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Massinga
28/01/2021
UNIVERSIDADE SAVE
ESCOLA SUPERIOR TÉCNICA
Massinga
28/01/2021
Índice
3
CAPITULO I..............................................................................................................................5
1.Introdução................................................................................................................................5
1.1.Objectivos.............................................................................................................................5
1.2.Metodologia..........................................................................................................................6
CAPITULO II.............................................................................................................................7
2.Referencial teórico...................................................................................................................7
2.1.Maneio geral do gado de leite...............................................................................................7
2.1.1.Objectivos de uma empresa de leite...................................................................................7
2.1.3.Factores que afectam a produção de leite em Moçambique..............................................7
2.1.3.1.Factores Climáticos.........................................................................................................7
2.1.3.2.Factores Edáficos............................................................................................................9
2.1.4.1.Necessidades alimentares do gado leiteiro.....................................................................9
2.1.5.Maneio Reprodutivo........................................................................................................10
2.1.5.1.Animais aptos à reprodução..........................................................................................10
2.1.5.2.Detecção do cio.............................................................................................................11
2.1.5.3.Vacas gestantes.............................................................................................................12
2.1.5.4.Parto..............................................................................................................................13
2.1.5.5.Colostro.........................................................................................................................13
2.1.5.6.Corte e cura de umbigo.................................................................................................13
2.1.6.Maneio Produtivo.............................................................................................................13
2.1.7.Maneio da Mungição.......................................................................................................16
2.1.7.1.Tipos de ordenha...........................................................................................................16
2.1.7.1.1.Ordenha Manual.........................................................................................................16
2.1.7.1.2.Ordenha Mecanizada.................................................................................................18
2.1.7.2.Cuidados na ordenha.....................................................................................................18
2.1.7.3.Higiene das instalações.................................................................................................19
2.1.7.4.Higiene do ordenhador..................................................................................................19
2.1.7.5.Higiene do úbere...........................................................................................................20
2.1.7.6.Controlo da mastite.......................................................................................................20
2.1.7.7.Desinfecção do teto.......................................................................................................20
2.1.7.8.Linha de ordenha das vacas..........................................................................................21
2.1.8.Maneio sanitário...............................................................................................................21
2.1.8.1.Principais doenças que acometem o gado leiteiro........................................................22
2.1.8.2.Prevenção de doenças...................................................................................................25
4
3.Constatações..........................................................................................................................27
4.Bibliografia............................................................................................................................28
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CAPITULO I
1.Introdução
1.1.Objectivos
1.1.1.Geral
1.1.2.Específicos
1.2.Metodologia
Para a realização do presente trabalho recorreu se a pesquisa virtual, que consistiu na leitura
de obras (manuais e documentos) disponíveis na internet que versam sobre o tema em estudo,
sendo que para a sua compilação usou-se o pacote informático Microsoft-Word.
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CAPITULO II
2.Referencial teórico
2.1.3.1.Factores Climáticos
1. Temperatura do ambiente,
2. Radiação solar,
3. Nível de pluviosidade e
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1.Temperatura
Em relação a temperatura do ambiente, Souza (1997) relata que para os animais de raças
zebuínas, o ideal é clima tropical (10 a 27ºC); e de raças europeias, são climas frios (1 a
16°C). Desta forma, de acordo com Cruz et. al. (2011), a produtividade é afectada
directamente, pois quando a temperatura for muita alta, como por exemplo o nosso caso em
Moçambique, causa stress térmico, causando diminuição do potencial produtivo,
consequências no rendimento lácteo e composição do leite (diminuição do teor de gordura,
proteína, lactose e minerais como Ca, P, K e Na), diminuição na ingestão de alimento, no
tempo de ruminação, na produção do leite, das actividades (especialmente durante o dia),
aumento da frequência respiratória e ingestão de água. Além de que altas temperaturas
ocasionam a queda na produção de pastagens.
2.Incidência da radiação
3.Pluviosidade
Em relação a pluviosidade (chuvas), Alves e Filho (2012) afirmam que o excesso pode causar
o pisoteio dos animais, consequentemente a compactação do solo e acúmulo de lama (afeta o
desempenho produtivo, causa desconforto aos animais, os expõe a doenças, além de causar o
amolecimento dos cascos). Segundo Reis et. al. (2001) e Santos et. al. (2011), quando a
pluviosidade for baixa, reduz a velocidade de crescimento da forragem e seu valor nutritivo,
se severamente baixa causa paralisação do crescimento e morte da forragem, limitando a
produção dos animais.
