Você está na página 1de 16

Pág 153

1. O problema da natureza dos juízos morais envolve a questão de saber se os juízos morais são objetivos e universais,
ou se são subjetivos e relativos a cada indivíduo ou cultura.

2. A tese do subjetivismo moral afirma que os juízos morais são subjetivos, ou seja, dependem dos sentimentos,
opiniões ou crenças individuais de cada pessoa. Não há verdades morais objetivas.

3. A afirmação de que não há consenso quando se trata de juízos morais implica que diferentes pessoas ou culturas
podem ter perspectivas morais divergentes, não havendo um conjunto único de princípios morais aceitos por todos.

4. Uma objeção ao argumento do desacordo é que o fato de haver discordância entre pessoas ou culturas sobre
questões morais não implica necessariamente que não existam verdades morais objetivas. O desacordo pode ser
resultado de diferentes experiências, culturas e valores, mas ainda é possível que haja princípios morais universais.

5. O subjetivismo promove o respeito entre pessoas com convicções morais diferentes ao reconhecer que as opiniões
morais são subjetivas e variam de acordo com as experiências e perspectivas individuais. Isso incentiva a tolerância e o
entendimento das diferenças morais entre as pessoas.

6. Os principais problemas que decorrem do subjetivismo moral incluem a dificuldade em fundamentar juízos morais
universais ou normas éticas objetivas, o que pode levar ao relativismo moral e à falta de critérios para avaliar ou
resolver conflitos morais entre indivíduos ou culturas. Além disso, pode levar à desconsideração de certas práticas ou
valores morais fundamentais, sob a alegação de que são apenas subjetivos.

Pág 155
1. A afirmação destacada no texto refere-se à ideia de relativismo cultural, que argumenta que o que é moralmente
certo ou errado depende da sociedade em que se está inserido. O exemplo usado pelo autor é o caso de uma mulher
sendo apedrejada até à morte em um país onde a lei Sharia é aplicada, enquanto na Grã-Bretanha moderna o adultério
não é punido pela lei. Para alguns, como os relativistas culturais, o adultério pode ser considerado imoral em algumas
sociedades, enquanto em outras pode não ser visto como um problema moral. Eles estendem essa lógica à moralidade
como um todo, argumentando que o que é considerado moralmente certo ou errado varia de acordo com as normas e
valores de cada sociedade.

Pág 158
1. A tese do relativismo moral afirma que as noções de certo e errado, bem como os valores morais, são relativos a cada
cultura ou sociedade. Não existe uma moralidade universalmente válida; ao invés disso, as práticas morais são
determinadas pelos costumes e normas de cada comunidade.

2. Não necessariamente. Os relativistas não afirmam que todas as práticas culturais estão corretas, mas sim que elas são
relativas aos valores e normas de cada sociedade. Ou seja, o que é considerado certo ou errado pode variar de acordo
com a cultura em questão. Por exemplo, enquanto em algumas culturas o apedrejamento como punição pode ser
aceito, em outras é considerado cruel e injusto.

3. Críticos do relativismo moral argumentam que essa posição leva ao problema do relativismo extremo, onde qualquer
prática cultural, por mais abominável que seja, seria considerada moralmente aceitável dentro do contexto daquela
cultura. Isso pode levar à justificação de práticas como o genocídio, escravidão ou opressão de minorias, sob o
argumento de que são parte da cultura local.

4. Os relativistas defendem a tolerância como um valor fundamental porque reconhecem que diferentes culturas têm
diferentes perspectivas morais. Eles argumentam que devemos ser tolerantes com as práticas e crenças das outras
culturas, mesmo que discordemos delas, porque não existe uma única maneira correta de viver ou de entender o
mundo moralmente.

5. Sim, os críticos dos relativistas também podem defender a tolerância, mas muitas vezes em uma medida diferente.
Eles podem concordar que devemos respeitar as diferenças culturais até certo ponto, mas argumentariam que há
limites para a tolerância, especialmente quando se trata de práticas que violam os direitos humanos fundamentais ou
princípios éticos universais. Eles podem defender a necessidade de julgar certas práticas culturais como moralmente
erradas, independentemente do contexto cultural em que ocorrem.

Pág 160
O autor do texto afirma que há algumas regras morais que todas as sociedades têm em comum porque essas regras são
necessárias para a sociedade poder existir. Ele apresenta dois exemplos para ilustrar essa ideia: a regra contra a mentira
e a regra contra o homicídio. Segundo ele, em qualquer sociedade complexa, a mentira generalizada tornaria a
comunicação extremamente difícil, se não impossível, o que prejudicaria gravemente a vida em sociedade. Da mesma
forma, se não houvesse uma proibição do homicídio, as pessoas viveriam constantemente em estado de alerta, o que
impediria a cooperação e a confiança necessárias para a existência da sociedade. Assim, essas regras são consideradas
universais porque são fundamentais para a coesão e a sobrevivência das sociedades humanas. Embora possam existir
diferenças culturais em relação ao que é considerado uma exceção legítima a essas regras, o autor argumenta que há
um acordo de fundo nas questões fundamentais, indicando que nem todas as regras morais podem variar de sociedade
para sociedade.

Pág 164
1. A tese do objetivismo moral sustenta que existem verdades morais objetivas e universais, independentes das
opiniões individuais ou das normas culturais. Essas verdades morais são consideradas válidas em qualquer contexto e
não dependem das crenças ou sentimentos das pessoas.

2. O argumento da coincidência de valores sugere que, apesar das diferenças culturais e individuais, há uma
sobreposição significativa de valores morais entre diferentes sociedades e ao longo da história. Por exemplo, a maioria
das culturas condena o assassinato, a violência desnecessária e a mentira, o que sugere que esses valores não são
totalmente relativos, mas sim compartilhados de forma geral.

3. Os críticos discordam que haja consenso relativamente às verdades morais porque observam a diversidade de
opiniões e práticas morais ao redor do mundo. Além disso, não aceitam a ideia de progresso moral porque argumentam
que não há uma direção única ou universal na evolução das normas morais. O que pode ser considerado progresso em
uma sociedade pode ser visto como regressão em outra.

4. Sim, tanto os relativistas quanto os objetivistas defendem a tolerância, mas têm concepções diferentes dela. Os
relativistas tendem a enfatizar a tolerância como um reconhecimento das diferenças culturais e individuais, aceitando
que as diferentes perspectivas morais são igualmente válidas dentro de seus próprios contextos. Por outro lado, os
objetivistas podem defender a tolerância como um princípio que se baseia em valores morais objetivos, argumentando
que devemos tolerar diferentes pontos de vista, desde que não violem esses valores fundamentais. Concordo com a
afirmação, pois as concepções de tolerância dos relativistas e dos objetivistas refletem suas visões fundamentais sobre a
natureza da moralidade e das verdades morais. Enquanto os relativistas veem a tolerância como uma questão de
respeito pela diversidade cultural e moral, os objetivistas a veem como um princípio baseado em valores morais
objetivos.

