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— Aubrey Banks.
O médico apareceu na recepção, chamando pela
minha irmã, que estava tirando um cochilo encostada em
meu ombro. Fiz um sinal avisando a ele que já estávamos
indo e acordei a dorminhoca, que se espreguiçou antes
de se levantar. A caminho do consultório, digitei para
Logan:
Eu: Sim.
Aquilo parecia muito pouco, por isso, enviei:
Logan
“Estamos hospedados no hotel Hilton.”
A voz de Teddy ficava se repetindo em minha mente
em um looping que não cessava, enquanto eu acelerava
pelas ruas. Não sabia se ainda estavam na cidade, mas
resolvi arriscar mesmo assim, pois algo me dizia que
Philipe não me passaria a localização daquele filho da
puta caso eu pedisse. Desliguei o meu celular na
segunda vez que meu pai insistiu em me ligar e ignorei o
seu Bentley vindo logo atrás do meu Audi, metendo o pé
no acelerador.
“Estamos hospedados no hotel Hilton.”
O sorriso simpático demais de Aaron surgiu em
minha memória, sendo ofuscado pelo momento em que
ele esbarrou em mim na porta do banheiro do bar. Há
quanto tempo aquele desgraçado vinha observando
Avalon? Toda aquela história de agenciamento fazia parte
de algum plano dele? O que havia falado para ela ontem,
que a deixou tão assustada a ponto de tentar terminar
comigo? Como teve coragem de tocar nela de novo?
Vislumbrei o hotel a alguns metros à frente e parei
de supetão logo atrás de um carro luxuoso, que havia
estacionado segundos antes de mim. Saí sem me
preocupar em fechar a porta, quase empurrando uma
senhora que estava na minha frente para poder passar
por aquelas portas giratórias ridículas. Um segurança me
olhou e tentou se aproximar, mas logo alcancei o balcão,
chamando um dos atendentes. Uma mulher uniformizada
se aproximou.
— Como posso ajudá-lo, senhor?
— Tucker Aaron Young. Preciso saber se tem alguém
com esse nome hospedado aqui. Se sim, me informe o
número da suíte.
— Desculpa, senhor, mas receio não poder ajudá-lo.
Nós não passamos esse tipo de informação.
— Eu estou exigindo que verifique. Agora!
— Logan! — Senti o toque do meu pai em meu
ombro, mas me desvencilhei.
— Se o senhor insistir, terei que chamar o
segurança.
— Não será necessário — meu pai disse, tentando
me puxar de novo.
— Me solta! — Saí de perto dele, olhando para o
lobby imenso do hotel. Onde estava aquele filho da puta?
— Seja racional, Logan, por favor! — Meu pai pediu,
parando na minha frente. — Acha que eu também não
quero socar a cara desse garoto? — Seus olhos pareciam
estar prestes a soltar faíscas de tão puto que estava,
mas sua voz soava baixa e controlada para não chamar
ainda mais atenção. — Acha que não estou louco para
me vingar? Ele matou a mulher que eu mais amava na
vida, porra! Mas não podemos perder a razão. Temos
tudo na mão para colocar esse desgraçado atrás das
grades para sempre!
— Por causa de um acidente de trânsito? Tá bom.
Eu ri, mesmo sabendo que não havia sido apenas
um acidente de trânsito, ainda assim... Era muito pouco e
o padrasto daquele desgraçado tinha muito dinheiro.
— Não apenas por isso. Philipe descobriu outras
coisas — meu pai sussurrou, prendendo a minha atenção.
— Mas não posso falar sobre isso aqui. Venha comigo,
filho, por favor. Pense em Avalon, a garota ficou
assustada com a forma como você saiu. Ela precisa de
você.
Lembrei do seu pescoço roxo e do medo em seus
olhos, o choque em sua expressão ao descobrir como
Tucker havia invadido não apenas a sua vida, mas a
minha também. Eu queria muito meter a porrada
naquele desgraçado até ele perder a consciência, mas
meu pai tinha razão. Avalon precisava de mim e, para ser
sincero, eu também precisava dela. Deixei que ele me
guiasse em direção à porta giratória do hotel, ainda
sentindo a raiva aquecer o meu sangue, mas uma voz às
minhas costas nos fez parar no meio do caminho.
— Logan, como é bom ver você de novo! — Virei-me
junto com meu pai e vi Teddy Smith caminhar em nossa
direção. Ele sorria animado, como na primeira vez em
que nos vimos, e fechou completamente a nossa
distância. — Parece que estava lendo o meu
pensamento. Ia pedir para que meu assistente entrasse
em contato com você amanhã de manhã para
marcarmos uma reunião formal. Graham precisou viajar,
mas eu ficarei no Alabama até segunda-feira e...
— Onde está o seu enteado?
Teddy franziu o cenho e meu pai apertou o meu
ombro em um aviso mudo. Ignorei. Não sabia se teria
outra chance de chegar perto daquele filho da puta de
novo. Jamais desperdiçaria aquela chance.
— Aaron? Ele está no bar tomando um drinque com
uma garota...
Não esperei ele terminar. Já tinha ido àquele hotel
algumas vezes e sabia muito bem onde ficava o bar. Meu
pai gritou o meu nome, mas não dei ouvidos, passando
por alguns hóspedes, atravessando totalmente o lobby
até chegar ao bar luxuoso que ficava perto dos
elevadores que levavam às suítes. Não demorei muito a
encontrar o desgraçado, pois reconheceria em qualquer
lugar do mundo aquele cabelo platinado e o pescoço
tatuado que seria esmagado por mim em menos de um
segundo.
— Seu filho da puta!
Ao contrário dele, que era um covarde, eu o peguei
de frente, empregando no soco que dei em seu rosto, a
mesma força que utilizei ao jogar o iPad contra a parede
na casa do meu pai. Tucker só conseguiu segurar o nariz
que sangrava antes de tombar com tudo do banco em
frente ao balcão do bar e cair no chão. A loira que o
acompanhava gritou, alarmada, mas não perdi meu
tempo olhando para ela. Parti para cima daquele
desgraçado com toda a fúria que eu sentia.
Soquei-o por ter empurrado a minha mãe para a
morte. Soquei-o por todas as vezes que machucou a
minha garota. Soquei-o por deixá-la com medo, por ter a
assustado, por ter partido o seu coração e a sua alma no
momento em que esteve mais frágil. Soquei-o por ter
ousado se aproximar dela mais uma vez, por ter a
deixado com marcas roxas, por ter a feito chorar.
Seu sangue espirrava no chão escuro do bar, as
falanges dos meus dedos estavam arrebentadas, pessoas
gritavam à minha volta, mãos tentaram me tocar, mas
me desvencilhei de todas elas, desfigurando a cara
daquele filho da puta que havia tocado em dois dos meus
bens mais preciosos.
Ele estava quase apagando quando o peguei pelo
pescoço e apertei. Seus olhos inchados tentaram me
encarar, mas fiz questão de chegar bem perto, para que
ele nunca mais se esquecesse do meu rosto ou das
palavras que eu estava prestes a dizer na sua cara:
— Ontem foi a última vez que você chegou perto da
minha mulher. — Ele tentou abrir a boca, mas apertei o
seu pescoço com mais força, rompendo a passagem de
ar. — Foi a última vez que você ousou machucar alguém
que é importante para mim. Só estou te deixando vivo
hoje, porque não quero perder nenhum dia da minha vida
longe de Avalon, mas se você apenas pensar em chegar
perto da sombra dela, uma vez que seja, eu juro que não
vou ser tão condescendente. Você vai morrer, e vai ser
de uma forma tão dolorosa, que vai implorar para nunca
ter nascido.
Alguém finalmente conseguiu me tirar de cima de
Tucker e ele caiu praticamente desmaiado. Senti que
meu pai me abraçou por trás pela cintura, como se
estivesse com medo de que eu fosse terminar o que
comecei, e o deixei me afastar dali. Muitos hóspedes se
aproximaram, alguns filmavam, mas eu não me importei.