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2.1.3.2.Factores Edáficos
A falta de fósforo no solo segundo a Bigsal (s.d.) causa redução e depravação do apetite,
baixos índices de fertilidade, resultando em um menor número de crias por ano. E de acordo
com Coneglian (2011) reduz o crescimento microbiano e a síntese de proteína microbiana,
tem efeito deletério sobre a digestibilidade da dieta reduzindo a disponibilidade energética do
animal repercutindo negativamente sobre a produtividade do leite e reprodução, já seu
excesso causa a deficiência de manganês.
Outros factores:
2.1.4.Maneio Alimentar
A produção de leite duma vaca leiteira em lactação baixará se ela não for alimentada de forma
adequada durante vários dias, sendo praticamente impossível que recupere a sua produção
leiteira original. Uma bezerra com problemas de crescimento nunca vai ser uma vaca que dá
bons resultados. Por conseguinte, é muito importante que o gado leiteiro seja bem alimentado
durante toda a sua vida.
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Para que o bovino leiteiro seja efectivamente produtivo, sua alimentação deve atender a todas
as suas exigências fisiológicas (mantença, crescimento e reprodução) e, então, o leite,
subproduto da função reprodutiva do bovino, será produzido. Em um sistema de produção de
leite, os custos com a alimentação podem chegar a 70% dos gastos totais, portanto, para que
uma propriedade leiteira seja considerada produtiva, a nutrição deve ser ajustada, sem
excessos ou faltas (CARVALHO et al., 2002).
2.1.5.Maneio Reprodutivo
As fêmeas seleccionadas para compor o plantel reprodutor da fazenda devem apresentar bom
estado de saúde e condições fisiológicas para o exercício da função reprodutiva. Considera-se
a avaliação do escore de condição corporal (ECC) fundamental na escolha dos animais
anteriormente ao início do período de reprodução.
De acordo com Santos et al. (2009), o ECC é uma medida subjectiva, a qual baseia-se na
classificação dos animais em função da massa muscular e da cobertura de gordura, por meio
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Estudos conduzidos por Moraes et al. (2013) sugerem que as vacas devem apresentar ECC
igual ou maior que 3, uma vez que vacas classificadas com esse ECC apresentaram taxa de
prenhez média de 86,5%, enquanto as vacas classificadas com ECC menor que 3
apresentaram em média 65,9%. No entanto, vacas que apresentem escore 5 são consideradas
ineficientes. Já Fernandes (2013) avaliou os dados de 9.053 vacas da raça nelore e constatou
que a taxa de prenhez aumentou conforme o ECC melhorou de 1 a 4 e reduziu quando o ECC
era 5, com valores desta taxa de 45,5; 57,6; 67,9; 74,1 e 61,4%, respectivamente, para as
vacas com ECC de 1, 2, 3, 4 e 5.
O mesmo estudo comprovou ainda que vacas com ECC 1 e 5 desmamaram bezerros mais
tardios e fracos. Além da avaliação de ECC, recomenda-se também no período pré-estação a
realização de exames andrológicos nos touros e ginecológicos nas novilhas de primeira cria,
para que se escolham os animais que estão realmente aptos à reprodução.
2.1.5.2.Detecção do cio
Cio é o período fértil no qual a fêmea aceita o macho para cobertura. Ocorre a cada 21 dias,
em média, podendo ter um intervalo de 19 a 23 dias. O cio tem duração de 6 a 18 horas, sendo
mais longo no inverno que no verão.
Segundo Nader filho (2004) A duração do cio pode variar conforme a raça, sendo maior na
raça Holandesa em relação aos zebuínos. É caracterizado pela aceitação da monta por outros
animais, porém, outros sinais também auxiliam na identificação, como corrimento de muco
cristalino pela vulva, discreto aumento no tamanho da vulva, maior agitação, com redução do
consumo de alimentos e da produção de leite durante a sua ocorrência. Existem vários
métodos para identificação do cio, mas a melhor maneira é por meio de observações diárias
dos seus sinais, durante 60 minutos e duas vezes ao dia, logo pela manhã e ao final da tarde,
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embora quase 50% dos cios não sejam identificados. Um maior número de observações por
dia aumenta a taxa de cios identificados.
