Você está na página 1de 10

Casos - Semana 12

CASO 1 - Dermatite atópica

Uma menina de 5 anos visitou mais uma vez na mesma semana a sua médica de família,
acompanhada da sua mãe, com queixas agravadas do prurido* (coceira que é o sintoma mais
comum das doenças de pele) que a tem incomodado nas últimas seis semanas. Perdeu mais de
dez dias de aulas no último mês. A sua mãe relata que ela acorda frequentemente à noite
apresentando-se letárgica (desanimada, apática) e mal-humorada durante o dia. Os lençóis da sua
cama estão repletos de manchas de sangue pela manhã (devido à comichão). A menina é
conhecida por ser alérgica ao ovo, peixe e amendoim, (sintomas variam de acordo com a idade e
podem incluir erupções cutâneas) tendo começado a desenvolver sintomas de rinoconjuntivite
alérgica sazonal nos últimos dois meses ( junção da rinite e conjuntivite, que acontece por conta
da reação do corpo humano em contato com agentes alérgenos). Ela tem um historial familiar
positiva de atopia(hipersensibilidade a alergenos por ação da igE, de origem genética. atopia
familiar é um fator de risco para o desenvolvimento da Dermatite atópica), com ambos os pais
alérgicos a animais e o irmão mais velho com asma.

O seu irmão mais novo foi recentemente diagnosticado com impetigo (infecção contagiosa da pele,
causada por bactérias). O tratamento que vem fazendo inclui um emoliente como sabonete e
alguns esteróides tópicos que vem usando de forma crescente (Os emolientes diminuem a perda
transepidérmica de água e mantêm o nível adequado de umidade no estrato córneo,
permitindo flexibilidade cutânea). No entanto, ao ser questionada, a mãe relata que a pele da sua
filha está tão dolorida que se vem recusando a tomar banho ou a aplicar o seu tratamento tópico.

O exame completo revela uma criança fragilizada, intolerante, incapaz de controlar a necessidade de
se coçar. Está enfraquecida, nos percentis 25º de altura e 4º de peso. → indica que é baixa e que
é muito leve

Apresenta uma linfadenopatia generalizada (cervical, axilar e virilha) (Linfadenopatia - aumento


palpável de ≥ 1 nos linfonodos para combater infeão). A sua pele está em geral levemente
eritrodérmica (vermelha) e amplamente escoriada (feridas), particularmente nos membros pescoço
e região lombar (Fig.). As escoriações estão cobertas com uma crosta hemorrágica e exsudados
amarelados (pus que faz quando esta a cicatrizar).

Editar com o app Documentos


Faça ajustes, deixe comentários e compartilhe
com outras pessoas para editar
simultaneamente.

AGORA NÃO INSTALAR O APP


● Hemoglobina ↓ - hemorragia (porque ela sangra nas feridas)

● Volume Corpuscular médio ↓ - indica que as hemácias presentes no sangue são


pequenas (microcíticas). As hemácias microcíticas podem ser encontradas em diversas
situações, infecções ou anemias por deficiência de ferro(como n come)

● Contagem das células brancas ↑ - causada pela resposta normal do corpo para ajudar a
combater uma infecção

● Plaquetas ↑ -

● Creatinina ↓ - podem indicar quadros de desnutrição (faz sentido pq ela ta magra pelo
valor do percentil)

● Vitamina D ↓ - O prurido causa falta de apetite e a falta de peso que tem, logo se n
come vai ter deficie desta vitamina e tmb de peso

1. Quais os sinais e sintomas mais significativos para a orientação do diagnostico? E como


pode valorar a gravidade do quadro clínico?

● linfadenopatia generalizada e os valores das análises (células brancas) - indica que pode
haver alguma infecção.

