ato.

Acidentais
• Encargo: fato futuro e certo
• Condição: Fato futuro e incerto
• Termo: modo ou tarefa a ser realizada

Atributos dos Atos Administrativos:


• Presunção de Legitimidade: Os atos administrativos são considerados legítimos
até que se prove o contrário.
• Imperatividade: Os atos administrativos podem impor obrigações aos
destinatários.
• Autoexecutoriedade: Alguns atos administrativos podem ser executados pela
própria Administração, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
• Presunção de veracidade: presume-se verdadeiro o ato da administração pública
• Tipiciade: Deve corresponder à lei.

Espécies de Atos Administrativos:


➔ Atos Normativos: São os que têm por finalidade estabelecer normas gerais e
abstratas, como decretos e regulamentos.
➔ Atos Ordinatórios: São os que têm por finalidade disciplinar a atuação da
Administração, como portarias e ordens de serviço.
➔ Atos Negociais: São os que têm por finalidade criar direitos ou obrigações para a
Administração e para os particulares, como contratos e convênios.
➔ Atos Enunciativos: São os que têm por finalidade declarar uma situação ou um
direito preexistente, como certidões e pareceres.
➔ Atos punitivos: São aqueles que impõem sanções ou penalidades aos
administrados em razão do descumprimento de normas ou deveres legais. Eles
têm por finalidade reprimir condutas ilícitas e garantir a ordem e a disciplina na
sociedade. Exemplos de atos punitivos são as multas, as suspensões, as
demissões, entre outras penalidades aplicadas pela Administração Pública.

Extinção dos Atos Administrativos: podem ser extintos por revogação (quando a
Administração retira voluntariamente os efeitos do ato), anulação (quando o ato é
considerado inválido por vício de legalidade) ou caducidade (quando o ato perde sua
eficácia por decurso de prazo ou pela ocorrência de condição).

Teoria da Aparência:
A teoria da aparência estabelece que, nos casos em que a Administração Pública causa
uma expectativa legítima nos administrados por meio de seus atos ou omissões, ela fica
vinculada a essa aparência, mesmo que haja erro ou irregularidade internamente. Dessa
forma, os administrados podem agir de acordo com essa aparência, sendo protegidos
pela segurança jurídica.
→ Atos praticados com boa-fé do funcionário por aparentar estar “tudo certo” com o
cargo/função, continuam válidos.
DISCRICIONARIDADE X VINCULAÇÃO

Discricionariedade: Refere-se à margem de liberdade que a Administração Pública


possui para escolher a melhor forma de atuar em determinadas situações. Isso significa
que a Administração tem a liberdade de decidir qual a melhor forma de agir, desde que
respeite os limites legais e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Vinculação: Por outro lado, a vinculação refere-se à obrigação da Administração Pública
de agir de acordo com as normas legais e os princípios estabelecidos. Nos atos
vinculados, a Administração não possui margem de escolha, devendo agir de acordo com
o que a lei determina. Assim, nos atos vinculados, a Administração não tem liberdade para
decidir, sendo obrigada a seguir o que está previsto na lei.

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

→ É o poder de fiscalização e revisão da atividade administrativa


• Controle Interno: É realizado pelos próprios órgãos e entidades da Administração
Pública, por meio de mecanismos de supervisão e avaliação das atividades
administrativas. O controle interno tem como objetivo verificar se as ações estão
sendo realizadas de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos.

• Controle Externo: É realizado por órgãos independentes da Administração


Pública, como os tribunais de contas, o Ministério Público e o Poder Legislativo. O
controle externo tem como objetivo fiscalizar a legalidade, a legitimidade e a
eficiência dos atos administrativos.

• Controle Social: É realizado pela sociedade civil, por meio de mecanismos como
o acesso à informação, a participação em conselhos e audiências públicas, e o
acompanhamento das políticas públicas. O controle social é importante para
garantir a transparência e a accountability (prestação de contas) da Administração
Pública.

• Controle de Legalidade/Legitimidade: É o controle que verifica se os atos


administrativos estão de acordo com a lei. Esse controle é realizado tanto pelo
Poder Judiciário, por meio do controle jurisdicional, quanto pelos órgãos de
controle interno e externo, como os tribunais de contas e o Ministério Público. O
controle de legalidade/legitimidade tem como objetivo garantir que os atos da
Administração Pública estejam em conformidade com as normas legais e os
princípios constitucionais.

• Controle de Mérito: É o controle que verifica a conveniência e a oportunidade dos


atos administrativos. Esse controle é mais restrito e só pode ser exercido em casos
excepcionais, nos quais a lei prevê a possibilidade de revisão do mérito
administrativo. O controle de mérito não pode substituir a discricionariedade
administrativa, mas pode verificar se os critérios utilizados pela Administração
foram razoáveis e proporcionais.
• Controle Político: É o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a
Administração Pública, por meio da fiscalização das atividades do Poder Executivo.
O controle político inclui a aprovação de leis, a fiscalização das contas públicas, a
realização de investigações e a responsabilização política dos agentes públicos. O
controle político é fundamental para garantir a separação dos poderes e a
accountability do governo perante a sociedade.

→ Poder Hierárquico: É a prerrogativa da Administração de distribuir e escalonar as


funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre eles. Esse poder
permite que os órgãos superiores controlem e coordenem as atividades dos órgãos
inferiores, garantindo a eficiência e a unidade de ação da Administração. O poder
hierárquico também possibilita a supervisão e a revisão dos atos praticados pelos órgãos
subordinados, assegurando sua conformidade com a lei e com os princípios
administrativos.

→ Poder Disciplinar: É a faculdade da Administração de aplicar penalidades aos seus


servidores em razão de infrações funcionais. Esse poder visa garantir a ordem, a
disciplina e a eficiência no serviço público, punindo condutas que violem os deveres e as
obrigações dos servidores. As penalidades disciplinares podem variar de advertência até
a demissão, dependendo da gravidade da infração cometida.

→ Poder Regulamentar: É a competência da Administração de expedir decretos e


regulamentos para a fiel execução das leis. Esse poder permite que a Administração
estabeleça normas complementares e detalhadas para a aplicação das leis, preenchendo
lacunas e adaptando as normas gerais às peculiaridades de cada caso. O poder
regulamentar deve ser exercido dentro dos limites da lei e dos princípios constitucionais,
garantindo a legalidade e a segurança jurídica.

PODER DE POLÍCIA

O poder de polícia é uma das atribuições mais importantes da Administração Pública e


está relacionado à sua capacidade de regular e fiscalizar o cumprimento das normas e o
exercício das atividades individuais em prol do interesse coletivo.

Definição e Fundamento Legal: O poder de polícia é a faculdade que a Administração


Pública possui para condicionar e restringir o uso, o gozo e a disposição da propriedade e
dos direitos individuais em benefício do interesse público, de acordo com o artigo 78 do
Código Tributário Nacional (CTN).

✔ Art. 78 - CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública


que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de
ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança,
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Natureza Jurídica: O poder de polícia é uma atividade administrativa discricionária, ou


seja, a Administração possui margem de escolha na sua atuação, desde que respeitados
os limites legais e constitucionais.

