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HIDROCINESIOTERAPIA

FISIOTERAPIA AQUÁTICA
JULIANA FURTADO
Hidrocinesioterapia

Utilizado por profissionais da fisioterapia para designar


o uso do ambiente aquático e seus efeitos físicos,
fisiológicos e cinesiológicos provenientes da imersão do
corpo ou parte dele em meio líquido, como um recurso
terapêutico auxiliar.
Objetivos

Aquisição, manutenção ou melhora da capacidade


funcional neuromotora, musculoesquelética ou
cardiorrespiratória;

Visando cura, manutenção ou prevenção de uma


alteração orgânica.
Hidrocinesioterapia

Considerada a base para todos os métodos existentes


dentro da fisioterapia aquática;

É de suma importância para o fisioterapeuta que atua


no meio líquido o conhecimento dos princípios físicos da
água e suas implicações sobre o corpo imerso.
Alavancas de movimento

Fundamentais para resistência e progressão do


exercício;

A resistência é igual a quantidade de água deslocada


durante o movimento;

Quanto maior o braço de alavanca, maior será a água


deslocada.
Apoios e estabilizações do terapeuta

Quanto mais proximal for a estabilização do terapeuta,


menor a dificuldade do exercício, pois a alavanca de
movimento é menor.
Acessórios aquáticos

Dois tipos:

1. Potencializam o efeito do empuxo:


– Facilita a flutuabilidade,
– Fornece apoio,
– Incrementa o desequilíbrio - instabilidade ,
– Facilita exercícios de alongamento.
Acessórios
aquáticos

2. Aumentam a resistência ao movimento:


– Essa resistência depende da área de superfície,
tamanho e formato;
– Podem facilitar ou resistir aos movimentos,
estabilizar ou desestabilizar posturas.
Outros
equipamentos

Pesos: tração e melhor fixação


do paciente;

Step e plataforma: adequação


de profundidade e treino
funcional.
Cadeias
cinéticas

Abertas: permitem a exploração de movimentos


tridimensionais exclusivos do ambiente aquático;

Fechadas: possibilitam a realização de atividades


similares ao solo, porém com a vantagem do alívio da
descarga de peso e descompressão articular.
Nível de
imersão

Deve ser variado de acordo


com o controle motor do
paciente ou de acordo com a
possibilidade da descarga de
peso nas estruturas que
sofreram lesões.
Base de
sustentação

Deve ser entendida como mais um tópico de progressão


do exercício aquático;

Quanto maior a base, maior a estabilidade e o equilíbrio


do paciente imerso.
Formas e densidade corporais

Influenciam na estabilidade do indivíduo no meio


líquido e também em sua capacidade de flutuação.
Transferência positiva de aprendizado do
meio líquido para o terrestre

Capacidade de um indivíduo treinar uma função na água


e transferir tal aprendizado para o solo, melhorando o
desempenho desta atividade.
Funç
ão

Atividade direcionada ao desempenho de uma tarefa e


está intimamente relacionado ao controle do
movimento, ou seja, o controle motor conceituado
como capacidade de regular ou orientar os mecanismos
essenciais do movimento.
Funç
ão

Para que um conjunto de movimentos consiga atingir


uma função específica, é necessária a integração do
SNC, garantindo tônus muscular, sistema sensorial
adequado e, também, condições musculoesqueléticas
preservadas, como ADM e força muscular.
Força
muscular

Para obter ganho de força muscular é necessário


prescrição e aplicação de exercícios contra resistidos;

No meio líquido não existe necessidade de se empregar


aparelhos, pois a própria movimentação pela água
fornece a resistência necessária ao movimento –
viscosidade e turbulência.
Força
muscular

Embora as contrações concêntricas sejam mais


frequentes, com equipamentos de flutuação, as contrações
excêntricas podem ocorrer com o membro que se move em direção à
superfície da água, onde os antagonistas tentam controlar a força de
flutuação.
Força
Muscular

Em meio líquido, o empuxo é a força atuante que tem


direção contrária a força gravitacional e aumenta
conforme o nível de profundidade.
Força
muscular
Fatores modificadores e manipuladores do nível de resistência
e esforço:
– Comprimento do braço de alavanca;
– Amplitude de movimento;
– Densidade e posicionamento dos flutuadores;
– Nível de imersão;
– Velocidade do movimento;
– Direção do movimento;
– Presença de ondas;
– Forma corporal e área de contato.