Pág 166
1. Faz corresponder as afirmações à teoria correta sobre o problema dos juízos morais:

- a) Há verdades morais aceites por todos os povos e culturas. (Objetivismo moral)


- b) Os julzos morais dependem das convenções de cada sociedade. (Relativismo moral)
- c) Todas as práticas culturais devem ser toleradas. (Relativismo moral)
- d) Os juizos morais são uma questão de preferências pessoais. (Subjetivismo moral)
- e) Há juízos morais independentes dos contextos sociais. (Objetivismo moral)
- f) A descoberta de verdades objetivas faz-se através da argumentação racional. (Objetivismo moral)
- g) Não explica a possibilidade de progresso moral. (Relativismo moral)
- h) É acusado de etnocentrismo ao criticar algumas práticas culturais. (Relativismo moral)
- i) Os juizos morais exprimem sentimentos de aprovação e desaprovação. (Subjetivismo moral)
- j) As sociedades são moralmente infalíveis. (Relativismo moral)
- k) A tolerância é limitada por direitos fundamentais. (Objetivismo moral)

2. O autor do texto defende uma perspectiva próxima do Objetivismo Moral. Ele argumenta que o respeito pela cultura
e tradição não implica necessariamente que todas as culturas e tradições devem ser respeitadas. Em vez disso, ele
sugere que alguns aspectos são certos em absoluto, não apenas relativamente, indicando uma crença em verdades
morais objetivas que transcendem as diferenças culturais.

3. O argumento apresentado contra o relativismo moral é baseado na lógica da autorrefutação. Ele questiona a validade
da afirmação relativista de que todas as verdades são relativas. Se essa afirmação for relativa, então ela mesma não é
uma verdade absoluta, o que leva à contradição. Se ela não for relativa, então é uma autorrefutação. Além disso, o
argumento aponta para a limitação do relativismo ao afirmar que, mesmo que tudo seja relativo, por que deveríamos
levar em conta a opinião de alguém que defende essa visão, já que sua opinião também seria relativa? Assim, o
argumento questiona a consistência e a utilidade do relativismo moral.

Pág 175
1. O problema subjacente à moralidade da ação reside na questão de determinar se uma ação é moralmente correta ou
incorreta, e em quais bases essa determinação deve ser feita. Isso envolve considerar os princípios ou critérios que
fundamentam a avaliação moral das ações, como se uma ação é intrinsecamente boa ou má, se depende das intenções
por trás dela, ou se deve ser avaliada com base nas suas consequências.

2. As respostas intencionalista e consequencialista oferecem abordagens diferentes para resolver o problema da


moralidade da ação. O intencionalismo foca nas intenções por trás de uma ação, argumentando que a moralidade de
uma ação depende das intenções do agente. Uma ação pode ser considerada moralmente correta se as intenções do
agente forem boas, independentemente das consequências. Por outro lado, o consequencialismo se concentra nas
consequências das ações, argumentando que uma ação é moralmente correta se produzir bons resultados ou maximizar
o bem-estar geral, independentemente das intenções por trás dela. Enquanto o intencionalismo valoriza as motivações
do agente, o consequencialismo prioriza os resultados das ações na avaliação de sua moralidade.

Pág 176
1. Segundo Kant, uma ação tem valor moral quando é realizada por dever, ou seja, quando é feita não por inclinação ou
interesse pessoal, mas porque é reconhecida como uma obrigação moral. O valor moral da ação reside no princípio do
querer que a determina, na máxima pela qual é guiada, e não no resultado ou efeito que dela se espera. Portanto, o que
confere valor moral a uma ação é o motivo pelo qual é realizada, não o resultado que dela decorre.

2. Kant demarca claramente o valor moral da ação dos seus efeitos ao afirmar que o valor moral não reside no propósito
ou no efeito esperado da ação. Ele argumenta que os efeitos de uma ação, como a amenidade da situação ou a
promoção da felicidade alheia, podem ser alcançados por diversas causas, não necessariamente ligadas à moralidade da
ação em si. Assim, o valor moral não é determinado pelos resultados tangíveis da ação, mas sim pela conformidade da
ação com a lei moral, pela obediência à máxima moral que a guia.

Pág 177
1. Podemos afirmar que Kant é defensor de uma ética deontológica porque ele enfatiza o dever moral e a
obrigatoriedade de seguir princípios éticos universais, independentemente das consequências das ações. Para Kant, a
moralidade de uma ação não depende dos resultados que ela produz, mas sim da intenção por trás dela e do
cumprimento do dever moral. Ele propõe que devemos agir de acordo com o dever por respeito ao dever em si mesmo,
e não por considerações utilitárias ou consequencialistas.

2. A moralidade da ação está intimamente relacionada com a razão, pois é através do uso da razão que podemos
discernir o que é moralmente correto ou incorreto. Para Kant, a razão desempenha um papel central na determinação
dos princípios éticos universais que devem guiar nossas ações. Ele argumenta que a razão nos capacita a reconhecer a
nossa obrigação de agir de acordo com a lei moral, independentemente dos nossos desejos ou interesses pessoais.
Assim, a moralidade da ação está intrinsecamente ligada à capacidade racional de compreender e seguir princípios
éticos.
3. Exemplos de ações que não possuem valor moral incluem atividades que são realizadas sem consideração pelos
princípios éticos ou sem uma intenção moralmente relevante. Por exemplo, a escolha de qual camisa vestir de manhã
ou a decisão de qual programa de televisão assistir não são geralmente consideradas como tendo valor moral, pois não
envolvem questões de certo ou errado, bem ou mal. Essas ações são apenas questões de preferência pessoal ou
conveniência, e não levam em conta princípios éticos universais ou obrigações morais.

Pág 178
1. No texto, Kant distingue três tipos de ações: as contrárias ao dever, as conformes ao dever e as por dever. As ações
contrárias ao dever são aquelas que claramente violam princípios éticos ou morais. As ações conformes ao dever são
aquelas que estão de acordo com o dever moral, mas são realizadas sem uma inclinação imediata ou interna para fazê-
las, muitas vezes por interesse próprio ou por outros motivos externos. Por fim, as ações por dever são aquelas que são
realizadas não apenas porque estão de acordo com o dever moral, mas também porque o agente as realiza por uma
inclinação interna para fazê-las, independentemente de quaisquer interesses pessoais ou externos.

2. No exemplo proposto por Kant, ele ilustra uma ação que é conforme ao dever, mas não é realizada por dever ou por
inclinação imediata. O exemplo do mercador que mantém preços justos para todos os clientes, mesmo que isso possa
ser vantajoso para ele em termos de reputação e movimento de negócios, demonstra uma ação que está em
conformidade com o dever moral de agir de forma justa e honesta nos negócios. No entanto, o mercador não realiza
essa ação por dever, pois ele também age movido por seus interesses egoístas. Portanto, apesar de ser uma ação
correta, não pode ser considerada uma ação por dever, já que não é motivada puramente pela obrigação moral, mas
também por interesses próprios.

Pág 179
1. Esta afirmação sugere que quando uma pessoa cultiva uma razão orientada apenas para buscar o prazer e a
felicidade, ela tende a se afastar do verdadeiro contentamento. Isso ocorre porque o verdadeiro contentamento está
ligado a um sentido mais profundo de realização e propósito na vida, que vai além da busca por prazeres passageiros.
Ao se concentrar exclusivamente no gozo da felicidade, o ser humano pode perder de vista valores mais significativos e
acabar se sentindo vazio e insatisfeito no longo prazo.

2. Esta ideia pode ser relacionada aos tipos de ações propostos por Aristóteles em sua ética. Segundo ele, existem três
tipos de ações: as virtuosas, as viciosas e as intermediárias. As ações virtuosas são aquelas que são realizadas com base
na virtude e na busca do bem comum, levando ao verdadeiro contentamento. As ações viciosas são aquelas que são
realizadas em busca apenas do prazer pessoal, sem consideração pelos outros ou pelos valores éticos, e tendem a levar
à insatisfação e ao afastamento do verdadeiro contentamento. Já as ações intermediárias são aquelas que encontram
um equilíbrio entre os extremos, levando a uma vida de virtude e contentamento genuíno.

