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Organização da Ação Pedagógica - Unidade N° 1 - Políticas Educacionais (CNE/CEB)

Organização da Ação
Pedagógica

Unidade N° 1 –
Políticas Educacionais (CNE/CEB)

Adriana Pinto da Silva


Organização da Ação Pedagógica - Unidade N° 1 - Políticas Educacionais (CNE/CEB)

Introdução
Olá, seja bem-vindo!

É com muita satisfação que iniciamos a Unidade I deste curso trazendo assuntos super
interessantes acerca da Organização da Ação Pedagógica na Educação Infantil. Logo
mais, você já iniciará refletindo sobre as políticas educacionais para a Educação Básica nas
esferas públicas e privadas, nos âmbitos federal, estadual e municipal, bem como terá acesso
a conteúdos relevantes acerca da Base Nacional Comum Curricular – Etapa Educação
Infantil.

Posteriormente, deverá reservar um tempinho para estudar a criança em suas fases de


desenvolvimento e a importância do brincar a fim de compreendê-la em seus processos
educativos. Outro ponto em destaque será a gestão dos espaços e processos pedagógicos na
Educação Infantil e, inclusive, refletirá sobre o papel do professor no tripé Educar e Cuidar e
suas implicações no dia a dia de trabalho. Faço um convite para começarmos essa maratona
de conhecimentos que enriquecerão a sua vida profissional!

Bons estudos!

1. Políticas Educacionais (CNE/CEB)


Para início de história, o que é uma política pública? Certamente, você já ouviu falar
bastante no seu dia a dia. Por isso, sem muita agonia, podemos exemplificá-la de uma forma
bem simples como sendo um grupo de ações sociais que visam proporcionar melhoria de vida
para a população. Dando um passo mais adiante, você compreende o que é uma política
pública de educação? São ações que garantem o direito universal de um ensino com
qualidade e com pleno desenvolvimento do aluno. Mas, será que é fácil construir uma política
pública eficiente principalmente na área educacional? Não, visto que ela deve atender a todos
os cidadãos, conforme preconiza o artigo 205 da Constituição Federal:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Além da Constituição Federal, temos outras leis cujas políticas educacionais precisam
atender a requisitos que asseguram o direito à educação a qualquer cidadão. Estamos nos
referindo à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº 9.394/96). Você já deve ter
escutado através dos canais de comunicação muitas discussões acerca deste assunto, não é
mesmo? Pois bem, ela estabelece as principais regras que devem ser seguidas pelo sistema
educacional do país cuja aplicação pode ocorrer tanto para a rede pública quanto para a rede
privada de ensino.
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Uma curiosidade: Quais as principais regras que estão definidas na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional? Lá, constam os princípios da base do sistema de educação, as
obrigações do governo no sentido de oferecer educação com qualidade aos cidadãos, a idade
adequada para cada nível de estudo que vai desde a educação infantil até o ensino superior
universitário, bem como os tipos de programas educacionais existentes como, por exemplo, a
educação básica, especial, à distância, profissionalizante e de jovens e adultos.

Outra importante lei é a de nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases) muito conhecida


por LDB. Ela é direcionada aos entes federativos: União, Distrito Federal, Estados e
Municípios. Vale salientar que compete a cada um deles organizar seu sistema de ensino,
cabendo, ainda, à União coordenar a política nacional de educação, articular com os
diferentes níveis e sistemas, bem como exercer a função normativa, redistributiva e supletiva.
É importante destacar que, segundo a LDB, é de competência do Distrito Federal e aos
Municípios oferecer a Educação Infantil em Creches e Pré-Escolas, e, com prioridade, o
Ensino Fundamental.

Vamos fazer uma pausa para reflexão: Em sua cidade, será que o Poder Público tem
cumprido o seu papel de oferecer um ensino com qualidade a todas as crianças matriculadas
na Educação Infantil? Pense, reflita e comente.

Agora, para manter você atualizado (a), vamos dialogar um pouco sobre uma
resolução que está dando o que falar! Estamos nos referindo a Resolução CNE/CEB
publicada em 9 de outubro de 2018 cujo propósito foi definir as Diretrizes Operacionais
complementares para a matrícula inicial de crianças na Educação Infantil e no Ensino
Fundamental. Que tal fazer uma leitura bem resumida acerca dos pontos definidos para a
Educação Infantil? Vamos acompanhar!

● Ficou definido a regulamentação do corte etário para matrícula de crianças na pré-


escola e no Ensino Fundamental, respectivamente, aos 4 (quatro) e aos 6 (seis) anos
de idade, observando a organização curricular dos sistemas de ensino e de suas
unidades escolares.

● A data de corte etário em todo o território nacional, para todas as redes e instituições
de ensino, tanto públicas quanto privadas, para matrícula inicial na Educação Infantil
deverá ser aos 4 (quatro) anos de idade e no Ensino Fundamental aos 6 (seis) anos de
idade. Uma observação importante é que a criança deverá ter (quatro) anos completos
para a Educação Infantil ou 6 (seis) anos completos para o Ensino Fundamental ou
completar essas idades até o dia 31 de março do ano em que se realiza a matrícula.

