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Índice

1. Introdução……………………………………………………………………………04

1.1. Objectivos…………………………………………………….……………………04

1.1.1. Objectivo
geral………………………………………………………………….04

1.1.2. Objectivos específicos ……………………...


…………………………………..04

2. Princípios do Contencioso Administrativo…,,,,,,,……………………………………


05

3. Princípios relativos a promoção ou iniciativa


processual…………………………….06

4. Princípios relativos ao âmbito


processual…………………………………………….07

5. Princípios relativos à prossecução processual…………………..……………………


08

6. Princípios relativos à prova……………………………………………………..……


10

7. Princípios relativos à forma processual………………………...


…………………….11

8. Conclusão………………………………………………………………...
…………..13

9. Referências bibliográficas……………………………………...
…………………….14

1
1. Introdução

Este presente trabalho tem como tema de abordagem "os princípios do Contencioso
Administrativo". E, os princípios do Contencioso Administrativos, assim como os
princípios dos demais ramos do Direito, são diretrizes que orientam o respectivo ramo
do Direito. Deste modo, mostrar-se-á a existência de diversos princípios do Contencioso
Administrativo de acordo com a sistematização adoptada pela doutrina dominante.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Abordar sobre os princípios do Contencioso Administrativo.

1.1.2. Objectivos específicos

 Analisar a relação entre os princípios do Contencioso Administrativo e os


princípios do Processo Civil;
 Verificar a relação dos princípios do Contencioso Administrativo frente aos
princípios do Direito Administrativo; e
 Examinar a sistematização dos princípios do Contencioso Administrativos.

2
2. Princípios do Contencioso Administrativo

As normas processuais administrativas, tal como acontece com as relativas a outros


processos, exprimem, no seu conjunto, um sistema de princípios, no duplo sentido de
que lhes visam dar concretização e de que permitem a sua formulação a partir das
soluções estabelecidas.1

Assim, o conhecimento e compressão dos princípios que modelam o sistema do


Contencioso Administrativo é vinculativo, para quem pretenda interpretar e aplicar as
normas que o compõe.2

E, relativamente aos princípios do Contencioso Administrativo, pela considerável


relação entre o sistema processual civil e o administrativo, muitos dos princípios do
Contencioso Administrativo são, igualmente, encontrados no Processo Civil, que tem
contribuído para as transformações ocorridas no Contencioso Administrativo, havendo
uma influência de soluções.3

Todavia, a exposição dos vários princípios, orientadores, do Contencioso


Administrativo, basear-se-á na sistematização adoptada pelo Prof. José Carlos Vieira de
Andrade. Verificando-se assim, as seguintes indicações dos referidos princípios:

1
DE ANDRADE, José Carlos Vieira. A Justiça Administrativa. (12ª.ed.). Coimbra: Almedina, 2012.
2
Principios Geiras do Contencioso Administrativo, acedido à 09 de Março em
https://subturma10.blogs.sapo.pt/principios-gerais-do-contencioso.

3
Idem.

3
 Princípios relativos a promoção ou iniciativa processual;
 Princípios relativos ao âmbito processual;
 Princípios relativos à prossecução processual;
 Princípios relativos à prova; e
 Princípios relativos à forma processual.

3. Princípios relativos a promoção ou iniciativa processual

3.1. Princípio da necessidade do pedido

Relativamente ao princípio da necessidade do pedido, manifestam-se as características


de indiferença e de imparcialidade dos tribunais quando dirimem um litígio. 4

Assim, o tribunal não pode resolver o conflito de interesses que a accão pressupõe sem
que a resolução lhe seja pedida por uma das partes. Cabendo às partes, elaborar um
pedido, de forma que o Tribunal, se possa pronunciar sobre a questão e elaborar,
consequentemente, uma decisão de fundo. (n.ᵒ 1, art. 3 do C.P.C.).5

3.2. Princípio da promoção alternativa, particular ou pública

No processo administrativo, a iniciativa cabe normalmente aos particulares, interessados


na proposição das acções destinadas a salvaguardar e a promover os seus direitos e
interesses. Configurando-se assim, o chamado princípio do dispositivo.6

A iniciativa dos particulares soma-se a iniciativa popular, seja individual, seja colectiva,
para defesa de determinados valores, bens ou interesses comunitários, assim como, o
poder geral de iniciativa do Ministério Público, na sua veste de magistratura
encarregada da defesa da legalidade administrativa. Conforme subtrai-se do princípio da
oficialidade7.

