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Vias e Métodos de

Administração e
Formas
Farmacêuticas

Profª Vanessa Ferriello


Introdução
• Para que um fármaco possa atuar é
preciso que tenha acesso a seu sítio de
ação;

• É impossível colocá-lo diretamente em


contato com esse sítio de ação;
 Exceto os fármacos de ação local

• Se fazem necessários processos


sequenciais que proporcionem tal
trajeto.
Vias de
Administração • São estruturas orgânicas com as quais o
fármaco toma contato para iniciar aquela
série de processos.
Vias de
Administração

• Vias Enterais
 Quando o fármaco entra em
contato com qualquer
segmento do sistema
digestório
 Vias sublingual, bucal,
oral e retal

• Vias Parenterais
 Não utilizam o sistema
digestório
 Divididas em diretas e
indiretas
Vias Parenterais

• Diretas
 Acessadas por injeção
 Intravenosa; intramuscular; subcutânea e
outras.

• Indiretas
 Dispensam a injeção
 Cutânea; Respiratória; Conjuntival;
Intracanal; etc.
Principais Vias de
Administração dos Fármacos
Enterais Parenterais
Diretas Indiretas
Oral Intravenosa Cutânea
Bucal Intramuscular Respiratória
Sublingual Subcutânea Conjuntival
Retal Intradérmica Geniturinária
Intra-arterial Intracanal
Intracardíaca
Intratecal
Peridural
Intra-articular
Vias Enterais

• Via Oral

 Consiste na administração pela boca de


uma forma farmacêutica que, após
deglutição, chega ao trato gastrintestinal
(TGI).
Via Oral

• A partir da via oral, a absorção pode


ocorrer em:

 Boca,
 Intestino delgado
 Estômago
 Intestino Grosso
Via Oral

É a via mais comum de administração

Menor custo das preparações

Atingimento gradual de concentrações


plasmáticas

Minimiza a intensidade de efeitos adversos


Via Oral
• Quando se desejam efeitos sistêmicos
a administração oral não é adequada
para:
 Fármacos que se absorvem mal pela
mucosa digestiva;
 Inativam-se frente aos sucos digestivos;
 Formam complexos insolúveis com
alimentos;
 Sofrem metabolismo de primeira
passagem;
 São muito irritantes para a mucosa
digestiva;
 Impossibilidade de deglutição ou vômito;
 Sabor ou odor desagradável do fármaco.
Via Oral
• Formas Farmacêuticas:

 Comprimidos
 Cápsulas
 Drágeas
 Suspensões
 Xaropes
Via Oral

• Métodos de Administração:

 Deglutição

 Sondagem gástrica.
Vias Enterais

• Via Bucal

 É utilizada principalmente
para administração de
fármacos de efeitos locais.
Via Bucal

• Deve-se associá-los a
compostos que tenham
aderência maior à mucosa
que reveste a cavidade oral,
devido à ação diluidora da
saliva.
Via Bucal
• Formas Farmacêuticas

 Géis
 Colutórios
 Orabases
 Dentifrícios
 Vernizes

 Dispositivos de liberação
lenta
Via Bucal

• Métodos de Administração:
 Aplicação
 Fricção
 Instilação
 Aerossol
 Bochecho
Vias Enterais
• Via Sublingual

 Colocação sob a língua;


 Permite a retenção do
fármaco por tempo mais
prolongado;
 Propicia absorção rápida de
pequenas doses de alguns
fármacos;
 Rico suprimento sanguineo
 Pouca espessura da mucosa
absortiva
Via
Sublingual

• Absorção

 A drenagem sanguinea é
feita por veias linguais;

 O fármaco passa diretamente


à corrente circulatória.

 No trato gastrintestinal são


conduzidas para o fígado,
podendo sofrer metabolismo
de 1ª passagem
Via
Sublingual

• Formas Farmacêuticas:

 Comprimidos

 Devem ser dissolvidos


inteiramente pela saliva
 Não podem ser deglutidos
Vias Enterais

• Via Retal

 É utilizada em pacientes
que:

 Apresentam vômitos

 Estão inconscientes

 Não sabem deglutir


 Crianças pequenas
• Vantagens:
Via Retal
 Protege os fármacos susceptíveis
das inativações gastrintestinal e
hepática;

 Somente 50% do fluxo venoso retal


têm acesso à circulação porta.
Via Retal • Desvantagens:

 Incomodidade de administração

 Possibilidade de efeitos irritativos


para a mucosa
Via Retal • Formas Farmacêuticas:

 Supositórios
Via Retal • Métodos de Administração

 Aplicações
Termo grego

• Para – ao lado
• Enteros – tubo digestório
Vias Administração de
Parenterais medicamentos “ao
lado do tubo digestório”

Sem utilizar o trato


gastrintestinal
Vias Parenterais Diretas

• Via Intravenosa
 Introdução do fármaco
diretamente por uma veia
na corrente sanguinea.