● A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e


pré-escolas, que são espaços institucionais não domésticos, públicos ou privados, que
educam e cuidam de crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos de idade no período diurno,
em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do
sistema de ensino e submetidos a controle social.
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● É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de


qualidade.

● É obrigatória a matrícula na pré-escola de crianças que completam 4 (quatro) anos até


o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula inicial.

● As crianças que completam 4 (quatro) anos de idade após o dia 31 de março devem
ser matriculadas em creches, primeira etapa da Educação Infantil.

● A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a matrícula no Ensino


Fundamental.

● As crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser matriculadas na
Educação Infantil, na etapa da pré-escola.

● As crianças que, até a data da publicação desta Resolução, já se encontram


matriculadas e frequentando a Educação Infantil (creche ou pré-escola) devem ter a
sua progressão assegurada, sem interrupção, mesmo que sua data de nascimento seja
posterior ao dia 31 de março, considerando seus direitos de continuidade e
prosseguimento sem retenção.

Reflexão: O que você achou desta resolução? Você concorda com os pontos definidos?
Acompanhe a ilustração que se segue para um melhor entendimento.
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Infográfico: Lucas Magalhães

1.2 Base Nacional Comum Curricular


Já ouviu falar sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? É um documento,
de caráter normativo, cujo objetivo é definir as aprendizagens essenciais que todos os alunos
precisam desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de forma que
lhes assegure seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento conforme preconiza o Plano
Nacional de Educação (PNE). Vamos conhecer detalhes importantes sobre este documento?

● Ele se aplica, exclusivamente, à educação escolar;

● Está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação
humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva;
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● É um documento de referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas


e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das
propostas pedagógicas das instituições escolares;

● Integra a política nacional da Educação Básica;

● Contribui para o alinhamento de outras políticas e ações em âmbito federal, estadual e


municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de
conteúdos educacionais, além dos critérios para a oferta de infraestrutura adequada
para o pleno desenvolvimento da educação.

VOCÊ QUER LER? Que tal fazer uma breve revisão? Acompanhe a imagem!

Fonte: Conselho Nacional de Educação (2018)

Segundo o BNCC, as aprendizagens essenciais devem assegurar aos estudantes o


desenvolvimento de dez competências gerais que são os direitos de aprendizagem e
desenvolvimento. Ela é composta por três etapas da Educação Básica (Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio). O objetivo é a articulação entre si visando a
construção de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e, inclusive, a formação de
atitudes e valores.

Agora vamos desmembrar o que significa cada termo abordado pela Base Nacional
Comum Curricular, exemplos:

● O que é competência? Significa a mobilização de conhecimentos (conceitos e


procedimentos);

● Habilidades (práticas, cognitivas e sócio emocionais);


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● Atitudes e valores (facilidade para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do


pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho).

Fonte: Conselho Nacional de Educação (2018)

Portanto, definido tudo isto a BNCC reconhece que a “educação deve afirmar valores
e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais
humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza” (BRASIL,
2013), além de alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

1.2.1 Base Nacional Comum Curricular – Etapa Educação Infantil


Pelo que estudamos até agora, já sabemos que o BNCC é um documento que define o
conjunto de aprendizagens fundamentais que os alunos da Educação Básica devem
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desenvolver: “os alunos devem desenvolver dez competências gerais que pretendem
assegurar, como resultado do seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, uma
formação humana integral que visa à construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva” (BRASIL, 2016, p. 25).

Para iniciarmos bem, se prepare que temos uma notícia interessante acerca deste
assunto: Começamos o ano de 2019 com algumas mudanças propostas pela Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Essas
alterações deverão ser implantadas até 2020 e deverão acontecer em todas as escolas do país!
Por isso, no nosso estudo iremos focar a Educação Infantil visto que representa a primeira
etapa da Educação Básica. Está pronto(a) para saber quais as principais diretrizes da BNCC
na Educação Infantil? O que continua com a Base e o que foi proposto como mudança?
Vamos começar a relacionar cada uma delas.

O QUE CONTINUA NA EDUCAÇÃO MUDANÇAS PROPOSTA PARA


INFANTIL EDUCAÇÃO INFANTIL

Os eixos estruturais da Educação Infantil e os Foco nos eixos estruturais, direitos de
documentos relativos ao segmento aprendizagem da criança e campos de
continuam os mesmos. Vale frisar que experiência. Eles já existiam, mas com a
interagir e brincar continua sendo o foco Base eles ganham um enfoque maior na
do trabalho com esses alunos. prática pedagógica e na rotina da escola.

