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DIREITO FINANCEIRO:
“ ... A disciplina jurídica da atividade financeira do Estado denomina-se direito
financeiro ...O direito financeiro é, por fim, o estudo da atividade financeira
do Estado quando encampada pela norma jurídica ...” (HORVATH e OLIVEIRA)
o ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico.
Direito Financeiro
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Direito Financeiro
Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
Cuidado para não fazer confusão. Note que uma coisa é a atividade financeira do Estado
(obtenção de receita, realização da despesa e gestão do orçamento e da dívida pública), que
é responsabilidade do DIREITO FINANCEIRO. Outra coisa é atividade econômica do Estado
(controle e regulação da atividade econômica, atuação como produtor de bens e serviços,
realização de concessões etc.), que é responsabilidade do DIREITO ECONÔMICO.
GERIR Orçamento/planejamento
OBTER Receita
GASTAR Despesa
CRIAR
Crédito
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Direito Financeiro
Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
Tenha em mente que o Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a
atividade financeira do Estado, que abrange a receita pública (obtenção de recursos), o
crédito público (criação de recursos), o orçamento público (gestão de recursos) e a despesa
pública (dispêndio de recursos).
Por seu turno, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) é regulado pelo Direito Econômico,
que disciplina o sistema econômico e as atividades econômicas exercidas tanto por
particulares quanto pelo próprio Estado.
Note, portanto, que o SFN não está relacionado à receita pública (obtenção de recursos),
ao crédito público (criação de recursos), ao orçamento público (gestão de recursos) e à
despesa pública (dispêndio de recursos).
Errado.
Vale agora relembrar o saudoso mestre Aliomar Baleeiro, que nos disse que a atividade
financeira do Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável
às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de
direito público.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
SAÚDE
JUSTIÇA SEGURANÇA EDUCAÇÃO
ETC.
SOCIEDADE ESTADO
TRIBUTOS
ORÇAMENTO
Atividade
Financeira do
Estado
Obtenção de
Obtenção de Gerência dos Dispêndio dos
recursos
recursos recursos recursos
emprestados
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Direito Financeiro
Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
Orçamento Público
É importante destacar que, no que diz respeito à extensão da atividade financeira do Estado,
o STF já manifestou posição no sentido de que os Tribunais de Contas têm competência
para fiscalizar empresas públicas e sociedades de economia mista, independentemente da
exigência de dano ao Erário (MS 25.092 e MS 25.181).
Amigo(a), na verdade, a atividade financeira do Estado engloba obter receita, criar crédito
público, gerir recursos e gastá-los para promover desenvolvimento econômico e social e o
bem comum de sua sociedade.
Logo, é errado dizer que a atividade financeira do Estado tem como principal finalidade a
arrecadação de recursos. Volto a lembrar que a principal finalidade do Estado é promover
desenvolvimento econômico e social e o bem comum de sua sociedade.
Errado.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
É verdade, já que a Lei Orçamentária Anual (LOA) não interfere nas relações entre os sujeitos
passivos e ativos das diversas obrigações tributárias, pois cabe ao Direito Financeiro
disciplinar e regular a atividade financeira do Estado, exceto no que se refere à tributação,
que é da alçada do Direito Tributário.
Certo.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
Podemos dizer que, de certo modo, o estudo do Direito Financeiro é mais abrangente
que o do Direito Tributário, já que, enquanto o Direito Financeiro estabelece normas
relativas à arrecadação da receita, à gestão orçamentária e do crédito público e ao dispêndio
público (despesa), o Direito Tributário regulamenta apenas a receita derivada, coercitiva,
imposta por lei, que é o tributo.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
Além disso, não é da competência do Direito Tributário regular a forma como a receita
tributária será aplicada no financiamento das políticas públicas em prol da coletividade,
assunto afeto ao Direito Financeiro. Na verdade, quem abarca a decisão do Estado sobre a
aplicação dos recursos arrecadados com os tributos é o Direito Financeiro, e não o Direito
Tributário.
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Manuel Piñon
O Direito Financeiro tem por objeto a disciplina jurídica de toda a atividade financeira
do Estado e abrange receitas, despesas e créditos públicos. O Direito Tributário tem por
objeto específico a disciplina jurídica de uma das origens da receita pública: o tributo.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
DICA
Para a matéria AFO/Orçamento Público, o foco maior deve
ser os artigos 165 a 169. Em sua prova, com certeza, teremos
questões retiradas deles e nesta aula vamos explorá-los
ao máximo.
