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Prof.

Rosa Hiolanda abreu 26/08/2022

Roteiro de Aula
Unidade II
Patologia Epitelial • Introdução
Lesões Orais • Leucoplasia Oral
• Leucoplasia Verrucosa Proliferativa (LVP)
Potencialmente
• Eritroplasia Oral
Malignas • Queilite Actínica
Profª Rosa Hiolanda Abreu
Mestra em Estomatologia

Desordens Potencialmente Malignas Leucoplasia Oral


DEFINIÇÃO
 Definição

“Tecido morfologicamente alterado que apresenta um risco “Placa ou mancha branca que não pode ser
maior do que o normal de transformação maligna” caracterizada clínica ou patologicamente como
qualquer outra doença”
Potencial de Transformação Maligna OMS 2005

“Risco de um câncer estar presente em uma lesão seja no


diagnóstico inicial, ou no futuro”

Neville

Leucoplasia Oral
Risco questionável para câncer

Termo exclusivamente clínico e não representa uma Intervalo de tempo


alteração tecidual histológica definida
carcinoma de células 05 anos anteriores
Exclusão de lesões brancas que não tem risco aumentado escamosas
Leucoplasia

para câncer
# Líquen plano
# Morsicatio
# Leucoedema
# Nevo branco esponjoso “Em alguns estudos tem sido observados que a leucoplasia ocorre 05
# Ceratose Friccional anos antes (em média) do que o carcinoma de células escamosas”
# Etc... Neville
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Lesões Fundamentais Lesões Brancas Epitélio Normal
Placa e mancha  Espessamento da camada de
ceratina (Hiperceratose)
Lesões planas
sem elevação

Lesões sem
elevação
Mascara a vascularização
normal do tecido conjuntivo.
Abundância de vasos sanguíneos Produz aspecto esbranquiçado

Leucoplasia Oral
Epitélio displásico ou
Não há uma causa definida porém há hipóteses acerca de DADOS EPIDEMIOLÓGICOS francamente invasivo:
5% a 25% dos espécimes de
possíveis fatores etiológicos: biópsia
Associados a altas taxas
de transformação
 Tabaco
Tem sido reportado que 70% a 90% das Representa
 Álcool leucoplasias possui associação com o tabaco 85% dos casos
das lesões
Subtipos
potencialmente
 Sanguinária clínicos.
malignas

Radiação Ultravioleta
 Microorganismos
Potencial de Risco estimado para
Trauma transformação
maligna de 4% todo período de
Neville
vida

Leucoplasia Oral
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS CARACTERÍSTICAS CLINICAS
Sítios comuns de acometimento oral
Forte predileção pelo sexo masculino # Mucosa Jugal
70% dos casos são
Recente aumento da incidência em mulheres # Gengiva diagnosticados nestes
# Vermelhão do lábio locais
Geralmente afeta pessoas com idade acima de 40 anos
# Língua
Idade média dos indivíduos afetados é de 60 anos
# Soalho de boca 90% dos casos que exibem
 Similar a média dos pacientes com câncer oral displasia ou carcinoma

Prevalência aumenta com a idade


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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
 Textura CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
 Coloração
Leucoplasia
Leucoplasia inicial ou delgada
 Leucoplasia espessa ou homogênea
Leucoplasia Granular ou Nodular
Homogênea Não Homogênea

# Lesão predominantemente branca # Lesão predominantemente branca


# Superfície plana e uniforme #Superfície irregular nodular ou exofítica
# Aparência delgada
Patologia Oral
# Consistência uniforme
Oslei Paes de almeida

Leucoplasia Oral
CARACTERÍSTICA CLINICA
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
 Leucoplasia inicial ou delgada
Leucoplasia inicial ou delgada
o Surgem como placas levemente elevadas
o Coloração cinzenta ou branco-acinzentados
o Podem parecer translucidas, fissuradas ou enrugadas
o Tipicamente Macias e planas
o Bordas bem demarcadas
o Podem se misturar ocasionalmente com a mucosa
Patologia Oral e Maxilofacial, Neville Patologia Oral, Oslei Paes Almeida