✔ A BNCC não invalidou os documentos e Foram alteradas a divisão por faixa etária e
as leis existentes. Portanto, as diretrizes a nomenclatura. Pré-escola, por exemplo, é
educacionais anteriores à Base continuam para crianças de 4 anos a 5 anos e onze
valendo. meses.

✔ As Competências Gerais da BNCC não


mudam, elas são as mesmas para todos os
segmentos.

FONTE: BNCC

Você quer ver? Que tal uma pausa para aprofundar os conhecimentos? Através do link,
confira livros, artigos e vídeos que mostram as mudanças ocorridas na Educação Infantil,
bem como referências para aplicar no seu dia-a-dia de trabalho
(https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/51/quais-sao-os-autores-que-estao-alinhados-com-a-
bncc-de-educacao-infantil).
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A seguir, vamos explicar os novos focos da BNCC na Educação Infantil. São eles, os
direitos de aprendizagem e os campos de experiências, além da divisão da faixa etária e a
nomenclatura usada para as etapas deste segmento. Vamos lá?

Direitos de aprendizagem: Segundo a BNCC, na Educação Infantil foram


estabelecidas 06 (seis) direitos de aprendizagem os quais devem ser assegurados para que as
crianças tenham condições de aprender e se desenvolver, de acordo com os eixos
estruturantes da Educação Infantil que é a interação e as brincadeiras. Quais são eles?
Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar, Conhecer-se!

Um detalhe importante é que, acredito que já percebeu, todos eles são verbos de ação.
E o que isso significa na Educação Infantil? É a partir destas ações aliadas ao campo de
experiência que as crianças consolidam todos os seus direitos de aprendizagem. Por isso,
vamos detalhar cada um deles para um melhor aprendizado!

● Conviver: Aprender a conviver com outras crianças e adultos, bem como utilizar
diferentes linguagens amplia o conhecimento de si e do outro, o respeito à cultura e às
diferenças entre as pessoas.

● Brincar: Brincar de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes


pessoas amplia o aprendizado. É importante também diversificar o acesso a produções
culturais, conhecimentos, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais,
sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

● Participar: É preciso participar, ativamente, com adultos e outras crianças, do


planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador, como, por
exemplo, a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo
assim, diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se
posicionando.

● Explorar: Tanto na escola como fora dela é necessário explorar movimentos, gestos,
sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos,
histórias, objetos, elementos da natureza, ampliando, assim, seus saberes sobre a
cultura em suas diversas modalidades como as artes, a escrita, a ciência e a
tecnologia.

● Expressar: A criança como sujeito dialógico, criativo e sensível precisa expressar suas
necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
questionamentos por meio de diferentes linguagens.

● Conhecer-se: É necessário a criança conhecer-se e construir sua identidade pessoal,


social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de
pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e
linguagens vivenciadas tanto na instituição escolar como em seu contexto familiar e
comunitário.
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Fonte: BNCC (BRASIL, 2017, p. 23)

Outro destaque é para a faixa etária e nomenclatura. Os objetivos de aprendizagem


são organizados em três grupos, em cada campo de experiências. No entanto, segundo a
BNCC, uma observação importante é não considerá-los de forma rígida, pois cada criança
apresenta diferenças no ritmo de aprendizagem. Isto deve ser levados em conta. Você
concorda?

Acompanhe a alteração da faixa etária e nomenclatura através da imagem abaixo:

Fonte: BNCC (BRASIL, 2017, p. 39).

Campos de experiência: Segundo o BNCC, “os campos de experiências constituem


um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana
das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do
patrimônio cultural. Considerando esses saberes e conhecimentos, a BNCC os estrutura da
seguinte forma:
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● O eu, o outro e o nós: É a partir da interação e do convívio com outras crianças, que
ela começa a construir sua identidade e a descobrir o outro. Quando ela chega na
escola, seu foco é seu próprio mundo (eu). Com o trabalho realizado no ambiente
escolar, ela passa a perceber seus colegas (outro) e logo mais está interagindo no meio
dos outros (nós). Em outras palavras, é na Educação Infantil que a criança amplia sua
autopercepção e a percepção do outro. Ela também aprende a valorizar sua identidade,
a respeitar os outros e a reconhecer as diferenças entre ela e seus colegas.

● Corpo, gestos e movimentos: A criança explora o espaço em que vive e os objetos a


sua volta com o corpo, por meio dos sentidos, gestos e movimentos. A partir do
contato com a música, dança, teatro e brincadeiras, a criança passa a se expressar,
brincar e produzir conhecimentos. Traduzindo em outras palavras, é preciso que a
escola promova atividade lúdicas com interações a fim de que a criança possa
descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo.

● Traços, sons, cores e formas: Conviver com diferentes manifestações artísticas,


culturais e científicas no espaço escolar possibilita a vivência de várias formas de
expressão e linguagens. Qual a consequência disso? A criança desenvolve o seu senso
estético e crítico, bem como autonomia para criar suas produções artísticas e culturais,
criatividade e sua própria maneira de se expressar.

