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Blefarite

Blefarite é a doença caracterizada pela inflamação das pálpebras. Esta é dividida em anterior e
posterior. A anterior é ocasionada por uma infecção ou disfunção de glândulas sebáceas e a
posterior por disfunção das glândulas de Meibomnio. Também pode ser ocasionada por
infecções como Demodex folliculorum (secreção gordurosa em forma de feixes ao longo dos
cílios- Figura 2) ou Ptiríase(são observadas lêndeas no exame biomicroscópico, acompanhadas
de coceira em diversas áreas cabeludas do corpo). Ambas as condições se caracterizam por
queimação, prurido e inchaço na pálpebra, além de secreção, que pode ser mais seca e
acompanhada de ulceração na margem palpebral no caso de infecção por S.aures (figura 1) , e
gordurosa no caso de seborreica. Além disso, no caso da blefarite anterior infecciosa
(ocasionada por S.aureus, há uma inflamação mais intensa). Tanto a blefarite infecciosa como
seborreica aumentam a ocorrência de hordéolo e calázio. Há uma associação dessa condição
com rosácea (seborreica) e dermatite seborreica (infecciosa).

figura 1

Figura 2

O tratamento é realizado com:

. Higiene palpebral

. Corticoides

. Antibioticos tópicos

. Antibióticos sistêmicos.

1. Higiene palpebral

Esta pode ser realizada 2 ou 3 vezes ao dia inicialmente e 1 a 2 vezes cronicamente após
remissão do quadro. O produto a ser utilizado pode ser um xampu neutro infantil diluído ½ ou
2/3 em água morna ou produtos específicos (blephagel ou cilclar). Pode ser recomendada uma
compressa prévia com água morna para amaciar a secreção.

2. Anti inflamarios
Em casos graves, podem ser utilizadas pomadas como a hidrocortisona a 0,5% durante
7 a 14 dias
3. Antibioticos tópicos
Podem ser utilizados ATB como a eritromicina 0,5% antes de dormir ou 4-6 X por dia a
depender da gravidade, ou bracitracina 400 ui/g (manipulada)

4. ATB sistêmicos

Nos casos de blefarite posterior ou nas blefarites recidivantes podem ser utilizadas
tetraciclinas ou análogos. Pode-se utilizar 250 mg de tetraciclina 4 vezes/dia durante 15-30
dias, seguindo um tratamento com 250 mg diárias por tempo indeterminado para prevenir
recorrências.

Quando encaminhar: Deve-se encaminhar para o oftalmologista os casos em que haja


incerteza do diagnóstico, evidência de doença corneana (visão borrada, dor) ou piora da
acuidade visual. Pacientes que apresentem resistência ao tratamento ou assimetria
palpebral significativa também devem ser encaminhados para excluir a presença de
neoplasia da margem palpebral.

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