● A pele está em geral levemente eritrodérmica e amplamente escoriada, particularmente nos


membros pescoço e região lombar. As escoriações estão cobertas com uma crosta
hemorrágica e exsudados amarelados.--> porque os queratinoticos se renovam mais rápido

● Indica-nos que pode ser Psoríase Eritrodérmica - a pele de toda a superfície corporal
adquire um aspecto vermelho e inflamado (tem pus). Este tipo é pouco frequente, é muito
grave porque evita que a pele cumpra a sua função de barreira protetora contra lesões e
infecções.

● O quadro clínico da paciente apresenta uma gravidade preocupante, uma vez que está a
afetar a vida pessoal (escola) e mental (acorda a noite) da criança.

2. Como explica o prurido? Os dados analíticos ajudam a explicar esta queixa?

o prurido é um sintoma comum em infecções provocadas por fungos ou parasitas que têm como
órgão alvo a pele.

Este prurido pode ter sido causado devido a uma infecção, o que está de acordo com os valores
altos de células brancas. Esta infeção pode ter sido pegado pelo irmão (impetigo) e ter se tornado
mais grave por ela ela ter atopia e por isso reagir de forma exacerbada

3. Que importância tem a presença do S. aureus na família?


S. aureus é a bactéria mais perigosa de todas entre as bactérias estafilocócicas mais comuns. Estas
frequentemente causam infecções cutâneas, mas podem causar pneumonia, infecções da válvula
cardíaca e infecções ósseas.

As infecções cutâneas são comuns pois é contagiosa e as bactérias espalham-se pela corrente
sanguínea e infectam órgãos distantes.
As infecções de pele podem causar bolhas, abscessos, vermelhidão e inchaço da área infectada.
4. Que medidas de controle, face a este quadro complexo, lhe parecem mais adequadas por
ordem de prioridade?
1. Tratar a possível infecção que apresenta que pode ser isso que causa a comichão
2. Tratar a pele com hidratantes, uma vez que está bastante danificada.

CASO 2 - Acne
Uma mulher de 25 anos foi enviada à clínica de dermatologia através da consulta de psiquiatria onde
é seguida há anos (crónica) após diagnostico de depressão. Apresenta uma longa história de
erupções recorrentes no rosto, progressivamente mais graves ao longo dos últimos anos. Algumas
das lesões são dolorosas e por vezes culminam em cicatrizes visíveis. O seu médico de clínica geral
tinha já prescrito vários ciclos prolongados de tetraciclina (antibiótico) face à fraca tolerância à
eritromicina (antibiótico). Referiu ter tomado Dianette (pílula contraceptiva oral) durante vários meses
também sem sucesso.
O exame revela numerosos comedões (resultado da obstrução de um folículo piloso da pele (poro) por
queratina e sebo) particularmente na fronte (testa), pústulas (pús), pápulas (lesões sólidas com
menos de 1 cm de diâmetro), inflamatórias lesões, quistos e cicatrizes atróficas (Fig).