— Meu Deus! Olha o que você fez com o meu
menino! — Teddy se ajoelhou ao lado de Tucker. — Seu
jogadorzinho de merda! Sua carreira está arruinada!
Entendeu? Eu vou te afundar, seu filho da puta! Ninguém
vai se lembrar que um dia existiu um Logan Miller III
dentro de campo! Alguém chama a porra de uma
ambulância!
Meu pai me tirou de perto de todo mundo junto com
Philipe, mas não registrei quase nada a minha volta. Me
colocaram dentro do banco traseiro de um carro depois
de pedirem para que os curiosos se afastassem e o
veículo saiu da frente do hotel em tempo recorde. Os
próximos minutos se tornaram um borrão. Senti como se
eu tivesse apagado, apesar de estar de olhos abertos,
encarando meus dedos arrebentados e sujos de sangue.
Sem que eu esperasse, meu pai pegou a minha mão
e começou a passar o lenço, que sempre carregava em
seu paletó, em cima dos meus dedos sujos. A maior parte
do sangue estava seca, mas ele não parou, limpando tão
cuidadosamente quanto fazia quando eu era criança e
ralava o joelho.
— Eu tenho tanto orgulho de você. — Sua voz grave
e levemente embargada soou pelo carro. — Sei que
nunca falei isso, sei que acabei me tornando um pai duro
demais, exigente demais e que acabei perdendo
momentos importantes da sua vida desde que entrou
para a faculdade. Acho que acabei fazendo com você o
mesmo que meu pai fez comigo. Ele queria que eu fosse
o seu reflexo e eu queria que você fosse o meu. Me
arrependo por ter ignorado todas as vezes que sua mãe
tentou me alertar sobre o modo como eu estava agindo,
por eu não ter parado para enxergar que vinha te
afastando cada vez mais. Depois que ela se foi, eu
apenas... Me perdi. Eu me perdi como você, Logan, só
que de forma diferente. Você se perdeu em meio às
bebidas e às festas e eu me perdi dentro de mim mesmo,
no trabalho, no meu modo irritantemente exigente, como
sua mãe dizia.
Ele parou por alguns segundos e percebi que seus
olhos estavam cheios de lágrimas, assim como os meus.
— Estou falando tudo isso agora, porque não quero
que se torne tarde demais entre nós dois também. Não
quero perder o meu filho como perdi a minha esposa. —
Meu pai chorou baixinho pela primeira vez desde o
enterro. Quantas vezes ele havia chorado sozinho? Por
mim, pela minha mãe, por tudo? — E eu senti muito
medo de perder você até aquela menina chegar.
— Avalon?
— Quem mais seria? — Ele sorriu de leve por entre
as lágrimas. — Ela te salvou uma vez e então, te salvou
de novo. Eu não queria enxergar, mas essa é a verdade.
— Do que está falando? — Meu pai voltou a limpar
os meus dedos, mas vi que ainda chorava. — Pai?
— Eu o ouvi perguntar para a sua irmã sobre uma
garota no dia do enterro da sua mãe. Você falou algo
sobre a chuva e sobre ter estado em uma ponte.
— Não. Eu não falei sobre a ponte. Eu falei sobre a
garota e a chuva, mas não sobre a ponte. — Aquela era
uma das poucas certezas que eu tinha sobre aquele dia.
Guardei a história sobre a ponte para mim, pois
Norah vivia me enchendo o saco para procurar um
psicólogo. Mesmo acreditando que tudo aquilo não havia
passado de um sonho, preferi não contar, pois não queria
que minha irmã se preocupasse com a possibilidade de
eu cometer alguma loucura contra a minha vida, apesar
de ter sentido essa vontade naquela noite em que soube
da morte da nossa mãe.
— É, acho que você não falou mesmo.
— Então como você sabe? — Tirei minha mão
debaixo da dele, obrigando-o a me encarar. — Como
você sabe sobre a ponte, pai?
— Avalon me contou. — Ele soltou a bomba
desarmada sobre o meu colo e a senti explodir bem na
minha cara. — Foi ela que te fez desistir de pular e que te
levou para casa naquela noite. — Seu soluço ecoou pelo
carro e, sem que eu esperasse, suas mãos me puxaram
em sua direção em um abraço apertado. — Eu não
conseguia me lembrar direito da menina que bateu no
meu portão de madrugada, alegando que estava com
você dentro do carro, porque... Meu Deus, Logan, eu
senti tanto medo! Você estava completamente apagado,
molhado pela chuva, sujo de vômito... Eu só conseguia
me lembrar que ela tinha os cabelos ruivos e do seu
pedido para que eu cuidasse de você. Ela me contou o
que você queria fazer e eu... Eu acho que nunca soube
como lidar com aquilo. Eu preferi acreditar que era
mentira... Eu fui um pai terrível. Eu sou um pai terrível,
Logan!
Eu estava atordoado. O peito do meu pai tremia
pelo choro incontido e minha cabeça rodava, tentando
processar toda aquela informação e puxar as memórias
daquela noite. Eu me lembrava da chuva e da ponte.
Lembrava-me da garota ao meu lado e da forma como foi
insistente e cuidadosa. Lembrava-me perfeitamente das
suas palavras:
“Foi uma noite difícil para mim também.”
“Sabe do que eu tenho medo? De viver o resto da
minha vida sentindo medo. Creio que seria um
desperdício e tanto.”
“— Só... Fica quieta — pedi.
— Para deixar que as vozes na sua cabeça falem
mais alto do que eu? Não mesmo. Eu sei como elas
podem ser poderosas, mas, sabe de uma coisa, atleta
cheio de equilíbrio? Somos mais fortes do que ela. Somos
mais fortes do que tudo. E mesmo que hoje você se sinta
fraco e que amanhã ou depois você continue achando
que não tem força, você vai perceber que tem, sim. E
então, quando você se der conta disso, ninguém vai
poder te parar.
— Isso é quase um parágrafo de livro de autoajuda.
— Bem brega, por sinal.
— Muito.
— Mas funciona, acredite em mim.
— Por que eu faria isso? Eu nem te conheço.
— Por isso mesmo. Se nós dois conhecêssemos um
ao outro, você poderia pensar que estou aqui porque
tenho medo de te perder, mas não é esse o caso.
— E por que você está aqui?
— Porque não quero que você se perca, pelo menos
não definitivamente. Vamos lá, estrelinha dourada,
mostre para mim que você tem equilíbrio de sobra e
desça do guarda-corpo comigo.”
Estrelinha dourada. Meu Deus, Avalon!
“— Você vai se encontrar com ela um dia. E então,
você vai ter várias histórias para contar a ela. Coisas
incríveis, que eu tenho certeza de que ela vai querer
saber com detalhes. Vocês vão sorrir juntos e se abraçar
de novo. Vai ser muito especial, eu juro. Confie em mim.”
Eu confiei.
Eu confiei naquela noite e vinha confiando todos os
dias desde então. Desde que a vi dentro do meu quarto e
fui um cara escroto do caralho com ela.
Antes mesmo de eu saber, meu coração confiou em
Avalon, porque, de alguma forma muito louca, ele
sempre soube que ela era nossa. Nossa garota para
amar, cuidar e confiar.
— Por que não me contou isso antes, pai? —
perguntei, me afastando do seu peito. Ele tocou a minha
nuca e apertou de leve.
— Porque, como eu disse, eu não tinha certeza se
era ela ou não. Só descobri naquele almoço lá em casa. A
forma como me encarou... Foi bem peculiar, da mesma
forma como falou comigo naquela noite.
— Você devia ter me contado. Esse almoço
aconteceu semanas atrás!
— Eu sei, mas percebi que Avalon não tinha contado
para você também, então decidi deixar nas mãos dela a
decisão de te falar ou não.
Ela não tinha falado nada. Puta merda, fui um
babaca com ela no começo de tudo e Valente nunca deu
a entender que tinha cuidado de mim em um momento
tão particular. Eu deveria saber que Avalon jamais faria
isso. Não era do seu feitio usar a dor de alguém em
benefício próprio.