Como também, a iniciativa dos processos pode pertencer ainda às entidades e aos
órgãos administrativos, que podem surgir nos processos na qualidade de autores, quer
para defesa dos direitos e interesses que lhes cumpra defender, quer como autoridades
fiscalizadoras da legalidade.8

4
Idem.
5
DE ANDRADE, José Carlos Vieira. A Justiça Administrativa. (12ª.ed.). Coimbra: Almedina, 2012.
6
Idem.
7
Idem.
8
Idem.

4
E, à iniciativa processual das partes verifica-se o princípio da liberdade da iniciativa,
por se referir a um direito disponível. Como também, pode-se verificar o princípio da
liberdade de iniciativa nos processos relativos a defesa de determinados valores, bens ou
interesses comunitários.

No entanto, não se verifica o mesmo princípio da liberdade da iniciativa na iniciativa


das pessoas colectivas públicas ou órgãos administrativos na defesa de interesses que
lhes incumbe defender pela indicação da lei. Verificando-se assim, frente a iniciativa
das pessoas colectivas públicas ou órgãos administrativos o princípio da legalidade.

4. Princípios relativos ao âmbito processual (ou à determinação do thema


decidendum et respondendum)

4.1. Princípio da resolução global da situação litigiosa

O princípio da resolução global da situação litigiosa significa que podem ser


considerados no mesmo processo todos os aspectos de uma situação litigiosa, mesmo
que complexa, a fim de assegurar uma decisão que satisfaça inteiramente os interesses
das partes. 9

Admitindo-se assim, a cumulação de pedidos, não só originária, mas também sucessiva,


através de modificação objectiva da instância, mesmo quando lhes correspondam
diferentes fornas de processo e devam ser dirigidos a tribunais diversos (desde que
dentro da jurisdição administrativa).10

No princípio da resolução global da situação litigiosa, o conhecimento oficioso dos


vícios no âmbito dos processos de impugnação de actos administrativos justifica-se,
principalmente, como uma tentativa de resolver de uma vez a questão sobre a legalidade
do acto.11

E, verifica-se a ideia de plenitude de execução que altera o processo executivo na


jurisdição administrativa, enxertando-se nele um processo declarativo na medida do

9
Idem.
10
Idem.
11
Idem.

5
necessário para que se resolva todas as questões relativas à situação jurídica em litígio.
12

4.2. Princípio da vinculação do juiz ao pedido (princípio da congruência ou da


correspondência entre a decisão e o pedido)

Este princípio clássico configura a manifestação da neutralidade judicial, pretendendo


assegurar a correspondência entre o pedido e a decisão a ser tomada, num duplo sentido:
o tribunal não pode apreciar e decidir no processo senão aquilo que lhe é solicitado
pelas partes (salvo se a lei impuser ou permitir o conhecimento oficioso de outras),
devendo, por outro lado, apreciar todas as questões pertinentes que as partes submetam
à sua apreciação.13

Contudo, verifica-se uma excepção sobre o princípio correspondência entre a decisão e


o pedido no âmbito das providências cautelares, onde o juiz não se encontra adstrito a
providência concretamente requerida.14

4.3. Princípio da estabilidade objectiva da instância

Este princípio é uma manifestação tradicional do princípio do dispositivo, segundo o


qual o pedido e causa de pedir delimitam a instância, e são, em regra, determinados no
início do processo designadamente na petição inicial, mantendo-se a partir do despacho
liminar de aceitação até à decisão final.15

Todavia, tal não é um princípio absoluto no processo civil, como também não vale
inteiramente no processo administrativo, sofrendo limitações importantes. 16 Conforme
se pode verificar que permite-se com grande largueza a ampliação ou substituição do
pedido inicialmente formulado nos processos de impugnação de actos. 17 Por exemplo, a
materialização do previsto no nᵒ. 1, art. 94 da Lei n.ᵒ 7/2014 de 28 de Fevereiro.

5. Princípios relativos à prossecução processual (decurso, condução e extinção do


processo)

5.1. Princípio da tipicidade, da compatibilidade processual e da adequação formal


da tramitação
12
Idem.
13
Idem.
14
Idem.
15
Idem.
16
Idem.
17
Idem.