1. Caracterize o atual Quadro clínico com base nos sinais e sintomas aqui identificados.
Acne Vulgaris - presença de comedões, inflamação, pápulas e pústulas e pontos negros
Acne Cística. Presença evidente de nódulos, quistos e úlceras as quais deixam marcas permanentes
(neste caso as cicatrizes atróficas - resultam de reacções inflamatórias como acne)
2. Descreva o mecanismo fisiopatológico conhecido para esta disfunção cutânea
Fisiopatologia da Acne:
1. Os comedões resultam de complexas interações hormonais (androgéneos) e bacterianos
na unidade pilosebácea (un. pilosebácea - glândulas sebáceas estão localizadas na derme e
são anexas aos pelos)
2. Daqui resulta a hiperqueratinização (endurecimento da camada exterior da pele -camada
córnea) de todo o processo pilosebáceo e a sua obstrução; o lumen folicular assim alargado
contém queratina e “debris” lipídicos (“cabeça branca”)
3. Quando o foliculo contacta com a superfície, a massa sólida sobressai formando o “ponto
negro” devido à oxidação da tirosina a melanina pela tirosinase contida no orifício folicular
4. As paredes foliculares assim distendidas podem colapsar e o seu conteúdo atingir a derme
provocando uma reacção do tipo “corpo estranho” (pápula, pústula, nódulo).
5. A ruptura e inflamação intensa conduzem à formação de cicatrizes.
3. Relacionado com a alínea anterior, que condições menos comuns devem ser excluídas por ser
3. Relacionado com a alínea anterior, que condições menos comuns devem ser excluídas por ser
conhecida a sua associação com esta condição?
Estas opções estão associadas à acne vulgar, no entanto podem ser excluídas neste caso pois os
seus sinais e sintomas não vão de encontro com a paciente (assinalados a vermelho):
A acne conglobata é a forma mais grave da acne vulgar, acometendo mais os homens do
que as mulheres. Os pacientes têm abscessos, fístulas exsudativas, canais fistulosos e cicatrizes
queloides e atróficas. O dorso e o tórax são gravemente afetados, mas os membros superiores,
abdômen, glúteos e até o couro cabeludo podem ser afetados.
A acne fulminante é aguda, febril, ulcerativa, caracterizada pelo súbito aparecimento de
abscessos confluentes que levam à necrose hemorrágica. Leucocitose, dores articulares e edema
também podem estar presentes.
4. Explique as opções terapêuticas aqui descritas, identificando as alternativas ainda disponíveis,
considerando o seu perfil clínico de base.
● vários ciclos prolongados de tetraciclina (antibiótico) face à fraca tolerância à eritromicina.
- tetraciclinas - antibióticos usados para tratar muitas infecções bacterianas.
- eritromicina - antibiótico indicado para o tratamento de infecções como da pele - age
impedindo o crescimento e a multiplicação de bactérias no organismo. (O uso da
eritromicina deve ser feito sob orientação médica, pois o uso inadequado desse antibiótico
pode ocasionar surgimento de superbactérias ou bactérias multirresistentes, ou seja,
microorganismos que criam resistência aos antibióticos, dificultando a eliminação das
bactérias do corpo)

● Referiu ter tomado Dianette (pílula contraceptiva oral) durante vários meses também sem
sucesso
- pílula contraceptiva hormonal combinada usada para reduzir a acne moderada. Ele contém
dois ingredientes ativos, acetato de ciproterona e etinilestradiol.
- Ele ajuda no controle da acne, inibindo a produção de hormônios sexuais, o que realmente
ajuda a interromper a produção de excesso de sebo nos poros que formam a acne cística.
Outras opções:
● Loções que reduzem a produção de gordura, conseguem destruir as bactérias e
promovem a eliminação das células cutâneas mortas.
● Medicamentos, muito deles baseados em formulações derivadas da vitamina A que
estimulam a renovação das células da pele. A isotretinoína é um medicamento útil nas
formas mais graves de acne, mas deve ser utilizada sob estreita supervisão médica.
● Tratamento com laser ou fototerapia.
● Esfoliação ou microabrasão cutânea.
● Recurso ao preenchimento com colagénio das áreas mais afetadas.

Caso 3 - Psoríase em placas (vulgaris)


