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TEMA VII.

SUPERVISÃO
Conceito de Supervisão
Segundo, Lock (1989), os conceitos dos termos “Supervisão” e “Supervisor”, tal como
os dos termos “Gestão” e “Gestor” são dificultados pela semântica. Entretanto,
geralmente considera-se Supervisor todo ser humano responsável por ações, esforços e
comportamento de uma ou mais pessoas numa organização. O supervisor exerce uma
autoridade formal que lhe é conferida pela organização. Por isso, assume a função de
liderança exercendo autoridade e aceitando responsabilidade pelo pessoal no seu grupo
de trabalho ou na sua organização.
Lock considera que, essencialmente, devidas as suas utilizações históricas e os
costumes, os termos “Supervisor” e “Gestor” são conotados com ‘status’. Assim, em
muitas organizações o termo “Supervisor” geralmente refere-se à um capataz, chefe do
grupo, ou a um gestor de baixo nível, que lidera um grupo de trabalhadores, de um nível
baixo na organização. Certas organizações, fazem uma distinção clara entre os
supervisores e os gestores, em que os supervisores são subordinados dos gestores. A
distinção comum feita em muitas organizações é mostrada na figura abaixo, que
apresenta três níveis, a saber:
 Gestores;
 Supervisores; e
 Trabalhadores operativos.

Ge s t o re s

Su p e rv is o re s

Tra b a lh a d o re s Op e ra t iv o s

 Figura 1 – Distinção comum entre gestores, supervisores e trabalhadores operativos.


 [Fonte: Lock (1989), p. 178]

O termo “Trabalhadores Operativos”, segundo Lock, refere-se ao pessoal diretamente


envolvido no desempenho das tarefas operativas como: investigação e desenvolvimento,
criação, projeção, instalação, construção, fabricação, produção, operação ou
manutenção de produtos, máquinas, sistemas ou serviços.
Supervisão. A tarefa essencial do engenheiro