6
O princípio da tipicidade dos trâmites processuais constitui uma manifestação do
princípio da tipicidade das formas processuais, impondo que os trâmites e a respectiva
sequência sejam fixados por lei, diferentemente do que é característico do procedimento
administrativo, em regra mais flexível.18

Mais, pretendendo-se facilitar a cumulação de pedidos, determina-se a compatibilidade


entre as diversas formas de processo, que não obstam a tal cumulação, com as
adaptações que se revem necessárias.19

E, considera-se ainda aplicável ao processo administrativo o princípio da adequação


formal contido no Código de Processo Civil, nos termos do qual "quando a tramitação
prevista na lei não se adequar as especificidades da causa, deve o juiz oficiosamente,
ouvidas as partes, determinar a prática dos actos que melhor se ajustem ao fim do
processo, bem como as necessárias adaptações."20

5.2. Princípio dispositivo ou da auto-responsabilidade das partes

Este princípio determina, no que respeita à condução do processo, que compete às


partes interessadas (e não o juiz, como seria próprio do principio do inquisitório) a
dinamização do processo.21 E a possibilidade de desistência da instância ou do pedido
afigura-se uma manifestação do dito princípio.

Contudo, este princípio está sujeito, a limitações ou compressões diversas. Onde, dentre
as diversas limitações, em face da tendência para a acentuação dos poderes do juiz de
direcção do processo, tem de se considerar que o princípio do inquisitório, sobretudo
quando associado ao princípio do favorecimento do processo, constitui limite intrínseco
da auto-responsabilidade das partes, plenamente aplicável no processo administrativo.22

5.3. Princípio da igualdade das partes, da cooperação e da boa fé processual

A lei determina, como princípio, que o tribunal assegure um estatuto de igualdade


efectiva das partes no processo, tanto no que se refere ao exercício de faculdades e
meios de defesa, como no plano da aplicação de cominações ou de sanções
processuais.23

18
Idem.
19
Idem.
20
Idem.
21
Idem.
22
Idem
23
Idem.

7
Este princípio significa sobretudo uma limitação dos privilégios processualistas da
Administração, quer perante o juiz, quer perante o particular ou em comparação com
ele. Um dos aspectos mais emblemáticos é o da possibilidade de condenação da
Administração por litigância de má fé, não se presumindo a boa fé da Administração.24

5.4. Princípio do favorecimento do processo (pro actione)

Relativamente ao princípio do favorecimento do processo, trata-se de uma consequência


ou de uma concretização do princípio constitucional do acesso efectivo à justiça
(administrativa), que aponta para uma interpretação e aplicação das normas processuais
no sentido de favorecer o acesso ao tribunal ou de evitar as situações de denegação de
justiça, designadamente por excessivo formalismo.25

De facto, a tutela efectiva, principalmente, dos direitos dos particulares, tem de ser
simultaneamente eficaz e eficiente: eficaz, na medida em que realize os objectivos de
protecçao dos direitos, e eficiente, na medida em que consiga tais objectivos de forma
adequada, sem custos desproporcionados. 26

5.5. Princípio da celeridade processual

Segundo o princípio da celeridade processual, entendido no seu sentido mais amplo, o


processo há-de ser, tanto quanto possível, em função do seu objectivo, eficiente e célere,
devendo evitar-se trâmites desnecessário ou excessivamente complicados,
comportamentos dilatórios e decisões inúteis. 27

5.6. Princípios da audiência e do contraditório

O princípio do contraditório impõe, em geral, que seja dada oportunidade de


intervenção efectiva a todos os particulares no processo, com a finalidade de permitir ao
juiz uma decisão imparcial e fundada, atentando as razões de ambas as partes litigantes
(de acordo com o velho brocardo: audiatur et altera pars). 28

6. Princípios relativos à prova (e instrução)

6.1. Princípio da investigação (do inquisitório ou da verdade material)

24
Idem.
25
Idem
26
Idem
27
Idem.
28
Idem.

8
Relativamente ao princípio da investigação, na procura da verdade material pelo juiz, os
fundamentos da sua decisão, não se limitam aos factos que as partes trouxeram ao
processo. Ainda assim, o juíz tem de respeitar o objecto processual, delimitado pelas
partes, e, adoptar os trâmites processuais fixados na lei. Em termos probatórios, este
Princípio, confere ao juíz, inquisitoriedade, podendo, ordenar a prática de determinadas
diligências probatórias com a finalidade de apurar a verdade material.29