CARACTERÍSTICAS CLINICAS
CARACTERÍSTICAS CLINICAS
 Leucoplasia espessa ou homogênea
 Leucoplasia espessa ou homogênea

o Lesões mais espessas

o Branco marcante

o Consistência de “couro” a palpação

o Fissuras podem ser mais profundas e numerosas

Presença de Fissuras mais


numerosas e espessas
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS


Leucoplasia Granular ou Nodular Leucoplasia Granular ou Nodular
Projeções Agudas e
o Irregularidades superficiais mais proeminentes Embotadas

o Superfície áspera ou granular

o Projeções agudas ou embotadas Superfície


irregular

Leucoplasia Verrucosa Leucoplasia Verrucosa Proliferativa (LVP)


Proliferativa (LVP) Comportamento Biológico da Lesão
• Múltiplas placas ceratóticas com projeções de superfície áspera o Evolução e crescimento persistente

Carcinoma de
• Alto risco para transformação maligna Células
Carcinoma in situ Escamosas
Superfície torna-se
• Se disseminam lentamente ao longo da mucosa oral irregular e verrucosa

Progressão da lesão para


• Atingem vários sítios da mucosa oral outros sítios da mucosa oral

Única lesão de
leucoplasia
• Podem iniciar como superfície única, simples e planas homogênea

Aspectos diferenciais  Aspecto Clínico


o Múltiplos Sítios Afetados

• Forte predileção pelo gênero feminino


1:4 (Razão homem mulher)
• Associação mínima com o uso do tabaco

• Alto risco para transformação maligna


Patologia Oral e Maxilofacial, Neville
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Capella et al 2017

Leucoplasia Oral
Algumas lesões brancas podem apresentar ao longo do tempo
manchas avermelhadas denominadas Eritroplasias

• Eritroleucoplasia ou Padrão de leucoplasia que


• Leucoplasia Mosqueada frequentemente revela displasia
avançada na biópsia

ÁREAS PREFERNCIAIS PARA BIÓPSIA

Ramos et al 2017

Características Histopatológicas das


Leucoplasias
Camada espessada de ceratina A maioria das lesões leucoplásicas não demonstra displasia na
(Hiperceratose) biópsia
Evidencia de displasia epitelial é encontrada em 5% a 25% dos
casos se todos os sítios forem considerados
Diferentes Pode haver aumento da camada espinhosa
Achados do epitélio (Acantose)
Histopatológicos Alterações displásicas:
Hiperceratose de superfície com atrofia ou o Tipicamente iniciam nas porções basal e parabasal do epitélio
adelgaçamento do epitélio subjacente
o Evoluem para se estenderem por toda camada epitelial.
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Alterações Displásicas
o Células e núcleos aumentados Graus de Displasia Epitelial
o Nucléolos grandes e proeminentes o Displasia Leve : Alterações localizadas na camada basal a
o Relação núcleo citoplasma aumentado parabasal do epitélio escamoso estratificado.
o Núcleos hipercromáticos
o Células e núcleos pleomórficos (Formato anormal) o Displasia Moderada: As alterações displásicas se estendem da
o Disceratose (Ceratinização prematura das células individuais ) camada basal até a porção média da camada espinhosa.
o Atividade mitótica aumentada
o Figuras de mitoses anormais o Displasia Severa: As células atípicas estão presentes desde a
camada basal até um nível acima da porção média do epitélio.