A CF/1988, além de destinar um capítulo para tratar das finanças públicas, recepcionou a
Lei n. 4.320/1964, atribuindo-lhe status de Lei Complementar.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
É importante deixar claro que o Direito Financeiro e o Orçamentário não são normatizados
apenas pela CF/1988 e pela Lei n. 4.320/1964, pois a Lei Complementar n. 101/2000 (Lei
de Responsabilidade Fiscal – LRF) também tem relevante importância.
Além dessas duas leis complementares, temos as Leis do PPA, da LDO e da LOA e de
créditos adicionais, que serão apresentadas ao longo do curso.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
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Fontes
Constituição
Federal Art. 165, § 9º da CF/88
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
DICA
É importante deixar claro que os Princípios Gerais do
Direito Financeiro são princípios aplicáveis à Atividade
Financeira do Estado (AFE) de forma mais ampla, enquanto
os princípios orçamentários devem ser aplicados apenas à
elaboração do Orçamento Público.
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Direito Financeiro
Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
Enquanto para nós, povo, é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, a aplicação de
recursos públicos somente poderá ser realizada se a LOA ou um crédito adicional (suplementar
ou especial) autorizar o respectivo gasto, ou seja, o princípio da legalidade, no que diz respeito
à despesa pública, depende de prévia autorização legislativa, com exceção da abertura de
créditos adicionais extraordinários, via medida provisória, em caso de despesas urgentes
e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
nos termos do artigo 167, § 3º, da CF/1988.
No que diz respeito à aprovação da LOA, o princípio da legalidade pressupõe que o
orçamento público será objeto de aprovação pelo Poder Legislativo.
Resumindo, em respeito ao Princípio da Legalidade, a Despesa Pública é enquadrada
e determinada por lei, ou seja, a discricionariedade na execução do gasto púbico pela
Administração Pública é limitada, e seus parâmetros estão previstos e limitadas por lei.
Enfim, existe uma vinculação da despesa pública à lei.
Em suma, a lei, em regra, controla quem, onde, como e até quanto pode gastar.
É o obter a máxima satisfação das necessidades da população com o mínimo gasto possível.
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Direito Financeiro
Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
A ideia básica é que o gasto público seja realizado dentro de limites previamente definidos
e de acordo com regras claras, que, se não cumpridas, geram punição ao ente público
irresponsável fiscalmente, pelo não cumprimento de metas de resultado e obediência a
limites e condições relativas a receita, despesa e endividamento.
Guarde a ideia de que a transparência das contas é assegurada de dois modos diversos:
• disponibilização em meios eletrônicos, das versões completa e simplificada das leis
orçamentárias; e
• disponibilização das prestações de contas e relatórios de execução orçamentária e
gestão fiscal.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
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A ideia é dar acesso aos cidadãos, em geral, aos documentos que embasam a realização
de despesas públicas para que fiscalizem os gastos.
Além disso, deve haver incentivo à participação popular na elaboração do orçamento por
meio da realização de audiências públicas durante a elaboração dos orçamentos (Orçamento
Participativo), dando real possibilidade de acompanhamento da execução orçamentária e financeira.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
Note que o dispositivo normativo anterior não faz menção aos municípios, mas existe a
possibilidade de dispor sobre temas próprios e específicos de direito financeiro, conforme
disposição expressa do art. 30, II, CF/1988. Confira:
Nessa pegada, a doutrina, EMBORA NÃO DE MODO PACÍFICO, tem aceitado que existe
competência também para os Municípios, com base no art. 30, I, da CF/1988.
Sempre é bom lembrar que, no âmbito da competência concorrente, cabe à União
estabelecer normas gerais, e aos Estados, DF e Municípios suplementar o que foi estabelecido
pela União. Em verdade, a norma geral já foi editada pela União desde 1964. Trata-se da Lei
n. 4.320/1964, lei federal de normas gerais de direito financeiro, de abrangência nacional,
vinculando, portanto, todos os entes políticos.
E se não houvesse legislação federal, o que não é o caso, o Estado teria competência
legislativa plena (artigo 24, § 3º, CF/1988)? O que significaria a possibilidade jurídica de
editar lei de normas gerais de direito financeiro para atender a suas peculiaridades?
Sim! Se ligue! Mas como dito antes, não é o caso, pois a União já estabeleceu as Normas
Gerais (Lei n. 4.320/1964).
Entretanto, é importante deixar claro que, mesmo diante dessa possibilidade, se depois
sobrevier a lei federal, posterior à edição da lei estadual de normas gerais de direito financeiro,
as normas contrárias da lei estadual de normas gerais terão a sua eficácia suspensa, sendo
válidas apenas as disposições normativas que não contrariarem as federais editadas, pois
a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual no
que lhe for contrária (art. 24, § 4º, CF/1988).
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Introdução ao Direito Financeiro e Direito Financeiro na CF/1988
Manuel Piñon
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento;
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