Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumos
1
Escola De Chicago:
Entre 1890 e 1935: período em que se afirmou.
• A cidade tornou-se num laboratório de pesquisa social e como um centro
industrial
• Com a revolução industrial, Chicago cresceu física e socialmente acompanhada
pela transformação da estrutura da cidade.
• Trouxe dinamismo á cidade, mas esta acabou por ter problemas sociais e urbanos.
• Pretendia captar alunos a produzir conhecimentos próprios: vontade de renovação.
• Procura pela interpretação da realidade social do país. (industrialização e
urbanização aceleradas)
• Primeira no mundo a oferecer cursos superiores de sociologia.
• Sociedade vista como organismo formado por um conjunto de órgãos: Ecologia
Humana.
• Valoriza a Ação.
2
Do ponto de vista teórico: os sociólogos de Chicago entendiam os símbolos e as
personalidades como emergentes da interação social
Do ponto de vista metodológico: todos se baseavam no estudo de caso, quer se
tratasse de um indivíduo, de um grupo, de um bairro, ou de uma comunidade.
Baseavam-se nos dados recolhidos em primeira mão para as suas investigações.
Tornou se por si só um meio onde se pode investigar e saber acerca de muita coisa.
Obra principal: O Camponês Polaco (obra mais central da Escola De Chicago): aplica
o método comparativo ao estudo das nacionalidades.
Tentou mostrar que o ajuste era explicável pela perceção e avaliação pessoal (definição
da situação) e pelas diferenças socialmente derivadas da personalidade.
Definição da situação- tentou mostrar que o ajuste era explicável pela perceção e
avaliação pessoal. Qualquer ação que tenhamos em sociedade é precedida por uma
definição por parte de cada individuo envolvido, a partir da qual será escolhida uma linha
de ação a ser seguida, entre as possibilidades disponíveis. Afirma que antes de agirmos
em determinado contexto, vamos avaliar a situação e adaptarmo-nos ao contexto
3
Metodologia que distinguiu o seu trabalho: ter dado valor a documentos como
cartas, dados de jornais, serões religiosos, registos de propriedades agrícolas, panfletos
religiosos e políticos
Thomas numa visita à Polónia juntou 8000 documentos e informações diversas que
obteve juntos dos imigrantes.
Louis Wirth
• Wirth foi influente em diferentes áreas, tais como: relações raciais, ecologia
humana, sociologia como disciplina científica e sociologia do conhecimento, a
cidade e modo de vida urbano, estudos sobre culturas urbanas e, ainda,
planeamento social e urbano.
Ghetto
• A obra trata de uma história do gueto judaico na Europa e nos EUA. Por um lado,
ataca a ideia de um determinismo cultural baseado na ideia racial. Por outro,
defende um pluralismo de grupos culturais socialmente determinados,
considerando o gueto como um microcosmo da cidade.
• Nesses guetos, os judeus de uma variedade de lugares desenvolveram um largo
espectro de grupos internacionais e de tipos de personalidades e partilharam
experiências entre eles mesmos e com outsiders, processos que tiveram
continuidade mesmo depois do aparecimento dos guetos compulsórios, cercados
por muralhas e sinalizados
• O gueto possibilitava uma acomodação humanamente diversa e vicinal, um
símbolo de pobreza e de humilhação para os outros, e uma fonte de divisibilidade
que minava a coerência da comunidade judaica.
Wirth sustentava uma justificação positiva do gueto. Ali, grupos culturais socialmente
determinados constroem uma comunidade pluralista e, através da interação com o outro
e o outsider, adquirem novas experiências e a resiliência para elaborar estratégias flexíveis
para a sobrevivência. Incluindo uma estratégia da integração pluralista.
4
Com o crescimento da importância económica dos judeus e com as Cruzadas, o gueto foi
legalmente formalizado. E a segregação que antes era voluntária, tornou-se compulsória.
Wirth chama a atenção para o facto de que o gueto formalizado representou a cristalização
de uma situação anterior, marcada por distâncias físicas e sociais entre judeus e cristãos.
(sociologicamente foi o momento histórico de institucionalização do gueto).
.
Guetto De Chicago
• Distrito mais povoado de Chicago e caracterizava-se por ser um misto de residências,
estabelecimentos comerciais e pequenas indústrias.