Objetivo: O poder de polícia tem como objetivo principal garantir a ordem, a segurança, a
saúde, a moralidade e o bem-estar da população, através da regulamentação e
fiscalização de atividades e comportamentos individuais que possam afetar o interesse
coletivo.

Características:

→ Coercibilidade: A Administração pode impor medidas coercitivas para fazer cumprir


suas determinações, como multas, interdições e apreensões.
→ Autoexecutoriedade: Em determinadas situações, a Administração pode agir
diretamente, sem a necessidade de autorização judicial, para fazer cumprir suas
determinações.
→ Discricionariedade: A Administração possui margem de escolha na aplicação das
medidas de polícia, desde que respeitados os limites legais e constitucionais.

Limites: O exercício do poder de polícia deve respeitar os direitos individuais, os


princípios da legalidade, da proporcionalidade e da razoabilidade, bem como os direitos
fundamentais previstos na Constituição Federal.

Formas de Atuação: O poder de polícia pode ser exercido de diversas formas, tais como:
Emissão de normas regulamentadoras, fiscalização e aplicação de sanções, vistorias e
inspeções, interdições e embargos e aplicação de medidas de segurança.

Exemplos de Atuação: O poder de polícia pode ser exercido em diversas áreas, tais
como: controle urbanístico e ambiental, controle sanitário e de saúde pública, controle de
trânsito e transporte, controle de atividades econômicas e comerciais, controle de eventos
e aglomerações públicas.

Responsabilidade Civil e Penal: A Administração pode ser responsabilizada civil e


penalmente por eventuais abusos no exercício do poder de polícia, como excesso de
poder ou omissão.
 Abuso de Poder: O abuso de poder ocorre quando a Administração age de forma
contrária à lei ou aos princípios que regem a sua atuação, com excesso de poder
ou desvio de finalidade. Em outras palavras, é quando a Administração ultrapassa
os limites de sua competência ou age de forma arbitrária.
 Desvio de Finalidade: O desvio de finalidade ocorre quando a Administração
pratica um ato visando a um fim diferente daquele previsto em lei. Ou seja, é
quando a Administração utiliza um poder que lhe é conferido para alcançar um
objetivo que não está dentro das finalidades legais, mas sim para atender
interesses pessoais, políticos, partidários ou outros não previstos em lei.

 Excesso de Poder: O excesso de poder ocorre quando a Administração atua


dentro de sua competência legal, mas de forma exagerada, desproporcional ou
abusiva, ferindo direitos individuais ou coletivos. É quando a Administração
ultrapassa os limites do razoável na execução de suas atribuições.

 Omissão: A omissão ocorre quando a Administração deixa de cumprir com suas


obrigações legais, deixando de agir quando deveria agir para proteger direitos
individuais ou coletivos. É a falta de ação da Administração quando ela é obrigada
a agir.
DIFERENÇA DAS SANÇÕES DO PODER DISCIPLINAR X PODER DE POLÍCIA

Poder Disciplinar:

• Finalidade: O poder disciplinar tem como finalidade punir condutas irregulares dos
servidores públicos e dos particulares que mantenham relação de trabalho com a
Administração Pública, visando garantir a ordem, a disciplina e a eficiência no
serviço público.
• Destinatários: As sanções do poder disciplinar são aplicadas principalmente aos
servidores públicos, como funcionários públicos, empregados públicos e servidores
temporários.
• Natureza das Sanções: As sanções do poder disciplinar são de natureza
administrativa e podem incluir advertência, suspensão, demissão, cassação de
aposentadoria, destituição de cargo em comissão, entre outras.
• Procedimento: O processo administrativo disciplinar é o procedimento utilizado
para apurar as infrações e aplicar as sanções, garantindo o contraditório e a ampla
defesa ao acusado.

Poder de Polícia:

• Finalidade: O poder de polícia tem como finalidade regular, fiscalizar e controlar o


cumprimento das normas e dos deveres impostos pela Administração Pública,
visando proteger interesses coletivos, como a ordem pública, a segurança, a
saúde, o meio ambiente, entre outros.
• Destinatários: As sanções do poder de polícia podem ser aplicadas a qualquer
pessoa que esteja sujeita às normas reguladas por ele, como empresas,
estabelecimentos comerciais, condutores de veículos, entre outros.
• Natureza das Sanções: As sanções do poder de polícia podem ser de natureza
administrativa ou judicial, dependendo da infração e da legislação aplicável. Elas
podem incluir multas, interdições, apreensões, embargos, entre outras medidas.
• Procedimento: O procedimento de aplicação das sanções do poder de polícia
pode variar conforme a legislação aplicável e a natureza da infração, mas
geralmente envolve a lavratura de auto de infração, a notificação do infrator e a
possibilidade de defesa antes da aplicação da sanção.

BENS PÚBLICOS
O uso de bens públicos por particulares é uma questão importante, pois envolve a
possibilidade de utilização de bens que pertencem ao Estado para atender às
necessidades da população. Existem diferentes formas de uso de bens públicos por
particulares, que podem variar de acordo com a finalidade e a natureza do bem.

1. Uso Normal: Refere-se à utilização do bem público de acordo com sua destinação
e finalidade original, sem causar prejuízo ao interesse público. O uso normal está
relacionado à utilização ordinária e regular do bem, de acordo com as normas e as
condições estabelecidas pela Administração Pública.

2. Uso Anormal: Refere-se à utilização do bem público de forma inadequada,


irregular ou que cause prejuízo ao interesse público. O uso anormal ocorre quando
o bem é utilizado de maneira que não está de acordo com sua destinação original
ou que extrapola os limites estabelecidos pela Administração.

3. Uso Comum: Refere-se à utilização do bem público de forma coletiva, por toda a
comunidade ou por um grupo indeterminado de pessoas. Os bens de uso comum
do povo, como ruas, praças e rios, são destinados a esse tipo de uso, visando
atender às necessidades coletivas da sociedade.

Formas de uso
1. Uso Privativo: Refere-se à utilização do bem público de forma exclusiva, por um
particular ou por um grupo específico de pessoas, sem que haja a exclusividade de
posse. O uso privativo ocorre quando a Administração Pública autoriza um
particular a utilizar o bem para uma finalidade específica, mas mantendo a
titularidade e a propriedade do bem.

2. Permissão de Uso: A permissão de uso é uma forma precária de utilização de


bens públicos, concedida pela Administração Pública por prazo determinado e para
finalidade específica. Geralmente é utilizada para atividades de baixa relevância
econômica ou social, como o uso de espaços públicos para feiras temporárias.

3. Autorização de Uso: A autorização de uso é semelhante à permissão, mas é


concedida de forma mais simplificada e para atividades de menor impacto.
Também é uma forma precária de utilização, com prazo determinado e finalidade
específica.

4. Concessão de Uso: A concessão de uso é uma forma mais ampla de utilização de


bens públicos, concedida por prazo mais longo e para atividades de maior
relevância econômica ou social. Geralmente é utilizada para a exploração de
serviços públicos ou atividades que beneficiem a coletividade.