Na vida profissional, a supervisão, de acordo com Badawy (1982) é usualmente a


primeira tarefa para a maior parte dos engenheiros. Infelizmente, esta é a tarefa que
muitos engenheiros não estão preparados para executa-la, por duas razões principais:
 O ensino de engenharia não dá ênfase a preparação dos futuro graduados para
assumirem cargos de Direção ou Gestão;
 A atitude e o caracter dos engenheiros, por serem geralmente mais relativos às
coisas que as pessoas, agem como fatores inibidores.
Entretanto, se um jovem engenheiro não for bem-sucedido como supervisor, mostrando
a sua competência de lidar com pessoas, torna-se muito pouco provável que ele seja
promovido, pois pode ser considerado incapaz de assumir cargos de Direção. Refira-se
que, geralmente a supervisão é automaticamente o primeiro passo a seguir, depois do
engenheiro ter demostrado a sua competência técnica.
Deste modo, a tarefa de supervisão deve interessar de um modo particular a todo
engenheiro. Pois, a essência do sucesso na vida profissional está diretamente inerente a
habilidade de lidar com as pessoas de forma efetiva, harmoniosa e justa, sustentada pela
consistência, cortesia, humildade, firmeza e compreensão da natureza e comportamento
humanos.
Além disso, na vida real, a supervisão é uma tarefa permanente do engenheiro. Por isso,
é ideal que o engenheiro se interessasse sempre nas pessoas, tentando perceber como e
porque elas se comportam de uma certa maneira, ser tolerante para com as fraquezas
humanas e ter sempre em mente que todos indivíduos diferem. A experiência individual,
a educação, a atitude, a personalidade, e outros fatores como idade, sexo, etnia,
necessidades, desejos e ambições influenciam o comportamento. Todos estes fatores,
tornam a tarefa de supervisão muito mais difícil que todas outras do âmbito de
engenharia.
Princípios de supervisão
De acordo com Badawy (1982), os princípios de boa supervisão são:
 Tratar cada pessoa como um indivíduo distinto e valioso – O supervisor deve
mostrar respeito e cortesia aos subordinados. Deve mostrar interesse nas pessoas
e suas famílias, suas experiências, atitudes ideias e pensamentos expressos,
aspirações, ambições, interesse no trabalho e hábitos. E deve tentar perceber as
pessoas, na medida do possível.
 Mostrar continuamente os objetivos da organização – O supervisor deve
mostrar aos subordinados as metas que a organização pretende alcançar e
quando espera alcança-las de uma forma contínua. Deve estabelecer as suas
próprias metas se possível. O uso de gráficos de barra ajuda muito.
 Sublinhar a importância da contribuição individual – O supervisor deve
tentar integrar o interesse pessoal de cada indivíduo com os objetivos da
organização. Deve tentar mostrar que a contribuição individual é importante
para o sucesso de toda organização.
 Cumprir os ideais da conduta ética – O supervisor deve tentar ter sempre uma
postura ética em termos prático e realístico. Deve lembrar sempre que existe a
tendência dos subordinados seguirem o exemplo do seu superior.
 Evitar reprimir um subordinado em público – O supervisor deve evitar, na
medida do possível, reprimir um subordinado em frente de outros, especialmente
seus subordinados. Deve reprimir privadamente, tendo certeza dos factos e
escutando sempre a versão do subordinado. Deve indicar sempre o erro
cometido, as suas consequências e o que devia ser feito. E deve mostrar
confiança nos conhecimentos e nas habilidades do subordinado na realização das
tarefas sem cometer erros similares.
 Mostrar que está sempre confiante – O supervisor nunca deve mostrar que
está desapontado. Deve evitar mostra que está preocupado, mesmo se estiver
nesse estado. Deve ser otimista. Pois, o supervisor é um líder formal, por isso, a
sua atitude e o seu comportamento, afetam significativamente a moral e a
confiança do grupo.
 Delegar funções adequadamente – O supervisor deve dar instruções aos
subordinados de uma forma simples, direta e clara. E deve responsabilizar as
pessoas pelos seus atos na execução das tarefas.
 Prestar atenção nos avisos e sugestões dos subordinados – Por vezes, os
subordinados observam factos importantes que o supervisor omite. Por isso, o
supervisor deve ter um pensamento flexível, sempre que for necessário adaptar
as suas ações a uma determinada situação.
 Ser leal com os subordinados – A lealdade é normalmente recíproca, isto é, se
o supervisor for leal para com os seus subordinados, estes também serão leais
para com ele. Por isso, o supervisor deve admitir os erros que cometer. E nunca
deve tentar encobrir seus erros nem atribuir responsabilidades a outrem.
 Confiar moderadamente – O supervisor deve ter sempre cuidado com os
poucos subordinados que, por causa das suas ambições pessoais, podem tentar
enganar, enfraquecer ou destruir a sua pessoa.
 Pensar adequadamente nos planos futuros – O supervisor deve refletir sobre
o que foi feito e, sobretudo, sobre o que deve ser feito. Deve, aprender com os
seus erros e, sobretudo, com os dos outros. Deve criar alternativas ou planos de
contingência, se necessário. E deve lembrar sempre que uma planificação
adequada é o secreto do sucesso.
 Simplificar sempre os problemas que surgirem – O supervisor deve distinguir
os assuntos sérios dos banais. Nunca deve estar absorto e detalhes. Entretanto,
por vezes, alguns detalhes podem ser importantes. Por isso, o supervisor deve
distinguir os detalhes essenciais e preocupar-se apenas com os assuntos mais
importantes.
 Louvar e reconhecer os grandes feitos – O supervisor deve louvar, reconhecer
e encorajar os subordinados por trabalhos bem-feitos. Se for possível, deve
indicar a contribuição que o tal esforço fez à organização e dar conhecimento
aos seus superiores hierárquicos. Deve reconhecer sempre os grandes feitos e dar
a recompensa adequada. Isto porque, qualquer ser humano gosta de ser louvado
e reconhecido pelo bom trabalho. E o supervisor pode incutir lealdade e maiores
esforços através de tais ações.
 Manter sempre o senso de humor – O supervisor deve manter o senso de
humor, especialmente quando as coisas andam sombrias. Entretanto, deve
mostrar sempre a determinação, o entusiasmo e a vontade de levar a cabo toda a
ação necessária.
Para finalizar, Badawy considera que a essência da supervisão efetiva é a de
desenvolver uma equipa de trabalho harmoniosa e cooperativa, de formas que cada
indivíduo, na organização ou na equipa, se empenhe de uma forma voluntária e
entusiástica para fazer a sua contribuição. E isto, implica uma liderança competente.

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