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TÓPICOS AVANÇADOS I-TEORIA

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
ProfªKarina Guimarães
EFEITOS DE ELICIAÇÕES SUCESSIVAS
O termo "eliciações sucessivas de uma resposta" refere-se ao processo pelo
qual um estímulo é repetidamente apresentado ao organismo em curtos
intervalos de tempo, levando a mudanças na resposta do organismo a esse
estímulo ao longo do tempo.

No experimento de Geyer e Braff, o estímulo usado foi um som agudo, e a


resposta medida foi o reflexo de sobressalto, especificamente o ato de piscar
os olhos. Os participantes foram expostos repetidamente a esse som agudo
em curtos intervalos de tempo, e a magnitude (ou intensidade) da resposta
de piscar e a latência (ou tempo de resposta) foram medidas.
EFEITOS DE ELICIAÇÕES SUCESSIVAS
Os resultados mostraram que, com repetições sucessivas do estímulo
sonoro, houve uma diminuição na magnitude da resposta de piscar para
todos os participantes, o que é conhecido como habituação. No entanto, essa
diminuição na magnitude foi menor em pessoas com diagnóstico de
esquizofrenia em comparação com aquelas sem esse diagnóstico.

obs: habituação do reflexo é o processo pelo qual uma pessoa se torna


menos sensível a um estímulo com o tempo, à medida que esse estímulo é
repetidamente apresentado.
EFEITOS DE ELICIAÇÕES SUCESSIVAS
EFEITOS DE ELICIAÇÕES SUCESSIVAS
o experimento de Mark Geyer e David Braff,(1982) consistia, basicamente,
em apresentações sucessivas do estímulo acústico (“bips” de 116 dB), em
média a cada 15 segundos, e na mensuração da magnitude das respostas de
piscar eliciadas. Os participantes dessa pesquisa foram pessoas sem
diagnóstico psiquiátrico, pacientes com diagnóstico de esquizofrenia e
indivíduos com diagnóstico psiquiátrico diferente do de esquizofrenia..
E POR QUE ISSO OCORRE COM A ESQUIZOFRENIA
?
Anormalidades Neurobiológicas: A esquizofrenia
está associada a alterações neurobiológicas,
como disfunções no sistema dopaminérgico e
glutamatérgico, bem como anormalidades em
várias estruturas cerebrais, incluindo o córtex
pré-frontal e o hipocampo. Essas alterações
podem afetar a forma como o cérebro processa e
responde aos estímulos sensoriais.
SENSIBILIZAÇÃO E HABITUAÇÃO
Sensibilização e Habituação: Elicações sucessivas de estímulos aversivos
tendem a gerar sensibilização, onde a resposta do organismo aumenta ao
longo do tempo, ao invés de habituação, onde a resposta diminui. No
entanto, se ocorrerá habituação ou sensibilização depende de uma
variedade de fatores experimentais, conforme discutido na literatura.

Exemplo de Estudo: Um exemplo citado é o estudo de Schicatano e


Blumenthal (1994), que demonstrou que o consumo de café pode retardar
o início da habituação da resposta de sobressalto eliciada por estímulo
acústico. Isso ressalta como diferentes variáveis experimentais podem
influenciar a resposta do organismo aos estímulos.
SENSIBILIZAÇÃO E HABITUAÇÃO
Temporariedade dos Efeitos: Tanto a habituação quanto a sensibilização
são processos temporários, o que significa que seus efeitos não são
permanentes. Quando um estímulo é repetidamente apresentado ao
organismo, ele pode levar à habituação, onde a resposta inicial diminui ao
longo do tempo, ou à sensibilização, onde a resposta aumenta. No
entanto, uma vez que a apresentação do estímulo é interrompida por um
período de tempo, esses efeitos tendem a desaparecer.
EXEMPLO:
Imagine que você está em um ambiente onde há um cheiro forte e
desagradável. Inicialmente, você pode perceber esse cheiro de forma
intensa, o que pode levar a uma reação de desconforto ou até mesmo de
náusea. Isso seria um exemplo de sensibilização, onde sua resposta ao
estímulo (o cheiro desagradável) aumenta inicialmente.
EXEMPLO:
No entanto, se você permanecer no mesmo ambiente por um tempo
prolongado, seu organismo pode começar a se habituar ao cheiro. Com o
passar do tempo, sua percepção do cheiro desagradável pode diminuir, e
você pode se acostumar com ele. Isso seria um exemplo de habituação,
onde sua resposta ao estímulo (o cheiro desagradável) diminui ao longo
do tempo de exposição.
EXEMPLO:
Agora, se você deixar o ambiente por um tempo e depois retornar, você
provavelmente perceberá o cheiro desagradável novamente, e sua
resposta inicial ao estímulo será semelhante àquela que você teve quando
foi exposto pela primeira vez ao cheiro. Isso demonstra a temporariedade
dos efeitos da habituação e sensibilização: uma vez que a exposição ao
estímulo é interrompida por um período de tempo, o organismo tende a
retornar ao seu estado inicial de resposta ao estímulo.
OS REFLEXOS E O ESTUDO DE EMOÇÕES
As emoções são aspectos essenciais do comportamento humano,
incluindo medo, alegria, raiva e tristeza. Parte do que experimentamos
como emoções são respostas reflexas a estímulos do ambiente, e
algumas vezes, isso pode dificultar o controle sobre essas emoções. Por
exemplo, sentir medo de algo como baratas pode ser difícil de controlar,
assim como não piscar diante de um barulho alto. Em muitos casos, as
emoções são desencadeadas por eventos específicos no ambiente, como
situações que causam ansiedade e medo ao falar em público.
Muitas das nossas experiências emocionais estão ligadas à fisiologia do
nosso corpo. Por exemplo, quando sentimos medo, várias reações
fisiológicas ocorrem, como a liberação de adrenalina e mudanças na
circulação sanguínea. Essas mudanças fisiológicas podem ser
observadas e medidas, e estão relacionadas ao uso de medicamentos
como ansiolíticos e antidepressivos.