Epitélio Oral

Carcinoma in situ
Displasia Severa
Displasia Moderada

Displasia Leve

Carcinoma in situ Displasia Epitelial Leve


o Presença de células epiteliais displásicas que se estendem da
camada basal a superfície da mucosa.

o Pode ou não haver uma fina camada de ceratina sobre o epitélio


Alterações displásicas
restritas a camada basal
o NENHUMA INVASÃO OCORREU PARA TECIDO CONJUNTIVO. do epitélio

o Sem invasão não há mestástase


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Displasia Epitelial Moderada Displasia Epitelial Severa

Atipias celulares presentes


Extensão das alterações acima da porção média do
displásicas até a porção epitélio.
media da camada espinhosa

Carcinoma in situ
Alterações displásicas se estendendo por toda espessura do epitélio

Quanto mais alterações estiverem presentes maior é o risco do


tecido ser displásico

Leucoplasia Oral Conduta Clínica


1- EXCLUIR OUTRAS LESÕES COM ASPECTO BRANCO
Características associadas ao risco maior de  Raspagem da lesão
transformação maligna: o Quando for removível: Atribuir a outros diagnósticos
“possível diagnóstico candidose peseudomembranosa”
o Leucoplasias em mulheres
o Longo tempo de duração da lesão 2- VERIFICAR PRESENÇA DE TRAUMA
o Leucoplasia em não fumantes  Verificar a presença de trauma, arestas dentárias ou próteses em contato
direto com a mancha branca.
o Localização em assolho bucal e língua
o Se algum trauma for identificado: Remoção do trauma e acompanhamento
o Leucoplasia não homogênea Maiores indicadores de do paciente por 2 meses.
o Presença de displasia epitelial potencial de malignização
“possível diagnóstico hiperqueratose reacional”
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Conduta Clínica
3- BIOPSIA INCISIONAL 3- BIOPSIA INCISIONAL
o Lesões brancas que que não forem removidas a raspagem o Deve ser suficientemente profunda para mostrar o conjuntivo
o Lesões brancas que persistentes após remoção do trauma subjacente
o Lesões brancas sem causa aparente
o O fragmento removido deve ter o excesso de sangue levemente
removido com gaze

As áreas de biópsias deverão corresponder a porção da lesão que


mais concentrar alterações clínicas como áreas vermelhas ou o Colocar o fragmento em frasco com formal a 10% tamponado
verrucosas, pois essas tem mais chance de conter alterações
histológicas.
o Enviar para análise histopatológica

Tratamento e Seguimento
o Deve ser planejado após o resultado da biópsia. MONITORAMENTO CONTINUO DOS PACIENTES

o Sempre que possível as lesões deverão ser removidas por Uma vez estabelecido diagnóstico de
leucoplasia paciente deverá ser informado:
completo.
Lesões muito extensas. o Sobre o potencial de transformação maligna da
Pacientes muito debilitados lesão.
o Excisão cirúrgica
o Necessidade de acompanhamento continuo.
o Crioterapia
Taxa de recorrência de 20% a o Determinar a frequência dos retornos baseados
o Laser cirúrgico de CO2 35% no aspecto clínico da lesão e no resultado do
histopatológico

Eritroplasia
DEFINIÇÃO
o Representam áreas onde as células epiteliais são tão imaturas
ou atróficas que não tem capacidade de produzir ceratina.
Mancha vermelha que não pode ser definida clinica ou
patologicamente como qualquer outra condição
o Também pode ocorrer associada a leucoplasia
OMS

Praticamente todas as eritroplasias verdadeiras apresentam o Possui potencial maior de ser severamente displásica no
displasia epitelial significativa carcinoma in situ ou carcinoma momento da biopsia ou de desenvolver uma malignidade
de células escamosas invasivo posteriormente
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o Predominantemente doença de adultos de meia idade e idosos


Fatores etiológicos associados:
o Não possui predileção significativa por gênero
o Tabagismo
o Etilismo Locais mais comuns de acometimento
Fatores mais associados
as histórias clinicas o Soalho de boca
o Língua (Borda lateral)
o Palato mole
o Mucosa Jugal

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

o Placa ou macula eritematosa bem delimitada

o Textura macia e aveludada

o Geralmente assintomática

o Pode estar associada a uma leucoplasia adjacente


(eritroleucoplasia )
Neville

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS

 90 % das lesões eritroplásicas constituem histologicamente:


o Displasias Epiteliais severas.
o Carcinoma in situ.
o Carcinoma de células escamosas invasivo.