— Por que mudou de ideia?
— Porque, depois de hoje, eu entendi que a vida de
vocês está mais interligada do que nunca. Eu não
acreditava em destino, mas acho que agora acredito. Sua
mãe estaria rindo da minha cara agora e falando “eu te
avisei”. — Contra todas as possibilidades, meu pai riu.
Ele riu de verdade. E foi bom pra caramba assistir.
Puxei-o para um outro abraço, sentindo toda a nossa
animosidade ficar para trás.
— Na verdade, ela deve estar rindo de você — falei
ao me afastar.
— Com certeza, mas acho que ela está feliz,
principalmente. Afinal de contas, ela também salvou uma
vida muito importante depois que partiu.
— Do que está falando?
Percebi que estávamos entrando em casa e só
então me dei conta de que alguém estava guiando o
carro. O Bentley do meu pai tinha aquela frescura de
separar a parte de trás do veículo, dando privacidade ao
passageiro, por isso, não fazia ideia se ele tinha ido até o
hotel com algum segurança ou se era Philipe quem
estava ao volante.
— Sei que vai ficar puto comigo, mas investiguei a
vida de Avalon depois daquele almoço.
— Pai! Puta que pariu, não acredito!
— Fica calmo, eu só queria ter certeza de que ela
era mesmo uma boa garota. Não ia usar nada do que
descobri contra ela. — Revirei os olhos ao ouvir aquilo e o
Sr. Miller II prosseguiu. — Enfim, acabei descobrindo que
a Aubrey passou por um processo de transplante de rim.
— Sim, eu sei disso. O que é que tem?
— A data da cirurgia da menina foi muito próxima
da morte da sua mãe, Logan. Realmente muito próxima,
algo em torno de dois dias depois. Então, entrei em
contato com Richard, diretor do hospital onde sua mãe
ficou internada aqui no Alabama e onde ocorreu a
cirurgia da irmã de Avalon. Sei que o tipo de informação
que pedi a ele é confidencial, mas, como somos amigos
de longa data, Richard abriu uma exceção e me
confirmou ontem de manhã que o rim que Aubrey
recebeu, era da sua mãe.
— O... O quê?
A pergunta havia escapado de forma automática,
pois eu estava completamente em choque. O carro parou
em frente à nossa casa e vi Avalon pela janela. Ela
estava sentada nos degraus que levavam à porta da
mansão e se levantou toda desajeitada, ainda chorando
e parecendo estar desesperada.
— Sua mãe salvou a vida da irmã de Avalon, Logan
— meu pai tocou em meu ombro, mas não consegui tirar
os olhos de Valente. Ela desceu a escada correndo,
parecendo louca para me ver. — Se você tinha alguma
dúvida de que essa garota é a mulher da sua vida, é
melhor que não tenha mais.
Eu não tinha. Desde que beijei Avalon pela primeira
vez, eu sabia. Porra, no fundo do meu ser, minha alma já
sabia no momento em que ela me encontrou na porcaria
daquela ponte!
Não consegui responder ao meu pai, apenas saí do
carro e encurtei completamente a distância que me
separava de Avalon, tomando-a em meus braços. Nosso
beijo teve gosto de lágrimas, desespero, amor, saudade
e esperança.
Ah, Valente...
Minha Valente.
Agarrei a minha garota entre os meus braços e
prometi a mim mesmo que não a soltaria nunca mais.
— Nunca mais me dê um susto como esse, ouviu?
— Tomei o rosto de Logan em minhas mãos e beijei cada
centímetro de pele que minha boca conseguiu alcançar.
Ele estava suado, mas não me importei. — Você ouviu,
Logan?
Afastei seu rosto do meu e ele concordou
lentamente com a cabeça. Percebi que chorava, assim
como eu, e que me olhava de forma diferente. Era como
se quisesse me falar um monte de coisas, mas estivesse
exausto. Eu imaginava que realmente estava.
— Por que vocês não vão lá pra cima? — O pai de
Logan parou ao nosso lado de repente. Eu estava tão
desesperada, que havia me esquecido completamente
de que ele também estava dentro do carro. — Seu quarto
está arrumado, Logan. Tome um banho, enquanto
providencio remédio e gazes para cuidar das suas mãos.
Dei um passo para trás, ficando assustada ao tomar
as mãos de Logan nas minhas. Sua pele estava suja de
sangue e as falanges estavam praticamente em carne
viva.
— Meu Deus, Logan... O que você fez?
— O que você acha que eu fiz? — murmurou. Senti
o meu coração disparar e olhei para o Sr. Miller em busca
de uma resposta mais clara.
— Ele... Ele matou...
— Não. — Soltei o ar que estava prendendo,
sentindo minhas pernas ficarem bambas de alívio. — Mas
deu uma lição naquele filho da puta que ele nunca mais
vai esquecer. Agora, eu vou cuidar pessoalmente para
que ele pague na justiça por todo crime que já cometeu,
inclusive, o que fez com você ontem à noite. — O pai de
Logan me pegou de surpresa ao acariciar gentilmente as
minhas costas. — Você foi muito corajosa ao denunciá-lo
da primeira vez, Avalon. Quero que saiba que você não
está mais sozinha.
— Obrigada. — Agradeci sinceramente, tentando
parar de chorar.
Como vítima de um relacionamento abusivo e de
violência doméstica, eu sabia como era difícil dar o
primeiro passo e pedir por ajuda. Na primeira vez, o fiz
muito mais por Aubrey do que por mim, mas, agora, eu
denunciaria Tucker novamente tendo a certeza de que
estava fazendo aquilo para me proteger. E para proteger
outras mulheres que tivessem o azar de cruzar o seu
caminho e despertar a sua obsessão.
Sr. Miller apertou o ombro do filho e voltou a
reforçar que deveríamos ir para o seu quarto. Logan
estava meio aéreo, por isso, eu tomei as rédeas da
situação, pegando em seu pulso, pois seus dedos
estavam machucados, e levando-o para dentro de casa.
Norah veio correndo abraçar o irmão e sua avó veio logo
atrás. As duas o encheram de perguntas, mas o Sr. Miller
disse que explicaria tudo a elas e pediu para que
deixassem Logan tomar um banho.
Subimos a escada e, no segundo pavimento, Logan
me guiou até o seu antigo quarto. Ainda tinha a
aparência de um quarto de adolescente — um
adolescente bem rico —, com as paredes pintadas de
azul e cinza, vários troféus em prateleiras e pôsteres de
jogadores de futebol americano. Não consegui prestar
mais atenção no ambiente, pois Logan logo me levou
para o banheiro da suíte. Havia uma banheira no canto,
perto do box.
— Como faço para ligar aquilo ali? — perguntei,
apontando para ela.
Logan foi me passando as instruções e eu liguei a
banheira, usando uma essência de banho para perfumar
a água, já que sais estavam fora de cogitação por conta
dos seus dedos machucados. Assim que começou a
encher, voltei a me aproximar dele e o ajudei a tirar a
camisa suada, percebendo, apenas naquele momento,
que estava respingada de sangue, e parti para a calça
enquanto ele chutava os sapatos para longe.
Tentei imaginar como ele havia conseguido
encontrar Tucker e como tinha deixado a cara daquele
idiota. Pelo estado da sua mão, com certeza o rosto dele
havia ficado pior, e eu fiquei feliz, apesar de estar muito
preocupada com Logan e morrendo de medo de que
aquilo o prejudicasse de alguma forma.
Ouvi duas batidas na porta e me afastei do jogador,
encontrando com a sua irmã no quarto. Norah me
estendeu uma maleta pequena de primeiros socorros e
me abraçou rapidamente, sussurrando em meu ouvido:
— Obrigada por cuidar dele.
Ela se afastou antes que eu pudesse responder e
saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Voltei para o
banheiro, encontrando Logan fazendo uma careta ao
lavar as mãos na pia.
