Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
ESTRUTURA DA DENÚNCIA
1. Denúncia (continuação)
2. Estrutura da denúncia
ESTRUTURA DA DENÚNCIA
1. Denúncia (continuação)
A linguagem da denúncia deve ser simples, no sentido de que, qualquer pessoa que tenha leitura, consiga ler e se
defender do que está escrito.
A denúncia deve ser também objetiva, simples e concisa. Evitar parágrafos longos.
Ao se referir ao agente (autor da infração) usar as seguintes expressões: “denunciado”, “indiciado”, “agente” ou o
próprio nome do autor da infração. Jamais utilizar a expressão “réu”.
O examinador já tratou o denunciado como “réu”. Assim, se ele atribuiu esse nome ao denunciado pode usar o
termo “réu”. Exceto nessa exceção não se deve usar o termo “réu” porque o denunciado ainda não é réu. A
denúncia ainda não for aceita.
A denúncia deve conter verbos do tipo em seu infinitivo. Exemplo: subtrair, constranger, etc. se o crime for tentado
usar o verbo tentar conjugado como verbo do próprio tipo. Exemplo: tentou subtrair.
Além disso, conforme já observado, devem ser descritas todas as qualificadoras, causas de aumento, circunstâncias
previstas no tipo. Deve-se adequar o fato ao tipo legal. Por isso a importância de abrir o tipo na Lei para destacar
todas as circunstâncias.
Se se tratar de crime culposo, importante descrever a imprudência, negligência ou a imperícia. Isso estará na
descrição do examinador e deve ser narrado na denúncia.
Importante: não inventar e nem aumentar fato, se não estiver descrito o fato pelo examinador. Se houver lacuna,
requerer produção de provas, na cota, para o seu preenchimento. Exemplo: se furtada uma bicicleta na prova,
requerer na cota, que seja enviado ofício ao delegado de polícia para auxiliar na avaliação desse bem.
Especialmente no pedido final, deve-se ter em mente, o rito processual adequado (ordinário, sumário, do Júri,
sumaríssimo, etc.). É importante saber atribuir o rito adequado.
Na vida prática é possível corrigir o rito, mas na prova isso é erro que tira a nota. Então, importante, adequar. Exceto
se crime doloso contra a vida – rito do Júri - é a pena máxima abstratamente prevista que dá ordem do rito adotado:
Ainda sobre o rito, quando for possível a reparação do dano causado pela infração, importante citar o artigo 387,
IV do Código de Processo Penal.
Atenção: nunca citar jurisprudência, súmula ou doutrina na denúncia. Isso é falta de técnica. A denúncia só deve
narrar os fatos.
Foi colocada, em seguida, uma peça prática que caiu no MPSP a título de exemplo.
O candidato, na qualidade de promotor, deveria elaborar peça prática, requerimentos e demais manifestações
cabíveis e oportunas, visando à avaliação de seus conhecimentos sobre Direito Processual Penal, levando em conta
os dados apresentados.
O caso dizia respeito de inquérito apresentado ao MP, em que apurado que o “réu” subtraiu uma bicicleta para si,
pertencente à “vítima”. Houve “testemunha” que presenciou a subtração e reconheceu o “réu”, o qual confessou
a autoria, na presença de curador que lhe foi nomeado. O “réu” possuía 20 anos de idade, era primário e portador
de bons antecedentes. A bicicleta, avaliada em R$250,00, foi apreendida, dez dias após em poder do réu.
2. Estrutura da denúncia:
A. Endereçamento (se não for do Júri ou do Juizado Especial Criminal é da Vara Criminal);
B. Titularidade do MP;
C. Tipo penal (aqui precisa identificar qual a peça);
D. Descrição dos fatos (parte mais importante, no momento da prova);
E. Tipificação;
F. Local, data, nome (jamais citar o seu) e assinatura.
Em seguida, deve ser elaborada a cota com a indicação de que é oferecida denúncia em separado contra o réu e
com a requisição das providências necessárias.
Página 2 de 2