6.2. Princípio da livre apreciação das provas

É o princípio fundamental em matéria de prova e estabelece que o que torna provado


um facto é a íntima convicção do juiz, formada de acordo coma sua experiencia de vida,
e não a aplicação de tábuas de valores pré fixados por lei.30

Mas, a livre convicção do julgador na avaliação dos factos não representa, porém, um
arbítrio ou um puro subjectivismo, já que, para além da força probatória legal de
determinadas provas (designadamente documentais), a convicção ou certeza prática tem
como pressupostos valorativos os critérios da experiência comum e da lógica do homem
médio. 31

7. Princípios relativos à forma processual

7.1. Princípio da forma escrita e da oralidade

Tradicionalmente, o processo administrativo organiza-se através de peças escritas, não


velando os princípios da imediação e da oralidade 32.Todavia, a situação altera-se pelo
seguimento à tramitação do C.P.C., admitindo-se que haja lugar a audiência de
discussão e julgamento, que é oral, quer relevantes aos aspectos de facto, quer relevante
aos aspectos jurídicos da causa.33

7.2. Princípio da publicidade de decisões

29
Principios Geiras do Contencioso Administrativo, acedido à 09 de Março em
https://subturma10.blogs.sapo.pt/principios-gerais-do-contencioso.

30
DE ANDRADE, José Carlos Vieira. A Justiça Administrativa. (12ª.ed.). Coimbra: Almedina, 2012.

31
Idem.
32
Idem.
33
Idem.

9
Além da notificação às partes, estão sujeitas a publicação no Diário da República, as
sentenças que declarem ilegalidade de normas com força obrigatória geral ou concedam
provimento à impugnação de actos aí publicados.34

7.3. Princípio da fundamentação obrigatória da sentença

As sentenças administrativas também carecem de fundamentação contextual, que há-de


discriminar as razões de facto e de direito da decisão, isto é, os factos provados e a
indicação, interpretação e aplicação das normas jurídicas correspondentes.

A indicação de fundamentos da decisão é especialmente importante nas sentenças


constitutivas, dado que o alcance da sentença e o âmbito do caso julgado não dependem
apenas do dispositivo anulatório, mas da motivação da sentença.35

34
Idem.
35
Idem.

10
8. Conclusão

Ao longo do trabalho, conforme foram abordados os vários princípios do Contencioso


Administrativo, conclui-se que os princípios do Contencioso Administrativo,
constituindo diretrizes que orientam este ramo do Direito, podem ser percebidos quanto
à promoção ou iniciativa processual, quanto ao âmbito processual, quanto à prossecução
processual, quanto às provas processais, e quanto à forma processual. Verificando-se na
descrição dos princípios quanto à promoção ou iniciativa processual: o princípio da
necessidade do pedido; e o princípio da promoção alternativa, particular ou pública. Na
descrição dos princípios quanto ao âmbito processual: o principio da resolução global da
situam litigiosa; o princípio da correspondência entre a decisão e o pedido; e o princípio
da estabilidade da instância. Na descrição dos princípios quanto à prossecução
processual: princípio da tipicidade, da compatibilidade processual e da adequação
formal da tramitação; ; o princípio dispositivo ou da auto-responsabilidade das partes; o
princípio da igualdade das partes, da cooperação e da boa fé processual; o princípio do
favorecimento do processo; o princípio da celeridade processual; e o princípio da
audiência e do contraditório. Na descrição quanto às provas processais: princípio da
investigação; e o princípio da livre apreciação das provas. Assim como, e quanto à
forma processual, verificam-se: princípio da forma escrita e da oralidade; princípio da
publicidade de decisões; e o princípio da fundamentação obrigatória da sentença.

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9. Referências bibliográficas

DE ANDRADE, José Carlos Vieira. A Justiça Administrativa. (12ª.ed.). Coimbra:


Almedina, 2012.

Principios Geiras do Contencioso Administrativo, acedido à 09 de Março em


https://subturma10.blogs.sapo.pt/principios-gerais-do-contencioso.

Legislação

Código de Proceso Civil

Lei n.ᵒ 7/2014 de 28 de Fevereiro

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