5. Autorização de Uso Especial: A autorização de uso especial é concedida para


atividades que beneficiem diretamente a Administração Pública ou que atendam a
interesses coletivos específicos. É uma forma de uso mais restrita e geralmente
não envolve contraprestação financeira.

6. Concessão de Direito Real de Uso: A concessão de direito real de uso é uma


forma mais abrangente de utilização de bens públicos, que confere ao particular o
direito de uso, gozo e fruição do bem, como se fosse proprietário, por prazo
determinado e mediante contraprestação financeira.

7. Licenciamento e Autorização de Obras e Serviços: Para a realização de obras


ou serviços em bens públicos, como a instalação de quiosques em praças públicas,
é necessário obter licenciamento ou autorização da Administração Pública, que
estabelecerá as condições e os requisitos para a utilização do bem.

8. Cessão Gratuita: Quando a Administração cede o uso do bem sem a cobrança de


contraprestação financeira. Geralmente é utilizada para finalidades de interesse
público ou social, como a instalação de entidades sem fins lucrativos em imóveis
públicos.

9. Cessão Onerosa: Quando a Administração cede o uso do bem mediante o


pagamento de contraprestação financeira pelo particular. Geralmente é utilizada
em situações em que há interesse econômico na utilização do bem, como a
concessão de espaços comerciais em locais públicos.

10. Cessão de Uso Especial: Quando a Administração cede o uso do bem para
atividades que atendam a interesses específicos da Administração ou da
coletividade, mediante contraprestação financeira ou não. É uma forma de uso
mais restrita e específica.
→ Desafetação: A desafetação é o processo pelo qual um bem público deixa de ser
afetado a um fim específico de interesse público e retorna ao domínio comum do Estado,
podendo ser utilizado para outros fins. Em outras palavras, é a retirada da destinação
pública de um bem, tornando-o disponível para ser utilizado de forma diversa daquela
para a qual foi originalmente destinado.

✔ Os bens integrantes do acervo patrimonial de sociedades de economia mista


sujeitos a uma destinação pública equiparam-se a bens públicos, sendo, portanto,
insuscetíveis de serem adquiridos por meio de usucapião.

✔ Construção ou atividade irregular em bem de uso comum do povo revela dano


presumido à coletividade, dispensada prova de prejuízo em concreto.
✔ A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza
precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
(Súmula n. 619/STJ)

AQUISIÇÃO DE BENS POR PARTE DO ESTADO

→ Contratos: O Estado pode adquirir bens por meio de contratos, como contratos de
compra e venda, locação, comodato, entre outros. Os contratos devem ser realizados de
acordo com a legislação aplicável e podem envolver licitação ou contratação direta,
dependendo do valor e da natureza da contratação.

→ Usucapião: A usucapião é uma forma de aquisição originária da propriedade de um


bem pelo Estado, baseada na posse contínua, pacífica e ininterrupta do bem por um
determinado período de tempo, conforme estabelecido em lei. A usucapião pode ser
extraordinária, ordinária ou especial, dependendo das circunstâncias.

→ Desapropriação: A desapropriação é a forma de aquisição compulsória de bens pelo


Estado, mediante o pagamento de indenização ao proprietário. Existem diversas formas
de desapropriação, tais como:

• Desapropriação por necessidade ou utilidade pública: Quando o bem é


desapropriado para a realização de obras ou serviços de interesse público.
• Desapropriação por interesse social: Quando o bem é desapropriado para fins
de reforma agrária, urbanização, regularização fundiária, entre outros.
• Desapropriação indireta: Quando o Estado utiliza o bem sem observar o devido
processo legal de desapropriação, sendo obrigado a indenizar o proprietário
posteriormente.
• Desapropriação Confiscatória: A desapropriação confiscatória ocorre quando o
Estado desapropria um bem em razão de atividades ilícitas ou ilegais, visando
punir o proprietário pelo uso indevido do bem. Geralmente, essa forma de
desapropriação está relacionada a crimes ambientais, como desmatamento ilegal,
poluição ou uso inadequado do solo.
• Desapropriação Sancionatória: A desapropriação sancionatória ocorre quando o
Estado desapropria um bem como forma de punição ou sanção pela prática de
determinadas condutas consideradas graves ou prejudiciais à coletividade. Essa
forma de desapropriação pode estar relacionada a infrações urbanísticas, como
construções irregulares, ou a infrações administrativas graves.
→ Expropriação: A expropriação é a forma de aquisição coercitiva de bens pelo Estado
em decorrência de sentença judicial, de acordo com o devido processo legal. Geralmente
ocorre em casos de infração à lei ou de interesse público relevante.
→ Acessão: A acessão é a forma de aquisição de bens móveis ou imóveis que se
incorporam a outros bens em razão de um processo natural ou de trabalho humano, como
a formação de ilhas em rios, o crescimento de árvores, entre outros.
→ Aquisição causa mortis: A aquisição causa mortis ocorre por sucessão hereditária, ou
seja, quando os bens de uma pessoa falecida são transmitidos aos herdeiros por força de
lei ou de testamento.

→ Arrematação e Adjudicação: A arrematação e a adjudicação são formas de aquisição


de bens em leilões públicos. A arrematação ocorre quando um bem é vendido a quem
oferecer o maior lance em leilão, enquanto a adjudicação ocorre quando o bem é
atribuído ao credor ou ao exequente como forma de pagamento da dívida.

→ Ex vi legis: A aquisição ex vi legis ocorre por força de lei, sem a necessidade de


manifestação de vontade das partes. Um exemplo é a aquisição de terras devolutas pelo
Estado, que são consideradas bens públicos por disposição legal.

FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA

→ Desapropriação: A desapropriação é a forma mais conhecida de intervenção do


Estado na propriedade privada. Ela ocorre quando o poder público retira a propriedade de
um particular, mediante indenização, para atender a uma finalidade pública, como a
construção de estradas, escolas, hospitais, entre outros.

→ Servidão Administrativa: A servidão administrativa é o direito que o poder público


possui de utilizar uma propriedade privada para a realização de obras públicas, como a
passagem de redes de energia, água, esgoto, entre outras, mediante pagamento de
indenização ao proprietário.

→ Limitações Administrativas: São restrições impostas pelo poder público ao uso da


propriedade privada, visando a proteção do interesse público, como a preservação
ambiental, a segurança pública, entre outras. As limitações administrativas não implicam
em transferência de propriedade, mas sim na imposição de obrigações ou restrições ao
proprietário.

→ Requisição Administrativa: É a medida pela qual o Estado utiliza temporariamente


um bem privado para atender a necessidades urgentes e transitórias da coletividade,
como em casos de guerra, calamidade pública, entre outros, mediante justa indenização.

→ Ocupação Temporária: É a utilização temporária de um bem privado pelo poder


público, para realização de obras ou serviços de interesse público, sem que haja
transferência de propriedade, sendo devida uma indenização ao proprietário.

→ Intervenção na Propriedade Urbana: A intervenção na propriedade urbana ocorre nos


casos em que o imóvel não cumpre sua função social, como no caso de imóveis
abandonados ou subutilizados, podendo o poder público tomar medidas para garantir o
seu adequado aproveitamento, como a desapropriação para fins de reforma urbana.
→ Tombamento: O tombamento consiste no ato administrativo pelo qual o poder público,
federal, estadual ou municipal, reconhece o valor histórico, cultural, arquitetônico,
ambiental ou paisagístico de um bem e determina sua proteção e preservação.