— Não quero que você fique suja com o sangue
daquele filho da puta quando entrar na banheira comigo
— explicou quando me aproximei.
— Não vou entrar na banheira com você. Quero que
você relaxe enquanto eu limpo os seus machucados.
— Você pode fazer isso depois — disse Logan,
virando-se para mim. Suas mãos ainda molhadas
tocaram a minha cintura e me puxaram de encontro ao
seu corpo alto e forte. — Preciso ficar perto de você
agora, Valente. O máximo que eu puder.
Eu jamais conseguiria negar um pedido como
aquele, mesmo me sentindo um pouco envergonhada
por estarmos na casa do seu pai. Deixei que Logan me
ajudasse a me despir e fomos juntos para a banheira,
que estava cheia pela metade. O jogador se sentou e me
puxou para o seu colo, de frente para o seu corpo, me
dando um abraço apertado e escondendo o rosto entre
os meus seios. Não havia nada sexual ali, era como se
Logan estivesse buscando o conforto que precisava em
mim, assim como eu fazia com ele.
Não queria mais chorar, mas algumas lágrimas
teimosas encheram os meus olhos e molharam a minha
bochecha, conforme eu acariciava o cabelo macio de
Logan. Ainda naquela manhã, eu acreditei que nunca
mais estaria desse jeito com ele. Pensei que Tucker ia
estragar mais uma parte da minha vida e arrancar o
quarterback de mim. Sua ameaça ficou soando de forma
clara em meus ouvidos durante toda a madrugada,
espalhando o seu poder sobre a minha mente como fazia
quando estávamos juntos. Senti-me dominada por ele de
novo, só que daquela vez, foi de uma forma bem mais
cruel.
— Sinto muito — sussurrei entre os cabelos de
Logan, sentindo sua respiração entre os meus seios. —
Sinto muito por tudo, Logan.
Sentia-me culpada, mesmo sabendo que eu não
tinha nada a ver com a morte da sua mãe. O fato de
Tucker ser o responsável pesava muito forte sobre mim.
Com certeza tudo aquilo não havia passado de uma
coincidência, afinal, eu sequer conhecia Logan naquela
época, mas Tucker era meu ex-namorado e agora eu
estava envolvida com o quarterback. Tudo aquilo era
muito confuso. Tinha certeza de que o destino deveria
estar rindo da nossa cara naquele momento, achando
muito engraçado entrelaçar as nossas vidas daquela
maneira.
— Não se desculpe, você não tem culpa de nada,
Valente, pelo contrário.
Os lábios de Logan subiram pelo meu tórax até
alcançarem o meu pescoço. Ele beijou cada hematoma
provocado pelos dedos de Tucker, com uma delicadeza
que quase me fez chorar novamente.
— Você é uma vítima daquele desgraçado —
sussurrou, passando as mãos pelas minhas costas. —
Pode ter certeza de que cada soco que dei nele, foi
pensando em você. Queria ter feito muito mais, Valente.
Queria ter te conhecido bem antes. Eu nunca deixaria
que ele se aproximasse. Eu teria cuidado de você e da
sua irmã quando mais precisaram, faria de tudo para que
você nunca se sentisse sozinha ou acuada, assustada por
aquele verme. Ele jamais teria tocado em você.
Tomei seu rosto em minhas mãos e beijei sua boca
bem devagar, sentindo meu coração bater forte no peito.
Deus sabia como eu também queria ter conhecido Logan
antes. Tudo teria sido tão diferente.
— Você já fez muito por mim hoje — falei, passando
meu nariz sobre o dele. — Me desculpe por ter agido
daquela forma no carro, por ter falado todas aquelas
coisas. Era tudo mentira, Logan. Eu fiquei desesperada
quando Tucker me contou que o padrasto dele era dono
da SK Sports. Ele disse que se eu não me afastasse, faria
com que o padrasto dele arruinasse a sua carreira. Senti
medo de acabar prejudicando você de alguma forma. Eu
nunca iria me perdoar se isso acontecesse, porque sei
que o seu maior sonho é ser um jogador profissional.
— Eu imaginei que ele tivesse te chantageado de
alguma forma quando você confirmou que ele tinha
aparecido no bar ontem.
— Ele fez mais do que isso. Tucker conseguiu roubar
o meu chaveiro e ficou esperando por mim na escada.
Maeve já tinha ido embora àquela altura e eu fiquei
sozinha com ele.
— Poderia ter me ligado, Valente.
— Pensei em fazer isso, mas ele me cercou, eu
fiquei sem reação. — Revirei os olhos para mim mesma,
como fazia na época em que estávamos juntos, me
sentindo uma estúpida. — Geralmente, eu sempre fico
sem reação perto dele e Tucker sabe disso.
— Ele é um covarde! — A voz de Logan saiu
entredentes. — Sequer reagiu quando parti para cima
dele, porque, com certeza, só sabe agir de forma violenta
com as mulheres. Com os homens, coloca a porra
daquele rabinho mimado entre as pernas.
— Ele é exatamente assim. — Tinha lembranças dos
seus ataques de ciúmes e de como partia apenas para
cima de mim, mas agia de forma alegre perto dos seus
amigos.
— Enquanto ele estiver solto, você e sua irmã vão
ficar na minha casa, ok?
— Tudo bem. — Não ia discutir sobre aquilo, pois
realmente não me sentia segura depois do que havia
acontecido ontem. — Você acha que o padrasto de
Tucker se aproximou de você por minha causa?
— Eu não sei, Valente. Talvez sim. Você não sabia
que a família dele era envolvida com esporte?
— Na época em que estávamos juntos, seu padrasto
tinha uma agência pequena e o nome era outro. Não me
lembro exatamente qual era agora.
— Smith Sports. — Concordei com a cabeça. Era
exatamente aquele o nome. — Teddy e Graham Kennedy
se tornaram sócios no ano passado, por isso, a agência
agora se chama SK Sports.
— Provavelmente, eu já não estava mais com Tucker
quando isso aconteceu. Eu tive poucas semanas para
arrumar a minha mudança depois que o denunciei. Só
queria sair de uma vez por todas de Los Angeles, pois
sabia que ele seria solto em breve e não queria mais
estar na cidade quando isso acontecesse. Não adiantou
muito, porque eu ainda estava morando lá quando ele
ganhou a liberdade, mas pelo menos não se aproximou
de mim até eu sair da cidade.
— Ficar comigo te colocou na mira dele de novo —
Logan concluiu.
— Eu sabia que isso poderia acontecer, mas pensei
que depois de todos esses meses, Tucker já teria se
esquecido de mim. Ele é popular na UCLA, vivia cercado
por garotas. Sua família conseguiu abafar a minha
denúncia e, quando ele ficou afastado da faculdade,
espalharam pelo campus que ele estava viajando. Ou
seja, mesmo preso, nada respingou nele.
— Eles não vão poder fazer isso agora, pode ter
certeza. Meu pai vai cuidar de tudo, Valente. Aquele filho
da puta vai pagar por tudo o que fez.
— Descobriram mais alguma coisa sobre ele, além
de ter causado o acidente da sua mãe?
— Meu pai disse que sim, mas não conseguiu me
dar os detalhes ainda. Espero que sejam crimes
suficientes para deixá-lo mofando na cadeia para
sempre.
— O padrasto dele tem muito dinheiro, Logan. Você
sabe que rico não fica preso por muito tempo.
— Eu concordaria com você se meu pai não fosse
Logan Miller II. — Logan me deu aquele sorriso de
moleque convencido, aquecendo o meu peito. — O velho
não vai descansar enquanto não fizer Tucker pagar por
todos os seus crimes.
— Seu pai nem é tão velho assim.
— Ah, não? — O quarterback arqueou uma
sobrancelha. — Está de olho no meu pai, Avalon?
— O quê? Claro que não! Seu nojento! — Logan riu
quando joguei água em sua cara, afastando-se um pouco
de mim. — Só estou falando que seu pai não é nenhum
idoso.
