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Teste 6: Os juízos morais são objetivos?

Grupo I

1. B.

2. C.

3. C.

4. A.

5. D.

6. C.

7. C.

8. A.

9. C.

10. D.

Grupo II

1.

1.1. “É certo que deveríamos dedicar mais tempo à leitura.” É um juízo de valor, porque se
trata, não de descrições da realidade como as restantes afirmações, mas de uma avaliação da
realidade, do que deveria ser (plano normativo).

2.

2.1. A perspetiva que defende que deveríamos deixar a criança agir com toda a liberdade, sem
lhe impor uma educação rígida, é o subjetivismo moral. Segundo o subjetivismo, temos de
aceitar e respeitar a expressão livre da individualidade de cada um (argumento do respeito
pela liberdade moral), porque a base da moralidade subjetivista está na liberdade de
expressão dos sentimentos morais de cada um.

2.2. Embora à primeira vista pareça que o autor do texto concorda com a perspetiva
subjetivista, depois apercebemo-nos da ironia presente nas afirmações. O subjetivismo
impossibilita a educação moral, como tal, deixaríamos de poder ensinar às crianças regras
sociais, princípios e valores morais imprescindíveis: «impor à criança maneiras de ver, de
sentir e de agir às quais ela não teria chegado espontaneamente.» O subjetivismo torna a
ética um domínio de completa arbitrariedade e torna possível a existência de pontos de vista
que colocam em causa direitos fundamentais.
Teste 6: Os juízos morais são objetivos? – Sugestões de resolução

3.

3.1. Para os subjetivistas, a ideia de progresso moral é uma noção que deriva erradamente da
ideia de que algumas mudanças tornam a sociedade melhor, de que as novas práticas são
mais corretas do que as anteriores. Na verdade, essa ideia é errada, porque estamos a julgar
as práticas de sociedades anteriores em função da realidade e dos padrões morais atuais e
isso não faz sentido «é um erro julgá-las de acordo com os padrões de uma época diferente.»
Cada sociedade orienta-se pelos padrões do seu tempo. O único modo de melhorar a
sociedade é fazê-la pertencer melhor aos seus próprios ideais. Como tal, não consideram ser
progresso a mudança relativamente ao papel da mulher na sociedade.

3.2. Os objetivistas discordam completamente desta noção de progresso. Esta é precisamente


uma das principais críticas que fazem ao relativismo: o facto de não possibilitarem a evolução
moral das culturas, porque ao impedirem-nos de questionar os valores da nossa sociedade e
de outras, não permitem que melhoremos práticas culturais, nem que aprendamos com outras
sociedades. Para os objetivistas, os juízos morais devem basear-se em boas razões, o que
impede a ética de tornar-se um domínio de completa arbitrariedade. É este processo de
descoberta de boas razões que nos permite o aperfeiçoamento moral. Não aceitamos
acriticamente as normas de outras sociedades, assim como também somos críticos
relativamente às normas da nossa própria sociedade. Isto possibilita que as diferentes culturas
aprendam umas com as outras e corrijam os seus próprios erros.

GRUPO III

1.

1.1. O aluno poderá explicitar estes conteúdos ou outros que sejam relevantes para a questão.
O problema da natureza dos juízos morais consiste em saber se os juízos morais são objetivos
ou relativos (se dependem dos padrões culturais das sociedades).

Quer os objetivistas quer os relativistas defendem a tolerância, mas segundo uma conceção
diferente.

Pretende-se que o aluno reflita sobre qual considera ser a teoria que melhor defende a
tolerância, tomando partido ou pelo relativismo moral ou pelo objetivismo moral.

No caso de tomar partido pelo relativismo moral, deve realçar que, do ponto de vista relativista,
os juízos morais são os padrões e costumes geralmente aprovados em cada sociedade ou
comunidade, o que significa que a conceção de bem é dependente de cada cultura.

Neste sentido, devemos ser tolerantes com todas as práticas culturais diferentes das nossas e
não tolerar corresponde a não compreender a diversidade cultural e a querer impor a outras
culturas os padrões culturais da nossa sociedade (etnocentrismo). Tolerar é «viver em
cooperação pacífica com quem encara as coisas de forma diferente».

No caso de ser partidário do objetivismo moral, deve defender a perspetiva de que há juízos
morais objetivos e que os que os torna verdadeiros ou falsos é independente de contextos
culturais.

A ética é, como tal, um domínio de debate racional, um processo de descoberta de boas


razões que nos permite descobrir quais os valores corretos e nos permite o aperfeiçoamento
Teste 6: Os juízos morais são objetivos? – Sugestões de resolução

moral. Não aceitamos acriticamente as normas de outras sociedades, assim como também
somos críticos relativamente às normas da nossa própria sociedade.

Por isso, a tolerância é um valor importante a defender, no entanto, tem de ser limitada por
valores partilhados e considerados importantes por todas as sociedades, que se prendem com
os direitos humanos. Levada ao limite, a tolerância nega-se a si mesma. Deve haver limites
para a aceitação de práticas culturais, porque alguns costumes e tradições violam direitos
humanos fundamentais e a própria dignidade humana. Há práticas culturais que por violarem
estes valores primordiais são consideradas erradas, precisamente porque são sociedades
intolerantes. Não podemos tolerar a intolerância de outras sociedades. «Mas nada na natureza
da tolerância exige que consideremos todas as crenças, todas as religiões e todas as práticas
sociais igualmente admiráveis», precisamente porque algumas práticas são admiráveis e
outras verdadeiras atrocidades, porque consideramos umas melhores do que outras.

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