✔ O ato de tombamento geral não precisa individualizar os bens abarcados pelo tombo, pois as
restrições impostas pelo Decreto-Lei n. 25/1937 se estendem à totalidade dos imóveis
pertencentes à área tombada.

✔ Nas hipóteses em que ficar demonstrado que a servidão de passagem abrange


área superior àquela prevista na escritura pública, impõe-se o dever de indenizar,
sob pena de violação do princípio do justo preço.

✔ Admite-se a possibilidade de construções que não afetem a prestação do serviço


público na faixa de servidão (art. 3º do Decreto n. 35.851/1954).

✔ É indevido o direito à indenização se o imóvel expropriado foi adquirido após a


imposição de limitação administrativa, porque se supõe que as restrições de uso e
gozo da propriedade já foram consideradas na fixação do preço do imóvel.

SERVIÇOS PÚBLICOS

Os serviços públicos são atividades ou prestações realizadas pelo Estado ou por seus
delegados, com o objetivo de atender às necessidades da coletividade e garantir o bem-
estar social.
Características dos Serviços Públicos:
• Universalidade: Deve ser prestado a todos os cidadãos, sem discriminação.
• Continuidade: Deve ser prestado de forma ininterrupta, salvo em casos
excepcionais.
• Igualdade: Deve ser prestado de forma igualitária a todos, sem privilégios.
• Imprescindibilidade: São essenciais para a garantia dos direitos fundamentais.
Inalienabilidade: Não podem ser transferidos para a iniciativa privada de forma definitiva.

Classificação dos Serviços Públicos:

• Serviços Públicos Essenciais: São aqueles indispensáveis à vida, como saúde,


educação, segurança, entre outros.
• Serviços Públicos de Utilidade Pública: São importantes para a sociedade, mas
não são essenciais, como transporte público, energia elétrica, água, entre outros.
• Serviços Públicos de Interesse Público: São aqueles que atendem a interesses
específicos da coletividade, como cultura, esportes, meio ambiente, entre outros.

Princípios dos Serviços Públicos:


• Princípio da Continuidade: Garante a prestação ininterrupta dos serviços.
• Princípio da Eficiência: Busca a melhor utilização dos recursos públicos na
prestação dos serviços.
• Princípio da Igualdade: Garante o acesso igualitário aos serviços.
• Princípio da Universalidade: Garante que os serviços sejam prestados a todos.
• Princípio da Modicidade: Busca tarifas acessíveis à população.

Formas de Prestação dos Serviços Públicos:

→ Direta: Quando o próprio Estado é responsável pela prestação dos serviços.


→ Indireta: Quando o Estado delega a prestação dos serviços a particulares, por meio de
concessão, permissão ou autorização.
➢ Concessão: A concessão é a transferência de um serviço público ou de obra
pública para a iniciativa privada, por meio de licitação, mediante contrato. O
concessionário assume a responsabilidade pela prestação do serviço, devendo
atender a determinadas condições estabelecidas no contrato, como qualidade,
continuidade e tarifas. Exemplos de concessão são as concessões de rodovias,
aeroportos e serviços de saneamento.

➢ Permissão: A permissão é a autorização precária, por parte do poder público, para


a prestação de um serviço público por particulares, sem transferência da
titularidade do serviço. A permissão é concedida por prazo determinado e pode ser
revogada a qualquer momento pelo poder concedente. Um exemplo comum de
permissão é a prestação de serviços de táxi.

➢ Concessão Patrocinada: A concessão patrocinada é uma modalidade de


concessão em que o poder público realiza aportes de recursos financeiros ou
assume parte dos riscos do empreendimento, em contrapartida à prestação do
serviço pelo concessionário. É comum em projetos de infraestrutura, como a
construção de estradas, pontes e hospitais.

➢ Concessão Administrativa: A concessão administrativa é a transferência de


serviços públicos não exclusivos para a iniciativa privada, sem licitação, com o
objetivo de fomentar a realização de atividades de interesse público. É utilizada em
casos específicos, como a concessão de espaços públicos para exploração
comercial.

➢ Autorização: A autorização é a permissão concedida pelo poder público para a


prestação de serviços públicos de forma eventual e específica, sem transferência
da titularidade do serviço. A autorização é concedida por prazo determinado e pode
ser revogada a qualquer momento pelo poder concedente. Exemplos de
autorização são a realização de eventos públicos e a exploração de serviços de
comunicação.

Extinção dos Serviços Públicos:

Pode ocorrer por diversas razões, como a mudança de necessidades da sociedade, a


obsolescência do serviço, a inviabilidade econômica, entre outros.
A extinção dos serviços públicos deve ser realizada de forma gradual e planejada,
garantindo o atendimento às necessidades da população.
→ Caducidade: A caducidade ocorre quando a concessionária ou permissionária não
cumpre as obrigações contratuais previstas no contrato de concessão ou permissão.
Nesse caso, o poder concedente pode declarar a caducidade do contrato, encerrando a
concessão ou permissão. A caducidade geralmente está relacionada a irregularidades
graves na prestação do serviço, como a falta de investimentos, a má qualidade do serviço
ou o descumprimento de normas contratuais.

→ Encampação: A encampação é a retomada do serviço público pelo poder concedente


durante o prazo de concessão, por motivo de interesse público. A encampação ocorre
quando o poder concedente entende que é necessário retomar a prestação do serviço
para garantir sua continuidade, qualidade ou eficiência. A encampação deve ser precedida
de processo administrativo e pagamento de indenização ao concessionário ou
permissionário, conforme previsto em lei.

→ Rescisão: A rescisão ocorre quando há a quebra do contrato de concessão ou


permissão por iniciativa do poder concedente ou da concessionária/permissionária, por
motivos previstos em lei ou no contrato. A rescisão pode ocorrer por diversas razões,
como descumprimento das obrigações contratuais, falência da
concessionária/permissionária, interesse público, entre outros. A rescisão deve ser
formalizada por meio de processo administrativo e pode envolver o pagamento de
indenização, dependendo das circunstâncias.

 Extinção por Decisão Administrativa: O serviço público pode ser extinto por
decisão do órgão competente da Administração Pública, que pode considerar a
obsolescência do serviço, a falta de demanda, a ineficiência na prestação, entre
outros motivos. A extinção deve ser precedida de estudos e análises que
justifiquem a medida.

 Extinção por Decisão Judicial: Em alguns casos, a extinção de um serviço


público pode ocorrer por decisão judicial, que pode determinar o encerramento das
atividades em função de irregularidades na prestação do serviço, violação de
direitos dos usuários, entre outras razões.

 Extinção por Encerramento da Concessão ou Permissão: Quando um serviço


público é prestado por meio de concessão ou permissão, a extinção do contrato
pode levar ao encerramento das atividades. Nesse caso, o poder concedente deve
garantir a continuidade do serviço ou a transferência para outro prestador.