A condição corporal é uma forma de se avaliar o quanto uma vaca está magra ou gorda e
reflecte o peso da vaca. Geralmente, a condição corporal é avaliada por um escore, numa
escala de 1 a 5:
1 = Muito magra
2 = Magra
3 = Moderada
4 = Boa
5 = Gorda
Ao parto, recomenda-se uma condição corporal entre 3 e 3,5 para vacas Holandesas e, para
vacas mestiças, entre 3,5 e 4.
2.1.5.3.Vacas gestantes
Como ponto de partida, uma vaca gestante nos dois últimos meses de gestação, deve encerrar
a lactação, isto é, deve-se fazer com que ela interrompa a produção de leite para que a
glândula mamária possa descansar, se preparar para próxima lactação e produzir um colostro
de boa qualidade. Se for uma novilha esta preparação vem naturalmente, já que ela nunca
pariu.
Em torno de vinte a trinta dias antes do parto, este animal deve ser levado para a maternidade,
que deve ser de preferência um pasto próximo ao curral, facilitando a observação diária. Neste
período, a fêmea deve receber a mesma dieta que irá receber após o parto com restrição do sal
mineral. É muito importante que neste período isto ocorra, pois permite que os
microorganismos do rúmen se adaptem à dieta que vai ser ingerida durante a lactação.
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2.1.5.4.Parto
No parto o animal perde em média 80 kg de peso entre o feto, líquidos fetais e as membranas
que envolvem o próprio feto. Isto acarreta uma mudança muito brusca que ocorre em poucas
horas, levando a um certo desconforto para o animal. É um momento de muito stress e
quando podem aparecer inúmeros problemas para os quais devemos ficar atentos.
Devemos interferir ao mínimo no parto. Os partos com problemas, isto é, aqueles chamados
distócicos, ocorrem com pouca frequência e neste caso a interferência deve ser de maneira a
causar o mínimo de danos, tanto à vaca quanto ao bezerro.
2.1.5.5.Colostro
A cura de umbigo deve ser feita com um desinfectante e um desidratante. Uma solução que
temos usado com sucesso é álcool iodado que pode ter uma variação de seis a 10%. O
curativo deve ser feito todos os dias por três a quatro dias. Se correr tudo bem o coto
umbilical cairá por volta do nono dia.
2.1.6.Maneio Produtivo
Em propriedade com médias de produção de leite acima de 4.200 por lactação, devem ser
utilizadas raças europeias especializadas, sendo a Holandesa a mais difundida;
Em propriedade com produções de leite entre 2.800 e 4.200 kg por lactação, têm-se
como opção o cruzamento alternado com repetição do europeu ou, o uso de, ou uso
do “tricross”;
Para fazendas com produções de leite inferiores a 2.800 kg por lactação, deve ser utilizado o
como opção existe a raça Girolando (5/8 H + 3/8 Z) fixada e as raças zebú leiteiras.
Raça européia pura, especialmente selecionada para produção de leite, como a Holandesa (H),
a Pardo-Suíça ou Schwyz, a Jersey, a Guernsey e a Ayrshire. Dessas a mais conhecida e
difundida é a Holandesa. Raça européia de dupla-aptidão (produção de leite e de carne), como
a Simental, Dinamarquesa, Red Poll. Dessas a mais conhecida é a Simental. Raças Zebu
Leiteiras (Gir; Guzerá; Sindi etc.) e por último, vacas mestiças, derivadas do cruzamento de
raça européia com uma raça zebuína, em vários graus de sangue.
Vamos falar um pouco sobre os principais factores fisiológicos não hereditários que se bem
administrados, podem evitar uma queda da produção leiteira.
Estágio da lactação: É em torno de 4 a 8 semanas após o parto que a vaca irá atingir o pico
de produção de leite, o estágio inicial caracteriza-se pela maior produção de leite, então vale
ficar atento. Se o rebanho possui muitos animais em fase final de lactação, pois isso pode ser
um dos motivos que levam a queda de produção.
Duração da lactação: Para NEIVA (1991) a duração do período de lactação está
directamente relacionada à quantidade total de leite e é responsável por grande parte da
variação nesta característica. O autor preconiza como ideal que o período entre a parição e o
fim da lactação seja de 10 meses ou 305 dias, sendo necessário fornecer condições para que a
vaca se mantenha produzindo leite em grande quantidade sem comprometer sua fisiologia. É
importante cuidar para que seja feita a secagem dos animais no período correto.
Persistência da lactação: A partir do pico de lactação, a produção de leite decresce e esta
taxa relaciona-se à persistência da lactação, ou seja, vacas de alta persistência apresentam
menor decréscimo da produção após o pico. É considerada óptima a taxa de 90% de
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persistência para vacas especializadas e em torno de 80% para vacas não especializadas.