 Vantagens:

 Propicia efeito imediato e


níveis plasmáticos
previsíveis;

 Tem biodisponibilidade de
100%.
Via
Intravenosa

• Indicações:

 Emergências médicas

 Doenças graves
Via
Intravenosa
• Desvantagens:
 Necessidade de assepsia
 Pessoa treinada
 Incomodidade para o
paciente
 Menor segurança
 Maior custo das preparações
injetáveis
 Efeitos indesejáveis locais:
 Flebite (inflamação nas veias)
 Infecção
 Trombose
Vias Parenterais
Diretas
• Via Intramuscular

 É considerada mais segura


do que a intravenosa;

 A absorção depende do fluxo


sanguineo local e grupo
muscular utilizado;
 A absorção de alguns
fármacos é maior no músculo
deltóide do que no glúteo.
Via
Intramuscular

• Soluções Utilizadas:

 Aquosas
 Semelhante ao soro
sanguineo

 Oleosas
 Viscosa

 Suspensões
 Diluídas com água
Via
Intramuscular

• Administração

 Método da injeção profunda


 Ultrapassa pele e tecido
subcutâneo
 Agulha bisel longo

• Volume
 Não deve ultrapassar 10ml
Via
Intramuscular

• Efeitos Adversos Locais:


 Dor
 Desconforto
 Hematoma
 Abscessos
 Reações Alérgicas
Via
Intramuscular

• Manifestações Sistêmicas:

 Se devem ao fármaco e não a


via
Via Intramuscular
• Formulações de Absorção
Sustentada:

 Forma de Administração
 Constituída de suspensões
 Depósito Temporário
 Condicionando concentrações plasmáticas
terapêuticas
 Exemplo: Penicilina G Benzatina
 Concentrações mantidas por 3 a 4
semanas
• Vias Subcutânea

 Abrange pele
Vias Parenterais  Podem ser empregadas em pequenas
Diretas e constantes quantidades de fármacos

 Maior latência (início de efeito lento)


Vias
Subcutânea

• Formas Farmacêuticas:

 Suspensões

 Pellets (formas sólidas de lenta


desintegração, implantadas no
tecido)
Não é adequada para
administração de grandes
volumes (0,5 a 2ml);

Agulha e bisel curto;


Via
Subcutânea

Inconvenientes:

• Dor local
• Abscessos
• Fibroses
Vias Parenterais
Diretas
• Via Intradérmica

 Contacta o fármaco com a


derme mediante injeção ou
por raspado da epiderme;

 Absorção mais lenta que a


subcutânea;

 É utilizada somente para


testes diagnósticos e
vacinação.
Vias Parenterais
Diretas
• Via Intratecal

 Espaço Subaracnoidiano e
Ventrículos Cerebrais;
 É utilizada para administrar
fármacos que não
atravessam a barreira
cérebro-sangue;
 Requer técnica especializada
e não é isenta de riscos;
 Empregada na
raquianestesia.
Vias Parenterais Diretas

• Via Peridural

 Utiliza o espaço delimitado


pela dura-máter que
circunda a medula;

 Alternativa à via
subaracnoidiana para
anestesia de medula
espinhal e raízes nervosas.
Vias Parenterais Diretas
• Via intra-arterial

 É raramente empregada;

 Alto risco;

 Justificativa de uso:
 Obter altas concentrações
locais de fármacos, antes de
ocorrer sua diluição por toda
a circulação.
Vias Parenterais Diretas
• Via Intracardíaca

 Variante da intra-arterial;

 Hoje em desuso;

 Substituída pela punção de


grandes vasos venosos para
administrar fármacos em
reanimação
cardiorrespiratória.
Vias Parenterais Diretas

• Via Intra-articular

 Interior da cápsula
articular.
A pele representa
efetiva barreira à
passagem de
substâncias;
Vias
Parenterais
Indiretas
Medicamentos podem
ser administrados por
VIA CUTÂNEA para
obtenção de efeitos
tópicos.
Vias Parenterais
Indiretas
• Via Cutânea

 Casos:

 Curativos oclusivos;

 Exposição a agentes químicos;


Via Cutânea
• Locais

 Área extensa;
 Soluções de continuidade.

