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COMO A INTERAÇÃO LIPOPROTEÍNA-PROTEOGLICANA MODIFICA A

LIPOPROTEÍNA

O LDL é um indutor de inflamação. No entanto, as lipoproteínas retidas na íntima


são expostas a agentes oxidantes e enzimas que levam as partículas de LDL a serem
reconhecidas e internalizadas pelos macrófagos. A ligação do LDL-proteoglicano por si só
também estimula os macrófagos a internalizar o LDL, provavelmente devido à alteração
física do LDL ao se ligar aos proteoglicanos, como mudança na configuração da apoB100 e
na organização lipídica. Então, a retenção íntima de LDL promove modificações
pró-inflamatórias das partículas de LDL que subsequentemente iniciam uma resposta
inflamatória.
A retenção de lipoproteína é um processo auto acelerado no qual o LDL retido induz
respostas celulares que levam ao aprisionamento adicional de LDL. Primeiro, LDL oxidado e
citocinas liberadas de células inflamatórias estimulam células musculares lisas vasculares a
proliferar e secretar proteoglicanos com cadeias de glicosaminoglicanos alongadas que têm
afinidade aumentada para LDL.
Em segundo lugar, os macrófagos infiltrados secretam moléculas ponte,
principalmente lipoproteína lipase (LPL), que possui sítios de ligação para proteoglicanos e
lipoproteínas e aumenta ainda mais a retenção de lipoproteína. A LPL é uma enzima
carregada positivamente que normalmente está ligada a proteoglicanos carregados
negativamente no lúmen dos capilares, onde captura as lipoproteínas circulantes, fazendo o
papel de ponte. Então, com maior agregação de partículas de LDL, aumenta a resposta
inflamatória, que eventualmente leva à formação de lesões ateroscleróticas.

POTENCIAIS TRATAMENTOS PARA A RETENÇÃO DE LIPOPROTEÍNA

Qualquer tratamento que enfraqueça a interação LDL-proteoglicano reduzirá a


retenção de lipoproteínas na parede do vaso. No entanto, não está claro se o tratamento é
realizado apenas sobre a retenção de lipoproteínas em casos de aterosclerose já
estabelecida ou se é preciso iniciar o tratamento antes de qualquer sinal de aterosclerose.
A retenção de lipoproteínas é apenas o acontecimento necessário para iniciar a
aterosclerose ou é também o combustível necessário para manter a resposta inflamatória
nas lesões ateroscleróticas avançadas? Se o último for verdadeiro, isso ampliaria a janela
terapêutica para incluir pacientes com lesões ateroscleróticas sintomáticas.
O principal desafio de atacar a interação LDL-proteoglicano é evitar o bloqueio de
funções importantes dos proteoglicanos em locais não vasculares. No entanto, as vias de
sinalização que regulam a síntese de proteoglicanos diferem entre os tecidos e entre os
processos fisiológicos e patológicos no corpo, permitindo o tratamento de aterosclerose.

-Alimentação:
Experimento em macacos: descobriu-se que uma dieta rica em gordura poliinsaturada
causou uma diminuição apreciável na interação de LDL com proteoglicanos arteriais.
Estudo: pessoas aparentemente saudáveis mudaram de uma dieta rica em ácido linoleico
(óleo de girassol: poliinsaturado) para uma dieta rica em ácido oleico (azeite:
monoinsaturado). Depois de um tempo, percebeu-se que no período do óleo de girassol, o
colesterol LDL foi menor do que após o período do azeite, houve aumento no tamanho das
partículas de LDL e redução da afinidade LDL pela parede dos vasos sanguíneos.
-Medicação:
Gemfibrozil e sinvastatina causaram uma diminuição significativa da reação entre LDL-PG.
A redução do colesterol LDL induzida por essas intervenções foi maior do que a observada
em um grupo da mesma população que seguiu uma dieta com o mesmo objetivo.
Pravastatina 40 mg, gemfibrozil 600 mg e um combinado dos dois Pravastatina induziu
redução de colesterol em 31%, gemfibrozil diminuiu o colesterol em 25% e o combinado dos
dois reduziu em 40,2%. Assim, o gemfibrozil + pravastatina foi mais eficaz do que os
medicamentos separados. A eficácia se relaciona com o aumento no tamanho das
partículas, em razão do gemfibrozil.
Ciprofibrato, medicamento derivado de fibrato, percebeu-se que a redução da afinidade
entre LDL-PG estava associada a uma diminuição na quantidade de LDL-III pequeno e
denso.
Enzimas:
*A inibição de enzimas moduladoras de lipoproteínas, como fosfolipase A2, por meio
de inibidores, estão sendo avaliados como tratamento
*Uso de enzimas específicas podem direcionar o glicosaminoglicano à alongamento
e sulfatação
*Uso de inibidores competitivos que mimetizam os sítios de ligação do proteoglicano
na apoB100, como os peptídeos do sítio B.
*Com a inibição da HMG-CoA redutase, promovendo controle da síntese intracelular
de colesterol. Com a queda da produção, ocorre o aumento da expressão de LDLR nos
hepatócitos e a maior captura de LDL circulantes por estas células.
*Inibição PCSK9. A PCSK9 é uma protease expressa pelo fígado, intestino e rins,
capaz de inibir a reciclagem do LDLR de volta à superfície celular, resultando em menor
número de receptores e aumento dos níveis plasmáticos de LDL.Assim, a inibição da
enzima permite que LDLR faça novos ciclos de captação do LDL.

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