Conclui-se que a persistência de lactação está directamente ligada à lucratividade, pois uma
vaca com maior persistência vai produzir mais leite, consumindo menor quantidade de
alimento do que uma vaca com menor persistência.
Ordem da lactação: A ordem de lactação é responsável por 20 a 25% da variabilidade na
produção de leite. Segundo DOMINGUES (1897) uma novilha parindo aos dois anos
produzirá 70 a 80% do total de leite produzido quando adulta. Ou seja, outro factor que
devemos observar é se o rebanho está composto de muitas novilhas de 1ª e 2ª cria, quando
esse número deveria estar equilibrado. Em raças especializadas como a Holandesa, a máxima
produção de leite é alcançada entre a 3ª e a 5ª lactações, e em Girolandas entre a 4ª e a 6ª
lactações.
Período seco: O período seco é importante para permitir a regeneração de células epiteliais
danificadas e para aumentar a percentagem de células epiteliais na glândula mamária antes da
próxima lactação e por último completar as reservas corporais. PINHEIRO et al. (2009)
disseram que o período seco de 60 dias vem, há muito tempo, sendo adoptado pela maioria
dos criadores de gado leiteiro com o objectivo de maximizar a lactação seguinte, além de
assegurar o desenvolvimento do feto e permitir acumular colostro. Para ALVES (2008) o
período seco deve ser de, no mínimo, 35 dias, no entanto, uma redução para menos de 40 a 60
dias já reduz a produção de leite na lactação subsequente em 25 a 30%. Então observamos que
é de extrema importância respeitar o período seco da vaca antes do parto, para isso devemos
saber exactamente qual é a previsão de parto para sabermos quando secar o animal.
Além desses 5 factores citados acima, temos diversos outros factores que podem influenciar
na queda da produção leiteira de uma propriedade, entre eles estão: Idade dos animais,
conforto térmico, disponibilidade de água, maneio correcto, alimentação correcta e controlo
sanitário, principalmente evitando a mastite.
2.1.7.Maneio da Mungição
Entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa e
ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. O
leite de outros animais deve denominar-se segundo a espécie de que proceda.”
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Considera-se ordenha, o ato de realizar a extracção do leite da glândula mamária, podendo ser
feita de forma manual quando realizada pelo ordenhador e mecânica quando for utilizada
ordenhadeira ou então pelo bezerro no caso da amamentação. É uma prática que deve ser
efetuada com cuidados, pois dependendo das condições com que é executada, proporcionará a
obtenção de maior quantidade e qualidade do produto (NEIVA 1991).
Os benefícios económicos de uma boa ordenha proporcionarão os seguintes ganhos:
Aumento na produção, pois vacas sadias produzem mais.
Melhor qualidade do leite, ou seja, ausência de condensação de leite na plataforma dos
laticínios.
Menores gastos com medicamentos, mão-de-obra e assistência veterinária.
Ausência de quartos perdidos, considerados como fonte de contaminação e também
fêmeas descartadas em face das mamites ocorridas no rebanho.
2.1.7.1.Tipos de ordenha
A ordenha pode ser realizada de forma manual ou mecanizada. A escolha do tipo de ordenha
depende de vários factores, dentre eles: o número de vacas em lactação, a capacidade de
investimento do produtor, a disponibilidade de pessoas capacitadas para realizar a ordenha e,
por fim, o nível de produção das vacas.
2.1.7.1.1.Ordenha Manual
2.1.7.1.2.Ordenha Mecanizada
A ordenha mecanizada possibilita a extracção do leite mais rápido do que a ordenha manual e,
quando bem realizada, tem menor risco de contaminação.
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2.1.7.2.Cuidados na ordenha
Para se obter uma boa ordenha um conjunto de procedimentos deve ser realizado
rotineiramente, tanto na ordenha manual como na ordenha mecânica, procurando-se sempre
dar ao animal as melhores condições deixá-lo sem stress, para permitir a extracção de um leite
de qualidade.