Devem servir e nortear como parâmetros de evolução e


progressão do fortalecimento muscular.
Ganho de
flexibilidade e ADM

A maneira mais adequada de manter ou melhorar os


níveis de flexibilidade articular é por meio de exercícios
de alongamento;

Não existem respostas absolutas para saber se o ganho


de flexibilidade é mais fácil de ser conquistado em meio
líquido ou solo.
Ganho de
flexibilidade e ADM

Pontos favoráveis:
Aquecimento – músculos, cápsulas articulares,
ligamentos e pele aumentam seu coeficiente de
elasticidade, oferecendo menor resistência ao
alongamento;

Estimulação ao controle respiratório – expiração –


pressão hidrostática.
Ganho de
flexibilidade e ADM

Fator desfavorável:

A instabilidade em meio líquido ao uso de exercícios de


alongamento;

Alongamento: etapas – dinâmico e estático (necessário


ponto de apoio fixo).
Ganho de
flexibilidade e ADM

Diminuição das forças compressivas sobre as


articulações;
Relaxamento muscular devido aquecimento;
Diminuição da ação muscular antigravitacional;

Fatores que favorecem a execução dos alongamentos no


meio líquido.
Adequação
tônica

Tônus muscular – resistência do músculo ao


alongamento passivo;

Grau de contração fisiológica que permite a aquisição da


postura ereta contra a gravidade;
Adequação
tônica

Lesões no SNC - alterações do tônus, déficits motores,


diminuição da ADM, controle motor pobre, contração
voluntária deficiente, alteração do equilíbrio;

Casos de hipertonia – vasodilatação periférica,


relaxamento muscular – empuxo, diminui a descarga de
peso, coaptação articular, diminui a ação dos
motoneurônios.
Adequação
tônica

Em piscina terapêutica objetivando a adequação da


hipertonia pode ser auxiliado, além da imersão em água
aquecida e do efeito da flutuação , movimentos passivos
e lentos explorando a viscosidade da água e o fluxo
laminar.
Adequação
tônica

Casos de hipotonia – na água aquecida não é favorável;


Necessita de água mais fria;
Permanência em imersão é em menor tempo – fadiga.
Treinamento
sensório motor

Propriocepção: consciência estática da posição articular


e a consciência cinestésica do indivíduo garantida pela
ação dos mecanorreceptores localizados em cápsulas
articulares, ligamentos, tendões, músculos e pele.
Treinamento
sensório motor

A propriocepção permite a estabilização articular


adequada, protegendo-a de mecanismos de lesões que
ultrapassem a ADM fisiológica ou mudanças bruscas da
posição articular, comuns às atividades funcionais.
Treinamento
sensório motor

Treinamento sensório motor visa a prevenção de lesões


articulares e melhora da instabilidade funcional por
meio da hiperestimulação dos mecanorreceptores para
incentivar respostas estabilizadoras eficazes.
Treinamento
sensório motor

O empuxo promoverá alívio da descarga de peso,


decoaptação articular, reduzindo os Estímulos

 Quanto mais raso o paciente se encontra, maior


a ação da gravidade, portanto maior descarga de
peso e compressão articular com aumento dos
estímulos proprioceptivos.
Treinamento
sensório motor

Trabalho proprioceptivo em um alto nível de imersão é


interessante quando a reabilitação está em fase inicial
ou intermediária;

Com a evolução do tratamento o nível da água deve ser


reduzido progressivamente.
Treinamento
sensório motor

Pressão hidrostática: quanto maior a profundidade,


maior será a pressão;

Isso significa que um indivíduo em ortostatismo na


água, os estímulos propriocpetivos são maiores nos pés
do que nos joelhos e assim sucessivamente.
Treinamento
sensório motor

Viscosidade: oferece apoio aos movimentos, aumenta o


tempo de queda, dando tempo adicional para o controle
do movimento e possibilitando uma recuperação
proprioceptiva eficaz.
Treinamento
sensório motor

Em meio a todo esse conjunto existe a estimulação tátil


proveniente da turbulência gerada pelo próprio
movimento do paciente e pelo terapeuta, que fornece
feedback sensorial significativo para aprimorar a
propriocepção.
Equilí
brio

Um corpo está em equilíbrio quando seu centro de


massa/gravidade está projetado dentro da base de
apoio;

Ajustes de SNC, sistemas sensoriais e


musculoesqueléticos – estabilidade;

Para ter equilíbrio no meio aquático é necessário um


alinhamento entre centro de gravidade e centro de
flutuação.
Equilí
brio

Quando não ocorre o alinhamento vertical do centro de


flutuação, independente da posição em que o indivíduo
se encontra, o corpo sofrerá o efeito metacêntrico, pois
estará em desequilíbrio.
Equilí
brio

A viscosidade aumenta o tempo de queda – respostas


como as reações de equilíbrio;

Turbulência – fluxo desalinhado das moléculas da água


que desestabiliza o indivíduo gerando estímulos
constantes de ajustes corporais.
Equilíbrio

O treino de equilíbrio trará benefícios para coordenação,


tônus, simetria, segurança do indivíduo e força muscular
de forma conjunta e automática.
Equilí
brio

Progressão com reabilitação aquática do equilíbrio:


Variação de posturas - posturas estáveis e mais
instáveis;
Variação da velocidade;
Variação do nível de imersão;
Privação de estímulos visuais;
Utilização de superfícies instáveis de apoio.
Treino
funcional

Treinar a função que precisa ser adquirida, readquirida


ou aprimorada;

Atuação dentro das diversas áreas da fisioterapia.

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