● Escuta, fala, pensamento e imaginação: A criança precisa ter contato com


experiências que possam desenvolver sua escuta, fala, imaginação. É preciso também
iniciar a cultura escrita a partir de suas curiosidades. Quais as consequências? A partir
do momento que uma criança começa a escutar histórias, participar de conversas, ter
contato com livros, elas passam a desenvolver sua oralidade e a compreensão da
escrita como uma forma de comunicação.

● Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações: A criança em idade de


frequentar a Educação Infantil vive em um mundo de descobertas e curiosidades com
espaços e tempos de diferentes dimensões, bem como sua relação com o mundo
sociocultural. Por isso, a BNCC entende que é preciso que as escolas criem
oportunidades, promovam experiências a fim de que crianças ampliem seu
conhecimento de mundo e os utilize em seu cotidiano.

Fonte: BNCC (BRASIL, 2017, p. 23).

Segue um resumo básico sobre a Base Nacional Comum Curricular numa visão
sistêmica. Acompanhe e faça suas considerações sobre as informações apresentadas.
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Fonte: BNCC

1.3 A criança nas diferentes infâncias


Para avançar um pouco mais nos nossos estudos, é preciso dar uma paradinha para
estudar e entender o que é ser criança “Sujeito histórico e de direitos que, nas interações,
relações e práticas cotidianas que vivência, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói
sentimentos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.” (BRASIL, 2010, p. 14).

Pois bem, acredito que você já se deparou com centenas de pessoas que consideram a
criança como um adulto em miniatura. Será que isto faz sentido? Claro que não. Vamos
provar? Tente ensinar Trigonometria a uma criança de 4 anos. Será que ela terá capacidade
para entender? Não. Isto porque ela ainda não é capaz de compreender conceitos abstratos
porque ainda está em fase de desenvolvimento.

Avançando um pouco mais, é preciso conhecer a criança em suas diversas fases do


desenvolvimento. Mas o que significa esse tal de desenvolvimento? Isso quer dizer que uma
criança vai passando por fases que melhoram suas funções, habilidades até atingir a fase da
adolescência, posteriormente a fase adulta...Vale ressaltar que neste desenvolvimento não é
só suas estruturas internas cerebrais que amadurecem, mas também o social tem um papel
importante nessa construção de habilidades.

Uma dúvida que muitos apresentam: Será que Desenvolvimento é a mesma coisa que
crescimento? Essas duas palavras embora imaginarmos ter o mesmo sentido, elas apresentam
diferenças, vejamos: Crescimento está relacionado ao tamanho e à fisiologia do corpo físico,
abrangendo, assim, o comprimento, altura da criança, peso e o tamanho de seus órgãos
internos. Já o desenvolvimento está mais relacionado ao aprendizado, ou seja, corresponde a
comportamentos tipo se a criança aprendeu a andar, falar, se consegue carregar objetos,
enfim... são situações que os pais e especialista da área observam para saber se uma criança
está se desenvolvendo bem...

Está gostando da leitura? Vamos caminhar um pouco mais abordando pontos


importantes sobre desenvolvimento infantil. Acompanhe: O desenvolvimento infantil é um
processo que toda criança passa que vai desde o nascimento até os 6 anos de idade. Como
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falamos anteriormente, ele está relacionado ao desenvolvimento de habilidades específicas


que garantem a autossuficiência de uma criança.

Esse processo é caracterizado por marcos nos quais certos comportamentos são
esperados das crianças a partir de uma certa idade. Qual é o pai que não fica ansioso para
ouvir a primeira palavra ou vê os primeiros passos do bebê, não é mesmo? Pois bem, esses
são exemplos claro de como se dá o desenvolvimento da criança. São os pequenos
aprendizados do cotidiano que proporcionam o desenvolvimento saudável para a criança.

Agora, vamos conhecer os tipos de desenvolvimento? O desenvolvimento das


crianças não se restringe ao desenvolvimento das habilidades motoras, mas ocorre em várias
esferas ao mesmo tempo. Muitas vezes, é necessário uma integração entre todos os tipos de
desenvolvimento que a criança passa. Quais são eles? Vamos conhecer:

● Desenvolvimento físico: Ele está relacionado à melhora das habilidades físicas, do


corpo da criança como, por exemplo, a capacidade de engatinhar, manter-se em pé,
andar, correr, pular e até mesmo fazer atividades mais precisas como desenhar e
escrever. Simples, não é mesmo?

● Desenvolvimento cognitivo: O que é isto? É a habilidade que garante a capacidade


do cérebro em processar informações e obter conhecimentos sobre o mundo. Sendo
assim, ele engloba processos como pensamento, raciocínio, memória, linguagem,
atenção, resolução de problemas, entre outros.