• Deterioração da área e constantes invasões: levam a que as gerações a quererem deixar o
ghetto. Posto isto, começa um processo de desorganização devido à saída dos filhos dos
imigrantes judeus, que mais tarde levariam os pais para outras partes da cidade.
Segundo Wirth, que estudou bastante acerca desta desintegração, o principal motivo para a saída
dos judeus do gueto eram os próprios judeus que permaneciam nele. Ao sair do gueto, muitos
esperavam adquirir status ou, pelo menos, fazer com que o seu status de imigrante fosse
esquecido. Assim, à medida que esses judeus assimilavam a cultura norte-americana,
deslocavam-se do centro da cidade em direção à periferia
5
Guetto na Cidade Moderna
A partir do estudo empírico do gueto de Chicago, Wirth refere que o gueto moderno
possuía novos significados que se somam àqueles seis identificados para o gueto
medieval:
[1] demonstrar o processo em curso de distribuição e agrupamento da população em
comunidades urbanas. Isto é, a espacialização das forças da ecologia humana;
[2] ilustrar originalmente a) a maneira como um grupo cultural deu expressão à sua velha
herança quando transplantada para um cenário estrangeiro;
b) a constante distribuição e redistribuição dos seus membros no espaço social e
geográfico;
c) as forças através das quais a comunidade mantém a sua integridade e continuidade;
[3] demonstrar os meios pelos quais uma comunidade cultural gradualmente se
transforma para se misturar com a comunidade mais ampla.
6
Ernest Burgess
• Para este, a cidade é formada por várias zonas concêntricas
• A competição por terra e recursos levou à diferenciação espacial do espaço urbano em
zonas com área mais desejáveis em que havia rendas mais elevadas.
Analisou as taxas de crime nas cidades (problema de incidência criminal e não de instinto
criminoso) - conclui que o facto da pessoa ter crescido num determinado meio, acaba por
influenciar o estilo de vida que segue.
Estruturo-Funcionalismo
Estruturalismo considera que não há nenhum facto humano ou social, que não implique uma
estrutura.
7
Origens
As origens do estruturo-funcionalismo encontram as suas principais influências:
▪ nas teorias positivistas de ordem e progresso;
▪ no funcionalismo organista antropológico de Malinowski;
▪ no estruturalismo de Levi-Strauss;
▪ na teoria de ação social de Max Weber; no elitismo italiano representado por Pareto;
▪ principais postulados de Saint Simon, Augusto Comte e Emile Durkheim..
CONCEÇÃO FUNCIONALISTA
• Considera a sociedade um todo orgânico, que tem uma articulação interna. A sua finalidade é a
reprodução através do funcionamento dos seus vários componentes. Isto pressupõe que os
indivíduos sejam integrados no sistema de valores da sociedade, que partilhem os mesmos
objetivos, valores, regras e se comportem de acordo com elas.
• Abordagem que enfatiza mais o CONSENSO do que o conflito
Robert Merton:
Funcionalismo Relativo (multifuncionalidade das estruturas-um só elemento pode
desempenhar muitas funções e uma só função pode ser exercida por vários elementos, podendo
ser possível a mudança social até porque existem equivalentes funcionais)
8
Crime
• Decorre da pressão da estrutura cultural e das contradições e ineficiências da estrutura
social.
A anomia, para Merton, é o desajuste entre os valores a serem conquistados e os meios legais
que o sistema, ou estrutura social, viabiliza. Este desajuste leva ao surgimento de condutas que
vão desde a indiferença perante as metas culturais até a tentativa de atingi-las por meios
diversos daqueles socialmente prescritos.
A anomia convoca a uma reflexão acerca dos valores sociais que predominam, bem como dos
meios que ela oferece. Portanto, convoca a uma reflexão moral e sociológica.
Funções e Motivos
A não distinção entre função e motivos é uma das principais fontes de confusão para os
estudantes do funcionalismo.
▪ Funções são consequências observadas que causam ajuste dentro de um sistema social
(leva cada instituição a ter uma sociedade)
▪ Motivo é a orientação subjetiva do agente envolvido no comportamento (nossas
vontades).
Os dois são muitas vezes (embora nem sempre) muito diferentes.