Um homem com 25 anos recorre ao especialista com uma erupção cutânea nos joelhos, antiga
(cerca de 3 anos) e progressivamente agravada. Refere ainda sofrer de um problema de “caspa” que
classifica como grave e de, mais recentemente, ter notado modificações nas suas unhas. Refere que
o seu médico de família classificou estas de uma infecção fúngica das unhas, com tratamento
prolongado que, até agora, não revelou qualquer melhoria.
É fumador e bebe 35 unidades de álcool por semana.
Notou uma melhoria das lesões durante os meses de Verão e refere que, ultimamente, também
desenvolveu dores no seu cotovelo e joelhos. Refere ainda que a sua irmã tem uma erupção
semelhante nos cotovelos.
A observação revela placas eritematosas nos seus joelhos com fronteiras claramente definidas e
sobrejacentes a uma escama espessa (Fig).
● Placa – elevação palpável da pele (plateau) com > 2 cm. Raramente têm mais de 5mm de
altura, podendo ser vistas como extensões das pápulas.
● Escama – acumulação de queratina de estrato córneo espessado sob a forma de
fragmentos facilmente destacáveis. Indicam processo inflamatório e modificação da
espessura epidérmica. Podem ser brancas na psoríase.
espessura epidérmica. Podem ser brancas na psoríase.
O couro cabeludo e os canais auditivos externos estão cobertos por uma escama fina.
O exame das unhas dos dedos revela onicólise e hiperqueratose sub-ungueal.
● Onicólise - descolamento da unha a partir da ponta (distal) ou dos lados. Diz-se ocorrer
especialmente no dedo anelar, mas pode ocorrer em qualquer uma das unhas. A causa mais comum
de onicólise é a psoríase.
● Hiperqueratose sub-ungueal - condição na qual há um excesso de crescimento de tecido da
camada externa da pele, conhecida como queratina, sob a unha. Isso pode levar ao
aparecimento de uma espécie de calo sob a unha, que pode ser doloroso. A hiperqueratose
sub-ungueal pode ser causada por vários fatores, incluindo o uso prolongado de calçados
apertados ou inadequados, o excesso de atividade física, ou condições médicas subjacentes,
como diabetes ou doenças da tireoide.

1. Quais os sinais e sintomas mais significativos para a orientação deste diagnóstico?


A erupção cutânea nos joelhos, o problema de “caspa”, modificações nas suas unhas, dores no seu
cotovelo e joelhos, placas eritematosas nos seus joelhos com fronteiras definidas e sobrejacentes a
uma escama espessa, onicólise e hiperqueratose sub-ungueal, é fumador e bebe 35 unidades de
álcool por semana.

2. Explique o mecanismo fisiopatológico que explica as lesões encontradas


A fisiopatologia da psoríase dá-se pela interação entre os linfócitos T e os queratinócitos da pele,
resultando em uma proliferação exagerada dessas células. As células dendríticas, como as células
de Langerhans, principais apresentadoras de antígenos, migram para os linfonodos onde vão fazer a
ativação dos linfócitos T, que iniciam um processo de proliferação e diferenciação. Estes apresentam
na sua superfície a glicoproteína CLA (Antígeno Leucocitário Comum), que facilita a passagem
dessas células para a pele ao interagir com moléculas de adesão e quimiocinas. Quando os
linfócitos chegam à derme e à epiderme, as células dendríticas apresentam antígenos específicos a
essas células, tornando-as células efetoras Th1, principalmente. Os linfócitos Th1 liberam citocinas
como IL-1, IL-6 e IFN-γ que estimulam a mitose dos queratinócitos e diminuem o tempo do seu ciclo
mitótico, fazendo com que haja uma hiperproliferação deles, que deixam a epiderme com uma
camada mais grossa e em constante renovação. Além disso, o recrutamento de neutrófilos, por parte
das IL-8, também influencia o processo inflamatório nas áreas afetadas. Essas citocinas sinalizam os
queratinócitos para que haja a proliferação de forma contínua. Conforme os queratinócitos
proliferam, sobrepõem-se um ao outro, formando uma placa celular na pele do indivíduo e
escamação estratificada, características estas que paciente apresenta.