Vamos pensar numa situação prática: Você consegue recordar de situações que
aconteceram com você quando tinha 2 anos de idade? Quase nenhum de nós consegue porque
até então o cérebro ainda não é capaz de armazenar memórias. Com o passar do tempo, a
maturação desse órgão possibilita que a memória de longo prazo se estabeleça e, aos poucos,
a cognição comece a se desenvolver por completo. Tudo isso demora um tempo e é
importante para que a criança aprenda a viver no mundo. Por meio da aprendizagem
contínua, a criança se adapta à realidade ao seu redor, aprendendo assim, a resolver os
problemas que encontra durante a vida.

● Desenvolvimento social: É o aprendizado da linguagem que se inicia com o


desenvolvimento social. A partir daí, a criança é capaz de trocar informações com
outras crianças e adultos, possibilitando, assim, o aprendizado de normas sociais,
cultura, tradições, entre outros.

● Desenvolvimento afetivo: Ele está relacionado às emoções. O desenvolvimento


afetivo está presente desde os primeiros anos de vida da criança. Quem acha que bebê
não sente amor está muito enganado. Diversas abordagens da psicologia mostram
como o amor e o carinho são importantes para que a criança cresça saudável logo nos
primeiros meses de vida.

VOCÊ QUER LER? VOCÊ QUER VER? Acesse essa página e aprofunde mais seu
conhecimento acerca do desenvolvimento da criança
(https://www.significados.com.br/desenvolvimento-infantil).
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Em síntese, a base para um bom desenvolvimento infantil é o vínculo afetivo com os


pais, os familiares e demais cuidadores. Bem sabemos que, quando há um ambiente
acolhedor, a criança tem a oportunidade de crescer saudável, desenvolvendo, assim, suas
habilidades. E por falar em espaços, vamos entrar num assunto bem interessante neste seu
curso. No próximo tópico, iremos falar sobre os espaços institucionais que são oferecidos
atividades de educação infantil. Vamos em frente? Dê uma pausa para tomar uma água, um
suco e vamos retornar aos estudos.

1.3.1 Espaços Instituições X Práticas Pedagógicas na Educação Infantil


Atualmente, a Educação Infantil está dividida em Creches para o atendimento a
crianças de 0 a 03 anos e pré-escola para o público infantil de 04 a 05 anos. Para
compreender melhor esse tema, vamos fazer uma volta ao tempo para entender fatos
históricos que cercam o mundo da criança. Está preparado(a)?

Por muito tempo, criança era um ser esquecido, sem muita importância nas políticas
públicas. Os espaços institucionais possuíam o caráter assistencialista, visando apenas o
cuidado. E os profissionais? Eles não tinham o objetivo entender a formação das crianças,
pois elas eram vistas como “pequenos adultos”.

Com a luta da sociedade civil, surgem leis que favorecem a criança. Um exemplo
prático foi a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil (1988) onde as
creches e pré-escolas começaram a fazer parte da educação. A partir deste momento, é dever
do Estado garantir a toda criança o direito a frequentar creches e pré-escolas de forma
gratuita. Leite Filho (2001, p. 31).

Após garantir este importante passo sobre o ensino com gratuidade, em 1990 temos
outro marco importante. Estamos nos referindo a aprovação do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). Isto fortalece ainda mais o direito da criança no campo dos direitos
humanos! A criança que antes não tinha muitos privilégios, passa a ser reconhecida como
sujeito de direitos.

Outro passo mais avante é a Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB). Nela fica estabelecido que seja garantido o desenvolvimento integral da
criança de 0 a 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social e,
inclusive a Educação Infantil passa a ser definida como a primeira etapa da Educação Básica.
Conheça a seguir o seu conceito conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil.

“[…] constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e


cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade”. Em contrapartida, ainda de acordo com as
DCNEI (2010, p. 25) apontam que o Brincar é um dos eixos norteadores das Práticas
Pedagógicas da Educação Infantil. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil – DCNEI (2010, p. 12)
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Interessante tudo isto, não é mesmo? Vamos pensar...foi preciso tantas lutas para que
a criança passasse a ser vista como um sujeito social, histórico, de direitos e que faz parte de
uma sociedade. Esse ser em desenvolvimento (a criança) passou a ter voz, ser protagonista de
sua vida. Será que hoje esses direitos acontecem naturalmente ou é preciso ainda lutar para
conquistá-los? Reflita e escreva um pequeno comentário em seu material de estudo.

Uma curiosidade para refletirmos juntos! Nas instituições de caráter educativo, como
é a prática do Cuidar, Educar e Brincar? O que se percebe é que mesmo diante de tantos
avanços, ainda há um distanciamento entre teoria e prática. Como assim? Vamos elencar uma
série de situações que ocorrem no cotidiano das organizações educativas:

● Muitas instituições ainda priorizam apenas o Cuidar.

● Outras organizações utilizam os momentos lúdicos apenas como distração;

● Falta de atenção às brincadeiras, não sendo programadas e estruturadas;

● Em muitos espaços, os professores desconsideram as especificidades de cada criança


e, por meio do Educar, elaboram metodologias que buscam, precocemente, preparar a
criança para o Ensino Fundamental, deixando de lado o tempo do Brincar.