— Estou brincando, Valente. Sei que você gosta de
um novinho. — Apontou para si mesmo. —
Principalmente de um novinho que dá trabalho, afinal de
contas, você já vem me aturando há bastante tempo.
— Isso é verdade — concordei, sorrindo.
— Desde aquela noite na ponte. — Logan soltou de
repente, quase me fazendo engasgar com a minha
própria saliva. Ele passou a ponta dos dedos pelo meu
rosto, contornando desde a minha sobrancelha até o meu
queixo. — Por que não me disse que era você comigo
naquela noite, Valente?
— Você... Você se lembrou?
— Eu achava que era um sonho. Aquela noite ainda
é muito confusa na minha cabeça, lembro muito mais
das suas palavras do que da sua fisionomia.
— Então, como sabe que era eu?
— Meu pai me contou hoje.
Fitei-o, boquiaberta, lembrando-me do momento em
que parei em frente aos portões da sua casa pela
primeira vez. Eu tinha certeza de que Logan tinha me
dado o endereço errado, porque estávamos claramente
diante de uma mansão. Chovia muito e os seguranças
não me deram qualquer atenção quando eu disse que
estava com um morador daquela casa no meu carro. Na
época, eu não sabia o nome de Logan e ele estava
completamente apagado no banco do carona, portanto,
nenhum dos homens que falou comigo pelo interfone me
levou a sério, até um carro chique parar do nosso lado.
— Era o seu pai naquela noite?
— Sim.
— Eu não o reconheci. — Já tinha visto algumas
poucas fotos de Logan Miller II na internet naquela
época, mas não tinha gravado a sua fisionomia ainda. —
Aquela noite foi uma loucura. Eu tinha acabado de
chegar na cidade e precisava passar por aquela ponte
para poder ir para o bar da Maeve. Foi a minha irmã que
te viu sentado no guarda-corpo. Eu parei no acostamento
e tentei ligar para a polícia, mas meu celular estava
descarregado, então, fui até lá.
— Você nem sabia quem eu era?
— Não. Eu não fazia a menor ideia, só queria te
impedir de cometer aquela loucura. Eu estava me
borrando de medo, Logan. Toda vez que penso que me
sentei ao seu lado e que você poderia se jogar... Sinta
isso. — Peguei a sua mão com cuidado e encostei a
palma em meu peito. — Meu coração dispara.
— Tem ideia de que você me salvou naquela noite,
Avalon? — Ele continuou a sentir as batidas do meu
coração, que ficaram ainda mais aceleradas. — Eu estava
tão perdido, tão desolado... A única coisa que eu queria,
era me livrar daquele sentimento horrível e me encontrar
com a minha mãe, mas, de alguma forma, você
conseguiu transpassar a dor que eu sentia e me
convenceu a desistir. Eu confiei em você naquela noite,
Valente. Confiei cegamente e venho confiando desde
então, mesmo sem saber que era você comigo naquela
ponte.
Eu não sabia o que dizer, pelo menos não naquele
momento, por isso, tomei a boca de Logan na minha,
querendo que ele sentisse o quanto eu estava
emocionada através daquele beijo. Ele retribuiu
intensamente, acariciando de leve o meu pescoço e
descendo em direção aos meus seios e costelas, até
chegar em minhas costas e puxar o meu corpo para
ainda mais perto do seu. Pude sentir o início da sua
ereção, mas não fizemos nenhum avanço sexual, apenas
nos beijamos por longos minutos, até ele deixar o meu
lábio inferior escapar por entre os seus dentes.
— Eu nunca mencionei aquela noite, porque não
queria que você revivesse aquela dor. Confesso que
cheguei a pensar que você iria me reconhecer quando
descobri quem você era e que estudava na UA,
principalmente depois que nos aproximamos, mas como
nunca deixou transparecer nada, achei melhor ficar
quieta.
— Se eu tivesse te reconhecido, nunca teria sido o
cuzão que fui com você... Ou talvez eu fosse, porque
estava em um momento péssimo da minha vida. —
Logan sacudiu a cabeça, fazendo uma careta. — Sinto
muito por ter sido tão idiota, Valente.
— Eu também não facilitei.
— Sei que me tratava daquele jeito porque eu fui
um escroto primeiro.
— Verdade. — Sorri, vendo-o revirar os olhos. — Não
é muito louco que nós estejamos juntos agora, depois de
tudo isso? Parece que os nossos caminhos foram feitos
para se cruzarem, Logan.
— Eu acho que é exatamente isso, pelo menos, foi
no que passei a acreditar depois do que o meu pai me
contou quando estávamos no carro.
— Sobre a ponte?
Logan balançou a cabeça e simplesmente soltou a
informação na minha cara, sem ao menos me preparar
antes.
— Sobre a sua irmã ter recebido o rim da minha
mãe.
Minha boca caiu aberta, conforme eu sentia a minha
mente travar. Meus olhos se arregalaram tanto, que
cheguei a pensar que eles saltariam do meu rosto.
— O que você disse?
Não era possível. Aquilo simplesmente não era
possível... Ou era?
— Foi o que você ouviu. Meu pai é um pouco
paranoico sobre a nossa segurança e investigou a sua
vida. Sim, eu o xinguei por causa disso, pode ficar
tranquila — comentou rapidamente, mas não me
importei com nada daquilo. — Ele descobriu sobre o
transplante da sua irmã e desconfiou de que ela poderia
ter recebido o órgão da minha mãe por conta da
proximidade do falecimento dela e da cirurgia de
transplante. Minha mãe sempre deixou muito claro que
queria que todos os seus órgãos fossem doados, caso
houvesse essa possiblidade, então, o meu pai atendeu ao
seu pedido.
— Que ato bonito — falei, me sentindo tocada. A
mãe de Logan era, com certeza, uma mulher muito
especial. — Mas como o seu pai pode ter certeza de que
Aubrey recebeu o rim dela? Ninguém tem acesso a esse
tipo de informação.
— Meu pai é amigo do diretor do hospital e ele
confirmou tudo. Aubrey realmente recebeu o rim da
minha mãe, Valente.
— Meu Deus...
Eu estava chocada. Queria falar mais alguma coisa,
mas, o que eu poderia dizer diante de tudo aquilo? Não
havia palavras. Não havia nada que pudesse expressar o
que eu estava sentindo naquele momento, por isso,
abracei Logan bem forte. Meu coração estava tão
acelerado, que senti medo de que ele pudesse escapar
da minha caixa torácica. Em minha mente, só consegui
visualizar os momentos em que Aubrey e Logan
estiveram juntos, a rapidez com que se conectaram, o
carinho que o quarterback sentia pela minha irmã e que
ela retribuía de forma tão genuína. Lágrimas tomaram os
meus olhos, tamanha a emoção que senti.
— Acho que isso explica a ligação tão bonita que
você tem com a minha irmã — falei bem baixinho em seu
ouvido, antes de me afastar para poder olhar em seus
olhos. — Não sei se percebeu isso, mas vocês se
tornaram amigos tão rapidamente! E ela sempre gostou
de você, Logan. Lembra daquela noite em que fui atrás
de você depois que saiu do bar da Maeve?
— Aquela noite em que você me impediu de ir
embora dirigindo e ligou para James ir me buscar?
— Sim — respondi e Logan concordou com a
cabeça, deixando claro que se lembrava. — Foi Aubrey
que insistiu para que eu não te deixasse ir embora
sozinho. Mesmo sem nunca ter trocado uma única
palavra com você, minha irmã já se importava. Ela é
muito especial, eu sei disso, mas depois de toda essa
história... Não sei, só consigo pensar que vocês têm uma
ligação que nada neste mundo pode explicar. É algo
maior do que a nossa compreensão.
Os olhos de Logan ficaram marejados, mesmo
assim, ele sorriu.