É importante ressaltar que as emoções não surgem do nada, mas são


desencadeadas por eventos ambientais específicos, mesmo que esses
eventos não sejam imediatamente aparentes.
De acordo com a teoria da evolução de Charles Darwin, algumas
dessas respostas emocionais têm valor de sobrevivência para os
membros da espécie. Por exemplo, quando um animal está sendo
atacado por um predador, como um leão, ele pode experimentar
emoções como medo, o que desencadeia mudanças fisiológicas que
aumentam suas chances de sobrevivência. Por exemplo, o coração
bate mais rapidamente, os vasos sanguíneos periféricos se contraem e
o sangue se concentra nos músculos, preparando o animal para fugir
mais rapidamente ou se defender de forma mais eficaz.
QUESTÕES DE ESTUDO:
1. De acordo com os conceitos de reflexo inato, estímulo e resposta, é correto
apenas o que se afirma em:

a) Um estímulo eliciará sempre a mesma resposta e com a mesma magnitude,


independentemente de sua intensidade.

b) Um reflexo pode ser definido como uma reação voluntária do indivíduo a


certos estímulos.

c) A relação entre estímulo e resposta, que caracteriza um reflexo inato, é


exclusiva do repertório comportamental de animais irracionais (o que exclui o
homem).

d) Estudar para tirar boas notas é um exemplo de reflexo inato.

e) Um reflexo expressa a relação entre um estímulo e uma resposta, na qual


dizemos que uma resposta é eliciada por um estímulo.
2. De acordo com o referencial teórico da Análise do Comportamento sobre
as leis do reflexo, é correto apenas o que se afirma em:

a) A lei da intensidade-magnitude estabelece que existe uma intensidade


mínima do estímulo para que ele elicie uma resposta.

b) A lei da latência estabelece que intensidade do estímulo e magnitude da


resposta são duas grandezas diretamente proporcionais.

c) A lei do limiar estabelece que intensidade do estímulo e magnitude da


resposta são duas grandezas diretamente proporcionais.
d) A lei da intensidade-magnitude estabelece que intensidade do estímulo
e magnitude da resposta são duas grandezas diretamente proporcionais.

e) A lei da latência estabelece que existe uma intensidade mínima do


estímulo para que ele elicie uma resposta.
3. Jorge estuda em uma faculdade que fica ao lado do aterro sanitário de
sua cidade. No início das aulas, todos os dias, Jorge e seus colegas se
incomodavam com o mau cheiro vindo do aterro. Com o passar do tempo ao
longo do dia, o cheiro deixava de incomodar aos alunos e professores da
faculdade – mas voltava a incomodar no dia seguinte. De acordo com
referencial teórico da Análise do Comportamento, pode-se dizer, neste
caso, que houve:

a) extinção da resposta
b) magnitude da resposta
c) intensidade da resposta
d) sensibilização da resposta
e) habituação da resposta
Estudo de Caso de Esquizofrenia:
Maria, uma mulher de 32 anos, foi diagnosticada com
esquizofrenia há cinco anos. Ela apresenta sintomas como
alucinações auditivas, delírios persecutórios e
desorganização do pensamento, o que dificulta sua
capacidade de manter relacionamentos interpessoais e
realizar atividades diárias. Para controlar esses sintomas,
Maria é tratada com medicamentos antipsicóticos,
incluindo risperidona e olanzapina.
As alucinações auditivas são uma parte significativa da
experiência de Maria com a esquizofrenia, ela relata ouvir
vozes que a criticam e a comandam a cometer atos
prejudiciais. Além disso, Maria acredita que está sendo
perseguida por agentes do governo que desejam
prejudicá-la, o que contribui para seus delírios
persecutórios.
Os sintomas de Maria são frequentemente exacerbados por
situações estressantes, falta de sono e isolamento social. Ela
relata que seus sintomas pioram quando enfrenta situações
sociais desafiadoras ou quando tem dificuldades financeiras.
Além disso, suas alucinações auditivas tendem a se intensificar
durante a noite, especialmente quando está sozinha em casa. A
dificuldade em adormecer e a tendência de ficar acordada até
tarde da noite também contribuem para o agravamento de seus
sintomas.
Nesse contexto, o tratamento de Maria visa controlar seus
sintomas por meio de medicamentos antipsicóticos, mas ela
enfrenta efeitos colaterais significativos, como sonolência e
ganho de peso.

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