Pág 180
1. O que distingue a boa vontade dos talentos do espírito, dons da fortuna e moderação nas emoções e paixões é o fato
de que apenas a boa vontade é considerada boa sem limitações. Enquanto os talentos do espírito, como discernimento
e coragem, os dons da fortuna, como poder e riqueza, e a moderação nas emoções e paixões podem ser considerados
bons em certas circunstâncias, eles também podem se tornar prejudiciais se não estiverem acompanhados por uma boa
vontade. A boa vontade, segundo Kant, é a única qualidade que pode sempre ser considerada boa sem restrições, pois é
a disposição moral fundamental que orienta o uso correto e ético de todas as outras capacidades e recursos disponíveis
para uma pessoa.

Pág 181
1. O imperativo categórico se diferencia do imperativo hipotético pela sua natureza de ordem moral. Enquanto o
imperativo hipotético está relacionado à necessidade prática de uma ação como meio para alcançar algum objetivo
desejado, o imperativo categórico representa uma ação como objetivamente necessária por si mesma, sem depender
de qualquer outra finalidade. Em outras palavras, o imperativo categórico é aquele que nos ordena agir de acordo com
princípios universais da razão, independentemente das consequências ou dos interesses pessoais. Ele é o imperativo da
moralidade, pois não se baseia em condições ou intenções externas, mas sim na própria natureza da ação e na
disposição moral da vontade. Por outro lado, o imperativo hipotético está vinculado à escolha dos meios para alcançar
um fim específico, sendo condicionado pela busca da própria felicidade ou por outras intenções particulares. Assim,
enquanto o imperativo categórico é absoluto e incondicional, o imperativo hipotético é relativo e condicional às
circunstâncias e desejos individuais.

Pág 182
1. O dever só pode ser expresso através do imperativo categórico porque o dever, para Kant, é uma obrigação moral
absoluta e incondicional. O imperativo categórico representa uma ação como objetivamente necessária por si mesma,
sem relação com qualquer outra finalidade ou intenção. Portanto, o dever moral só pode ser concebido como uma lei
que se impõe a todos os seres racionais de forma universal e invariável, independentemente das circunstâncias ou das
consequências. Dessa forma, apenas o imperativo categórico, que ordena ações com base em princípios universais da
razão, pode expressar adequadamente o caráter absoluto e incondicional do dever.

2. A ética de Kant é uma ética formal porque se concentra nos princípios e na estrutura da ação moral, em vez de se
basear em consequências ou conteúdos específicos. Para Kant, o que determina a moralidade de uma ação é a sua
conformidade com a lei moral, expressa pelo imperativo categórico, e não os resultados ou efeitos que dela decorrem.
Essa abordagem ética enfatiza a importância da intenção moral e da universalidade dos princípios éticos, tornando-a
independente de considerações empíricas ou contingentes. Portanto, a ética de Kant é formal porque se preocupa com
a forma da ação moral, isto é, com a sua conformidade com os princípios racionais da razão prática, em vez de se
concentrar nos conteúdos específicos das ações ou nas consequências esperadas.

Pág 183
1. A fórmula da lei universal, apresentada por Kant como parte do imperativo categórico, estabelece que devemos agir
apenas de acordo com uma máxima que possamos querer que se torne uma lei universal, aplicável a todos os seres
racionais em todas as situações semelhantes. Em outras palavras, antes de agir, devemos nos perguntar se a máxima
que estamos seguindo poderia ser aceitável como uma lei que todos deveriam seguir em circunstâncias semelhantes. Se
a resposta for afirmativa, então a ação é moralmente correta. Essa formulação implica uma universalização da máxima
da ação, garantindo que ela seja consistente e aplicável a todas as pessoas em todas as situações possíveis. Essa fórmula
é fundamental para determinar a moralidade das ações, pois enfatiza a importância da consistência racional e da
universalidade dos princípios éticos.

Pág 184
1. A fórmula da humanidade, também conhecida como fórmula do fim em si, estabelece que devemos agir de tal
maneira que sempre tratemos a humanidade, tanto na nossa pessoa quanto na pessoa dos outros, como um fim em si
mesma e nunca apenas como um meio para alcançar nossos próprios objetivos. Em outras palavras, essa formulação
ética nos lembra da dignidade intrínseca de todos os seres humanos e da necessidade de respeitar sua autonomia e
valor moral. Ao agir de acordo com essa fórmula, reconhecemos a importância de considerar o impacto de nossas ações
nas vidas e nas dignidades das outras pessoas, evitando usá-las apenas como instrumentos para alcançar nossos
próprios propósitos. Assim, a fórmula da humanidade destaca a centralidade do respeito pelos indivíduos e pela sua
dignidade como um princípio fundamental da ética kantiana.

Pág 185
O exemplo da promessa mentirosa ilustra a incompatibilidade dessa ação com as duas fórmulas éticas de Kant. Segundo
a fórmula da lei universal, a máxima de fazer uma promessa mentirosa não pode ser universalizada, pois isso tornaria o
conceito de promessa inútil e contraditório. Por sua vez, a fórmula da humanidade condena fazer uma promessa
mentirosa, pois trata o outro como mero meio para atingir nossos próprios fins, negando sua dignidade e autonomia
como ser humano. Assim, ambas as fórmulas éticas de Kant rejeitam a prática de fazer promessas mentirosas,
destacando a importância da universalização das máximas e do respeito pela dignidade dos outros.

Pág 186
1. Concordo com a afirmação de que as fórmulas da lei universal e do fim em si são como duas faces da mesma moeda
na ética de Kant. Ambas enfatizam a importância de agir de acordo com princípios morais universais e respeitar a
dignidade e autonomia dos outros. A fórmula da lei universal nos lembra da necessidade de universalizar nossas
máximas, agindo de acordo com princípios que possam ser aplicados a todos os seres racionais de maneira consistente.
Por outro lado, a fórmula do fim em si nos leva a tratar os outros como fins em si mesmos, reconhecendo sua dignidade
intrínseca e evitando utilizá-los meramente como meios para alcançar nossos próprios objetivos. Portanto, ambas as
fórmulas estão relacionadas à ideia central da ética kantiana de agir de acordo com princípios racionais universais e
respeitar a humanidade em si mesma.

2. No exemplo fornecido, a aplicação dos conceitos de imperativo categórico e imperativo hipotético, juntamente com
as fórmulas da lei universal e do fim em si, nos permite analisar duas abordagens diferentes diante da mesma situação
ética. Agir por dever, reportando o erro do colega ao superior, exemplifica o imperativo categórico, pois a ação é
motivada pela obrigação moral de agir honesta e responsavelmente, independentemente das consequências pessoais.
Por outro lado, agir conforme ao dever, ignorando o erro do colega para evitar conflito ou desconforto, representa um
exemplo de imperativo hipotético, condicionado pelo desejo de evitar problemas, em vez de ser impulsionado por uma
obrigação moral intrínseca. Portanto, o exemplo ilustra como diferentes princípios éticos podem influenciar a tomada
de decisão em situações práticas e como os conceitos de Kant podem ajudar a determinar a moralidade das ações.