— Eu amo a Aubrey da mesma forma que amo a
Norah e acho que agora consigo entender o porquê. —
Logan tomou o meu rosto em suas mãos. — Essa é a
primeira vez que eu vejo que houve algum propósito na
morte da minha mãe, Valente. É a primeira vez que eu
sinto que ela não partiu em vão.
— Logan...
— Também é a primeira vez que eu sinto que ela
está feliz, onde quer que esteja. Tenho certeza de que ela
está sorrindo de alegria por ter salvado a vida de Aubrey
e por vocês duas estarem comigo agora. Sua irmã ter
recebido o rim dela é uma forma de mostrar que minha
mãe sempre vai estar ao meu lado.
— É claro que ela vai estar sempre ao seu lado, meu
amor. — Beijei as suas bochechas banhadas por
lágrimas. — Obrigada por vocês terem realizado esse
pedido dela. Vocês salvaram a vida da minha irmã,
Logan. Se eu a perdesse... Eu nem sei o que seria de
mim. Nunca conheci o meu pai, e o de Aubrey morreu
antes mesmo de ela nascer. Ele e minha mãe tinham
apenas um caso, então, mesmo se estivesse vivo e a
reconhecido como filha, não acredito que eu teria muito
vínculo com ele. Aubrey é tudo o que eu tenho, é a
minha única família.
— Agora vocês têm a mim e a minha família
também, aos meus amigos... Nunca mais estarão
sozinhas, Valente. Eu prometo.
Eu sabia que era verdade. Nossas vidas estavam
entrelaçadas e algo me dizia que eu nunca mais me
sentiria sozinha de novo.
De um segundo para o outro, todo o esforço que fiz
para limpar a minha imagem nos últimos meses foi
jogado no lixo. Tudo isso porque alguém filmou a surra
que dei em Tucker e postou na internet. O vídeo viralizou
em poucas horas e a hashtag “quarterback agressor”
entrou nos trending topics do Twitter.
Logicamente, todos aqueles que estavam
compartilhando a porcaria do vídeo e dando a sua
opinião sobre o caso, não faziam a menor ideia do motivo
por trás daquela agressão, mas isso não significava nada
no mundo da internet. Uma mentira, quando contada
muitas vezes, acabava se tornando verdade, e a fofoca
se tornava muito mais interessante para os internautas
quando eles podiam inventar uma história por trás
daquilo que estavam compartilhando.
Muita gente estava falando besteira. Alguns
inventaram que eu e Tucker já tínhamos uma rixa na
época da adolescência, por ele ter jogado na posição de
quarterback em Los Angeles — sendo que eu sequer o
conhecia —, outros, descobriram que ele e Avalon tinham
namorado no passado e postaram que eu havia dado
uma surra nele por causa de uma crise de ciúmes. A SK
Sports se posicionou a favor de Tucker — claro — e
postou um tweet onde deixou claro que tomariam
medidas judiciais contra o que eu havia feito.
Pedi para que um dos nossos funcionários buscasse
Aubrey na escola, pois com certeza não seria seguro que
ela fosse para casa sozinha naquele momento, e passei o
resto da tarde reunido com o meu pai, Philipe, Avalon,
meus amigos, minha avó e Norah em casa, junto com
alguns de nossos melhores advogados e o meu social
media [13].
Philipe contou que havia descoberto que Tucker
havia cometido uma série de agressões e assédio contra
mulheres desde que saíra da cadeia e que uma modelo
chamada Elle Davis estava tentando processá-lo por tê-la
dopado e estuprado em uma festa. Sua amiga a havia
encontrado desmaiada e nua em um quarto, após ter
sido levada até o cômodo por Tucker.
Teddy vinha tentando abafar todos aqueles casos,
comprando o silêncio de algumas vítimas e tentando
fazer o mesmo com Elle, mas não estava obtendo o
resultado esperado. Meu pai logo montou uma estratégia
para entrar em contato com Elle e com as outras vítimas,
junto com Avalon, para que entrassem com uma ação
conjunta contra Tucker, sendo representadas por ele.
Para tentar diminuir, pelo menos um pouco, os
comentários sobre mim na internet, ficou decidido que eu
faria um vídeo explicando o motivo pelo qual agi daquela
maneira. Foi Avalon quem deu a ideia, reforçando que
poderia estar ao meu lado para explicar que Tucker era
um agressor, agindo daquela forma corajosa que eu
tanto amava. Como não queria que ela tivesse que se
expor tanto, preferi gravar o vídeo sozinho, citando
Avalon e o fato de ela já ter denunciado Tucker antes por
agressão e, mesmo assim, ele ter tido a coragem de se
aproximar dela mais uma vez.
Não foi fácil ter que falar tudo aquilo na frente de
uma câmera, mas o fiz sem hesitar. Por recomendação
do meu pai, deixei claro que a forma como agi não foi
correta, mas não consegui falar que tinha me
arrependido, pois não queria mentir. Qualquer pessoa
que tivesse ao menos um pingo de caráter e empatia, se
colocaria em meu lugar e teria feito o mesmo que eu —
talvez, teria feito até pior e matado Tucker de uma vez.
Will, meu social media, editou rapidamente o vídeo
e o publicou em todas as minhas redes sociais ainda
naquela noite. Decidi que eu só veria o resultado de tudo
aquilo no dia seguinte, pois estava exausto e precisava
ficar quieto um pouco, longe de toda aquela confusão.
Deixei que meu pai decidisse a melhor maneira de
conduzir todo o resto do plano e fui embora com Avalon,
Aubrey, Norah e meus amigos. A irmã de Avalon estava
visivelmente nervosa com tudo aquilo, por isso, assim
que chegamos em casa, fiz questão de abraçá-la
rapidamente e dar algum conforto para a garota.
— Não precisa ficar com medo, ok? Você e sua irmã
não estão mais sozinhas, nós vamos cuidar de vocês.
— Eu sei, só não acreditava na possibilidade de
Tucker se aproximar e tentar machucar Ava de novo. —
Aubrey olhou para Valente, que estava conversando com
Norah alguns metros à nossa frente. — Agora eu entendi
por que ela estava tão nervosa hoje de manhã. Eu
deveria ter ficado acordada até mais tarde ontem à
noite, se estivesse na sala, eu teria ouvido os dois juntos
lá embaixo e poderia ter ligado para você. Ele não teria
machucado a minha irmã mais uma vez.
— Não, Aubrey, não pense assim. — Voltei a abraçá-
la quando vi seus olhos ficarem marejados. — Você não
teve culpa de nada, assim como Avalon também não
teve. Aquele filho da pu... Aquele infeliz — achei melhor
não xingar muito na frente da menina. — é o único
culpado, entendeu? E agora, ele vai pagar.
— Promete, Logan? Promete não deixar Tucker
chegar perto da minha irmã de novo?
— Eu prometo. — Garanti, dando um beijo rápido
em seus cabelos antes de afastá-la para que Aubrey
pudesse limpar as lágrimas que molhavam as suas
bochechas. — Pode confiar em mim, Aub.
— Eu confio — ela sussurrou, me dando um
sorrisinho triste.
— Ei. — Avalon se aproximou e arregalou um pouco
os olhos ao notar a irmã. — Aub, por que está chorando?
— Porque ela está emocionada por estar aqui
conosco. — Foi James quem respondeu. Ele estava por
perto, devia ter ouvido a minha conversa com Aubrey.
— Fiquei sabendo que você gosta de cozinhar,
Aubrey — Benjamin disse ao entrar na sala.
— Sim, eu gosto. Não sei fazer muita coisa, mas
gosto de me arriscar seguindo receitas da internet.
— Eu também! — disse ele, me fazendo franzir o
cenho. Benjamin na cozinha era um desastre. O babaca
mal sabia bater um shake de proteína, sempre errava as
medidas.
— Adoro cozinhar também — James comentou.
Outro mentiroso do caralho.
— Que tal se a gente tentasse fazer uma pizza? —
Propôs Benjamin.
— Ah, meu Deus! Eu posso filmar? — Norah
perguntou ao se aproximar. — Preciso guardar esse
momento para a posteridade!