 Extinção por Fusão ou Incorporação: Em alguns casos, serviços públicos podem


ser extintos por fusão ou incorporação a outros serviços ou órgãos públicos,
visando a otimização dos recursos e a melhoria da eficiência na prestação dos
serviços.

 Extinção por Descontinuidade: A descontinuidade ocorre quando o serviço


público deixa de ser prestado de forma ininterrupta, seja por falta de recursos, por
decisão política ou por outras razões. Nesse caso, a extinção pode ser temporária
ou definitiva.

 Extinção por Inviabilidade Econômica: Em casos em que a prestação do serviço


se torna economicamente inviável, seja por falta de demanda, por altos custos
operacionais ou por outros motivos, a Administração Pública pode optar pela
extinção do serviço.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

A responsabilidade civil da administração pública é o dever de reparar os danos causados


a terceiros em decorrência da atuação do Estado, seja por ação ou omissão. No Brasil,
essa responsabilidade é regida pelo artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, que
estabelece a responsabilidade objetiva do Estado, ou seja, independente de culpa, nos
casos de danos causados por seus agentes.

✔ Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.

→ Teoria da Irresponsabilidade: Antes da Constituição de 1988, o Estado adotava a


teoria da irresponsabilidade, que limitava a responsabilidade civil do Estado aos casos em
que houvesse culpa comprovada. Com a Constituição de 1988, o Estado passou a adotar
a responsabilidade objetiva, ampliando a possibilidade de reparação dos danos causados.

→ Responsabilidade Subjetiva: A responsabilidade subjetiva ocorre quando é


necessário comprovar a culpa ou dolo do agente público para que o Estado seja
responsabilizado pelos danos causados. Essa modalidade de responsabilidade ainda é
aplicável em casos excepcionais, como nos casos de atos políticos ou discricionários.

✔ A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser


comprovados a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade.

→ Responsabilidade Objetiva: A responsabilidade objetiva, prevista no artigo 37, § 6º,


da Constituição Federal, estabelece que o Estado é responsável pelos danos causados
por seus agentes, independentemente de culpa, bastando a comprovação do nexo de
causalidade entre a conduta do agente e o dano causado.

✔ É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões sofridas por vítima


baleada em razão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes.
✔ O Estado responde objetivamente pelo suicídio de preso ocorrido no interior de
estabelecimento prisional.

✔ O Estado não responde civilmente por atos ilícitos praticados por foragidos do
sistema penitenciário, salvo quando os danos decorrem direta ou imediatamente
do ato de fuga.

→ Responsabilidade por Omissão: Além da responsabilidade por ação, o Estado


também pode ser responsabilizado por omissão, quando deixa de agir para evitar um
dano que era previsível e poderia ser evitado.

✔ O Estado possui responsabilidade objetiva nos casos de morte de custodiado em


unidade prisional.

→ Teoria do Risco Administrativo: Segundo essa teoria, o Estado responde pelos


danos causados a terceiros no exercício da atividade administrativa, mesmo que não haja
culpa do agente público. O simples fato de a administração pública exercer uma atividade
que envolva riscos já é suficiente para sua responsabilização.

✔ Nas ações de responsabilidade civil do Estado, é desnecessária a denunciação da


lide ao suposto agente público causador do ato lesivo.

→ Teoria do Risco Integral: A teoria do risco integral vai além da teoria do risco
administrativo, responsabilizando o Estado mesmo nos casos em que não há relação de
causalidade direta entre a conduta do agente público e o dano causado. Nesse caso,
basta a comprovação do dano e da atividade estatal para que o Estado seja
responsabilizado.
● É exceção no Brasil, cabendo só nos casos de dano ambiental, acidentes
nucleares, atos terroristas, guerras, incidentes/acidentes de aeronaves de
empresas brasileiras e DEPEVAT.

→ Teoria do Risco Social: Essa teoria estabelece que o Estado é responsável não
apenas pelos danos causados no exercício de suas atividades, mas também pelos danos
decorrentes de suas omissões, ou seja, quando deixa de agir para evitar um dano.

→ Excludentes de Responsabilidade: Existem algumas situações em que o Estado não


é responsabilizado pelos danos causados, mesmo que haja nexo de causalidade. Essas
situações podem incluir casos de força maior, culpa exclusiva da vítima ou de terceiros, e
exercício regular do poder de polícia.
● Responsabilidade por Atos de Terceiros: A administração pública pode ser
responsabilizada por atos praticados por terceiros quando estes atuam em nome
do Estado ou estão sob sua responsabilidade e supervisão.

→ Prescrição e Decadência: O prazo para ajuizamento de ação de reparação por danos


causados pela administração pública é de 5 anos, contados a partir do momento em que
o interessado teve conhecimento do dano e de sua autoria. Já a decadência refere-se ao
prazo para que a administração pública possa rever seus atos, sendo de 5 anos também,
contados da data da prática do ato.

→ Solidariedade: Em casos de danos causados por atuação conjunta de agentes


públicos e particulares, pode haver responsabilidade solidária, ou seja, ambos respondem
pelo dano causado.

→ Reparação do Dano: A reparação do dano pode ser feita de forma pecuniária, por
meio de indenização, ou de forma específica, por meio da correção do ato ou da
prestação do serviço de forma adequada.

→ Responsabilidade por Atos Legislativos e Jurisdicionais: A responsabilidade civil


da administração pública também se estende aos atos legislativos e jurisdicionais, desde
que fique comprovado o dano causado e a ausência de previsão legal para a conduta
adotada.

Ação de regresso
→ A ação de regresso é um instrumento jurídico utilizado pela administração pública para
buscar o ressarcimento dos valores pagos em razão de indenizações por danos causados
por seus agentes a terceiros. Quando a administração é responsabilizada civilmente e
tem que indenizar um terceiro, ela pode acionar o agente público causador do dano para
reaver o valor pago.

→ Está fundamentada no princípio da responsabilidade subjetiva do agente público, ou


seja, ele só será obrigado a ressarcir a administração se ficar comprovada a culpa ou dolo
no ato que causou o dano.

→ É importante destacar que a ação de regresso não é automática. A administração deve


avaliar a viabilidade e a conveniência de acionar o agente público, levando em
consideração as circunstâncias do caso e a possibilidade real de reaver o valor. Além
disso, a ação de regresso deve ser ajuizada dentro do prazo prescricional, que é de 5
anos a partir do pagamento da indenização.

PROCESSO ADMINISTRATIVO

→ O Processo Administrativo é um conjunto de atividades desenvolvidas pela


Administração Pública para a tomada de decisões, visando a realização de seus fins. Ele
está fundamentado na Lei nº 9.784/1999, que estabelece normas básicas sobre o
processo administrativo no âmbito da Administração Pública federal.

→ O processo possui alguns princípios que devem ser observados administrativos, tais
como: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, segurança jurídica, contraditório, ampla defesa e
economia processual.
→ Os principais objetivos do processo administrativo são garantir a defesa dos direitos
dos administrados, o devido processo legal, a celeridade, a economia processual e a
eficiência na atuação administrativa.