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i. Bezerreiro: deve ser coberto com telha e assoalhado com madeira, com sistema de
frestas, acima do solo proporcionando a retirada de fezes acumuladas, com
divisórias para que os bezerros sejam agrupados por faixa etária. As construções
devem ser realizadas de acordo com o rebanho e as posses de cada produtor, a
exigência é que sejam funcionais, higiénicas e económicas.
ii. Curral: deve ser construído com material que não permita o acúmulo de lama e
seja utilizado para o maneio geral dos animais.
iii. Sala de ordenha: este é o local onde as vacas serão ordenhadas, deve conter piso
em alvenaria, para ordenhar uma ou duas vacas, com distribuição de água que
permita ao ordenhador lavar os tetos das vacas. Além disso, periodicamente a sala
deve ser lavada e desinfectada. Deve ter um bom escoamento de água para facilitar
a higienização. Esta higienização deve ser realizada após cada ordenha para
facilitar o trabalho e impedir a proliferação de moscas e microorganismos.
2.1.7.4.Higiene do ordenhador
O ordenhador pode se transformar num dos maiores veículos usados para o transporte de
microorganismos para o leite e úbere da vaca. Recomenda-se bons hábitos de higiene no
momento da ordenha tais como: manter as unhas e cabelos aparados, usar boné para prender
os cabelos, lavar as mãos antes do início de cada ordenha com solução desinfetante (água
sanitária a 5%), usar uniforme sempre limpo, realizar a ordenha contínua sem interrupções e
evitar hábitos como fumar, comer e cuspir.
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2.1.7.5.Higiene do úbere
O úbere no caso de conter sujidades como fezes e lama, adquiridas quando o animal
permanece em decúbito lateral, ou seja, deitado, deve ser lavado com água corrente. Se isto
não ocorrer deve-se proceder somente a lavagem dos tetos com água clorada que também tem
a função de estimular a descida do leite, facilitando a ordenha. Quando não houver água
encanada, deve-se usar água de outra fonte acompanhada de desinfectante. Deve-se aparar os
pêlos do úbere para melhorar a higiene. Após a lavagem, os tetos devem ser secos com papel
toalha, uma para cada animal, deixando os mesmos preparados para o início da ordenha.
2.1.7.6.Controlo da mastite
Antes de iniciar a ordenha propriamente dita deve-se realizar o teste da caneca de fundo
escuro ou telada, para verificar a presença ou não de grumos que evidenciam a presença de
mamite clínica e também tem como finalidade eliminar todos os microorganismos que
normalmente são encontrados no canal do teto.
Nos casos suspeitos de mastite em unidades onde a ordenha é mecânica a mesma passa a ser
realizada de forma manual, e depois de tratada, voltará a ordenha mecânica após estar
completamente curada.
O teste denominado Califórnia Mastite Teste - CMT, deve ser realizado em todas as vacas
ordenhadas, e deve ser semanal, quinzenal ou mensal, de acordo com a frequência de
aparecimento da mastite na unidade de produção. Este teste serve para detectar a existência de
mastite sub-clínica no rebanho, prevenindo portanto o aparecimento de uma enfermidade mais
intensa que promoverá maiores gastos com aquisição de medicamentos e descarte do leite das
vacas doentes.
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2.1.7.7.Desinfecção do teto
A ordenha das vacas deve ser realizada da seguinte maneira: ordenha-se primeiro as vacas de
primeira lactação; em seguida as vacas mais velhas que nunca tiveram mamite e, por último,
as vacas que já tiveram mamite, mas foram curadas. As vacas suspeitas devem ser ordenhadas
manualmente e sempre por último. Aquelas vacas que tiveram mamite, ou são portadoras de
mamite crónica, podem ser fonte permanente de difusão de mamite, por isso devem ser
retiradas do rebanho.
2.1.8.Maneio sanitário
O bom cuidado do animal não só implica tratá-lo quando está doente, mas também prevenir
que fique doente. Mesmo que um animal doente possa ser curado através dum tratamento, é
possível que a doença lhe tenha afectado o corpo e estes efeitos podem levar mais tempo do
que a própria cura. Por conseguinte, as perdas de produção podem continuar depois de,
aparentemente, o animal se ter restabelecido. O crescimento retardado de vitelas e uma
produção leiteira permanentemente reduzida são exemplos dos efeitos potenciais a longo
prazo (NEIVA 1991).
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O rebanho de vacas leiteiras está sujeito a várias moléstias que trazem grande prejuízo à
produção das fazendas de leite. O foco na prevenção de doenças pode ser considerado o maior
investimento relacionado às melhorias das condições de saúde dos rebanhos leiteiros.
1. Mastite ou Mamite:
Na vaca leiteira, a mastite é quase sempre causada por bactérias que invadem o úbere,
multiplicam-se, produzem toxinas e outras substâncias irritantes, que provocam a resposta
inflamatória. É a doença mais comum e a que mais causa prejuízos aos rebanhos leiteiros.