3. Que fatores de risco identifica que reforçam o seu diagnóstico?


A sua história familiar - Um terço dos pacientes com psoríase apresenta história familiar com casos
de psoríase, principalmente quando a manifestação da doença é precoce. Um único gene pode ser
suficiente para desencadear a doença. A probabilidade de desenvolver psoríase é superior em
familiares de primeiro grau dos que possuem a doença. A predisposição genética está associada à
presença de antigénios leucocitários humanos (HLA), nomeadamente HLA-Cw6, HLA-B13, HLA-
presença de antigénios leucocitários humanos (HLA), nomeadamente HLA-Cw6, HLA-B13, HLA-
B17, HLA-Bw57, HLA-DR4 e HLA-DR7, dos quais o HLA-Cw6 é considerado o alelo principal da
doença, estando presente em 30 a 50% dos casos.

Ser fumador - não só afeta o início da psoríase, como dobra o risco em pessoas fumando mais do
que 25 cigarros por dia, mas também influencia o fenótipo da psoríase com um aumento do risco de
lesões pústulares e palmo-plantar. Fumar também causa impactos sobre a gravidade clínica da
psoríase, a sua resposta ao tratamento, e podem explicar algumas co-morbidades da psoríase,
como doenças cardiovasculares, doenças inflamatórias intestinais e cancro.

Bebe 35 unidades de álcool por semana - o álcool aumenta o risco de a psoríase aparecer e ainda
pode piorar a gravidade da doença, especialmente se for cerveja. Além do álcool, a cerveja pode
conter glúten e algumas pessoas com psoríase podem ser sensíveis.

4. Considerando que outras patologias podem provocar quadros semelhantes, explique como
conseguir um diagnóstico diferencial mais preciso, revelando o que espera encontrar , e
como controlar o progresso da doença.
Não há exames de sangue capazes de comprovar a psoríase, por isso, o diagnóstico é realizado por
meio da apresentação clínica dos sinais e sintomas do paciente. O diagnóstico da psoríase é feito
com um exame físico à pele, couro cabeludo e unhas. Vale destacar que as placas ou lesões
avermelhadas e a descamação da pele causadas pela psoríase são bastante características, mas
caso haja dúvidas em relação ao diagnóstico, o médico pode solicitar ou conduzir uma biópsia (para
avaliação de um fragmento da pele no microscópio), diferenciando a psoríase de outras doenças de
pele com sintomas parecidos.Como controlar o progresso da doença:

● Tratamentos tópicos (hidratantes, ácido salicílico, coaltar, antralina, corticoides, análogos de


vitamina D3, inibidores de calcineurina, tazaratone)
● Fototerapia pela luz ultravioleta
● Imunossupressores (ciclosporina, Micofenolato de mofetil, p. ex., hidroxiureia, 6-tioguanina)
● Outros tratamentos sistêmicos [metotrexato, retinoides orais, ciclosporina, agentes
imunomoduladores (biológicos)].

Slide da aula teórica sobre tratamento: As terapias tópicas continuam a ser a base para o tratamento
da psoríase leve. Avanços terapêuticos para psoríase em placas moderada a grave incluem produtos
biológicos que inibem TNF-α, p40IL-12/23, IL-17 e p19IL23, bem como um inibidor oral da
fosfodiesterase 4.
Psoríase em placas (vulgaris): Caracterizada pela presença de placas eritemato-escamosas, as
quais possuem grau de extensão e infiltração variáveis, e geralmente atingem a pele de forma
simétrica. Aparecem mais frequentemente nos membros, couro cabeludo e região sacral, podendo
atingir outras áreas, inclusive áreas seborreicas, mucosas e semimucosas. Podem haver sintomas
de prurido e queimação de frequência e intensidade variáveis. Sua evolução é crônica, possuindo
períodos de exacerbação e acalmia.