→ Impulso oficial: No processo administrativo, o impulso é principalmente oficial, ou seja,


cabe à Administração Pública promover e dar andamento ao processo,
independentemente da atuação das partes.

→ Informalidade: O processo administrativo é marcado pela informalidade, o que significa


que não há prejuízo formal como no processo judicial, sendo permitida uma maior
flexibilidade na sua condução.

→ Gratuidade: Em geral, o processo administrativo é gratuito, não havendo a


necessidade de pagamento de taxas ou custos processuais.

→ Busca da verdade real: Embora não seja um princípio expresso na legislação, o


processo administrativo busca, em sua essência, a verdade real, ou seja, a busca pela
verdade dos fatos para uma decisão justa e correta.

→ Forma de início: O processo administrativo pode ser iniciado de ofício, ou seja, por
iniciativa da Administração Pública, ou a pedido do interessado, mediante requerimento.

→ Legitimados: Pessoa Física, Pessoa Jurídica, organizações e associações com


interesses coletivos e difusos.

→ Competência: pode ser delegada (exceto nos casos previstos em lei) ou avocada
(somente nos casos previstos em lei)

→ Anulação, Revogação e Convalidação: A Administração Pública deve anular seus


próprios atos caso sejam ilegais, pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, ou convalidá-los para sanar vícios.

→ Decisão Coordenada: A decisão coordenada é aquela em que diferentes órgãos ou


autoridades devem atuar de forma conjunta para decidir sobre determinada questão.

Recursos: Os recursos no processo administrativo são instrumentos utilizados pelas


partes para impugnar decisões consideradas injustas ou ilegais, sendo geralmente
hierárquicos, ou seja, devem ser interpostos primeiramente à autoridade que proferiu a
decisão e, em seguida, à autoridade superior. Os recursos podem ser de reconsideração,
revisão ou apelação, dependendo da legislação específica de cada órgão ou entidade.

Fases do processo
Fase de iniciativa: é a fase em que se dá a exigência ou a instauração do processo
administrativo, podendo ser de ofício ou a pedido do interessado.
Fase de instrução: é uma fase em que são produzidas as provas e reunidas as
informações necessárias para a tomada de decisão.

Fase de manifestação dos interessados: é uma fase em que é garantido o direito ao


contraditório e à ampla defesa, permitindo que os particulares se manifestem sobre as
provas e informações reunidas no processo.

Fase de decisão: é a fase em que a autoridade competente analisa os fatos, informações


e manifestações dos interessados e decide sobre o mérito do processo.

Fase recursal: é a fase em que os assuntos específicos podem interpor recursos


administrativos contra as decisões proferidas no processo.

Fase de revisão: é a fase em que a autoridade superior pode reverter as decisões


proferidas no processo, de ofício ou a pedido de parte.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

→ A improbidade administrativa é uma conduta ilegal praticada por agentes públicos ou


por particulares que causa prejuízo ao erário, que viola os princípios da Administração
Pública ou que atenta contra os deveres de honestidade, moralidade e lealdade às
instituições. É regida pela Lei nº 8.429/1992, conhecida como Lei de Improbidade
Administrativa.

→ Sujeito Ativo Próprio: O sujeito ativo próprio da improbidade administrativa é o agente


público, ou seja, aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerações,
mandato, carga, emprego ou função na administração direta, indireta ou fundamental de
qualquer dos Poderes da União , dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de
Território, de empresa pertencente ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação
ou custódia o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual.

→ Sujeito Ativo Impróprio: O sujeito ativo impróprio de improbidade administrativa são


os particulares que induzem ou concordam para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficiam sob qualquer forma direta ou indireta.

→ Sujeito Passivo: O sujeito passivo da improbidade administrativa é o Estado, ou seja,


uma pessoa jurídica de direito público, e também a coletividade, que é prejudicada pelos
atos de improbidade.

→ Reparação: As peças de reposição de danos causados pela improbidade


administrativa são uma das principais consequências previstas na Lei de Improbidade
Administrativa. Além das peças integrais do dano, o agente público ou o particular que
praticou o ato de improbidade também pode ser obrigado a ressarcir integralmente o dano
moral causado. LIMITE DA HERANÇA OU DO VALOR TRANSFERIDO
Atos de Improbidade Administrativa :

→ Enriquecimento ilícito : Obter, para si ou para outrem, vantagem patrimonial indevida


em razão do exercício de carga, mandato, função, emprego ou atividade na Administração
Pública.
 PENA: TODAS as descritas no tópico abaixo
 A suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar: 14 anos
→ Prejuízo ao erário : Causar dano ao erário por ação ou omissão, dolosa ou culposa.
 PENA: TODAS as descritas no tópico abaixo
 A suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar: 12 anos
 Multa: até o valor do dano.
→ Violação aos princípios da Administração Pública: violação da honestidade.
Imparcialidade e legalidade.
 PENA: Ressarcimento
 Multa → até 24 vezes a remuneração do agente
 A suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar: 4 anos

Penalidades:
➢ Elas ocorrem independentemente do ressarcimento integral do dano e
independentemente se já houve sanção seja cível, penal ou administrativa.
➢ Não precisam ser aplicadas todas, cabe ao magistrado, fundamentadamente,
decidir quais serão aplicadas
-» A perda de bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer para
esta circunstância, para o ressarcimento integral do dano.
→ Perda da função pública.
→ Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos.
→ Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor dos remunerados recebidos pelo
agente.
→ Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, diretos ou indiretos, pelo prazo de cinco anos.
• Existe um cadastro chamado: Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e
Suspensas.

Declaração de bens
→ A declaração de bens é um documento no qual uma pessoa, geralmente um agente
público, informa todos os seus bens, direitos, valores e obrigações patrimoniais. No
contexto do serviço público, a declaração de bens é um instrumento importante para
garantir a transparência e a probidade administrativa, evitando o enriquecimento ilícito e a
prática de atos de corrupção.
→ A não apresentação da declaração de bens dentro do prazo ou a apresentação de
informações falsas pode configurar crime de falsidade ideológica ou improbidade
administrativa, sujeitando o agente público a deliberações previstas na lei.

✔ A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no art. 17, §


7º, da Lei de Improbidade Administrativa, só acarreta nulidade processual se
houver comprovado prejuízo (pas de nullité sans grief).
✔ O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a
particulares que se beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente
público que praticou a ilicitude.

✔ A eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade


administrativa não obsta o prosseguimento da demanda quanto ao pleito de
ressarcimento dos danos causados ao erário, que é imprescritível (art. 37, §
5º, da CF).

✔ É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa


exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente
público no polo passivo da demanda.

✔ Na ação de improbidade, a decretação de indisponibilidade de bens pode


recair sobre aqueles adquiridos anteriormente ao suposto ato, além de levar
em consideração, o valor de possível multa civil como sanção autônoma.

✔ No caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo prescricional


nas ações de improbidade administrativa deve ser contado a partir do
término do último mandato.

✔ O ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei n. 8.429/92 não


requer a demonstração de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, mas
exige a demonstração de dolo, o qual, contudo, não necessita ser específico,
sendo suficiente o dolo genérico.