Você quer ler? Faça suas considerações! Aproveite e acesse as páginas


(https://humanas.blog.scielo.org/blog/2019/01/23/educar-cuidar-e-brincar-uma-unica-acao-
na-educacao-infantil/) e (https://pedagogiaaopedaletra.com/cuidar-e-educar-na-educacao-
infantil) para acrescentar conhecimento acerca deste assunto.

Vamos reservar este espaço para construirmos pontos relevantes sobre a importância
do Cuidar, Educar e Brincar na Educação Infantil. Bem sabemos que eles são elementos que
precisam caminhar juntos para atingir resultados satisfatórios na Educação Infantil. O que
dizem os autores sobre estes termos e reflexões acerca deles. Vamos ver!
“[…] o Brincar é necessário ao ser humano, por meio do lúdico o indivíduo pode
desenvolver-se socialmente e culturalmente, construindo novos conhecimentos
RCNEI (1998, v. 01).

“Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e


da autonomia”. RCNEI, (1998, v. 02, p. 22)

Brincar é uma linguagem que a criança utiliza para promover a interação entre os
demais, e que através do Brincar há o desenvolvimento de habilidades, autonomia e
criatividade por envolver o direito de comunicar-se, conviver e aprender. Crislaine
Salomão (2013).
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O cuidar, “[…] é sobretudo dar atenção a ela (criança) como pessoa que está num
contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua singularidade,
identificando e respondendo às suas necessidades”. RCNEI (1998, v. 01, p. 25)

O Brincar é uma atividade necessária na educação infantil visto que favorece a


autoestima, a criança se expressa, vivencia emoções, possibilitando assim, a troca de
conhecimentos, interiorizando o mundo que a cerca e contribuindo para formação de sua
identidade. E sobre o tripé Cuidar, Educar e Brincar?

Não resta dúvida sobre a contribuição dos verbos Cuidar, Educar e Brincar na vida de
uma criança, pois esta aliança favorece, significativamente, no processo de desenvolvimento
pleno da criança, além de proporcionar momentos mais proveitosos às crianças. Vale frisar
que embora não pareça, mas o tempo do cuidado também se constitui aprendizagem. Como
assim? Cabe ao professor explorar o lúdico, fazendo assim, de um simples momento algo
prazeroso e de contentamento, o que consecutivamente contribui para o desenvolvimento da
criança. Você concorda ou discorda desta afirmativa?

Vamos relacionar outras contribuições do Cuidar, Educar e Brincar sobre a forma de


revisão? Vamos iniciar!

● A criança constrói o seu próprio conhecimento através das brincadeiras e interação;

● Desenvolvimento das potencialidades e capacidades da criança;

● Oportunidade das crianças vivenciar experiências com suas diversas linguagens;

● Formação de cidadãos conscientes de deveres e direitos;

● Contribuição para sua autonomia e autoestima;

● Expressão dos afetos, mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação


das emoções.

Levando em consideração tudo que foi exposto, podemos afirmar que é preciso
repensar alguns conceitos. Os espaços escolares, por exemplo, necessitam se apropriar do seu
papel social e reconhecer, compreender e perceber as reais necessidades da criança de 0 a 5
anos de idade. Para isto é imprescindível desenvolver práticas focadas no
desenvolvimento pleno da criança.

Caro aluno (a), saiba que os eixos estruturantes das práticas pedagógicas estimulam a
construção de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com os
adultos, possibilitando, assim, o enriquecimento do aprendizado, o desenvolvimento e a
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socialização. Aproveite e analise a imagem abaixo para se inspirar nas suas reflexões.

1.4 – Cuidar e Educar: Papel do Professor

Antes de refletir sobre o papel do professor no trabalho cotidiano da Educação


Infantil, cabe recapitular alguns conceitos importantes para este módulo. Como já sabemos,
Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, logo, ela representa o início e o
fundamento do processo educacional. Outro ponto importante é que, na maioria das vezes, a
entrada da criança na creche ou na pré-escola significa a primeira separação dela com os seus
vínculos afetivos familiares para se incorporar em uma situação de socialização estruturada.
Acompanhe outras definições relevantes:

A criança como sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina,
fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos
sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009).
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Já que revisamos os conceitos importantes sobre o que é ser criança e as atribuições


do trabalho na educação infantil, partimos para os estudos focados no Educar e Cuidar da
criança nas instituições de ensino. Nessas últimas décadas, este tema vem se consolidando e
já se entende o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Na prática, creches e
pré-escolas precisam desenvolver um papel importante de acolher as vivências e os
conhecimentos construídos pelas crianças tanto no ambiente familiar quanto no contexto de
sua comunidade e articulá-los em suas propostas pedagógicas. Quais os objetivos dessas
ações? No que resulta toda essa articulação? Vamos pensar juntos:

● As instituições de educação infantil passam a ampliar o universo de experiências da


criança;

● Transformam conhecimentos e habilidades dessas crianças em vivências solidificadas;

● Permitem a consolidação de novos aprendizados;

● Ela estará atuando de maneira complementar à educação familiar;

● As atividades geram impactos na socialização, na autonomia e na comunicação da


criança.