Existem Funções manifestas (mesmo necessárias) e Funções Latentes (acontecem por estar
associadas a outras e não são pretendidas, mas acontecem na mesma).
Merton passou a sugerir que é através do foco em funções latentes que os sociólogos podem
fazer suas contribuições distintas para a compreensão das sociedades humanas. A exploração de
funções latentes pode apontar a análise para questões teoricamente importantes, podendo
avançar nosso conhecimento de sistemas socioculturais.
9
Comportamento Desviante: formas ou alternativas de agir que não vão de acordo com o que a
sociedade acha que se deve seguir em conformidade. Surge da sociedade.
• Das várias contribuições ao pensamento social de Merton, talvez a mais conhecida
tenha sido suas considerações sobre a natureza do comportamento desviante.
• Mais do que afirmar que os depravados são produtos tristes da sociedade que os gerou,
o autor está interessado em especificar o processo pelo qual a ação desviante é gerada
dentro de uma estrutura social.
Na sua abordagem para este problema, Merton refere a estrutura social e duas condições
elementares que sustentam qualquer sociedade
Merton afirma que nessas circunstâncias sociais em que os objetivos sociais são altamente
valorizados e os meios para a obtenção dos objetivos não são tão valorizados, a probabilidade de
inovação aumenta.
O comportamento criminoso é provável em uma sociedade que coloca grande ênfase no sucesso
e na riqueza e não enfatiza o valor dos meios legítimos para a obtenção desses objetivos.
Talcott Parsons
Autor considera a sociedade como um TODO, destacando as FUNÇÕES principais que devem
ser realizadas pelos indivíduos, grupos ou instituições, para que a sociedade se configure e
perdure.
10
Quais são as funções da religião?
▪ Coesão social;
▪ Apoio social;
▪ Bem-estar emocional;
▪ Funções de serviço social;
▪ Funções de controlo social Disfunções da religião
▪ Causa de conflitos e violência fanática;
▪ Segregação religiosa.
7 pressupostos do Sistema:
1.Os sistemas pautam-se pela ordem e interdependência das partes;
2. Os sistemas tendem a uma ordem que mantém um equilíbrio;
3. Os sistemas podem ser estáticos ou serem envolvidos num processo ordenado de mudança; 4.
A natureza de uma das suas partes influi na forma que podem adotar as outras partes;
5. Os sistemas mantêm fronteiras com os seus ambientes;
6. A distribuição e a integração constituem dois processos fundamentais e necessários para o
estado do sistema;
7. Os sistemas tendem à automanutenção: os sistemas mantêm as fronteiras; os sistemas
mantêm as relações entre as partes e o todo; os sistemas operam o controlo das variações do
meio; os sistemas mantêm o controlo das tendências de mudança do sistema a partir do seu
interior.
11
▪ Papéis desempenhados pelos atores individuais;
▪ Aprendizagem da autodisciplina, orientações de valor e identificação.
ORGANISMO DE COMPORTAMENTO
É incluído como um dos 4 jogos de ação, porque é a fonte de energia para outros sistemas.
EDUCAÇÃO
A escola deve assegurar, através de situações estruturadas, aprendizagens adequadas aos papéis
que os indivíduos devem internalizar para serem representados corretamente pela sociedade;
▪ A aquisição de status começa na escola básica, primeira agência socializadora da
experiência da criança, que vai institucionalizar uma DIFERENÇA DE STATUS sobre
as bases não biológicas;
▪ O antecedente sócio-económico-familiar não é tão relevante como a escola, pois é esta
que confere o status através do qual se promove a mobilidade social.
▪ A instituição escolar persiste, mesmo com a mudança dos seus membros, pelo facto de
possuir uma estrutura e cumprir uma função.
12
Interacionismo Simbólico
Socialização: somos organismos de comportamento; as identidades individuais formam-se no
sistema de personalidade; a socialização opera-se pela internalização de valores do sistema
cultural; os papeis são apreendidos no sistema social.
É um processo de aprendizagem continuo que começa desde a infância até à idade adulta.
• Assim a capacidade de pensar começa na infância e é refinada na idade adulta
• Podem ocorrer processos de socialização que alteram a conceção individual do Eu
• Não é um processo unidirecionado
• Processo que ocorre ao longo do tempo.
Princípios básicos:
• O homem tem a capacidade de pensamento e de raciocinar.