✔ Nas ações de improbidade administrativa, é indevido o ressarcimento ao


erário de valores gastos com contratações, ainda que ilegais, quando
efetivamente houve contraprestação dos serviços, sob pena de
enriquecimento ilícito da Administração.

✔ No cumprimento de sentença proferida em ação de improbidade


administrativa podem ser adotadas subsidiariamente medidas executivas
atípicas de cunho não patrimonial, se houver indícios de que o devedor
possui patrimônio expropriável e se a decisão for fundamentada, observados
os princípios do contraditório e da proporcionalidade.

PROCEDIMENTO ADMINISTRAVO – IMPROBIDADE


→ Representação: qualquer pessoa pode comunicar à autoridade administrativa
competente a ocorrência de ato de improbidade. É vedado o anonimato e pode ser de
forma escrita ou verbal, desde que tenha provas e a autoria.
→ Representação falsa é crime.
→ Requisitos: A representação deve conter elementos mínimos que indiquem a
existência do ato de improbidade administrativa, como a descrição dos fatos, a
identificação do agente público ou do particular envolvido, e a indicação das provas que
comprovem a irregularidade. Se todos os requisitos forem atendidos, será feita a imediata
apuração dos fatos.
→ Afastamento Preventivo: Em casos graves, a lei prevê o afastamento preventivo do
agente público de suas funções, para evitar que ele possa interferir na apuração dos
fatos. O afastamento preventivo só pode ser decretado pela autoridade competente após
a instauração do processo e mediante decisão fundamentada. Prazo: 90 dias,
prorrogáveis por mais 90.

→ Indisponibilidade dos Bens: A indisponibilidade dos bens é uma medida cautelar que
visa garantir o ressarcimento integral do dano ao erário, em caso de denúncias a agente
público por improbidade administrativa. A medida pode ser decretada pela autoridade
judicial competente, a pedido do Ministério Público ou da autoridade administrativa, e
recai sobre os bens do agente que tenham sido adquiridos de forma ilícita.

PROCESSO JUDICIAL
→ Legitimidade Ativa: A ação de improbidade administrativa pode ser proposta pelo
Ministério Público ou por pessoa jurídica interessada, como a União, os Estados, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas.

→ Procedimento comum do CPC

→ Natureza: A ação de improbidade administrativa possui natureza cível, ou seja, não se


trata de uma ação penal, mas sim de uma ação de natureza civil que visa a
responsabilização do agente público ou do particular que praticou o ato de improbidade.

→ Possibilidade de Solução Consensual: Em alguns casos, é possível celebrar o


acordo de não perseguição cível, previsto na Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), que
permite a solução consensual do processo de improbidade administrativa, mediante o
cumprimento de algumas condições impostas em lei.

→ Não cabe revelia e nem inversão do Ônus da prova

→ Prescrição : 8 anos da ocorrência do fato → infrações permanentes: conta de quando


cessou
→ Ação de ressarcimento é imprescritível

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR


O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) é um procedimento utilizado pela
Administração Pública para apurar a responsabilidade de servidores públicos por
infrações praticadas no exercício de suas funções. É regido pela Lei nº 8.112/1990, que
dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e
das fundações públicas federais.

→ Objetivo: O PAD tem como objetivo apurar a responsabilidade do servidor por


infrações disciplinares e aplicar as penalidades cabíveis, garantindo o devido processo
legal e o direito à ampla defesa.
→ Instauração: O PAD é instaurado por meio de portaria, que designa a comissão
responsável pela sua condução. A comissão é composta por servidores estáveis e tem
como presidente o servidor de maior nível hierárquico.

→ Notificação: O servidor é notificado da instauração do PAD e dos fatos que lhe são
imputados, garantindo-lhe o direito de apresentar defesa prévia no prazo de 5 dias úteis.

→ Instrução: Após a apresentação da defesa prévia, a comissão procede à instrução do


PAD, realizando diligências, ouvindo testemunhas e analisando documentos pertinentes
ao caso.

→ Relatório: Ao final da instrução, a comissão elabora um relatório conclusivo, no qual


são apresentadas as conclusões sobre a responsabilidade do servidor e a aplicação da
penalidade, se for o caso.

→ Decisão: A autoridade competente analisa o relatório da comissão e decide sobre a


responsabilidade do servidor e a aplicação da penalidade, observando o princípio da
proporcionalidade e a gravidade da infração.

→ Penalidades: As penalidades aplicáveis no PAD incluem advertência, suspensão,


demissão e destituição de cargo em comissão, conforme a gravidade da infração.

→ Recurso: O servidor tem direito de recorrer da decisão administrativa, no prazo de 5


dias úteis, à autoridade imediatamente superior àquela que aplicou a penalidade.

→ Duração: O PAD deve ser concluído no prazo de 60 dias, prorrogável por mais 60 dias,
sob pena de prescrição da pretensão punitiva.

✔ Art. 142 da Lei Federal nº 8.112/1990: A ação disciplinar prescreverá:


I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou
conhecido.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações
disciplinares capituladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe
a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia
em que cessar a interrupção.

✔ É possível a instauração de processo administrativo com base em denúncia


anônima.
✔ É possível o aproveitamento de prova produzida em processo administrativo
disciplinar declarado nulo para a instrução de novo PAD, desde que seja
assegurado o contraditório e a ampla defesa, e que o vício que ensejou
referida nulidade não recaia sobre a prova que se pretende aproveitar.

✔ O fato de o servidor ter prestado anos de serviços ao ente público, e de


possuir bons antecedentes funcionais, não é suficiente para amenizar a pena
a ele imposta se praticadas infrações graves a que a lei, expressamente,
prevê a aplicação de demissão.

LICITAÇÕES
Modalidades de Licitação:
→ PREGÃO: O pregão é aplicável para aquisição de bens e serviços comuns, como
materiais de escritório, equipamentos de informática, serviços de limpeza, entre outros.
Não é adequado para contratações de serviços técnicos especializados ou obras de
engenharia, que demandam maior complexidade.
• Critério de Julgamento: O critério de julgamento no pregão é o menor preço ou o
melhor lance, conforme o caso. O licitante vencedor é aquele que apresentar a
proposta de menor preço ou lance mais vantajoso para a Administração.

→ CONCORRÊNCIA: Utilizada para obras e serviços de engenharia – se for comum


PODE UTILIZAR O PREGÃO. É a modalidade mais ampla e competitiva, com ampla
publicidade e critérios objetivos de julgamento.

→ CONCURSO: utilizada para seleção de trabalhos técnicos, científicos ou artísticos,


mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores. Melhor
técnica/conteúdo artístico.

→ LEILÃO: Utilizado para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou


para a alienação de bens imóveis. É uma modalidade em que o critério de julgamento é o
maior lance ou oferta.

→ DIÁLOGO COMPETITIVO: Nova modalidade introduzida pela Lei nº 14.133/2021, é


utilizada em casos de complexidade técnica ou incerteza quanto à solução mais
adequada, permitindo a interação entre a Administração e os licitantes para
aperfeiçoamento das propostas.

→ Licitação Dispensada: É aquela em que a lei não exige a realização de licitação, por
considerar que as circunstâncias não justificam a competição entre os interessados.
Exemplos: contratação de pequeno valor, emergência, calamidade pública, entre outros.

