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Riscos Biologicos
Riscos Biologicos
Dengue
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o agente etiológico for conhecido, o nome completo
da doença será dengue por vírus tipo 1 ou dengue por
vírus tipo 2, etc. (9)
O dengue pode ser considerado como doença
relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação
de Schilling, uma vez que as circunstâncias ocupacio-
nais da exposição aos mosquitos vetores (Aedes) e/ou
aos agentes infecciosos (Flavivírus) podem ser consi-
deradas como fatores de risco, no conjunto de fatores
associados com a etiologia desta doença infecciosa. (9)
O dengue relacionado ao trabalho tem sido
descrito em trabalhadores que exercem atividades em
zonas endêmicas, em trabalhos de saúde pública e em
laboratórios de pesquisa, entre outras atividades em que
a exposição ocupacional pode ser identificada. (9)
Febre amarela
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apenas como enzootia de macacos, tendo por trans-
missores mosquitos dos gêneros Haemagogus e Aedes.
Os casos humanos, pouco numerosos, incidem entre
as pessoas que trabalham ou mantêm contato com as
florestas. A febre amarela urbana teve o homem como
único reservatório e o A. aegypti como transmissor, na
América do Sul. Outros trabalhadores eventualmente
expostos, por acidente, incluem os que exercem ativida-
des de saúde pública e que trabalham em laboratórios
de pesquisa, agricultores, trabalhadores florestais, em
extração de madeira, em áreas e regiões afetadas. (9)
Por sua raridade e por sua relativa especifici-
dade, a febre amarela em determinados trabalhadores
poderá ser considerada como doença profissional ou
doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classifi-
cação de Schilling. (9)
Hepatite
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hepatite C (HCV), ao vírus da hepatite D (HDV) e ao
vírus da hepatite E (HEV). (9)
Na hepatite viral A, a fonte de infecção é o
próprio homem (raramente os macacos) e a transmis-
são é direta, por mãos sujas (circuito fecal-oral) ou por
água (hepatite dos trabalhadores por águas usadas) ou
por alimentos contaminados. Vários surtos têm sido
descritos em creches, escolas, enfermarias e unidades
de pediatria e neonatologia, com taxas de transmissão
que giram em torno de 20% em trabalhadores sus-
cetíveis. Nos EUA, a prevalência em trabalhadores
da saúde varia de 35 a 54% (comparado com 38% da
população geral). (9)
A maioria dos dados estatísticos que se refe-
rem à hepatite A em trabalhadores da saúde aponta
os enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem
como principal grupo acometido ou em risco. Dentre
os médicos e dentistas, aqueles que lidam com crian-
ças estão mais expostos. (8)
Os trabalhadores do setor de lavanderia hospi-
talar, especialmente os manipuladores de tecidos antes
de serem lavados, apresentam taxa elevada de anticor-
pos IgC para o VHA (Borg & Portelli 1999). (8)
Os trabalhadores responsáveis pela coleta de
lixo estão entre os grupos ocupacionais de risco, na
dependência direta de suas condições de trabalho. (8)
Na hepatite viral B o vírus é encontrado em
todas as secreções e excreções do corpo, mas, apa-
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rentemente, apenas o sangue, o esperma e a saliva
são capazes de transmiti-lo. A infecção é adquirida,
em geral, por ocasião de transfusões, de injeções per-
cutâneas com derivados de sangue ou uso de agulhas e
seringas contaminadas ou, ainda, por relações sexuais,
homossexuais masculinas ou heterossexuais. Nos traba-
lhadores da saúde, a soroprevalência de HBV é de 2 a 4
vezes maior e a incidência anual é de 5 a 10 vezes maior
do que na população em geral. (9)
Na hepatite viral C a soroprevalência em tra-
balhadores da saúde parece ser similar à da popula-
ção geral. A soroconversão dos trabalhadores que se
acidentam com material contaminado ocorre em 1,2
a 10% dos trabalhadores acidentados. Estima-se que
2% dos casos devem-se à exposição ocupacional. (9)
A hepatite viral D é endêmica na Amazônia
Ocidental, onde, em associação com o vírus da hepa-
tite B, é o agente etiológico da chamada febre negra
de Lábrea, de evolução fulminante. (9)
Portanto, em determinados trabalhadores,
as hepatites virais podem ser consideradas como
doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, posto que as circunstân-
cias ocupacionais da exposição aos vírus podem ser
consideradas como fatores de risco, no conjunto
de fatores de risco associados com a etiologia desta
doença infecciosa. (9)
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HIV
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ocupacional pelo vírus HIV ocorreu em 1984, na Ingla-
terra. Uma enfermeira sofreu acidente pefurocortante
por agulha contendo sangue de uma paciente que se
encontrava internada com pneumonia e era portadora
do vírus HIV. Duas semanas após o acidente, a enfer-
meira apresentou os sintomas de infecção aguda pelo
HIV (febre, cefaleia, mialgia etc.). No segundo mês
o seu soro revelava positividade para o vírus. Houve
confirmação da transmissão ocupacional do HIV da
paciente para a enfermeira. (8)
A taxa de soroconversão pós-exposição ocupa-
cional por ferimento percutâneo tem variado entre 0,1
e 0,4%, sendo maior em função do tamanho do inó-
culo, da duração do contato e da extensão do ferimento.