Pág 187
A autonomia da vontade, segundo Kant, refere-se à capacidade da vontade humana de estabelecer princípios morais
universalmente válidos, independentemente de interesses pessoais, contrastando com a heteronomia, onde a vontade
é influenciada por fatores externos. A relação entre autonomia da vontade e dever reside na ideia de que o dever é
determinado pela própria razão, não por sentimentos ou inclinações, reconhecendo a dignidade de todos os seres
racionais como legisladores autônomos. Assim, a autonomia da vontade é fundamental para a moralidade, pois permite
que os indivíduos ajam de acordo com princípios racionais universais, sem depender de influências externa.

Pág 188
1. A heteronomia da vontade, segundo Kant, ocorre quando a vontade busca a sua determinação fora de si
mesma, nos objetos externos, em vez de se basear na capacidade das suas próprias máximas para legislar
universalmente. Isso significa que os princípios morais não são estabelecidos pela razão autônoma do sujeito,
mas sim por fatores externos, como inclinações ou representações da razão, que estabelecem imperativos
hipotéticos condicionados ao desejo de alcançar algum objetivo externo. Por exemplo, a obrigação moral de
não mentir pode ser condicionada ao desejo de manter a honra, em vez de ser uma obrigação moral intrínseca
e incondicional.

Pág 189
1. Autonomia moral refere-se à capacidade da vontade humana de determinar suas próprias obrigações morais
com base em princípios racionais universais, sem depender de influências externas. Nesse caso, a pessoa age de
acordo com sua própria razão e autodeterminação. Por outro lado, heteronomia moral ocorre quando a
vontade é determinada por fatores externos, como inclinações, desejos ou autoridade externa, em vez de se
basear na razão autônoma do indivíduo. Assim, na heteronomia, os princípios morais são impostos de fora, em
vez de serem estabelecidos pela própria razão do sujeito.

2. Vontade livre e vontade autônoma são consideradas uma e a mesma coisa porque a liberdade da vontade
implica a capacidade de autodeterminação moral. Uma vontade verdadeiramente livre é aquela que age de
acordo com princípios racionais universais, sem ser determinada por influências externas. Portanto, uma
vontade autônoma é livre, pois age de acordo com a sua própria legislação moral, estabelecida pela razão do
indivíduo, sem ser coagida por fatores externos.

3. Os conceitos de heteronomia e autonomia moral estão diretamente relacionados aos imperativos categórico e
hipotético, assim como às ações conformes ao dever e por dever. Na heteronomia moral, a vontade é
determinada por imperativos hipotéticos, condicionados por desejos ou interesses pessoais, e as ações são
realizadas com base em inclinações ou impulsos, sem considerar princípios universais de razão. Por outro lado,
na autonomia moral, a vontade é guiada pelo imperativo categórico, que exige ações realizadas por dever,
independentemente de qualquer desejo pessoal ou consequência. Portanto, as ações conformes ao dever são
aquelas realizadas de acordo com a razão autônoma do sujeito, enquanto as ações por dever são aquelas que
seguem princípios morais universais estabelecidos pela própria razão do indivíduo, sem depender de influências
externas.

Pág 193
1. Segundo Kant, as ações moralmente legítimas devem ser motivadas pelo dever, não por inclinações sensíveis.
No entanto, é possível que uma ação moralmente correta seja realizada por meio de inclinações sensíveis,
desde que essas inclinações estejam em conformidade com o dever. Um exemplo disso seria ajudar alguém em
necessidade não apenas porque se sente compaixão, mas porque reconhece o dever moral de auxiliar os
outros.

2. Kant argumenta que as consequências não devem ser relevantes para a avaliação moral de uma ação. Para ele,
o valor moral de uma ação reside na intenção por trás dela e na conformidade com o dever, não nas suas
consequências. Portanto, de acordo com a ética de Kant, as consequências não devem ser consideradas ao
determinar a moralidade de uma ação.

3. A ética de Kant pode levar a conflitos de deveres que aparentemente não podem ser resolvidos. Isso ocorre
quando duas máximas conflitantes, ambas exigindo ação por dever, entram em conflito, e não há maneira clara
de determinar qual deve prevalecer. Por exemplo, Kant argumenta que devemos sempre dizer a verdade, mas
também devemos proteger a vida de inocentes. Se uma pessoa está procurando por um amigo para matá-lo e
nos perguntam sobre o paradeiro desse amigo, poderíamos entrar em conflito entre dizer a verdade e proteger
a vida do amigo. Portanto, pode haver situações em que a ética de Kant conduz a conflitos morais difíceis de
resolver.

4. Um erro ao aplicar a fórmula da lei universal poderia ser a universalização de máximas que são moralmente
condenáveis. Por exemplo, se alguém deseja mentir sempre que isso for conveniente para alcançar seus
objetivos pessoais, universalizar essa máxima levaria a uma sociedade onde a mentira é aceita como norma,
minando a confiança e a integridade. Portanto, a fórmula da lei universal pode levar a conclusões moralmente
questionáveis se as máximas forem universalizadas de maneira inadequada.

Pág 194
1. O fundamento da moralidade, segundo o princípio da maior felicidade ou utilitarismo, é a promoção da
felicidade e a minimização da dor. As ações são consideradas moralmente corretas na medida em que
contribuem para aumentar a felicidade geral e reduzir o sofrimento, e são consideradas moralmente erradas se
produzem o oposto.

2. Por felicidade, entende-se o prazer e a ausência de dor. Ou seja, a felicidade é alcançada quando uma pessoa
experimenta sensações agradáveis e está livre de desconforto ou sofrimento. Portanto, no contexto do
utilitarismo, a felicidade é o objetivo último da ação moral.

3. O fim desejável, de acordo com o utilitarismo, é uma existência livre de dor e rica em prazeres. Isso significa que
o objetivo máximo é maximizar a quantidade de prazer e minimizar a quantidade de dor para o maior número
possível de pessoas. Portanto, o padrão da moralidade é determinado pela busca da maior felicidade geral,
tanto para o indivíduo quanto para a sociedade como um todo.

Pág 195
1. Uma ética consequencialista é aquela que avalia a moralidade das ações com base nas suas consequências ou
resultados. Nesse tipo de ética, o foco principal está no impacto que as ações têm sobre o bem-estar geral ou
sobre outros critérios relevantes, como a felicidade, a justiça ou a realização de certos objetivos. O utilitarismo é
um exemplo de uma ética consequencialista, onde a moralidade de uma ação é determinada pelo seu
contributo para a maximização da felicidade ou minimização do sofrimento.

2. O hedonismo é uma teoria filosófica que defende que o prazer é o principal ou único bem intrínseco e que a dor
é o principal ou único mal intrínseco. Segundo o hedonismo, o objetivo último da vida humana é maximizar o
prazer e minimizar a dor. Existem diferentes formas de hedonismo, incluindo o hedonismo psicológico, que se
concentra na busca do prazer individual, e o hedonismo ético, que considera o prazer como o critério principal
para determinar a moralidade das ações.

3. Na perspectiva de Mill, a moralidade da ação é determinada pelo princípio da maior felicidade, também
conhecido como utilitarismo. Segundo esse princípio, as ações são corretas na medida em que tendem a
promover a felicidade e erradas na medida em que tendem a produzir o oposto. Portanto, o padrão da
moralidade é a maximização da felicidade geral, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade como um todo.