Como resultado da inflamação, as paredes dos vasos sanguíneos se tornam dilatadas e outras
substâncias do sangue também passam para o leite. Essa doença prejudica a qualidade do leite
e causa redução na produção.
Tipos de Mastite
A aparência do leite é normal e não existem sinais visíveis no úbere. Sabe-se que existe a
mastite subclínica porque microrganismos causadores da doença podem ser isolados do leite,
e podem ser detectadas alterações inflamatórias.
A mastite subclínica é mais comum. Em geral, para cada caso clínico, há de 20 a 40 casos
subclínicos. A doença pode curar-se espontaneamente, persistir no nível subclínico, ou evoluir
para a forma clínica. Em virtude de sua natureza oculta, provoca as maiores perdas
económicas pela redução da produção e por interferir na qualidade do leite.
3. Brucelose:
Zoonose (ou seja, doença que pode ser transmitida do animal para o homem). Provoca
abortamento nas vacas em torno de 6-7 meses de gestação. Pode ser transmitida ao ser
humano pela ingestão de leite não pasteurizado, queijos e ainda contacto com sangue ou
esterco dos animais.
4. Tuberculose:
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Outra zoonose que pode ser transmitida pelo ar ou via entérica (intestino). É uma enfermidade
de evolução crónica, caracterizada pela formação de lesão de aspecto nodular, denominada
tubérculo, bem como lesões em gânglios, brônquicos e/ou mediastínicos. Os sintomas
aparecem no estágio final da doença. O rebanho leiteiro afectado sofre grande perda de peso,
apresenta dificuldade respiratória, tosse seca e fraqueza geral.
5. Febre Aftosa:
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa, que afecta animais de casco fendido,
entre os quais se incluem os bovinos. Entre os principais sintomas, estão febre alta, salivação,
depressão, cansaço, anorexia e andar coxo, causado pelas vesículas dolorosas que aparecem
nos espaços interdigitais das patas do animal. Deve ser prevenida com a vacinação dos
animais sadios a cada seis meses, a partir dos 3 meses de idade.
6. Leptospirose:
Doença causada por bactéria que aloja-se nos rins e fígado, causando hemólise ou destruição
das células vermelhas do sangue. Podem ser transmitidas por meio de contato com outro
animal infectado, água e alimentos contaminados. Entre os principais sintomas, estão a urina
avermelhada, abortamento e queda acentuada na produção de leite.
7. Clostridioses:
Intoxicação causadas por bactérias presentes normalmente no solo e no tubo digestivo dos
animais, mesmo sadios. Produzem substâncias tóxicas poderosas chamadas toxinas,
responsáveis pelos sintomas e lesões observados nos animais doentes, podendo provocar a
morte dos animais. São várias as formas mais recorrentes, e apresentam como sintomas a
paralisia dos músculos da locomoção, mastigação e deglutição, sendo que a morte ocorre por
paralisia respiratória.
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8. Doenças de Casco:
Conjunto de enfermidades que afectam a extremidade dos membros do bovino incluindo pele,
tecidos subcutâneo e córneo, ossos, articulações e ligamentos. Representa uma das principais
doenças que acometem o gado leiteiro. O principal factor de ocorrência é o maneio intensivo
dos animais, por exemplo: dietas ricas em carboidratos, falta de apara dos cascos e pisos
húmidos e ásperos. Para tratar, deve-se realizar contenção adequada do animal com rigorosa
limpeza e higienização do local, lavando-o com muita água e sabão e esfregando com escova.
O gado de leite que recebe dietas altamente energéticas deve ser tratado com rações
tamponadas para se evitar a acidose ruminal; realizar a apara anual dos cascos, no momento
da secagem; evitar a presença de humidade, fezes e urina nas instalações; limitar o acesso a
várzeas e baixadas húmidas e correcção de pisos ásperos e com irregularidades (LAZIA 2004)
2.1.8.2.Prevenção de doenças
A maioria das doenças pode ser prevenida com as mesmas medidas de maneio que produzem
um aumento de produção.
Para o gado leiteiro pode ser relevante aplicar vacinações contra as seguintes doenças:
A septicemia hemorrágica - As vacinações contra esta doença são realizadas, muitas das
vezes, uma vez por ano e também protegem contra o antraz/carbúnculo.
3.Constatações
4.Bibliografia