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Sífilis

SIFILIS NA GESTANTE
EPIDEMIOLOGIA
- Regra de Kassowitz: O risco de infecção fetal é
menor e o acometimento pela doença é menor à
medida que a doença envelhece naquela mulher. * VDLR com títulos baixo mas com histórico de de
- Mães com sífilis primária ou secundária latente tratamento (documentado)= Cicatriz sorológica
recente o risco de infecção fetal varia entre 70- * VDLR com títulos baixos asscociado a teste
100%, já após 4 anos de infecção da doença o treponêmico positivo= Sífilis latente ou terciária
risco de infecção é de 23-40%.
- Brasil 2005: 1,9/1000 nascidos vivos TRIAGEM SOROLÓGICA
- Brasil 2011: 3-4/1000 nascidos vivos - 1º VDRL no primeiro trimestre de gestação
- Brasil 2016: 7/1000 nascidos vivos - Repetir no terceiro trimestre (30 semanas)
* risco aumentado na base da pirâmide social - TR de sífilis no momento do parto
(mais pobres) • Positivo= será submetida a um VDRL
paralelamente
TRANSMISSÃO • Negativo= não há necessidade de vdrl.
- Disseminação através da placenta, corsão
umbilical, membranas e fluido amniótico para o CURSO DA SÍFILIS NÃO TRATADA
feto (ascendente). - Testes treponêmicos (FTA+ abs; TR): se
- Ocasionalmente o RN pode ser infectado pelo positivam e se mantem positivos para o resto da
contato com lesão genital materna. vida mesmo após tto.
- NÃO transmitido pelo ALM, a não ser que haja - Testes não treponêmicos (VDRL): se elevam
lesão na mama. agudamente e geralmente em altos títulos no
- Pode ocorrer em qualquer período da gestação, início da doença e na medida que a doença
sendo mais comum nos trimestres finais. (a envelhece (+- 1 ano de duração), ele tende a cair.
medida que cresce a placenta cresce risco de
infecção) TESTES NÃO TREPONÊMICOS
• VDRL
QUADRO CLÍNICO - Quantitativo (títulos): 1:8 / 1:16 / 1:32 ...)
- Fácil realização e baixo custo
NO ADULTO:

• RPR
- Pouco usado

VDRL
- Pouco específico e MUITO SENSÍVEL
- Títulos mais altos são detectados nas fases
primária e secundária.
- Ao longo dos anos, mesmo sem tratamento, a
NO RN: evolução para fase latente acompanha-se de
- Quando nasce sintomático, provavelmente queda progressiva dos títulos de VDRL (1:2 / 1:8)
nasce na fase secundária, com manifestações de - Após tratamento eficaz, há uma tendência a
pele. negativação.
- Sinal típico: Lesões em palmas e plantas dos pés, • Doença jovem, tratada precocemente=
acompanhada de síndromes gripais. negativação rápida.
• Doença de longa duração (vdrl 1:4/1:8),
com 4 anos de evolução pode nunca se
negativar ou negativar de forma muita SIFILIS CONGENITA
lenta. - É o resultado da disseminação hematogênica do
*Sempre lembrar de ver se há sífilis tratada Treponema pallidum a partir da infecção materna
documentada. em qualquer estágio clínico da doença e em
- Falso- positivo: na vigência de outras infecções qualquer idade gestacional.
(agudas, crônicas, autoimunes, a própria gavidez)
pode-se ter VDRL positivo. Nesse caso, deve-se EXEMPLO
solicitar TR para sífilis, se negativo trata-se de - Gestante teve sífilis
outras infecções. - Tratada adequadamente?
- RN sintomático ou assintomático (maioria)?
TESTES TREPONÊMICOS
• FTA- Abs: identifica anticorpos específicos SE SINTOMÁTICO:
• TPHA: teste beira de leito com alta
especificidade (se bem realizado)
• ELISA
- São testes mais complexos e de maior custo
- Detectam anticorpos específicos
- Úteis para confirmação diagnóstica quando um
teste reagínico for positivo
- NÃO INDICADO PARA RN (devido a falso + e -),
indicado apenas após 18 meses.
LESÕES CUTÂNEO-MUCOSAS
TRATAMENTO DA GESTANTE - Pênfigo palmoplantar:
- Penicilina Benzatina • Múltiplas lesões bolhosas cercada por
- Até 30 dias antes do parto halo eritematoso, que descamam em
- Esquema terapêutico de acordo com estágio seguida.
clinico: • Surto único
• 1 ano ou menos de evolução da doença= • Palmas das mãos e planta dos pés
1 dose - Exantema maculopapular:
• 1 ano ou mais OU desconhecido= 3 doses • Máculas, pápulas, vesículas e crostas.
*2 injeções por dose • Erupção de vesículas de conteúdo liquido
- Respeite o intervalo de doses hemorrágico ou turvo, rico em
- Avaliação quanto ao risco de reinfecção treponemas
- Documentação de queda de título do VDRL em - Lesões ósseas
pelo menos 4x do título inicial em três meses
• No periósteo
• Essa gestantes que foi tratada, foi
documentada queda dos títulos de VDRL MENINGOENCEFALITE ASSINTOMÁTICA
em 4x do título inicial quando - Neurosífilis
dignosticada da doença ? - Depende da interpretação do Liquor para
confirmação ou exclusão