Pág 196
1. De acordo com o texto, os seres humanos distinguem-se dos animais pela posse de faculdades mais elevadas do
que os simples apetites animais. Essas faculdades superiores incluem a capacidade de raciocínio, consciência,
inteligência, sensibilidade, entre outras. Enquanto os animais podem satisfazer apenas os seus instintos básicos
e apetites físicos, os seres humanos têm a capacidade de apreciar e desfrutar de prazeres mais elevados, que
estão relacionados com a realização intelectual, emocional e moral.

2. De acordo com o texto, os seres humanos não estariam dispostos a abdicar dos prazeres que empregam as suas
faculdades superiores, mesmo que lhes fosse prometida a plena satisfação dos desejos comuns aos animais.
Isso ocorre porque os seres humanos dão uma preferência marcada ao modo de existência que permite a
gratificação das suas faculdades superiores. Mesmo que os prazeres dos animais possam ser mais imediatos ou
intensos, os seres humanos valorizam mais as suas faculdades superiores, como a inteligência, a consciência, a
sensibilidade e a moralidade, e não estariam dispostos a abdicar delas em troca da satisfação dos desejos
básicos compartilhados com os animais.

Pág 197
1. De acordo com o texto, a diferença qualitativa de prazeres reside na preferência dada por indivíduos que
experimentaram ambos os tipos de prazeres. Se houver um prazer ao qual a maioria das pessoas, ou quase
todas, dê uma preferência decidida em comparação com outro prazer, independentemente de qualquer
obrigação moral para preferi-lo, então esse será considerado o prazer mais desejável ou de maior qualidade. Em
suma, a qualidade de um prazer é determinada pela preferência geral e espontânea das pessoas que
experimentaram diferentes tipos de prazeres.

Pág 198
1. A frase destacada expressa a ideia de que é preferível ser um ser humano insatisfeito do que um porco
satisfeito. Isso significa que, mesmo que um ser humano possa experimentar insatisfação devido às suas
capacidades mais elevadas de consciência e raciocínio, essa insatisfação é preferível em comparação com a
satisfação cega de um porco, que não possui essas capacidades superiores. Essencialmente, Mill está
argumentando que a qualidade da existência humana, com sua capacidade de reflexão, autoconsciência e busca
por objetivos mais elevados, torna-a mais valiosa do que a simples satisfação dos desejos animais. A frase
destaca a importância da qualidade da experiência humana em relação à mera busca por prazeres sensoriais.
Verifica se sabes
1. Bentham e Mill diferem na avaliação dos prazeres principalmente em relação à qualidade e quantidade.
Bentham defendia uma abordagem quantitativa, considerando que todos os prazeres eram igualmente
importantes, e o valor de um prazer era determinado pela sua intensidade, duração, certeza, proximidade e
fecundidade. Por outro lado, Mill introduziu a ideia de diferenciação qualitativa dos prazeres. Ele argumentava
que não se pode medir apenas a quantidade de prazer, mas também a qualidade. Mill afirmava que prazeres
intelectuais, emocionais e espirituais eram de qualidade superior aos prazeres sensoriais, e que a preferência
dada a esses prazeres superiores por pessoas que experimentaram ambos indicaria a sua superioridade.

2. Mill hierarquiza os prazeres colocando aqueles que empregam as faculdades superiores, como prazeres
intelectuais e morais, acima dos prazeres puramente sensoriais. Ele argumenta que, quando os indivíduos têm a
oportunidade de experimentar tanto os prazeres superiores quanto os inferiores, eles dão uma preferência
decidida aos primeiros. Portanto, Mill valoriza mais os prazeres que envolvem o exercício das faculdades
superiores da mente humana, como a razão, a imaginação e a moralidade, do que os prazeres meramente
físicos ou animais.

Pág 199
1. A felicidade que define o padrão utilitarista é a felicidade de todos os envolvidos, não apenas a felicidade do
próprio agente. O utilitarismo exige que as ações sejam avaliadas com base na quantidade total de felicidade
gerada para todas as pessoas afetadas por elas. Portanto, o padrão utilitarista daquilo que está certo na
conduta é determinado pela maximização da felicidade geral, considerando o bem-estar de todos os envolvidos.

2. O exemplo da regra de ouro de Jesus de Nazaré apresenta a ideia de imparcialidade e benevolência na ética
utilitarista. A regra de ouro, que consiste em “tratar os outros como queremos que nos tratem” e “amar o nosso
próximo como a nós mesmos”, expressa o princípio de considerar o bem-estar dos outros da mesma forma que
consideramos o nosso próprio bem-estar. Essa regra reflete a ideia de imparcialidade e de tomar decisões que
beneficiem não apenas o agente, mas também todas as outras pessoas envolvidas.

3. Agir de modo imparcial nem sempre é inato ao ser humano. Embora muitas pessoas possam ter uma
predisposição natural para agir de maneira imparcial e benevolente, a educação e a formação moral
desempenham um papel fundamental em desenvolver e reforçar esse comportamento. Através da educação e
da influência da sociedade, as pessoas podem aprender a associar sua própria felicidade ao bem comum e a
considerar o impacto de suas ações no bem-estar dos outros. Portanto, embora possa não ser inato, o
comportamento imparcial pode ser cultivado e incentivado através da educação e da socialização.

Pág 200
1. Segundo o utilitarismo de Mill, um indivíduo deve agir moralmente para garantir a felicidade geral maximizando
a quantidade total de felicidade e minimizando a quantidade total de sofrimento. Isso significa que as ações
devem ser avaliadas com base nas suas consequências, buscando sempre produzir o maior bem-estar possível
para o maior número de pessoas. Portanto, o agente deve considerar não apenas o seu próprio bem-estar, mas
também o bem-estar de todos os envolvidos ao tomar decisões éticas.

2. Mill entende por imparcialidade a capacidade de agir sem favorecer os próprios interesses em detrimento dos
interesses dos outros. Ser imparcial significa considerar os interesses e o bem-estar de todas as pessoas
afetadas por uma ação de forma igual, sem discriminação ou parcialidade. Portanto, agir de forma imparcial
envolve tomar decisões éticas que buscam o maior benefício para todos os envolvidos, sem privilegiar os
interesses pessoais do agente.

3. A regra de ouro cristã, que consiste em “tratar os outros como queremos que nos tratem” e “amar o nosso
próximo como a nós mesmos”, pode ser considerada compatível com o princípio utilitarista em certo sentido.
Ambas as abordagens éticas enfatizam a importância de considerar o bem-estar dos outros e agir com
benevolência e imparcialidade. No entanto, enquanto o utilitarismo se concentra na maximização da felicidade
geral, a regra de ouro cristã pode ser vista como uma expressão específica desse princípio mais amplo, aplicada
dentro de um contexto religioso e moral específico. Portanto, embora as duas abordagens compartilhem
semelhanças em seus valores fundamentais, podem existir diferenças na forma como são interpretadas e
aplicadas em diferentes contextos culturais e religiosos.

Pág 202
1. A decisão de se ligar à máquina de experiências é profundamente pessoal e depende das prioridades, valores e
perspectivas individuais de cada pessoa. Alguns podem ver a máquina como uma oportunidade de
experimentar uma vida livre de dor, sofrimento e dificuldades, escolhendo experiências desejáveis e prazerosas
continuamente. Para essas pessoas, o desejo de felicidade e bem-estar pode superar qualquer preocupação
com a autenticidade ou realidade das experiências vividas. Por outro lado, outros podem valorizar a
autenticidade, a variedade e os desafios da vida real, preferindo enfrentar as experiências genuínas, mesmo que
incluam dor e dificuldade, em vez de viver em um mundo ilusório criado pela máquina. Em última análise, a
decisão de se ligar à máquina de experiências é uma reflexão das preferências e concepções de vida de cada
indivíduo.