• É a partir do processo de socialização que o homem desenvolve a sua capacidade
humana é pensar.
Principais autores: George Mead; Hebert Blumer; Erving Goffman; Howard Becker.
George Mead:
Interacionismo- A sociedade é produto das interações entre indivíduos.
Todos os nossos gestos têm um significado associado.
O ato tem 4 fases: Impulso(reação imediata), Perceção(escolher), Ação, Consumo.
Os gestos
A função dos gestos é a de possibilitar a adaptação entre os indivíduos a qualquer ato social;
um gesto e uma palavra tomam um significado quando são enunciados e percebidos.
Existe os significados produzidos por quem os faz e por quem os recebe
Blumer:
Temos de atribuir um sentido à ação que vamos realizar.
No contexto de interação, podemos mudar a visão que a pessoa teve da nossa ação.
Abordagem Terra A Terra: Visão pragmática (indo lá e vendo, saindo do mundo das teorias)
13
Recusa teorias predefinidas.
Exemplo da teoria de Blumer: Ninguém é consumidor de cocaína só porque sim
Os significados criam-se através da interação social e não através da estrutura.
Valorização a nível micro.
Goffman:
Compara a vida social a uma peça de teatro
Exemplo: um cirurgião quando se prepara para uma cirurgia, trabalha nos bastidores primeiro.
Agimos consoante a situação na qual estamos inseridos, tal como os atores
Gestão das impressões: podemos manipular as impressões que os indivíduos têm de nós.
Estamos todos a agir e a atuar pois não somos completamente puros.
• Persona: máscara de personalidade
• Performance: forma como usamos a nossa persona.
• Encenação: locais físicos; adereços ou objetos; traje ou uniforme.
• Papel: papel de amigo, inimigo, professor, filho etc
EQUIPAS: O grupo de pessoas que associamos a uma interação social ou também apoio em um
evento/circunstância. Goffman sugeriu que as nossas equipas são as empresas em que
trabalhamos; os nossos amigos e colegas.
Vida fechada: barreira física e simbólica de uma relação social com o mundo.
Estas instituições totais, exercem sobre nós um certo fascínio devido a este ser um mundo
desconhecido para muitos de nós.
Goffman foi o primeiro autor que se envolveu no estudo das instituições totais (implica que haja
um edifício)
Além do individuo estar sob esse controlo, as pessoas de fora sabem que estes estão a ser
controlados.
Enuncia a existência de 5 grupos de instituições:
• Cuidar de pessoas tidas como incapazes e inofensivas (lares)
• Cuidar de pessoas tidas como incapazes de cuidarem de si mesmas (manicómios)
• Protegem a comunidade face a perigos (prisões)
• Realizam uma ação de forma disciplinatória (quarteis, colégios internos)
• Refúgio do mundo, locais de formação religiosa (conventos, mosteiros)
14
• Há pessoas que quando abandonam essas instituições, acabam por ter degradações
individuais, ou seja, mutila-se o eu.
• Mundo dos presos: passam por um processo de mortificação que retira as identidades
individuais e lhes dá uma nova. Tiram -se as roupas, bens pessoais, e substituem por
itens padronizados que são propriedade da instituição. Essa nova identidade, é
estigmatizada e diminui o status da pessoa em relação ao mundo exterior.
As carreiras morais:
4 modelos de socialização-
• Estigma cogénito e que recebem rótulos pela sua desvantagem
• Capacidade de uma família ou vizinhança constituir uma cápsula protetora do seu
membro
• Tornam-se estigmatizados numa fase adiantada da vida
• Socializados numa comunidade diferente ou fora das barreiras geográficas consideradas
normais pela sociedade
15
Empreendedores Morais (podem ser indivíduos, instituições, estado etc) : quem tem a
capacidade de julgar os outros. Criam as normas e as leis e quem não as cumpre é desviante. O
mundo não está em ordem sem normas.
Exemplo: o facto de consumir uma vez por mês marijuana, não é suficiente para ser considerado
desviante.
Becker diz que os EMPREENDEDORES MORAIS – grupos sociais que criam as normas e
fazem obedecer as normas – fazem uma cruzada pela reforma das políticas e leis. Para os
empreendedores morais, o mundo não está em ordem sem normas. Defendem que tudo deve ser
feito para se manter a ordem – cruzada moral.