 Epitélio mostra ausência de produção de ceratina


 Frequentemente é atrófico
 Pode ser hiperplásico
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TRATAMENTO E SEGUIMENTO TRATAMENTO E SEGUIMENTO

Excluir a possibilidade de ser outra condição oral que se Lesões que apresentem displasia moderada a severa:
apresente clinicamente como uma mancha vermelha.
o Remoção Completa
o Candidíase eritematosa
o Líquen plano Mesmos métodos de remoção
o Ulcerações traumáticas da leucoplasia

 ACOMPANHAR O PACIENTE
BIOPSIA INCISIONAL
Acompanhamento continuo e
ENVIO DO MATERIAL PARA ANÁLISE HISTOLÓGICA retornos regulares.

Queilite Actinica
GRUPOS DE INDIVÍDUOS SUSCETIVEIS:

DEFINIÇÃO
o Ocupações profissionais ao ar livre
o Exposição crônica a luz do sol
Condição potencialmente maligna comum ao vermelhão do
lábio que resulta de uma exposição progressiva e excessiva ao o Pessoas de pele clara o Pescadores
o Marinheiros
espectro ultravioleta da luz solar o Imunidade comprometida o Trabalhadores rurais
o Etc..
o Forte predileção pelo gênero masculino

CARACTERÍSTICAS CLINICAS

o Atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior

o Superfície lisa e áreas de manchas pálidas

o Apagamento da margem do vermelhão do lábio e a porção


cutânea do lábio

o Áreas ásperas e escamosas

o Áreas ulceradas
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CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS

o Epitélio escamoso estratificado atrófico


o Marcante produção de ceratina
o Graus variados de displasia epitelial
o Infiltrado de células inflamatórias
o Elastose Solar
Proliferação de fibras elásticas no tecido
Diagnóstico de CEC Diagnóstico de CEC conjuntivo, que nos casos mais intensos, pode
oriundo de QA
apresentar aspecto basofílico

Hiperorceratose

Atrofia Epitelial

Elastose Solar

TRATAMENTO TRATAMENTO
Identificação de fatores de risco
o Excisão cirúrgica
Diminuir e prevenir maiores danos:
o Prescrição de protetores solares Vermelhectomia
o Bonés, chapéus etc.. o Acompanhamento clínico e sistemático
Presença de : o Balsamos labiais
o Endurecimento Estabelecer períodos de
o Espessamento retorno personalizados
o Ulceração
o Leucoplasia Biópsia
Excluir a possibilidade de carcinoma
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TRATAMENTO
 Vermelhectomia TRATAMENTO
Em casos de diagnóstico de:
o Carcinoma in situ
o Carcinoma microinvasivo,
o Carcinomas convencionais

Encaminhar para tratamento médico.


Rossoe et al 2011 (Cirurgião de cabeça e pescoço)

Referências
Livros
• Livro Patologia Oral, Oslei Paes de Almeida. 2016 (Capitulo 06)
• Livro Patologia Oral Maxilo Facial, Neville 3º Edição (Capitulo 10)
Artigos
• Ruth Tramontani Ramos; Camilla Rodrigues Paiva; Andreza Maria de Oliveira Filgueiras;
Geraldo Oliveira Silva-Junior; Marília Heffer Cantisano; Dennis de Carvalho Ferreira;
Prosperar Marcia Ribeiro. Leucoplasia Oral: conceitos e repercussões clínicas. Rev. Bras.
Odontol. vol.74 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2017
Daniel Popper
• Ed Wilson Tsuneo Rossoe, Antonio José Tebcherani, José Alexandre Sittart, Mario Cezar
Pires. Queilite actínica: Avaliação comparativa estética e funcional entre as
vermelhectomias clássica e em W-plastia. An. Bras. Dermatol. 86 (1) • Fev 2011.
• Diogo Lenzi Capella, Jussara Maria Gonçalves, Adelino Antônio Artur Abrantes, Liliane
Janete Grando, Filipe Ivan Daniel. Leucoplasia verrucosa proliferativa: diagnóstico,
conduta e avanços atuais. Braz. j. otorhinolaryngol. 83 (5) • Sep-Oct 2017

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