Pág 204
As condições da criança em Omelas são moralmente questionáveis, envolvendo o sacrifício do bem-estar individual pelo
bem-estar coletivo. Embora a cidade seja retratada como próspera, essa felicidade é mantida à custa do sofrimento
extremo da criança. Essa situação viola princípios éticos fundamentais, como o respeito pela dignidade humana e a
proibição da crueldade. Apesar de aceita pelos habitantes como necessária, levanta preocupações éticas sobre a
complacência diante do mal em nome do bem maior.

Pág 205
1. Não, de acordo com Nozick, uma vida boa não é apenas aquela em que predominam as experiências agradáveis.
Ele argumenta que uma vida boa não pode ser reduzida apenas à maximização do prazer ou à busca da
felicidade. Nozick defende que as pessoas valorizam outros aspectos da vida, como liberdade, autonomia,
significado e realização pessoal, que não podem ser totalmente capturados pela busca pelo prazer.

2. Os críticos do utilitarismo consideram esta ética demasiado exigente porque ela muitas vezes exige que os
indivíduos priorizem o bem-estar coletivo sobre seus próprios interesses e desejos pessoais. Isso pode levar a
situações em que os indivíduos são obrigados a sacrificar sua própria felicidade ou a infringir seus próprios
princípios morais em nome do maior bem para o maior número de pessoas. Além disso, o utilitarismo pode
gerar dilemas morais complexos em que não está claro como calcular ou maximizar o bem-estar total.

3. Os críticos do utilitarismo argumentam que é inviável estar constantemente fazendo um cálculo das nossas
ações, pois isso seria excessivamente exigente e irrealista. Além disso, eles questionam se é possível quantificar
adequadamente todas as consequências de nossas ações e se podemos prever com precisão como nossas ações
afetarão o bem-estar de todos os envolvidos. Essa constante avaliação e cálculo também podem ser
impraticáveis e prejudiciais para a nossa própria saúde mental e bem-estar emocional.

Pág 208
Verdadeira

Falsa

Verdadeira

Verdadeira

Falsa

Falsa
Falsa

Falsa

Verdadeira

Verdadeira

Verdadeira

2.1. Segundo Kant, essa ação não seria considerada moral, pois envolve mentira e falsificação da verdade, o que
viola o princípio da boa vontade e a universalização do dever. Para Kant, agir moralmente significa agir de
acordo com o dever por puro respeito à lei moral, independentemente das consequências.

2.2. Nesse caso, a pessoa está agindo de maneira heterônoma, pois sua ação é determinada por motivos externos,
como o desejo de ser bem-visto pelos colegas e evitar o castigo, em vez de agir de acordo com a lei moral
universal.

2.3. O imperativo subjacente a essa ação é hipotético, pois está condicionado à obtenção de um benefício pessoal
(ser bem-visto pelos colegas e evitar o castigo), em vez de ser uma ordem moral incondicional.

2.4. A ação não passaria no teste de universalização do imperativo categórico proposto por Kant. Se todos agissem
da mesma maneira, assumindo a culpa por algo que não fizeram para obter benefícios pessoais, a confiança e a
justiça seriam comprometidas na sociedade. Além disso, essa ação envolve mentira, que é moralmente
condenada por Kant.

3.1. De acordo com o utilitarismo, roubar não é necessariamente considerado sempre errado. O utilitarismo avalia
as ações com base nas consequências que produzem em termos de felicidade geral. Portanto, se o roubo
resultar em mais benefícios do que prejuízos para a sociedade como um todo, poderia ser justificado sob uma
perspectiva utilitarista.

3.2. Como utilitarista, eu avaliaria esta situação considerando as consequências do roubo. Se o ato de roubar
alimentos resultar em mais felicidade do que infelicidade para a Maria e seus filhos, pesando o alívio da fome
contra o prejuízo causado ao hipermercado, poderia ser considerado moralmente aceitável sob uma
perspectiva utilitarista.

3.3. Alguns filósofos criticam o utilitarismo por considerarem que ele relativiza a moralidade, pois baseia a avaliação
moral nas consequências e não em princípios absolutos. No entanto, outros argumentam que o utilitarismo
fornece uma estrutura ética flexível e pragmática, capaz de lidar com situações complexas e variadas, levando
em conta as diferentes circunstâncias e contextos. A crítica de relativizar a moralidade pode ser válida se não
houver critérios objetivos para avaliar as consequências de uma ação, o que pode levar a decisões moralmente
questionáveis. No entanto, muitos defensores do utilitarismo argumentam que ele oferece uma abordagem
prática e orientada para o bem-estar geral.

Pág 210
1. Correspondência das afirmações às perspectivas éticas:

a) Ética deontológica kantiana


b) Ética utilitarista de Mill
c) Ética deontológica kantiana
d) Ética deontológica kantiana
e) Ética utilitarista de Mill
f) Ética utilitarista de Mill
g) Ética utilitarista de Mill
h) Ética utilitarista de Mill
i) Ética deontológica kantiana
j) Ética utilitarista de Mill

2. Kant e Mill têm perspectivas diferentes sobre a imparcialidade. Para Kant, a imparcialidade está relacionada
com o dever moral absoluto e universal, que deve ser aplicado a todas as pessoas de forma igual. Para Mill, a
imparcialidade está ligada ao princípio da igual consideração dos interesses, onde cada indivíduo tem seu
interesse contado igualmente.

3. Na perspectiva deontológica, os deveres morais são absolutos e universais, devendo ser seguidos
independentemente das consequências. Na perspectiva utilitarista, os deveres morais são determinados pelas
consequências das ações, e não existem deveres absolutos, mas sim ações que devem ser realizadas para
maximizar a felicidade geral.

4.1. A solução apresentada enquadra-se na teoria utilitarista da moralidade da ação, pois o ataque é justificado com
base na maximização da felicidade geral. Neste caso, o sacrifício da menina é considerado aceitável, pois salvará
muitas outras vidas ao evitar um atentado terrorista em grande escala.

4.2. Um defensor da ética de Kant provavelmente não apresentaria a mesma solução, pois para Kant, certos
princípios morais são absolutos e incondicionais, como o dever de não matar. Mesmo que a morte da menina
possa levar à maximização da felicidade geral, Kant argumentaria que sacrificar uma vida inocente é
moralmente inaceitável, independentemente das consequências.

Pág 220
1. O papel da justiça, conforme descrito no texto, é fundamental para as instituições sociais e para a estrutura
básica da sociedade. A justiça atua como uma virtude essencial que garante a igualdade de liberdades e direitos
entre os cidadãos, impedindo que alguns sacrifiquem seus direitos em prol do benefício de outros. Ela assegura
que os direitos fundamentais não sejam negociados politicamente ou calculados com base nos interesses
sociais, garantindo uma distribuição equitativa dos benefícios da cooperação em sociedade.

2. O objeto primário da justiça, segundo o texto, é a estrutura básica da sociedade, ou seja, o conjunto de
instituições sociais mais importantes que distribuem os direitos e deveres fundamentais e determinam a divisão
dos benefícios da cooperação em sociedade. Essas instituições sociais incluem, por exemplo, o sistema político,
econômico e legal, que são responsáveis por garantir a igualdade de liberdades e direitos entre os cidadãos e
por estabelecer uma distribuição justa dos benefícios sociais.

