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O CÂNCER INFANTIL

O câncer infantil é uma doença que afeta crianças e adolescentes, e


possui características específicas em comparação ao câncer em adultos.
Embora seja considerado raro se comparado ao câncer em adultos, o câncer
infantil ainda é uma preocupação significativa de saúde pública, pois pode ter
um impacto profundo na vida das crianças, suas famílias e comunidades.
As crianças são particularmente vulneráveis aos efeitos do câncer e de
seu tratamento devido ao seu estágio de desenvolvimento e imaturidade
biológica. Elas estão em um estágio crucial de crescimento e desenvolvimento
físico, emocional e cognitivo, o que requer cuidados especiais. Existem
diversos tipos de câncer que podem afetar crianças, incluindo leucemias,
tumores cerebrais, neuroblastoma, linfomas e sarcomas. Cada tipo de câncer
possui características distintas e requer abordagens de tratamento específicas
( NASCIMENTO, 2022).
O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento bem-sucedido
do câncer infantil. A identificação precoce dos sintomas e sinais de alerta pode
levar a um diagnóstico precoce e, consequentemente, a melhores taxas de
sobrevida e resultados a longo prazo. O tratamento do câncer infantil envolve
uma combinação de modalidades, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia e
terapia alvo. Esses tratamentos são adaptados às necessidades das crianças e
levam em consideração o seu crescimento, desenvolvimento e impacto a longo
prazo.
O câncer infantil não afeta apenas a saúde física da criança, mas
também tem um impacto significativo em seu bem-estar emocional, social e
psicológico. As crianças com câncer podem enfrentar desafios emocionais,
como ansiedade, medo, isolamento e estresse. O apoio psicossocial adequado
e o cuidado integral são essenciais para ajudar as crianças e suas famílias
durante o tratamento e a recuperação (MONTEIRO, 2021).
A pesquisa contínua é fundamental para avançar no conhecimento sobre
o câncer infantil, desenvolver novos tratamentos e melhorar os resultados a
longo prazo. Os avanços na pesquisa têm levado a taxas de sobrevivência
cada vez melhores e a uma melhor qualidade de vida para as crianças que
sobrevivem ao câncer. Em resumo, a pesquisa e a conscientização sobre o
câncer infantil são de extrema importância para melhorar os resultados de
tratamento, promover o diagnóstico precoce, oferecer cuidados adequados e
oferecer suporte integral às crianças e suas famílias. O objetivo é proporcionar
às crianças com câncer uma melhor qualidade de vida, além de buscar a cura
e a prevenção da doença (( HENRIQUES, 2022).
Segundo Nascimento et al (2022), a conduta da enfermagem pediátrica
oncológica durante a fase de terminalidade tem um papel crucial no cuidado e
no suporte tanto para a criança quanto para sua família. Nesse estágio, o
objetivo principal da assistência é proporcionar conforto, aliviar sintomas,
garantir a qualidade de vida e oferecer suporte emocional.
Há algumas considerações sobre a conduta da enfermagem pediátrica
oncológica durante a fase de terminalidade, por exemplo, a enfermagem
desempenha um papel fundamental na comunicação com a criança e sua
família. É importante que os profissionais sejam sensíveis e empáticos ao
abordar questões relacionadas à terminalidade, fornecendo informações de
maneira clara e compreensível. O diálogo aberto e honesto pode ajudar a
criança e sua família a entender e lidar com a situação ( HENRIQUES, 2022).
A enfermagem é responsável por avaliar e controlar os sintomas da
criança em fase terminal, como dor, náuseas, falta de ar, entre outros. A
administração adequada de medicamentos e o uso de técnicas de conforto,
como massagem e posicionamento adequado, podem ajudar a aliviar o
desconforto e melhorar a qualidade de vida da criança. A equipe de
enfermagem desempenha um papel fundamental no apoio emocional tanto
para a criança quanto para sua família. Isso envolve ouvir atentamente suas
preocupações, medos e angústias, oferecendo suporte psicológico e
encorajando a expressão de sentimentos. A enfermagem pode fornecer
informações sobre recursos de apoio, como grupos de apoio, serviços de
aconselhamento e assistência espiritual, para auxiliar a família nesse momento
difícil (MONTEIRO, 2021)
Os cuidados paliativos são uma abordagem integrada que visa melhorar
a qualidade de vida da criança e sua família, oferecendo suporte físico,
emocional e espiritual. A enfermagem desempenha um papel central na