Avançando um pouco mais, vamos agora refletir sobre conceitos e diferenças entre os
termos Cuidar e Educar. Vamos acompanhar as definições na visão dos autores e através de
uma imagem:

O Cuidar envolve questões afetivas, biológicas, como alimentação e cuidados com a


saúde e higiene da criança e que não há como ter educação se não há cuidado, ou seja,
o Cuidar é parte integrante da educação. RCNEI (1998).

O cuidado tem como foco o outro, e o adulto deve ser receptível e sensível,
percebendo e suprindo as necessidades da criança, tais atitudes exigem proximidade,
tempo e entrega. Sonia Kramer (2005).

A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se desenvolver


como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades”.
RCNEI (1998)

Com base nas definições acima, amadurecemos um pouco mais as ideias sobre o que
vem a ser Cuidar na educação infantil. Reforçamos aqui o conceito de que o Cuidar não se
restringe a apenas os cuidados básicos com a criança, mas vai muito além, envolve
comprometimento, dedicação de tempo e proximidade do professor. O profissional da
educação (o professor), por sua vez, precisa estar atento para perceber o outro (a criança)
como um sujeito ativo e capaz, que precisa ser ouvido e respeitado, e, principalmente, é um
ser que necessita desenvolver-se de forma plena e autônoma.

Outra observação importante sobre a definição é que o Cuidar necessita construir


vínculos afetivos entre quem cuida (professor) e de quem é cuidado (criança). Neste
processo, envolve-se habilidades para o observar as especificidades, individualidade, ideias e
emoções de cada criança e ajudá-la em todos os seus aspectos. Para enriquecer nosso
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aprendizado, trazemos aqui um conceito da autora Jaqueline Cunha que vem com um olhar
de que o cuidar se constitui uma ação social. Você concorda? Leia abaixo:

É uma ação cidadã, da qual os professores necessitam estar atento e ter consciência
dos direitos das crianças, que é um ser ativo em todo o processo, devendo contribuir
eficientemente para que haja crescimento e desenvolvimento da criança,
considerando as necessidades da mesma, o que tornará o educador
mais humano. Jaqueline Cunha (2010).

Você sabia? Contemplar o cuidar na esfera da instituição escolar significa compreendê-lo


como parte integrante da educação. Embora, ainda, possa exigir conhecimentos, habilidades e
instrumentos que extrapolam a dimensão pedagógica. Ou seja, cuidar de uma criança em um
contexto educativo demanda a integração de vários campos de conhecimento e a cooperação
de profissionais de diferentes áreas.

Figura 1 - Cuidar. Fonte: Pixabay.

Sobre o Educar na Educação Infantil, o que vem a ser? É um processo dinâmico que
possibilita o desenvolvimento de habilidades e a potencialização de saberes a partir de um
conjunto de ferramentas sócias afetivas e pedagógicas, num contexto de segurança e respeito
que promovam o pleno desenvolvimento da criança. Esta ação está fortemente ligado às
instituições escolares. Mas, será que as responsabilidades é apenas delas? Quem mais faz
parte deste processo? Vamos refletir...

Para início de história, não devemos considerar a escola com o papel apenas de
“transferir conhecimentos”. É algo mais que isto, pois envolve experiências e situações
significativas de aprendizagens que colaboram com o desenvolvimento do protagonismo da
criança. A partir daí, ela constrói o seu próprio conhecimento, desenvolve suas capacidades,
conquista sua autonomia e independência. O que isto quer dizer? Esta relação ultrapassa a
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educação formal, necessitando, portanto, de outros autores no processo. Quem mais seria? O
professor? A família? Sim, são peças chave no processo.

No processo do Educar o papel do professor é de extrema importância. Ele deve


instigar a criança para que ela tenha “vontade” de aprender, precisa despertar o interesse dela
para que seja gerado o desenvolvimento de habilidades sócio afetivas, cognitivas e
psicomotoras, respeitar as limitações de cada criança e, sobretudo, esteja atento, seja
comprometido e solidário com os pequenos para perceber suas reais necessidades. Será que
existe mais alguém que se encaixa neste processo? Sim, vamos conhecer a outra figura!

O papel do Educar deverá ser compartilhado entre a instituição de Educação Infantil e


a família. Estamos nos referindo as parcerias, o elo entre escola, professor e família a fim de
que o trabalho possa ser potencializado, gere aprendizado e desenvolvimento para a criança.
Neste contexto, é necessário que a organização escolar dialogue com os pais a fim de
conhecer as riquezas e diversidades culturais das famílias e da comunidade.