Verifica se sabes
1. O objetivo da teoria da justiça de Rawls é desenvolver um conceito de justiça que seja justo e imparcial, capaz
de guiar as instituições sociais na distribuição equitativa de direitos, deveres e benefícios na sociedade. Rawls
busca estabelecer princípios de justiça que possam ser aceitos de forma racional e equitativa por todos os
membros da sociedade, independentemente das suas posições sociais, religiosas ou políticas.

2. A teoria de Rawls é um exemplo de contratualismo porque parte da ideia de que os princípios de justiça devem
ser estabelecidos através de um acordo hipotético entre indivíduos racionais e livres, que se encontram em uma
posição inicial de igualdade e desconhecimento das suas características pessoais. Nesse acordo, conhecido
como “posição original”, os indivíduos concordam com os princípios de justiça que regerão a sociedade, sem
saberem qual será a sua posição dentro dela. Essa abordagem reflete a ideia contratualista de que a justiça
social é alcançada através do consentimento mútuo e racional dos membros da sociedade.

Pág 221
1. A posição original na teoria da justiça de Rawls é uma situação hipotética onde os indivíduos são concebidos
como racionais, livres e imparciais, mas sem conhecimento de suas próprias características ou circunstâncias
sociais. Sob o “véu da ignorância”, eles buscam princípios de justiça para governar a sociedade, garantindo
imparcialidade na tomada de decisões sobre direitos e benefícios. Rawls utiliza essa posição para desenvolver
princípios de justiça que sejam justos para todos, independentemente de suas circunstâncias individuais.

Pág 222
1. Estar sob o véu da ignorância significa que os contratantes na posição original não têm conhecimento de certos
fatos concretos sobre si mesmos ou sobre a sociedade em que vivem. Eles estão privados de informações
específicas que poderiam influenciar suas decisões sobre os princípios de justiça, garantindo assim uma posição
imparcial e equitativa na formulação desses princípios.

2. Os contratantes sob o véu da ignorância desconhecem uma série de informações, incluindo seu lugar na
sociedade, posição de classe, status social, distribuição de talentos naturais ou habilidades, concepção do bem,
detalhes de seus projetos de vida e características psicológicas especiais. Além disso, eles não têm
conhecimento das circunstâncias particulares de sua própria sociedade, como situação política e econômica,
nível de civilização e cultura alcançado. Essa falta de conhecimento permite que eles tomem decisões de forma
imparcial e sem viés, sem favorecer seus próprios interesses ou vantagens pessoais.

Pág 223
1. Os contratantes devem ter conhecimento do contexto da justiça e suas consequências, além de
compreenderem os assuntos políticos, princípios da teoria econômica, bases da organização social, leis da
psicologia humana e outros fatos gerais que afetam a escolha dos princípios da justiça. Eles também devem
estar cientes da importância de proteger suas liberdades, aumentar suas oportunidades e ampliar os meios
disponíveis para alcançar seus objetivos.

Pág 224
1. A posição original é um dispositivo imaginário proposto por Rawls para desenvolver os princípios de justiça.
Nesse cenário hipotético, as pessoas estão atrás de um “véu de ignorância”, ou seja, elas não conhecem suas
próprias características individuais, como suas habilidades, status social, riqueza, ou mesmo suas preferências
pessoais. Isso permite que elas tomem decisões sobre princípios de justiça de forma imparcial, sem favorecer
seus próprios interesses particulares.

2. O véu de ignorância é fundamental na teoria da justiça de Rawls porque garante que as pessoas tomem
decisões sobre princípios de justiça de forma imparcial e equitativa. Ao não saberem suas próprias
circunstâncias pessoais, as pessoas são incentivadas a escolher princípios que beneficiem a todos,
independentemente de sua posição na sociedade.

3. A regra maximin é uma abordagem para tomar decisões sob condições de incerteza, na qual se busca maximizar
o benefício do pior resultado possível. Em termos simples, isso significa escolher a alternativa que oferece o
maior benefício mínimo esperado. Rawls defende que essa regra deve ser aplicada na posição original, onde as
pessoas escolhem os princípios de justiça que maximizam o bem-estar dos menos favorecidos.
4. Rawls rejeita a perspectiva utilitarista porque acredita que ela não garante uma distribuição justa dos recursos e
oportunidades na sociedade. O utilitarismo baseia-se na maximização da felicidade ou utilidade total, sem
considerar a distribuição desses benefícios. Rawls argumenta que isso pode levar à exploração dos menos
favorecidos e à desigualdade injusta. Em contraste, sua teoria da justiça enfatiza a importância de garantir que
os princípios sociais beneficiem igualmente todos os membros da sociedade, especialmente os menos
privilegiados.

Pág 227
1. O princípio da liberdade, dentro da teoria da justiça de Rawls, estabelece que cada pessoa deve ter o máximo de
liberdades básicas compatíveis com a mesma liberdade para todos. Isso inclui direitos como liberdade de
pensamento, liberdade de expressão, liberdade de associação, entre outros. Essas liberdades são consideradas
fundamentais para que as pessoas possam desenvolver seus próprios planos de vida e buscar sua concepção de
bem.

2. Para corrigir a “lotaria natural” e a “lotaria social”, Rawls propõe o princípio da diferença. A “lotaria natural”
refere-se às diferenças inatas entre as pessoas, como habilidades naturais e talentos. A “lotaria social” refere-se
às vantagens ou desvantagens que uma pessoa pode ter devido à sua posição na sociedade, como acesso a
recursos, oportunidades educacionais, ou herança. Para corrigir essas desigualdades, o princípio da diferença
estabelece que as desigualdades sociais e econômicas devem ser estruturadas de modo que beneficiem os
menos favorecidos. Isso implica que as desigualdades só podem ser justificadas se estiverem ligadas a posições
e oportunidades abertas a todos, especialmente aos menos privilegiados.

3. O princípio da diferença, como mencionado anteriormente, é central na teoria da justiça de Rawls. Ele afirma
que as desigualdades econômicas e sociais devem beneficiar os menos favorecidos na sociedade. Isso significa
que as instituições sociais devem ser organizadas de tal forma que as desigualdades resultantes proporcionem o
maior benefício possível para aqueles que estão em situação de desvantagem.

4. O princípio da igualdade de oportunidades, na teoria de Rawls, estabelece que as oportunidades sociais e


econômicas devem ser distribuídas de forma equitativa. Isso implica que todas as pessoas devem ter acesso
igual às oportunidades básicas, como educação, emprego, saúde e participação política. O princípio da
igualdade de oportunidades visa garantir que as vantagens e desvantagens de cada indivíduo na sociedade não
sejam determinadas por fatores arbitrários, como raça, classe social ou herança, mas sim por mérito e esforço
individual.

Pág 231
1. As desigualdades geradas por essa nova distribuição não são consideradas injustas pelo filósofo Robert Nozick,
autor do texto citado. Nozick defende que as desigualdades que surgem de transações voluntárias, onde as
pessoas trocam livremente bens e serviços, são justas, desde que não envolvam coerção, fraude ou violação dos
direitos individuais. Nesse caso, Wilt Chamberlain está recebendo uma remuneração por sua habilidade e
talento como jogador de basquete, em troca do entretenimento que ele proporciona ao público.