CASO 4 - Candidíase cutânea congênita (CCC)


Um recém-nascido do sexo feminino nasceu por cesariana às 29 semanas de gestação
(Prematuro). Cinco dias antes do parto, ocorreu uma ruptura prematura da membrana. Com 25
semanas de gestação, a Candida albicans foi identificada no exsudado vaginal materno.
● Candida albicans - fungo que pode ser encontrada em várias partes do corpo, sendo mais
frequente na mucosa vaginal de mulheres, podendo causar infeçoes principalmente em
mulheres gravidas. Os recém-nascidos mais susceptíveis são os prematuros.
No segundo dia de vida, durante o exame físico, foram observadas erupções cutâneas
generalizadas sem outros sintomas. O laboratório revelou reacção leucemóide (56.990 leucócitos/µL
- contagem de neutrófilos > 50.000/mcL que pode ser resultado de infecção) com proteína
C-reactiva negativa (biomarcador de processo inflamatório). As culturas de urina e sangue foram
negativas . Neste ponto foi pedida a colaboração do Departamento de Dermatologia e realizado um
exame de lesão microbiológica

1. O presente quadro clínico é sugestivo de uma condição patológica pouco frequente.


Comente por favor.
A candidíase cutânea congênita (CCC) geralmente se apresenta no nascimento ou dentro de alguns
dias e é uma infecção fúngica invasiva da epiderme e derme .
Esta candidíase é frequentemente observada na axila, virilha, pregas glúteas, espaços interdigitais e
umbigo. As lesões consistem em erupções cutâneas eritematosas e húmidas.
2. Explique o mecanismo fisiopatológico que explica as lesões encontradas.

A patogênese da infecção fúngica mostra que o recém-nascido pode adquirir a doença por que o
fungo durante o parto se adere a superfícies epiteliais (pele) e endoteliais do trato respiratório e
gastrointestinal, colonizando o indivíduo e penetrando no organismo quando ocorre quebra de
barreiras deste hospedeiro.

A suscetibilidade às infecções por Candida sp está relacionada com alterações no sistema


imunológico, e com o desequilíbrio da microbiota endógena, isto ocorre mais comumente quando o
imunológico, e com o desequilíbrio da microbiota endógena, isto ocorre mais comumente quando o
bebe nasce com baixo peso.

3. Em que difere esta disbiose das formas mais comuns? Quais os riscos envolvidos?
A disbiose é um desequilíbrio na flora em que existe alteração na quantidade e na diversidade de
bactérias, geralmente aumentando a quantidade de bactérias consideradas más, o que pode causar
inflamação e impactar negativamente a saúde.
A mucosa vaginal e intestinal comunicam-se e a disbiose afeta ambas, podendo causar problemas
como má digestão, prisão de ventre, baixa imunidade, dificuldade para emagrecer e maior
propensão à depressão.

4.Qual a sua expectativa relativamente ao controle da doença? Explique a sua resposta


A terapia antifúngica sistêmica empírica deve ser iniciada imediatamente no momento da
apresentação da lesão cutânea e mantida por pelo menos 14 dias para prevenir a disseminação e
diminuir o risco de mortalidade.--> tópicos ou orais
as drogas mais usadas no tratamento da candidíase em neonatos são quatro classes de drogas
antifúngicas: os polienos incluindo anfotericina B com o desoxicolato e as preparações lipídicas, os
azoles com o fluconazol e voriconazol, as
pirimidinas, fluorinadas (fluocitosina) e as equinocandinas