Que tal colocar em prática os conhecimentos adquiridos até agora? O que você
entendeu acerca deste trecho mencionando pela autora Adriana Lima (2002)? “Não existe
nada que a criança precise saber que não possa ser ensinado brincando.”

Vamos agora fazer uma análise entre o Cuidar e o Educar. Diante de tudo que
aprendeu até agora, responda: Será que o Cuidar e o Educar na educação infantil “andam”
juntos ou essa prática pode ser realizada de forma isolada? Tire suas conclusões com o
conceito dos autores Ana Ramos &Alberto Alegre:

O Cuidar e Educar somente serão visto de modo integrado quando: “culturalmente


for assimilado que a criança não é um ser que deva ser preparado para ser adulto, mas
um ser que deve e pode vivenciar a sua infância com as suas peculiaridades de
criança […]”.Ana Ramos &Alberto Alegre (2003).

Se você respondeu que Educar e Cuidar caminham juntos você entendeu direitinho os
assuntos aqui apresentados. Bem sabemos que esses elementos precisam ser revistos nas
instituições de educação infantil haja vista a importância deles no contexto educacional. Mas
em que isto implica? No aprimoramento das práticas pedagógicas junto aos professores para
que eles tenham a visão de uma Educação Infantil como um ambiente que se deve Cuidar e
Educar de forma conjunta, de forma integrada. Em outras palavras, isto quer dizer que é
necessário interagir com todos os autores (instituição escolar, professor, família, criança).
Outra questão importante é definir o papel de cada um. Sem isso de nada adianta. Cada um
vai achar que o outro é sempre o responsável por tudo. Pense nisso!

Outro destaque para este tema é que Cuidar e educar representa uma ação pedagógica
de consciência, pois estabelece uma visão integrada do desenvolvimento da criança com base
em concepções. Como assim? É preciso respeitar a diversidade, o momento e a realidade,
peculiares à infância. Cabe ao professor estar atento para não transformar as ações
pedagógicas em rotinas mecanizadas. É preciso inovar, construir novos saberes, proporcionar
momentos que faça a criança crescer, refletir e tomar decisões direcionadas ao aprendizado.
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VAMOS PRATICAR: Analise a imagem abaixo e revise seu aprendizado respondendo às


perguntas. Tenha um excelente estudo!

VOCÊ QUER LER? Acesse a este conteúdo rico em informações através do link
(https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/um-novo-olhar-para-o-cuidar-e-educar-
da-educacao-infantil/30061) para complementar o aprendizado sobre Um novo olhar para o cuidar e
educar da educação infantil.

Síntese
Chegamos ao final da Unidade I. Espero que você tenha gostado da aula que muito
contribuirá para sua vida profissional. Neste módulo, você teve a oportunidade de entender o
que é uma política pública que foi uma “ponte” para compreender os conceitos das Políticas
Educacionais para a Educação Básica nas esferas públicas e privadas, nos âmbitos federal,
estadual e municipal.

Posteriormente, conceituamos o que vem a ser a Base Nacional Comum Curricular na


Etapa Educação Infantil trazendo elementos importantes no campo da aprendizagem e das
experiências, bem como as mudanças que deverão ser implementadas até 2020 na educação
Infantil. Aqui foram expostos vários conceitos e abordagens simples e práticas.

Você também teve acesso a conceitos diversos que definiram o que é ser criança, suas
fases do desenvolvimento, seu histórico ao longo do tempo e suas conquistas a partir de leis
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que protegeram seus direitos. Por fim, conheceu o papel do professor, instituição escolar e
das famílias como parceiros no contexto do Educar x Cuidar na educação infantil.
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Bibliografia
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 4/2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base.


Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>.
Acesso em: 07 abr. 2017.

____. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de


1996, Brasília.

MEDEIROS, Elita. A Educação Infantil na nova versão da Base Nacional Curricular


Comum. Plataforma Cultural, 2017. Disponível em:
<http://plataformacultural.com.br/educacao-infantil-nova-versao-bncc/>.

_______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares


nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC, 2010.

https://novaescola.org.br/conteudo/12222/veja-o-que-mudou-ou-nao-na-idade-minima-para-
ingresso-na-educacao-infantil-e-fundamental

OLIVEIRA, Z. de M. R. Educação infantil: muitos olhares. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.

PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012. 156p.

21/05/2019 18:12

SIGNORETTE, A. E. R. S. et al. Educação e cuidado: dimensões afetiva e biológica


constituem o binômio de atendimento. Revista do Professor. Porto Alegre, n. 72, p. 5-8,
out./dez. 2002.

Referências imagéticas:

Figura 1 - PIXABAY. Cuidar. Disponível em:


<https://pixabay.com/pt/photos/irm%C3%A3os-meninos-crian%C3%A7as-beb%C3%AA-
457234/>. Acesso em: 30 jul. 2019.

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