 Podem produzir efeitos:


 Sistêmicos
 Terapêuticos
 Tópicos
Via Cutânea
• Absorção depende:

 Da área de exposição;

 Difusão do fármaco na
derme;

 Temperatura;

 Estado de hidratação da
pele.
Via Cutânea
• Formas Farmacêuticas:

 Cremes
 Pomadas
 Óleos
Via Cutânea
• Métodos de Administração

 Aplicação

 Fricção

 Banhos
São ricamente
vascularizadas;

Permitem fácil absorção


de princípios ativos;
Mucosas
Ação:

• Local
• Sistêmica (captados pela
circulação sanguinea)
• Sujeitos a efeitos irritativos
• Tecidos frágeis e sensíveis.
• Formas Farmacêuticas

 Cremes

Mucosas  Pomadas
 Géis
 Soluções
 Suspensões
Mucosas
• Métodos de Administração

 Aplicação

 Irrigação

 Instilação

 Aerossol
Vias Parenterais Indiretas

• Via Respiratória

 Estende-se desde a mucosa nasal até


os alvéolos, pode ser usada para
obtenção de efeitos locais ou
sistêmicos.
Via Respiratória

• Administração

 Inalação

 Sob a forma de gás;


 Ou pequenas partículas;
 Líquidas ou Sólidas;
 Geradas por nebulização ou aerossóis.
Vias Parenterais Indiretas
• Vias Conjuntival e Geniturinária

 São usualmente empregadas para obtenção de efeitos locais.


Vias Conjuntival e
Geniturinária
• Formas Farmacêuticas

 Soluções
 Cremes
 Pomadas
Vias Conjuntival
e Geniturinária

• Métodos

 Instilação

 Aplicação
Vias Parenterais
Indiretas
• Via Intracanal

 Obtenção de efeito local;


 Junto ao canal radicular e zona pulpar.

 Parenteral.
 Apesar dos dentes estarem na boca, a área
pulpar não é considerada pertencente ao
trato digestório.
Via Intracanal
• Método

 Instilação de soluções por meio de instrumental adequado;

 Os medicamentos não conseguem alcançar a corrente


circulatória.
 Irrigação de vasos sanguineos e linfáticos, e terminações nervosas
locais.
Via Intracanal
Métodos de
Administração
• Maneira que o fármaco vai ser
administrada

 Injeção
 Instilação (gotejamento)
 Deglutição
 Fricção
 Aplicação
 Bochecho
 Irrigação
 Banho
 Aerossol
São preparações
constituídas por um
ou mais fármacos;
Formas
Farmacêuticas Podem ser associados
a substâncias
auxiliares de
formulação;
• Denominadas adjuvantes.
Formas Farmacêuticas
• Adjuvantes:

 São desprovidos de atividade terapêutica;

 Podem influenciar na velocidade e extensão de absorção do


fármaco;
 Alteram a biodisponibilidade
Formas Farmacêuticas
• Adjuvantes

 Visam:

 Facilitar a administração do medicamento;


 Garantir precisão da dose;
 Mascarar odor e sabor desagradáveis.
Podem ser classificadas em:

Líquidas e sólidas
• De liberação imediata
• Comprimido, xarope, solução,
cápsula, etc.
Formas
Farmacêuticas • Controlada
• Drágea, comprimido revestido,
patch cutâneo.
• Visam a obtenção de níveis
plasmáticos mais constantes
do fármaco e ao
prolongamento do intervalo
entre as doses.
Formas Farmacêuticas
Líquidas
• Apresentam-se como:
 Soluções
 Xaropes
 Suspensões
 Colutórios
 Que contém um ou mais
fármacos em veículo
apropriado.

 Podem ser usadas por


diferentes vias de
administração.
Formas
Farmacêuticas
Líquidas

• Soluções

 São preparações que contém


um ou mais fármacos
dissolvidos em água;

 Podem ser administrados por


vias enterais ou parenterais.
Soluções
Injetáveis

• São destinadas à
administração parenteral;

• Sua produção requer


cuidados de assepsia para
evitar problemas de
contaminação e infecções
graves ao paciente.
Soluções de
Uso Oral
• Soluções em gotas:
 Possuem concentração mais
elevada do fármaco (cuidado
em crianças).

• Soluções em colheres:
 Observar volume (café 2ml,
chá 5ml, sobremesa 10ml,
sopa 15ml)

• Dosificadores Especiais:
 Colher plástica com medida
no cabo, utilizar conforme a
bula.
Soluções de Uso
Conjuntival
• São estéreis e requerem
cuidados especiais de
utilização:
 Lavagem prévia das mãos
 Ausência de contato com o
conta-gotas.

• Para instilar gotas no saco


conjuntival:
 Afasta-se a pálpebra
inferior
 Fecham-se as pálpebras e
movimenta-se o olho em
todas as direções.
Soluções de Uso
Respiratório
• Nebulização em aerocâmeras
(spacers), permitem
reinalação do produto.