EXAMES COMPLEMENTARES (RN assintomático e


mãe com sífilis)
- VDRL: realizado em sangue periférico do RN e
não no sangue do cordão umbilical
- Radiografia de ossos longos: metáfises e diáfises
CICATRIZ SOROLÓGICA
de tíbia, fêmur e úmero.
- Liquor Cefaloraquidiano
- Hemograma
- Dependendo das manifestações clínicas: BT,
enzimas hepáticas, RX tórax, função renal
SEGUIMENTO
ANÁLISE DO LIQUOR CÉFALORAQUIDIANO - É importante que todos os rn tratados para
Será sugestivo de sífilis no RN: sífilis congênita confirmada ou suspeita sejam
• Citometria aumentada (LEU >25) acompanhados, para assegurar que o tratamento
• Proteina aumentada (>150) foi efetivo.
• VDRL reagente - Bebês tratados adequadamente farão testes
sorológicos não treponêmicos a cada 2-3 meses
após o tratamento, até que sejam documentados
dois títulos negativos com intervalo mínimo de
30-40 dias entre eles.
- RN sintomáticos adequadamente tratados no
período neonatal, as manifestações clínicas
resolvem-se em 3 meses.
- Nesses RN, os testes reagínicos devem declinar
GESTANTE TRATADA DEQUADAMENTE até a idade de 3 meses e negativar em até 6
meses.
- Títulos estáveis ou que mostrem elevação,
sugerem falha terapêutica e a criança deve ser
reavaliada e tratada.
- Se houver alterações liquóricas no início do
tratamento, deve-se repetir o LCR 3 a 6 meses
após o final do mesmo tratamento, para
documentação da normalização desse exame.
- A persistência de alterações indica a
necessidade de reavaliação clínica, laboratorial e
→ EXEMPLO: Mãe VDRL 1:8 e RN VDRL > 1:32 ( o terapêutica.
RN é 4 títulos maior que o da mãe)= este RN vai
para PENICILINA PROCAÍNA ou CRISTALINA por 10
dias (dependendo da punção lombar)
*Se punção lombar alterada= TTO tem que ser
com penicilina Cristalina
*Se punção lombar normal, excluída neurosífilis=
TTO com penicilina procaína.
→EXEMPLO 2: Mãe VDRL 1:8 e RN<1:6 (RN NÃO
tem VDRL superior o da mãe)=
• Se EF normal: seguimento

GESTANTE NÃO TRATADA ADEQUADAMENTE

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