Caso 5 - Úlcera de pressão


Analise este caso observado num homem de 82 anos com uma ferida cutânea dolorosa no calcanhar
direito (figura em baixo). O paciente está em convalescença num lar de idosos após um acidente
vascular cerebral há dois meses.
● Depois de um acidente vascular cerebral, as pessoas mais velhas são mais propensas a ter
problemas, tais como úlceras de decúbito (áreas da pele danificadas que decorrem da falta
de irrigação sanguínea devido à pressão prolongada)
Há sinais de recuperação neurológica mas a sua mobilidade é limitada pela osteoartrose
(problemas nas articulaçoes) da anca e joelhos. Fez cirurgia de revascularização do miocárdio há
8 anos, sendo um ex- fumador. Toma regularmente aspirina 75 mg, atorvastatina 10 mg, lisinopril 10
mg e nifedipina 20 mg bem como codeína e paracetamol para alívio da dor.
● Aspirina - Dores de intensidade ligeira a moderada e estados febris associados a
constipações ou gripes
● Atorvastatina - Prevenção de eventos cardiovasculares
● Lisinopril - Hipertensão, Insuficiência cardíaca, Enfarte agudo do miocárdio
● Nifedipina - Tratamento da doença coronária e Tratamento da hipertensão
● Codeína - tratamento sintomático da tosse irritativa
● Paracetamol - articulares e osteoartrose
É um homem frágil com mobilidade limitada. A sua pressão sanguínea é de 120/80 mmHg.
A área de ulceração sobre o aspeto medial do seu calcanhar esquerdo (Fig) mostra uma úlcera
"perfurada" com uma área necrótica seca sobre a base (acho que é uma úlcera de pressão). A

pele circundante é eritematosa (manchas vermelhas).


● Úlcera de pressão - lesão localizada da pele ou dos tecidos subjacentes que ocorre
quando há uma diminuição da circulação sanguínea provocada pela pressão aplicada a uma
área específica.
Os pulsos femorais estão presentes (tem circulação na parte de cima da perna), mas os pulsos
poplíteos, tibiais posteriores e pedais dorsais são reduzidos à esquerda em comparação com os do
lado direito. Os índices tornozelo/braço foram medidos mostrando uma pressão de tornozelo de 60
lado direito. Os índices tornozelo/braço foram medidos mostrando uma pressão de tornozelo de 60
mmHg à esquerda e 80 mmHg à direita (90 a 110 mmHg).

1. Este tipo de úlcera é uma condição patológica frequente. Comente.


penso que seja uma ulcera de pressão devido ao paciente ter pouca mobilidade, e ao facto de ter
tido um AVC à pouco tmp, deve passar muito tempo sentado/deitado. Há um maior risco para
indivíduos acamados, restritos a cadeira de rodas ou os que apresentam limitada capacidade de
reposicionamento.
2. Explique o mecanismo fisiopatológico que explica as lesões encontradas.
A úlcera por pressão ocorre quando a pressão intersticial excede a pressão intracapilar, originando
uma deficiência de perfusão capilar, o que impede o transporte de nutrientes ao tecido. Esta situação
é mais comum em áreas de proeminências ósseas, onde o osso e a superfície de contato onde o
paciente se apóia (cama ou cadeira) exercem uma pressão sobre a pele e partes moles maior do
que a pressão capilar.
3. Qual a importância clínica deste índice tornozelo-braço (ABI Index).
O índice tornozelo-braquial (ITB) é um teste fácil e não invasivo para doença arterial periférica
(DAP).
4. Como gerir esta situação?
A prevenção é a melhor solução para o problema. Devem ser identificados todos os fatores de risco,
objetivando programar as medidas preventivas específicas. A pele necessita de inspeção diária. É
fundamental também que se faça o alívio da pressão da pele nas áreas que apresentam maior risco,
ou onde são encontrados ossos proeminentes.
Cuidados devem ser tomados como:
● Manter o colchão piramidal sobre o colchão de cama do paciente;
● Mudar a posição do paciente acamado a cada 2 horas;
● Elevar os calcanhares colocando-se travesseiros macios embaixo do tornozelo;
● Uma vez ao dia, posicionar o paciente sentado
● Alterar a posição das pernas quando o paciente encontra-se sentado;
● Dieta rica em vitaminas e proteínas;
● Manter hidratação;
● Usas sabonete com pH neutro para realizar a higiene da área genital;
● Manter-se atento para o surgimento de infecções fúngicas;
● Manter as roupas de cama sempre limpas e secas.

Dúvida
pq é que ele tem menos pressão no lado esquerdo, mas a úlcera é no calcanhar direito - deve ser pq
o fluxo é contínuo e o sangue não passa

Você também pode gostar