Existe uma grande pressão para que as pessoas sejam conformistas: as rotinas quotidianas leva-
nos a tal. A maior parte de nós, é conformista perante as normas e expectativas que se criam
sobre nós.
Exemplo:
• Principal- ser médico
• Auxiliar- ser branco
16
Na quarta etapa, ao tratar uma pessoa como desviante, vai haver a perda de um autoconceito.
Na quinta etapa: emerge uma subcultura
DESVIO PRIMÁRIO
▪ Começa com um ato criminoso inicial, após o qual uma pessoa deve ser rotulada como
depravada ou criminosa não adere sim a este rótulo. Com isso, significa que eles não se veem
como criminosos, é essa falta de se verem como um criminoso que diferencia o primário do
desvio secundário.
DESVIO SECUNDÁRIO
▪ Este rótulo criminal é colocado num indivíduo durante o que é conhecido como uma
“cerimónia de degradação” em que o acusado é oficialmente rotulado como um criminoso.
Muitas vezes isso ocorre durante a sentença judicial, mas pode acontecer de forma social
também.
Porque é que as pessoas se envolvem numa atividade desviante como o uso de marijuana?
-As explicações psicológicas não são suficientes para dar conta do consumo da marijuana.
Para ter conclusões que fossem do seu agrado, fez 50 entrevistas a fumadores de marijuana-
método naturalista. E parte do particular para o geral.
Para Becker o último passo para a “carreira de desviante” é quando o indivíduo subverte as
forças da moral, ou seja, quando reconhece que as sanções não importam ou quando já nem
sequer as reconhece.
Assim, pode formar-se uma SUBCULTURA: a visão do mundo de quem a partilha (fuma
marijuana) não é partilhada pelo resto da sociedade, mas é suficiente para envolver aquelas
pessoas.
17
Anthony Giddens
Tem um intuito sistematizador
Procura conciliar dois aspetos da sociologia como o ator e a estrutura.
• Quando regressa a Londres, tenta reforçar a sua Teoria da estruturação.
• Foi o melhor intérprete da Sociologia.
• Analista tardio da globalização.
Diz-nos que é importante não olhar apenas para a teoria, pois temos de conseguir ir aos locais.
Precisamos de teorias, paradigmas, ler bastante.
Valoriza a conciliação das duas coisas.
Função de comando da teoria: utilizar a teoria como forma de nos orientarmos no processo
científico.
Segundo este, os conceitos sociológicos obedecem a uma dupla hermenêutica (arte de
interpretar)
Principal tarefa da análise sociológica: quer explicar o porquê da apropriação dos conceitos.
Teoria da estruturação:
Estrutura condiciona a ação do indivíduo.
A estrutura social tem uma longa história nas ciências começando por:
• Karl Marx: defendeu que a base económica determinou substancialmente o cultural e o
político na superstrutura de uma sociedade.
• Louis Altusser: Propôs uma relação mais complexa que afirmava a autonomia relativa
das instituições políticas e culturais e uma determinação geral, apenas por fatores
económicos.
• Emile Durkheim: distingue dois tipos de relação estrutural: a solidariedade mecânica e
solidariedade orgânica.
• Strauss: deu origem ao conceito de estruturalismo em si (procurando uma ordem lógica
nas estruturas culturais)
• Simmel: tentou basear a teoria formal da estrutura social nos padrões numéricos das
relações - analisando, por exemplo, de que forma os fatores como o do tamanho do
grupo moldam as relações intergrupais.
Segundo Giddens…
Toda a ação humana é realizada no contexto de um estrutura social pré-existente, que é regida
por um conjunto de normas e/ou leis que são distintas das de outras estruturas sociais.
Ou seja, toda ação humana é ao menos parcialmente pré determinada, com base nas regras
variáveis do contexto em que esta ocorre ( vou agir de uma maneira nesta determinada estrutura
democrática, que é diferente da forma como eu agiria numa estrutura autoritária e totalitarista).
A estrutura e as regras não são permanentes, mas são sustentadas e modificadas pela ação
humana.
A nossa capacidade de ação vai ser influenciada pela estrutura em que estamos inseridos, no
entanto, a ação consegue mudar a estrutura.