— Só se a Aubrey aceitar nos ajudar — disse Ben.
Aubrey tentou conter um sorriso animado e encarou
Avalon com os olhos parecidos com os do gato do Shrek.
— Eu posso, Ava?
— Contanto que não coloque fogo na casa, é claro
que pode.
— É mais fácil aqueles dois atearem fogo na casa,
acredite em mim — falei, abraçando Valente pela cintura.
— Idiota! Só por causa disso, não vai comer nem um
pedaço! — Benjamin me deu a língua ao invés de me dar
o dedo do meio, provavelmente, em respeito a Aubrey. —
Vamos lá, Aub! Vamos mostrar para esse babaca que nós
somos Masterchefs!
Foi bom ver a tristeza de Aubrey sendo substituída
por um sorriso enorme enquanto seguia para a cozinha
com os meus dois amigos idiotas e a minha irmã. Fiz uma
nota mental de agradecer aos três por terem tido aquela
ideia, pois sabia que só estavam tentando se aventurar
na cozinha, para distraírem a menina de toda aquela
situação.
— Seus amigos e sua irmã são incríveis. — Avalon
me abraçou pela cintura, com certeza, pensando a
mesma coisa que eu.
— Claro que são. Eu sou incrível, não poderia estar
cercado por pessoas diferentes de mim.
— Cala a boca, estrelinha dourada. — Ela riu e me
olhou nos olhos. Era bom ver que, assim como Aubrey,
Avalon já não carregava o mesmo peso de horas atrás. —
Logan?
— Sim?
— Eu amo você.
Eu nunca tinha levado um tiro — graças a Deus —,
mas o impacto que aquelas palavras causaram em meu
peito, com certeza, era bem parecido com o impacto de
uma bala penetrando o corpo e atingindo o coração. Fui
pego completamente de surpresa, no meio da minha
sala, por uma Avalon que me fitava com os olhos
levemente rasos d’água. Porra!
— Valente...
— E não estou falando isso só porque você me disse
hoje de manhã. Estou falando porque, depois de tudo o
que eu já passei, tinha certeza de que nunca mais
permitiria que outra pessoa mexesse com os meus
sentimentos ou entrasse no meu coração, mas você,
estrelinha dourada, acabou fazendo isso sem que eu
percebesse.
— E quando você percebeu que me amava?
— Ontem de madrugada, quando senti a dor de
perder você.
Olhei em direção à cozinha, ouvindo a risada dos
quatro reunidos no cômodo, e decidi deixá-los se virando
com a pizza para aproveitar aquele momento com a
minha garota. Já que Norah estava gravando tudo, eu
poderia rir da cara deles depois ao assistir o vídeo. Tomei
Avalon pela mão e fui com ela para o meu quarto,
pressionando-a de encontro à porta fechada depois que
girei a chave na fechadura. Meus dedos estavam
cercados por band-aids, mas isso não me impediu de
infiltrá-los nos cabelos de Valente e puxar o seu rosto
para perto do meu.
— Você nunca vai me perder — garanti baixinho.
Passei meu nariz levemente pelo de Avalon, sentindo a
sua respiração tocar os meus lábios. — Posso não ter o
dom de prever o futuro, Valente, mas de uma coisa eu
sei. — Dei uma mordidinha em seu lábio inferior,
ouvindo-a ofegar. — O destino fez de tudo para nos
colocar de frente um para o outro. Ele te reservou para
mim e eu me sinto um sortudo do caralho por conta
disso. Nunca vou desperdiçar o presente que me deu.
Jamais abrirei mão de você.
— Mas eu tenho medo, Logan. O pai de Tucker é
muito poderoso e ele te ameaçou. Eu vi no vídeo que
está rolando pela internet.
— Não importa. Eu largaria tudo, Avalon, inclusive a
minha carreira no futebol, apenas para ter você para
sempre na minha vida.
Aquilo, realmente, era algo que nunca pensei que
sentiria um dia. O futebol era a minha vida, sempre foi o
meu maior sonho, mas Avalon havia se tornado maior do
que qualquer coisa dentro de mim. Logicamente, eu
queria ter os dois, mas entre a minha carreira e aquela
garota... A minha escolha era óbvia.
— Você não vai precisar desistir da sua carreira —
Avalon garantiu, me olhando toda emocionada. — Vamos
lutar juntos para que isso não aconteça. Foi por causa
disso que nos aproximamos pela primeira vez, lembra?
Você vai ser um jogador de muito sucesso, Logan, eu
estarei na primeira fila para te aplaudir.
— Sim, eu tenho certeza disso, e estará carregando
um filho meu. É isso que eu quero para o nosso futuro,
Valente. Uma carreira de sucesso para nós dois e um
monte de filhos para nos deixar de cabelo em pé.
Avalon riu e eu beijei o seu pescoço delicadamente,
querendo muito que aqueles hematomas horríveis
deixassem a sua pele o mais rápido possível.
— Contanto que os filhos venham daqui a muitos
anos, está tudo bem.
— Quando você quiser, meu bem. Enquanto isso, a
gente vai praticando, afinal, essa com certeza é a melhor
parte de fazer um filho.
— Fica quieto, Logan.
Silenciei a sua risada com um beijo e senti a
necessidade de liberar toda a frustração daquele dia da
melhor forma possível: comendo a minha garota. Acho
que Avalon sentia o mesmo que eu, pois foi rápida em
me ajudar a tirar todas as roupas e soltou um gemido
arfante quando a levei para a cama, completamente nua.
Tive cuidado ao deitar a sua cabeça no travesseiro,
pois ela me confidenciou que a parte de trás doía um
pouco depois do que o filho da puta havia feito com ela
na noite anterior, e abri as suas pernas para mim,
observando a boceta linda ficando toda melada pela sua
lubrificação.
Nós dois gememos quando coloquei um mamilo na
boca e toquei entre os seus lábios delicados até acariciar
o clitóris. Infelizmente, eu não poderia penetrá-la com os
meus dedos, mas Avalon não pareceu se importar nem
um pouco com isso enquanto rebolava de leve o quadril
e arranhava minha nuca, pedindo para que eu
aumentasse a pressão no biquinho duro e delicioso do
seu seio. Mamei com vontade em cada um deles, até
sentir a minha ereção doer de tão dura que estava.
— Vem, Logan — Valente pediu, erguendo o quadril
em direção ao meu. — Eu quero você.
— Quanto? — perguntei, segurando meu pau duro
com uma mão e passando a glande babada pela sua
bocetinha gostosa. Avalon estremeceu quando
massageei a cabeça em seu clitóris inchado.
— Muito. Não me torture demais.
Não conseguiria nem se quisesse. Tomando seus
lábios nos meus para que seu gemido saísse abafado,
meti o meu pau em sua boceta, penetrando até restar
apenas as minhas bolas para fora. Avalon pareceu me
sugar em seu canal estreito, estremecendo e arranhando
minhas costas enquanto eu começava a comê-la
devagar. Minha língua acariciava a sua com paixão e
meus quadris comandavam o espetáculo lá embaixo,
ondulando para frente e para trás, metendo o meu pau
na boceta apertadinha de Valente.
Mordi seu lábio inferior com mais força do que
pretendia ao aumentar a velocidade das investidas. O
prazer me deixou cego por alguns segundos e apenas o
instinto me guiou, enquanto Avalon tentava controlar o
volume dos gemidos e acompanhava os movimentos
com os seus quadris. Senti seus espasmos em volta do
meu pau, ficando ainda mais estreita e me
enlouquecendo, massageando a glande sensível e todo o
meu comprimento enquanto eu entrava e saía.