2. Nozick argumentaria que Chamberlain tem direito a esse rendimento. Segundo sua teoria política, as pessoas
têm direito à propriedade adquirida de maneira justa, incluindo o fruto de seu trabalho e talento. Desde que o
contrato entre Chamberlain e a equipe de basquete tenha sido feito voluntariamente, sem coerção ou fraude, e
que Chamberlain tenha cumprido seus termos, ele teria direito ao rendimento proveniente do preço dos
bilhetes de jogo. Para Nozick, o princípio da justiça exige respeitar os direitos de propriedade e liberdade
individual, e, portanto, ele defenderia o direito de Chamberlain a esse rendimento.
Verifica se sabes
1. Nozick rejeita a redistribuição da riqueza porque considera que isso viola os direitos individuais de propriedade
e liberdade. Ele argumenta que forçar as pessoas a contribuir com parte de sua riqueza para redistribuição é
uma forma de coerção, que infringe o princípio de liberdade individual. Além disso, Nozick sustenta que as
pessoas têm direito à propriedade adquirida de maneira justa, e que redistribuir essa propriedade para
promover a igualdade material seria injusto e uma forma de “confisco” pelo Estado.

2. De acordo com Nozick, o dever do Estado é garantir a proteção dos direitos individuais e fazer cumprir a lei de
forma imparcial. Ele defende um Estado mínimo, que tenha como função principal a proteção dos direitos de
propriedade e liberdade dos cidadãos. Esse Estado deve agir como um árbitro neutro, intervindo apenas para
evitar violações dos direitos individuais, como fraude, coerção ou violência. No entanto, Nozick argumenta que
o Estado não deve interferir na livre troca voluntária entre os indivíduos ou tentar promover a igualdade
material através da redistribuição da riqueza.

Pág 232
1. De acordo com Michael Sandel, não se obtém uma sociedade justa simplesmente maximizando a utilidade ou
garantindo a liberdade de escolha. Para alcançar uma sociedade justa, é necessário refletir coletivamente sobre
o significado da vida boa e criar uma cultura pública que seja receptiva às discordâncias que inevitavelmente
surgirão. Isso implica um processo de deliberação e debate público sobre valores e princípios morais que devem
orientar as decisões políticas e sociais, levando em consideração as diferentes visões de mundo e perspectivas
dos membros da sociedade. Em resumo, Sandel defende que uma sociedade justa é alcançada através do
engajamento cívico e da construção de consenso sobre o que é uma vida boa e digna para todos os seus
membros.

Pág 233
1. Uma política do bem comum, segundo Michael Sandel, tem como objetivo principal reconstruir a infraestrutura
da vida pública, em vez de simplesmente se concentrar na redistribuição de recursos para ampliar o acesso ao
consumo privado. Isso significa tributar os ricos para reconstruir instituições e serviços públicos, de modo que
tanto os ricos quanto os pobres se beneficiem e queiram fazer uso deles. Em vez de apenas buscar o
alargamento do acesso ao consumo privado, uma política do bem comum busca fortalecer e revitalizar as
instituições e serviços públicos que são fundamentais para a vida em sociedade.
Verifica se sabes
1. Michael Sandel questiona o véu de ignorância proposto por Rawls porque acredita que ele não leva em conta a
importância das concepções morais e valores que as pessoas trazem para a tomada de decisões políticas. Sandel
argumenta que as pessoas não podem realmente separar suas identidades e visões de mundo ao fazer escolhas
políticas, como sugere o véu de ignorância. Portanto, ele questiona a eficácia desse dispositivo para alcançar um
consenso sobre princípios de justiça que seja genuinamente compartilhado por todos os membros da sociedade.
2. Segundo Sandel, devemos avaliar as escolhas morais considerando não apenas as consequências ou princípios
abstratos, mas também os valores e concepções morais que estão subjacentes a essas escolhas. Ele defende uma
abordagem mais reflexiva e engajada com questões morais, que leve em conta o contexto cultural, histórico e social em
que as escolhas são feitas. Em vez de tentar encontrar uma única resposta correta para dilemas éticos, Sandel incentiva
as pessoas a participarem de debates públicos sobre valores e princípios morais, reconhecendo que diferentes pontos
de vista podem ser legítimos e dignos de consideração.

Pág 234 e 235


**Correspondência entre as definições (Coluna A) e os conceitos (Coluna B):**

a) Princípio da liberdade – Igualdade na atribuição de direitos e deveres básicos, bem como a máxima
liberdade para cada indivíduo, desde que não ponha em causa a liberdade igual para todos.

b) Estado Mínimo – As funções do Estado devem restringir-se ao mínimo indispensável: defesa perante
ameaças externas; segurança dos cidadãos e dos seus bens; e cumprimento dos contratos e das leis.
c) Princípio da igualdade de oportunidades – Todos devem ter as mesmas oportunidades no acesso à
saúde, educação, cultura, etc.

d) Regra maximin – Maximização do número de bens sociais primários que cada indivíduo pode ter.

e) Princípio da diferença – As desigualdades económicas e sociais são aceitáveis apenas se resultarem em


vantagens para todos e, em particular, para os mais desfavorecidos.

f) Bem comum – É no seio da vida comunitária que o indivíduo constrói a sua identidade e que faz as suas
escolhas.

g) Véu de ignorância – Situação hipotética inicial em que nenhum indivíduo é favorecido em relação a
qualquer outro.

2.1. A frase sublinhada destaca a necessidade de uma sociedade mais igualitária, onde haja uma distribuição mais
equitativa dos padrões de vida, acesso à saúde, educação e oportunidades. Isso está alinhado com os princípios da
justiça de John Rawls, que defende que as desigualdades económicas e sociais só são aceitáveis se resultarem em
vantagens para todos, especialmente para os mais desfavorecidos. Rawls argumenta que as instituições sociais devem
ser estruturadas de forma a garantir que as desigualdades beneficiem os menos privilegiados, proporcionando-lhes
oportunidades justas e recursos adequados para uma vida digna.
3. Aplicando a regra maximin, que busca maximizar o benefício do pior resultado possível, João e Pedro deveriam dividir
a fatia de tarte de maçã de forma equitativa, de modo que ambos recebessem uma quantidade igual. Dessa forma,
mesmo que um deles receba uma porção menor do que desejava inicialmente, ambos estarão garantindo o mínimo
aceitável de satisfação, evitando assim o pior resultado possível, que seria um deles ficar sem nenhuma parte da tarte.

4.1. Nozick critica a redistribuição da riqueza ao equipará-la ao trabalho forçado. Ele argumenta que tributar os
rendimentos do trabalho implica em tirar uma parte do tempo e esforço de uma pessoa para utilizar em
objetivos que não foram escolhidos por ela própria. Para Nozick, isso é comparável a forçar alguém a trabalhar
para os objetivos de outra pessoa, o que ele considera uma forma de coerção e violação dos direitos individuais
de propriedade e liberdade.

5. A crítica de Sandel ao véu de ignorância reside na ideia de que as pessoas não podem realmente separar suas
identidades e visões de mundo ao fazer escolhas políticas, como sugere o véu de ignorância. Ele argumenta que
as pessoas não podem realmente se desvincular de suas crenças, valores e identidades ao tomar decisões
políticas. Portanto, Sandel questiona a eficácia desse dispositivo para alcançar um consenso sobre princípios de
justiça que seja genuinamente compartilhado por todos os membros da sociedade.

Você também pode gostar