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CASO CLÍNICO

1. Breve histórico do paciente


Identificação: P.A.B, sexo masculino, 70 anos, aposentado, casado, brasileiro, natural e
residente em Perdões-MG. Admitido no Hospital Santa Casa de Lavras no dia 13/09/2019
transferido da URPA.
História da Doença Atual: paciente com o diagnóstico de cirrose hepática evoluindo
com encefalopatia hepática grau II recorrente com confusão mental e agressividade.
História Patológica Pregressa: paciente com histórico de Hipertensão (HAS) há 20
anos, Diabetes Melitus Tipo 2 (DM2) há mais de 10 anos, Hipertrigliceridemia, Doença
Renal Crônica não dialítica (DRC), Hipotireoidismo, Hiperplasia prostática Benigna
(HPB), Cirrose Hepática desde 2017 (origem alcoólica) não classificado para transplante
devido todas suas complicações.
2. Descrever sobre o agravo
Trata-se de uma doença hepática avançada caracterizada por fibrose extensa capaz de
alterar a arquitetura hepática normal. Nesses casos, as células de Kupfer sofrem uma série
de injúrias em decorrência de uma série de toxinas e passam a secretar uma série de
citocinas inflamatórias. Essas citocinas agem nas células de Ito, responsáveis pela
produção de Vit. K, que sob estímulo das citocinas passam a sintetizar colágeno. Ocorre
a capilarização dos sinusóides, o que acaba afetando as trocas gasosas entre o sangue e os
hepatócitos. Além disso, as células estreladas tornam-se miofibroblastos, se contraindo e
diminuindo o diâmetro dos sinusóides. Isso é capaz de causar uma desestruturação do
parênquima hepático, gerando feixes de fibrose além de nódulos de regeneração, pois
como haverá danos aos capilares hepáticos, o sangue não consegue chegar
adequadamente aos hepatócitos e acabarão morrendo e depois se regenerando de uma
forma totalmente anárquica. A cirrose hepática alcoólica geralmente é irreversível,
principalmente em estágios mais avançados, porém quando detectada e tratada desde
cedo, pode ser que haja regressão da fibrose
SINAIS E SINTOMAS:
Antropometria: PA 67Kg; PH 91kg; %PP 26,15 kg em 3 meses; A 1,90m; CB 20cm;
CP 28cm
Exame Físico: hipocorado, hidratado, anictérico, cianótico, afebril, eupneico, asterix e
confuso. TGI: constipação.
Exames Bioquímicos: Lactato 29,7 (Ref.: 5,7-22,0 mg/dL); Glicose 148 (Ref.:
<99mg/dL); Creatinina 1,4 (Ref.: 0,7 a 1,3 mg/dL); Ureia 114 (Ref.: 10 a 45 mg/dl);;
TGO 145 (Ref: até 37 U/L); TGP 187 ( até 56 u/l); Albumina 3,5 (Ref.: 3,5 a 5 g/l);
HbGlicada 10 (Rref.: <7%).
TRATAMENTO:
Suspender o consumo de álcool, tratar infecções virais (hepatite B e C), regular o peso,
controlar a alimentação, uso de medicamentos quando indicado. Dentre os medicamentos
prescritos para o controle da doença, temos: Hepa MERZ e Lactulona.
3. Cuidados de enfermagem:
Como amenizar a situação:
1. Avaliar e anotar características da pele;
2. Avaliar estado mental;
3. Preparar material para intubação orotraqueal;
4. Manter leito à 45°;
5. Administrar medicamentos prescritos;
6. Restringir paciente ao leito em caso de agitação e confusão mental;
7. Realizar a passagem de SNG e medir e anotar características do volume drenado;
8. Realizar passagem de SVD e monitorar fluxo urinário;
9. Preparar material para passagem de cateter venoso central;
10. Ficar atento para sinais de edema cerebral;
11. Medir circunferência abdominal pelo menos 1X/dia;
12. Manter jejum VO absoluto;
13. Avaliar coagulograma diariamente;
14. Evitar higiene oral com escovação dentária se paciente apresentar plaquetopenia;
15. Evitar múltiplas punções venosas periféricas;
16. Monitorar criteriosamente os níveis de glicemia capilar;
17. Ficar atento a sinais de acidose metabólica;
18. Suspender anticoagulates em caso de alteração significativa no coagulograma.

4. Orientações:
Cuidados na alimentação são de extrema importância.
Pequenas refeições devem ser uniformemente distribuídas ao longo do dia e um lanche
ao final do dia, de noite, de carboidratos complexos é ideal, ajudando a minimizar a
utilização da proteína.

A hiponatremia pode piorar a encefalopatia devendo sempre ser corrigida lentamente.


(hiponatremia : desequilíbrio da concentração de sódio, correspondendo a taxas menores
que 155 milimoles por litro).

5. Referências:
https://enfermeiros-intensivistas.webnode.pt/products/cuidados-intensivos-de-
enfermagem-ao-paciente-portador-de-icc/
https://hepato.com/2013/08/19/dieta-para-pacientes-com-cirrose-e-encefalopatia/

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