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HCTCO – UNIFESO

Internato de Pediatra
PED 2
Discussão de caso clínico – 18/03/2024
Prof. Mario Simões
Aluna: Amanda Juliat da Silveira

1) Qual o diagnóstico sindrômico? Síndrome Respiratória Aguda.

2) Qual o diagnóstico mais provável? Justifique Bronquiolite viral aguda, sintomas


respiratórios como espirros, coriza, tosse, que indicam uma síndrome respiratória,
associados à ausculta pulmonar rude e com presença de estertores crepitantes que
são sinais de infecção do trato respiratório baixo.

3) Faça uma apresentação da doença, abordando a etiologia, aspectos epidemiológicos,


fisiopatologia/patogenia e manifestações clínicas. R: Infecção do trato respiratório
inferior resultante da obstrução inflamatória das pequenas vias aéreas, é uma
doença comum em crianças menores de 2 anos com maior prevalência em lactentes
menores de 6 meses, uma vez que as características fisiológicas e anatômicas do
aparelho cardiorrespiratório deles contribuem para o surgimento da doença, já
que a superfície de troca gasosa nos pulmões ainda não é completamente
desenvolvida e a resistência aérea é alta. Também deve ser levado em conta que
essas crianças não têm anticorpos próprios suficientes e os que foram adquiridos
intraútero caem muito nos primeiros meses de vida. O Vírus Sincicial Respiratório
é um paramixovírus de RNA, envelopado sem as glicoproteínas de superfície,
hemaglutinina e neuraminidase, a fonte da infecção geralmente é um membro da
família ou outras crianças da convivência, crianças maiores e adultos tem maior
resistência a esse vírus, por isso as manifestações clínicas são geralmente menores.
A transmissão é por contato direto ou próximo a secreções contaminadas, tem o
período de incubação de 2 a 8 dias e período de disseminação de 3 a 8 dias. As
crianças infectadas não apresentam imunidade completa posteriormente podendo
reinfectar ao longo da vida. Outros agentes que causam a BVA são a influenza,
parainfluenza, adenovírus, etc.
A inoculação do VSR provavelmente ocorre através da superfície da mucosa nasal,
após o período de incubação assintomático a criança desenvolve sintomas de
infecção do trato superior, após isso há a ascensão do vírus para os pulmões
causando então a bronquiolite. A resposta imunológica primária consiste de
infiltração tecidual produzida pela migração de leucócitos polimorfonucleares e
macrófagos após a liberação de mediadores químicos procedentes das células
epiteliais. Esses mediadores alteram a permeabilidade endotelial, gerando
inflamação com migração celular e edema. O conteúdo luminal aumentado por
secreções e detritos é responsável pela obstrução das vias aéreas.
Os achados clínicos provenientes dessa infecção geralmente são febre (não sendo
um sintoma tão presente em RN), tosse (seca associada a sibilância), taquipneia.
4) Quais os principais diagnósticos diferenciais? Asma (difícil distinguir no primeiro
episódio de sibilância), infecção de vias aéreas superiores, pneumonia, pertussis,
aspiração de corpo estranho, cardiopatia congênita, doença do refluxo
gastroesofágico.

5) Que outros exames laboratoriais julga necessário solicitar? Imunofluorescência para


identificação do agente.
6) Que exame laboratorial pode confirmar o diagnóstico principal? O PCR é usado para
diferenciar o agente etiológico, mas o diagnóstico é clínico.

7) Qual o tratamento? Nos casos de uma evolução benigna o tratamento é ambulatorial


e sintomático com controle da temperatura, manutenção hídrica e nutricional e
evolução respiratória. Nos casos de internação hospitalar é necessário rotina
assistencial com oxigenioterapia, manutenção hídrica, identificação de
complicações associadas e mínimo manuseio.

8) Quais as complicações? Pneumonia secundária, bronquiolite obliterante, hiper-


reatividade brônquica.

9) Qual o prognóstico? Excelente, a maioria se recupera em 3 a 5 dias sem sequelas, a


mortalidade é <0,1%.

10) Qual a profilaxia? Lavagem das mãos com água e sabão e higienização com álcool
em gel; incentivo ao aleitamento materno; evitar o tabagismo passivo, uma vez que
crianças que convivem com tabagistas tem maior risco de desenvolver
bronquiolite.

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