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ESTUDO DIRIGIDO - DIREITO PENAL ESPECIAL II (DIRE0241)

Docentes: Daniela Carvalho Almeida da Costa e Felipe Simões

Discente: Rafael Almeida Dias Alves

TÍTULO X – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CAPÍTULO IV – DE OUTRAS FALSIDADES

1. Para a doutrina, quais elementos da identidade do indivíduo podem ser


falseados no crime do art. 307 do CP? Justifique (0,2)

Para Guilherme de Souza Nucci, podem ser falseados para a


configuração do art. 307, CP todos aqueles elementos que permitem o
reconhecimento e a individualização objetiva do indivíduo diante do Estado e
da sociedade (nome, idade, estado civil, filiação, sexo e outros dados
particularizadores).

NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 19. ed. Rio de Janeiro:
Editora Forense LTDA, 2023, pg. 1644.

2. Qual o posicionamento dos Tribunais Superiores sobre a tipificação do delito de


falsa identidade em situação de alegada autodefesa? Justifique (0,2)

De acordo com a Súmula 522 do STJ, a conduta de atribuir-se falsa


identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de
alegada autodefesa. Em sentido contrário, Guilherme de Souza Nucci pugna
pelo afastamento da configuração do crime em caso de intenção defensiva,
pois, se o sujeito assim procede, está apenas buscando fugir ao cerceamento
da sua liberdade.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 19. ed. Rio de Janeiro:
Editora Forense LTDA, 2023, pg. 1644-1645

3. Qual o elemento subjetivo do tipo penal previsto no art. 309 do CP? Qual a
classificação do tipo penal em relação ao sujeito ativo? Justifique (0,2)

Segundo Rogério Greco, o elemento subjetivo é o dolo, não havendo


previsão para a modalidade culposa. Em relação ao caput, será crime próprio
(praticado apenas por estrangeiro) e, em relação ao parágrafo único
(modalidade qualificada), será crime comum (qualquer pessoa pode ser
tomada como sujeito ativo). Para ambos os casos, o crime é comissivo
(podendo ser praticado por omissão imprópria advinda de um garantidor), de
forma vinculada, instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente ou
monossubsistente e transeunte VER FORMAL, MERA CONDUTA E COLOCAR
REFERÊNCIA pg. 715

4. O que se entende por “território nacional” previsto nos art. 309 do CP? (0,2)

COLOCAR DOUTRINA DE NUCCI SOBRE TERRITÓRIO NACIONAL

5. A supressão total do sinal identificador, sem a substituição por outro falso,


configura o tipo penal do art. 311 do CP? O funcionário público que, sem saber que se
trata de veículo remarcado ou adulterado, providencia seu registro/licenciamento
comete o crime previsto no art. 311 do CP? Justifique (0,2)

Não há, pela lógica do art. 311 do CP, previsão para a conduta de
suprimir a numeração do chassi. Leciona Rogério Greco que “Infelizmente, não
houve previsão legal para a supressão de numero de chassi ou qualquer sinal
identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento”. Tal é
o entendimento do Tribunal de Justiça Paulista, assim ementado:

Roubo duplamente qualificado Materialidade e autoria comprovadas


- Absolvição Não ocorrência - Qualificadoras comprovadas pelas
declarações da vítima Afastamento Impossibilidade - Ausência da
apreensão do revólver Irrelevância. Roubo duplamente qualificado -
Pena-base fixada no mínimo legal e aumentada em 3/8 –
Admissibilidade. Regime inicial fechado Alteração para semiaberto
Não cabimento. Adulteração de sinal identificador de veículo
Absolvição Possibilidade Supressão por raspagem do número do
chassi não configura o crime do artigo 311, do Código Penal Conduta
que não integra o tipo penal, pois não equivale a de adulterar. Taxa
Judiciária Pedido de isenção do pagamento - Lei nº 11.608/2003
Isenção que só pode ser concedida pelo Juízo das execuções -
Recurso do réu provido parcialmente.

(TJ-SP - APL: 412825020088260224 SP 0041282-50.2008.8.26.0224,


Relator: Pedro Menin, Data de Julgamento: 10/01/2012, 16ª Câmara
de Direito Criminal, Data de Publicação: 13/01/2012)

Em sentido contrário, decidiu o Superior Tribunal de Justiça pela subsunção da


conduta ao que se encontra consignado no art. 311, CP:

RECURSO PENAL. CRIME DE ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR


DEVEÍCULO AUTOMOTOR. SUPRESSÃO OU RASPAGEM DE NÚMERO
DE CHASSI. TIPICIDADE. ART. 311 DO CÓDIGO PENAL. 1. A conduta de
raspar ou suprimir os caracteres gravados no chassi, também
denominado de Número de Identificação do Veículo - NIV, dos
veículos automotores, subsume-se ao crime previsto no art. 311 do
Código Penal.3. Recurso especial desprovido.
(STJ - REsp: 1035710 SP 2008/0044128-0, Relator: Ministra LAURITA
VAZ, Data de Julgamento: 21/06/2011, T5 - QUINTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 28/06/2011)

GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. 7. Ed. Niterói: Impetus, 2013, p.


938.

REFERÊNCIAS
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 19. ed. Rio de Janeiro:
Editora Forense LTDA, 2023.

GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. 7. Ed. Niterói: Impetus, 2013

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