A literatura científica internacional registra cerca de 55
casos, confirmados até 1999, decorrentes de exposição
ocupacional em trabalhadores de saúde, em decorrência
de acidentes perfurocortantes com agulhas ou material
cirúrgico contaminado, manipulação, acondicionamento
ou emprego de sangue ou de seus derivados e contato
com materiais provenientes de pacientes infectados. (9)
Assim, em determinados trabalhadores, a doença
pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) pode ser
considerada como doença relacionada ao trabalho, do
Grupo I da Classificação de Schilling, posto que as circuns-
tâncias ocupacionais da exposição ao vírus são acidentais
ou ocorrem em condições específicas de trabalho, se bem
documentadas e excluídos outros fatores de risco. (9)
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Dermatofitose
Candidíase
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tudo pela Candida albicans. A transmissão é feita pelo
contato com secreções originadas da boca, pele, vagina e
dejetos de portadores ou doentes. A transmissão vertical
se dá da mãe para o recém-nascido, durante o parto. Pode
ocorrer disseminação endógena. O período de transmis-
sibilidade dura enquanto houver lesões. (9)
Paracoccidioidomicose
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parasitos são abundantes, os processos são predomi-
nantemente exsudativos e as formas disseminadas predo-
minam, com variados graus clínicos. (9)
O trabalho com o solo e vegetais em área rural,
a exemplo dos lavradores e operadores de máquinas
agrícolas, é fator predisponente importante da paracoc-
cidioidomicose. Inquérito epidemiológico realizado em
417 trabalhadores da mina Morro Velho em Nova Lima
– MG detectou 13,4% de positividade em teste cutâneo
para paracoccidioidomicose. (8)
Portanto, em determinados trabalhadores, a para-
coccidiodomicose pode ser considerada como doença
relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação
de Schilling, posto que as circunstâncias ocupacionais da
exposição ao fungo podem ser consideradas como fato-
res de risco, no conjunto de fatores de risco associados
com a etiologia desta grave doença infecciosa. (9)
Malária
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parasita, inoculados no homem pela saliva da fêmea
anofelina infectante. (9)
Esses mosquitos, ao se alimentarem em indiví-
duos infectados, ingerem as formas sexuadas do para-
sita – gametócitos – que se reproduzem no interior do
hospedeiro invertebrado, durante 8 a 35 dias, eliminando
esporozoítas, durante a picada. A transmissão também
ocorre por meio de transfusões sanguíneas, compartilha-
mento de seringas, contaminação de soluções de conti-
nuidade da pele e, mais raramente, por via congênita. (9)
A transmissibilidade da infecção ocorre do
homem para o mosquito enquanto houver gametócitos
em seu sangue. O homem, quando não tratado, poderá
ser fonte de infecção durante mais de 3 anos da malária
por P. malariae, de 1 a 3 anos da malária por P. vivax e
menos de 1 ano da malária por P. falciparum. (9)
O período de incubação é, em média, de 7 a 14
dias para o P. falciparum, de 8 a 14 dias para o P. vivax e
de 7 a 30 dias para o P. malariae. (9)
A malária tem sido descrita em garimpeiros, agri-
cultores, lenhadores, motoristas de caminhão, em trabalha-
dores que exercem atividades em mineração, construção de
barragens ou rodovias, extração de petróleo, e em outras
atividades que obrigam a presença em zonas endêmica. (8)
A malária pode ser considerada como doença
relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação
de Schilling, posto que as circunstâncias ocupacionais da
exposição aos anofelinos transmissores podem ser consi-
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deradas como fatores de risco, no conjunto de fatores de