18
A teoria procura…
Entender como a sociedade funciona, considerando a interação dinâmica entre a estrutura social
e a ação individual
É uma tentativa de superar algumas das dicotomias tradicionais na sociologia como a oposição
entre a ação individual e estrutura social.
A ação e a estrutura sobrepõem-se uma à outra.
As estrutura sociais tornam a ação social possível.
A ação humana, molda a estrutura e vice-versa.
A dualidade da estrutura organiza-se em função de três niveis:
• Monotorização reflexiva da ação;
• Racionalização da ação;
• Motivação da ação.
Conceitos Básicos:
Sistema: critica a falta de precisão do funcionalismo e estruturalismo. Conjuntos de relações
entre atores e coletividades.
Recursos: meios de ação (aquilo que nós temos). Permitem analisar o poder enquanto
capacidade transformadora.
Giddens argumenta que a ação humana é orientada por regras (normas e valores) e
recursos (habilidade, poder, conhecimento, etc). As regras fornecem a orientação para a
ação, enquanto que os recursos permitem que os atores alcancem os seus objetivos.
Estruturação: processo duplo em que as regras e os recursos são usados para organizar a
interação ao longo do tempo e, por meio deste uso, reproduzem-se ou transformam-se estas
regras e recursos. Desta forma, o sistema de reprodução efetiva-se através de ciclos duradouros
de relações reproduzidas onde as práticas recorrentes constituem os elos e nós de ligação.
19
Integração: A nossa capacidade de ação faz parte da nossa competência como seres sociais
como integrados na sociedade. Existem dois tipos, integração social (interação face a face) e
integração sistémica(conexões com aqueles que estão fisicamente ausentes no tempo ou no
espaço).
Nem todos os nossos atos são intencionais. Por exemplo, ao falarmos, o nosso objetivo não é
manter a língua portuguesa viva. No entanto fazemos isso involuntariamente.
Motivação da ação: pode ser inconsciente, não existindo uma relação direta entre ato e motivo.
Segurança ontológica: segurança de que as coisas vão ocorrer devido à rotina.
Rotinização: rotineiro, fornece continuidade aos padrões de interação.
Regionalização: regiões onde podem ocorrer as ações, podem variar.
Fala nos riscos que há na modernidade (por exemplo divórcios mais frequentes, trabalhos mais
incertos)
Diz-nos que na modernidade há um maior processo reflexivo do eu.
Modernidade
Características da modernidade:
• Descontextualização
• Soberania do Estado
• Globalização
• Reflexividade.
Descontextualização: algo que não tem contexto. tem várias fontes como abstração do tempo e
do espaço; dinheiro; sistemas periciais abstratos; mercadorização da força de trabalho.
• Abstração:
descontextualizado do tempo e do espaço embora não seja necessário (posso mandar uma
mensagem às 3h da manhã mas isso vai ser descontextualizado pois a essa hora já não se
incomoda as pessoas). Antigamente tinha-se mais noção de tempo e espaço pois estavam num
espaço e tempo comum. Nos tempos de hoje, não é necessária essa noção de estar no mesmo
espaço e tempo.
• Dinheiro:
A economia não-monetarizada é uma economia em que não há moeda, é arcaica: é uma
economia de troca direta – troco um bem concreto por outro, na hora;
A economia pode ser quase exclusivamente monetarizada: não há lugar para trocas não
monetarizadas, tudo é vendido. Assim, as trocas perdem esta contextualização, perdem o
contexto, fazem-se sempre através do dinheiro
20
• Sistema periciais abstratos:
tem a ver com peritos informáticos, médicos, eletricidade… confiamos nestes).
Soberania Do Estado
Estados são exclusivamente soberanos; somos controlados por ele.
Globalização:
estamos à distância de um clique. Temos a globalização política, militar, dos conflitos,
económica, globalização cultural.
Reflexividade:
Temos noção daquilo que somos e do que fazemos.
Modernidade: em suma
Níveis de confiança nas culturas pré-modernas
• Parentesco: modo estável de organizar feixes de relações através do espaço e do tempo;
Comunidade local: ponto de localização de feixes de relações sociais. As populações
viviam de forma imóvel e isolada;
• Cosmologia religiosa: forneciam interpretações morais e práticas da vida pessoal e
social fornecendo um ambiente de segurança para o crente
21