• O paciente inspira
profundamente o fármaco.

• Desvantagens:
 Contaminação dos
nebulizadores;
 Irritação e secura da boca.
Colutórios
• São soluções de aplicação
tópica em cavidade bucal e
porção superior da faringe;

• Administrados por meio de:


 Bochechos
 Gargarejos

• Contém substâncias anti-


sépticas em sua composição.
Xaropes
• São preparações líquidas
aquosas viscosas graças a
grande quantidade de
açúcar (sacarose);

• Podem conter um ou mais


fármacos, adjuvantes como
corantes e aromatizantes.

• Uso prolongado: maior


índice de cáries
Elixires e
Tinturas
• São fármacos dissolvidos em
álcool e água, geralmente
agradáveis ao paladar;

• O conteúdo alcoólico
melhora a estabilidade
farmacológica;

• Cuidado a alcoólatras;
 Elixires podem ser diluídos
para diminuir o conteúdo
alcoólico;
 Tinturas devem ser
conservadas ao abrigo de luz
e de altas temperaturas.
Suspensões

• São dispersões de partículas


sólidas do fármaco em um
líquido aquoso no qual ele é
insolúvel;

• São usadas por via oral e


parenteral;

• Antes do uso deve-se agitar o


frasco vigorosamente.
Vernizes

• Contém fármaco misturado


a veículo que endurece em
contato com saliva ou água;

• Sua aplicação é feita sobre


dentes limpos e secos;

• Para que o produto


permaneça por mais tempo
evitar alimentos duros e
higienização logo após a
aplicação do verniz.
Formas
Farmacêuticas
Sólidas
• Pós e Granulados
 Pós são misturas de fármaco
com adjuvantes em forma
seca, finamente divididos;
 Podem ser administrados via
oral, misturados a líquidos
ou alimentos, ou por via
parenteral;
 Quando dispersos em um
gás, constituem aerossóis;
Comprimidos
• São formas farmacêuticas
sólidas obtidas por
compressão da mistura de
pós, contendo fármaco(s) e
adjuvantes;

• São administrados via oral,


com água engolidos intactos
ou mantidos na cavidade
bucal;
Comprimidos
• Vantagens:
 Facilidade de
utilização;
 Dosificação precisa;
 Facilidade de
conservação;
Comprimidos
• Revestidos
 Superfície recoberta
 Resinas naturais ou sintéticas, gomas,
açúcares, corantes
 Mascara odor e sabor desagradáveis

• Mastigáveis
 Contém adoçantes que lhe dão aspecto e gosto
agradáveis.

• Efervescentes
 Devem ser desintegrados em solução,
liberando dióxido de carbono, sob a forma de
bolhas.
Comprimidos
São recobertas por
uma camada gastro-
resistente e diversas
camadas de açúcar;
Drágeas
Visando proteger o
fármaco da degradação
estomacal, e liberá-lo
no suco intestinal.
Drágeas
Cápsulas
• São preparações de
consistência sólida;

• Constituídas por invólucro de


gelatina dura ou mole,
contendo fármaco nas formas
sólidas (pós e granulados),
líquida ou pastosa;

• Podem ser utilizadas por vias


oral, vaginal e retal.
Cápsula
São formas farmacêuticas
sólidas em temperatura
ambiente, as quais se
fundem ou dissolvem à
temperatura do corpo;
Supositórios

São administrados por


vias retal e vaginal para
terapias local ou sistêmica
Formas Farmacêuticas Semi-
sólidas
• São preparações destinadas à aplicação em pele ou em
certas mucosas;

• Visando a ação local ou penetração percutânea;

• Podem ter efeitos emoliente ou protetor.


Cremes e
Pomadas

• São constituídas de base


monofásica na qual podem
ser dispersos fármacos
sólidos ou líquidos;

• Aplicam-se por fricção


(pomada)

• até desaparecimento sobre a


pele (creme)
Géis

• São constituídos de líquidos


estruturados a partir de
agentes gelificantes;

• A apresentação denominada
orabase enquadra-se na
forma de gel, sendo uma
base emoliente para uso
odontológico.
Pastilhas

• São preparações de
consistência semi-sólida, em
que se mistura o fármaco a
adjuvantes auxiliares
(corantes, aromatizantes) e
sacarose ou goma arábica.

• Devem dissolver lentamente


na boca.
• Sistemas Terapêuticos Transdérmicos
Formas (PATCHES)

Farmacêuticas  Liberam fármacos para a circulação sistêmica


através de sua passagem pela pele.
Especiais
Obrigada!!!

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