→ Licitação Dispensável: É aquela em que a Administração tem a opção de realizar ou


não a licitação, dependendo da conveniência e oportunidade. Exemplos: contratação de
empresa de tecnologia exclusiva, fornecedor único, entre outros.
→ Inexigibilidade: A licitação é considerada inexigível quando o objeto a ser contratado é
singular, ou seja, não existe no mercado concorrência para fornecimento do mesmo
serviço ou produto, ou quando o objeto exige uma especialização técnica ou artística
específica.

Fases do Processo de Licitação:

→ Fase Preparatória:
• Definição da necessidade de contratação.
• Elaboração do termo de referência ou projeto básico.
• Definição dos critérios de seleção e julgamento.
• Autorização e dotação orçamentária.

→ Edital:
• Publicação do edital, contendo as informações sobre a licitação, o objeto, os
prazos, as condições de participação, os critérios de julgamento, entre outros.
• Ampliação da publicidade do edital para garantir a participação de interessados.

→ Propostas e Lances:
• Recebimento das propostas dos licitantes, de acordo com o edital.
• Realização de sessão pública para recebimento de lances, quando aplicável.
• Negociação direta com o licitante que ofertou o melhor lance, se previsto no edital.

→ Julgamento:
• Análise das propostas e lances de acordo com os critérios estabelecidos no edital.
• Seleção da proposta mais vantajosa para a Administração.
• Classificação dos licitantes de acordo com a ordem de classificação.

→ Habilitação:
• Verificação da documentação dos licitantes classificados para comprovação da
habilitação jurídica, regularidade fiscal e trabalhista, qualificação técnica e
econômico-financeira.
• Desclassificação dos licitantes que não atenderem aos requisitos de habilitação.

→ Recurso:
• Período para interposição de recursos pelos licitantes.
• Análise dos recursos pela autoridade competente.
• Decisão sobre os recursos e continuidade ou não do processo licitatório.

→ Homologação:
• Aprovação do resultado da licitação pela autoridade competente.
• Adjudicação do objeto ao licitante vencedor.
• Publicação da homologação e adjudicação, para efetivação do contrato.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Os contratos administrativos são instrumentos jurídicos celebrados entre a Administração
Pública e particulares para a consecução de interesse público. Eles possuem
características específicas e são regidos pela Lei nº 8.666/93 e pela Lei nº 14.133/2021,
dentre outras normas pertinentes. Abaixo, listo os principais pontos sobre os contratos
administrativos:

→ Objeto e Finalidade: O contrato administrativo tem como objeto a execução de obras,


serviços, compras, alienações, concessões, permissões ou locações, com a finalidade de
atender às necessidades da Administração Pública.

→ Formalização: O contrato administrativo deve ser formalizado por escrito e precedido


de processo licitatório, exceto nos casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação.

→ Cláusulas Essenciais: O contrato administrativo deve conter cláusulas essenciais,


como o objeto, o prazo de execução, o valor, as condições de pagamento, as
responsabilidades das partes, entre outras.

→ Cláusulas exorbitantes: As cláusulas exorbitantes são aquelas que conferem à


Administração Pública prerrogativas e poderes especiais em relação aos contratos
administrativos, visando garantir o interesse público e a supremacia do poder público nas
relações contratuais. Essas cláusulas são previstas em lei e têm como objetivo equilibrar
as relações entre a Administração e o particular contratado, garantindo a efetividade e a
continuidade dos serviços públicos. Algumas das principais cláusulas exorbitantes são:

 Alteração Unilateral do Contrato: A Administração pode alterar unilateralmente o


contrato para adequá-lo às suas necessidades, desde que respeitados os limites
legais e sem prejudicar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
 Prorrogação Compulsória: Em alguns casos, a Administração pode prorrogar
compulsoriamente o contrato, desde que prevista em lei e devidamente justificada.
 Intervenção na Execução do Contrato: A Administração pode intervir na
execução do contrato para garantir o seu adequado cumprimento, podendo
determinar correções, exigir documentos ou até mesmo assumir temporariamente
a execução do objeto contratado.
 Aplicação de Multas e Penalidades: A Administração pode aplicar multas e
outras penalidades ao contratado em caso de descumprimento das obrigações
contratuais, conforme previsto em lei e no contrato.
 Rescisão Unilateral do Contrato: A Administração pode rescindir unilateralmente
o contrato em casos de descumprimento grave ou de interesse público,
assegurando ao contratado o direito à ampla defesa e ao contraditório.
 Exigência de Garantias: A Administração pode exigir do contratado a prestação de
garantias, como caução, seguro-garantia ou fiança bancária, para assegurar o
cumprimento das obrigações contratuais.
 Requisição de Serviços: Em situações de emergência ou de interesse público, a
Administração pode requisitar temporariamente os serviços do contratado,
garantindo-lhe a devida indenização.
→ Alterações Contratuais: As alterações contratuais devem ser justificadas e podem
ocorrer mediante termo aditivo, nos casos previstos em lei.

→ Garantias: O contratado pode ser obrigado a prestar garantia, como caução, seguro-
garantia ou fiança bancária, para assegurar o cumprimento das obrigações contratuais.

→ Execução e Fiscalização: A execução do contrato deve ser acompanhada e


fiscalizada pela Administração, que pode aplicar sanções em caso de descumprimento.

→ Pagamento: O pagamento ao contratado deve ser feito de acordo com as condições


estabelecidas no contrato, após a verificação da regularidade da execução do objeto.

→ Rescisão: O contrato administrativo pode ser rescindido por iniciativa da Administração


ou do contratado, nas hipóteses previstas em lei.

→ Responsabilidade: O contratado é responsável pelos danos causados à


Administração ou a terceiros durante a execução do contrato.

→ Controle Externo: Os contratos administrativos estão sujeitos ao controle externo,


realizado pelos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas.
Reequilíbrio Econômico-Financeiro: Em casos de eventos imprevisíveis ou previsíveis,
porém de consequências incalculáveis, que impactem o equilíbrio financeiro do contrato, é
possível pleitear o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

→ Subcontratação: O contratado pode subcontratar parte da execução do contrato,


desde que haja previsão no edital e autorização da Administração, respeitando os limites
estabelecidos em lei.

→ Sigilo Contratual: Em alguns casos, a Administração pode impor sigilo sobre


determinadas informações do contrato, visando proteger interesses públicos, comerciais
ou industriais.

→ Vigência: O contrato administrativo possui um período de vigência, que pode ser


determinado ou indeterminado, conforme estabelecido no edital e no contrato.

→ Reajustamento de Preços: Em contratos de longa duração, é comum prever


mecanismos de reajustamento de preços para atualização monetária e correção de
variações de custos.

→ Seguros: Em alguns casos, a Administração pode exigir a contratação de seguros,


como o seguro de responsabilidade civil, para garantir o cumprimento das obrigações
contratuais.

→ Desapropriação: Em casos excepcionais, a Administração pode promover a


desapropriação de bens do contratado, desde que prevista no contrato e devidamente
indenizada.

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