coordenação dos cuidados paliativos, trabalhando em conjunto com a equipe
multidisciplinar para garantir o conforto da criança e proporcionar um ambiente
de cuidado acolhedor (HENRIQUES, 2022). Para o autor, a enfermagem deve
respeitar os desejos da criança e de sua família em relação aos cuidados no
final da vida. Isso pode envolver decisões sobre tratamentos, locais de
cuidados (como em casa ou em uma unidade de cuidados paliativos) e rituais
de despedida. É essencial que os profissionais de enfermagem estejam
abertos ao diálogo e sejam sensíveis às crenças e valores da criança e de sua
família.
Após o falecimento da criança, a enfermagem desempenha um papel
importante na prestação de cuidados ao corpo, na assistência à família
enlutada e na coordenação de serviços, como assistência funerária e apoio
para o processo de luto. Para Henriques (2022), o enfrentamento dos
profissionais de enfermagem nos cuidados a crianças oncológicas na
terminalidade da vida é um desafio emocional e profissional. É fundamental
que os profissionais recebam o suporte necessário para lidar com essa
situação complexa e fornecer cuidados compassivos e de qualidade aos
pacientes e suas famílias.
Para Monteiro et al (2021), A limitação terapêutica em oncologia
pediátrica refere-se à tomada de decisões difíceis sobre a suspensão ou
restrição de determinados tratamentos com o objetivo de garantir a melhor
qualidade de vida possível para a criança, considerando-se a gravidade da
doença, os prognósticos e os possíveis efeitos colaterais dos tratamentos. A
decisão de limitar a terapia em oncologia pediátrica pode ocorrer em várias
situações, como quando o tratamento não está mais sendo eficaz, quando os
efeitos colaterais são excessivos ou quando a doença está em estágio
avançado sem perspectiva de cura. Essas decisões são tomadas em conjunto
pela equipe médica, familiares e, quando possível, pela própria criança
(MONTEIRO, 2021).
As limitações terapêuticas são uma realidade na oncologia pediátrica,
pois nem todos os pacientes podem se beneficiar de tratamentos agressivos e
prolongados. Nesses casos, o foco passa a ser a promoção do conforto, o
alívio de sintomas e o suporte emocional para a criança e sua família.
A tomada de decisão sobre limitações terapêuticas deve ser feita de
forma ética, considerando o princípio da beneficência (fazer o que é melhor
para o paciente) e da não maleficência (evitar danos desnecessários). É
essencial envolver a família e a criança, respeitando seus valores, crenças e
desejos, sempre buscando uma abordagem centrada no paciente. Segundo
Henriques, (2022), A equipe de saúde desempenha um papel fundamental ao
fornecer informações claras e compreensíveis sobre as opções de tratamento,
os riscos e benefícios, as alternativas disponíveis e os cuidados paliativos. O
suporte emocional à família é essencial nesse processo, pois eles enfrentam
decisões difíceis e precisam lidar com questões como o enfrentamento da
perda e o cuidado no final da vida.
É importante ressaltar que a limitação terapêutica em oncologia
pediátrica não significa abandonar o cuidado ou a esperança. Pelo contrário,
busca-se proporcionar o melhor cuidado possível para a criança, oferecendo
conforto, dignidade e suporte integral durante todo o processo, mesmo quando
o foco muda para os cuidados paliativos. É um desafio emocional para a
equipe de saúde, mas é fundamental garantir uma abordagem ética,
humanizada e centrada no paciente em todas as decisões relacionadas à
limitação terapêutica em oncologia pediátrica. O objetivo é oferecer cuidados
de qualidade, respeitando a dignidade e o bem-estar da criança e sua família,
mesmo diante de situações complexas e desafiadoras (HENRIQUES, 2022).
REFERÊNCIAS

HENRIQUES, Carla de Moraes Ribeiro. Enfrentamento dos profissionais de


enfermagem nos cuidados a crianças oncológicas na terminalidade da vida
Research, Society and Development, v. 11, n. 2, (CC BY 4.0) | ISSN 2525-
3409 | DOI. 2022. : http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i2.26048. Visualização
em 18 de maio de 2023.

MONTEIRO, Daniela Travisan et al. Limitação terapêutica em oncologia


pediátrica. 2021. doi: http://dx.doi.org/10.7213/psicolargum.39.103.AO09 .
visualização em maio de 2023.

NASCIMENTO. Pedro Lucas Andrade. BITTENCOURT, Emília da Silveira.


Conduta da enfermagem pediátrica oncológica e sua assistência na fase
de terminalidade . 1º Congresso de ciências Multidisciplinares volta redonda –
RJ. 2022.

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