risco associados com a etiologia da doença. (9)
A malária relacionada ao trabalho tem sido des-
crita em trabalhadores que exercem atividades em mine-
ração, construção de barragens ou rodovias, em extração
de petróleo e outras atividades que obrigam à presença
dos trabalhadores em zonas endêmicas. (9)
Leishmaniose
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as expedições científicas e incursões de caçadores em
áreas florestais. (8)
Em determinados trabalhadores, a leishma-
niose cutânea ou a cutaneomucosa pode ser conside-
rada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo
II da Classificação de Schilling, posto que as circunstân-
cias ocupacionais da exposição ao mosquito transmis-
sor podem ser consideradas como fatores de risco, no
conjunto de fatores de risco associados com a etiologia
desta doença infecciosa. (9)
1.3 - PREVENÇÃO
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tais como hospitais e laboratórios de pesquisa, a venti-
lação deve ser projetada de modo a proporcionar fluxo
unidirecional e dirigido. O ar proveniente de áreas com
alto risco de contaminação por agentes infecciosos tais
como enfermarias de pacientes isolados, pode ser des-
contaminado através de filtração. (8)
O uso de equipamentos de proteção individual
está indicado toda vez que os riscos não forem total-
mente eliminados através das medidas anteriores. Deve-
se sempre calçar luvas quando em contato com secreções
biológicas de qualquer tipo. O uso de aventais ou capo-
tes, gorros, óculos especiais de proteção, devem sempre
fazer parte dos cuidados dos que lidam com materiais,
animais ou indivíduos potencialmente infectados. Deve-
se salientar que máscaras cirúrgicas ordinárias somente
protegem o paciente, o animal ou o produto, da exposi-
ção de organismos exalados pelo trabalhador. Para que o
trabalhador seja protegido de patógenos provenientes do
ambiente é necessário que ele utilize máscaras especiais
ou até respiradores específicos. (8)
A manipulação, descontaminação ou arma-
zenamento apropriados dos dejetos biológicos são
importantes medidas de controle de infecção em qual-
quer ambiente de trabalho. Em hospitais e laboratórios,
os dejetos potencialmente infectados devem ser inicial-
mente segregados dos outros dejetos e adequadamente
identificados em embalagens próprias para resíduos bio-
lógicos. Todas as lâminas e agulhas devem ser colocadas
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em contêineres seguros e à prova de furos. Agulhas nunca
devem ser encapadas ou cortadas antes de serem despre-
zadas. A descontaminação pode ser alcançada através da
esterilização, desinfecção ou antissepsia. (8)
Para exposição a atentes patógenos de trans-
missão sanguínea estão prescritas numa série de normas
conhecidas como “Normas de Biossegurança ou Pres-
crições Universais”, detalhadas na tabela 1.4. (8)
sêmen, secreções vaginais, leite materno. Os demais como saliva, lágrima, suor,
* Se houver contato da boca com esses fluidos, lavar e fazer bochechos com
fim de evitar porta de entrada. A pele deve estar íntegra, sem abrasão ou cortes.
contaminação das roupas dos trabalhadores de saúde com sangue ou fluidos corpóreos.
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2. Quando tiver alguma lesão de pele, tampá-la bem com curativo impermeável.
4. Lavar sempre as mãos com água e sabão e secá-las após atendimentos de cada
* A pessoa que coleta o lixo deve estar paramentada com luvas, avental e botas.
por 30 minutos.
* Para lavar as roupas com fluidos contaminantes: detergente mais água a 71°C
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A vacinação nos ambientes de trabalho é rea-
lizada de acordo com indicações específicas. Existem
algumas indicações gerais:
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