Quando senti que estava prestes a gozar, saí do seu
interior e me ajoelhei aos pés da cama, puxando-a com
força pelo quadril. Avalon gritou de susto, mas acabou
mordendo a própria mão para controlar o gemido quando
caí de boca em sua boceta, enfiando minha língua em
sua entrada gostosa e esfregando meu nariz em seu
clitóris. Seu orgasmo chegou com força, fazendo-a fechar
as coxas em volta da minha cabeça e se contorcer pelo
colchão. Meu pau pulsava incontrolavelmente enquanto
eu a comia com a boca, a língua, os lábios e o nariz,
bebendo o seu prazer e quase gozando sem nem estar
metendo em seu interior.
Senti meu queixo e as minhas bochechas ficarem
melados enquanto roçava minha barba em seus lábios
sensíveis e sentia o tremor dos seus músculos. Dei uma
lambida longa em seu clitóris ainda durinho, chupando-o
delicadamente por alguns segundos, até sentir que eu
não poderia aguentar mais. Eu iria explodir se não
voltasse a estar dentro de Avalon.
Ergui-me e a virei de bruços, deixando-a com as
pernas para fora da cama e apenas a parte de cima do
seu corpo sobre o colchão. Mantive suas coxas fechadas
entre as minhas pernas e me masturbei rapidamente ao
observar os seus cabelos espalhados sobre o meu
edredom, as costas nuas e a bunda gostosa ficando
empinadinha para mim. Avalon virou o rosto em minha
direção e se empinou um pouco mais, apertando o
edredom entre os dedos.
— Vem — pediu manhosa. Seu rosto estava
vermelho e a sua expressão de estar sendo bem-fodida
me deixou ainda mais louco para gozar. Apesar do tesão,
decidi não meter de uma vez. Voltei a me abaixar e
separei as suas nádegas com as mãos, dando um tapinha
em cada uma antes de apertá-las entre os meus dedos e
lamber o seu cuzinho gostoso, que piscava todo excitado.
— Ah... Meu Deus, Logan!
Avalon tentou separar as coxas, mas não deixei,
descendo com a língua até a entradinha perfeita da sua
boceta. Penetrei ali de novo, metendo e tirando a ponta
dura da minha língua, até sentir a sua lubrificação descer
com mais força, preparando a sua bocetinha para um
novo orgasmo. Quando ela chamou desesperadamente
pelo meu nome de novo, me ergui e mirei a cabeça bruta
do meu pau entre os seus lábios vaginais por trás,
entrando apertado em sua boceta gostosa enquanto
mordia de leve a sua nuca.
— Como eu amo comer você — gemi baixinho em
seu ouvido, rebolando todo enterrado em seu interior,
quase gozando tamanha a pressão que sentia com as
suas coxas delicadas apertadas entre as minhas, bem
maiores e mais fortes. — Como eu amo você, meu amor.
Minha Valente gostosa.
— Só sua — ela gemeu baixinho, levantando um
pouco a cabeça e gemendo de olhos fechados. — Sou só
sua, Logan. Para sempre.
Eu sabia. Porra, como eu sabia!
Tomei a sua boca na minha e apertei seu quadril
com uma mão, apoiando a outra na cama para poder
foder a sua boceta com mais força. Engolimos os
gemidos um do outro enquanto o baque do meu quadril
em sua bunda ecoava pelo quarto, junto com o barulho
gostoso de coisa melada a cada vez que eu entrava e
saía do seu canal apertado. Avalon choramingou,
desesperada, e eu gemi mais alto, sentindo que não
poderia segurar mais.
O primeiro jato de porra a atingiu bem fundo na
boceta, no momento em que me enterrei ao máximo,
com toda a minha força. Não consegui ser delicado, mas
acho que Valente não queria que eu fosse, pois começou
a gozar junto comigo, puxando o edredom e mordendo o
meu lábio inferior. Meti sem parar, prolongando o meu
orgasmo e o dela, sentindo meu pau pulsar em
desespero e sua bocetinha me sugar até o fundo.
Gostoso pra caralho. Porra, comer aquela garota
sempre seria gostoso pra caralho.
Parei todo enterrado na xoxota gostosa, respirando
fundo ao lamber a pele suada do seu pescoço. Valente
sorriu, relaxando completamente, enquanto eu voltava a
meter devagar, ainda duro e, com certeza, pronto para
mais uma rodada.
— Vou te comer de novo no chuveiro — avisei,
dando um tapinha em sua bunda. Valente riu de olhos
fechados.
— Você sabe que a gente precisa descer, não sabe?
— Você está ansiosa para comer aquela pizza? Se é
que vai sair alguma pizza daquela cozinha.
— É melhor que saia, porque você me deixou com
fome, Logan terceiro.
— Deixei? — Passei meu nariz pela sua bochecha,
sentindo o seu rosto subir e descer em um “sim” mudo.
— Meu pau também está com fome, então, vamos fazer
o seguinte: ele te come mais uma vez e, depois, eu te
alimento. O que acha?
— Acho que é uma ótima ideia.
Graças a Deus.
Saí de dentro de Valente e a peguei em meu colo,
ouvindo a sua risadinha enquanto a levava para o
banheiro da minha suíte, com o pau duro pra caralho,
doido para voltar para o casulo da sua boceta de novo.
Após o desastre feito na cozinha por Aubrey,
Benjamin e James, tivemos que pedir uma pizza por
aplicativo. Devoramos na sala, rindo ao assistir o vídeo
gravado por Norah. Era como se estivessem no meio de
uma guerra, com farinha de trigo para todo lado, James e
Benjamin brigando e Aubrey tentando colocar um pouco
de ordem naquela bagunça, ficando irritada por eles
estarem medindo tudo errado. Acho que, depois daquela
experiência, minha irmã com certeza descobriu que
trabalhava muito melhor sozinha.
Apesar de tudo, foi bom ver que ela se divertiu e
que estava mais leve. Sua tensão durante o dia foi nítida,
mas passar aquele momento na cozinha com os amigos
de Logan a distraiu completamente. Se aquele era o
objetivo dos dois, alcançaram com sucesso. Assim que
Aubrey subiu com Norah para dormir — ela ficaria no
quarto da irmã de Logan, pois a casa possuía quatro
suítes —, eu me aproximei de Benjamin e James e dei um
abraço apertado em cada um, agradecendo pelo que
haviam feito naquela noite pela minha irmã. Poderia não
ter muita intimidade com os dois ainda, mas já eram
muito especiais para mim.
Logan também os abraçou, agradecendo não só
pelo cuidado com Aubrey, mas por terem largado tudo
para passar aquela tarde ao seu lado. O treino em campo
foi cancelado por conta de toda aquela situação
envolvendo Logan, mas soube que os outros jogadores
ficaram no centro de treinamento para trabalharem na
academia com o preparador físico. Ben e James
simplesmente faltaram para poderem dar apoio ao
melhor amigo, me deixando com o peito aquecido ao ver
a união tão bonita que existia entre os três.
Conversei com Maeve por telefone, explicando
melhor tudo o que havia acontecido para ela e
agradecendo por seu apoio. Ela disse que eu poderia
ficar afastada o tempo que fosse necessário até tudo se
ajeitar e que poderia contar com ela para o que
precisasse.
Antes de dormir, já aconchegada a Logan, fiz uma
prece silenciosa, agradecendo a Deus por ter protegido a
nós dois e pedindo que não deixasse nada de ruim
acontecer com a carreira do quarterback. Pedi também
para que a justiça fosse feita e que Tucker pagasse por
tudo o que havia feito contra mim e todas as outras
mulheres que seu padrasto vinha tentando silenciar nos
últimos meses.
Ele era claramente um predador. Se continuasse
livre, com certeza chegaria longe demais e poderia
acabar com a vida de alguma mulher inocente —
inclusive a minha, já que ainda parecia ser obcecado por
mim.
Entendi que Deus havia ouvido a minha oração
quando acordei com a voz agitada de Logan falando pelo
celular. Tomei um susto, mas o seu sorriso animado fez
com que o meu coração começasse a desacelerar.
— Tudo bem! Claro, vou passar o recado para
Valente. Obrigado por tudo, pai. Também te amo. —
Logan desligou e se aproximou da cama a passos largos,
sentando-se ao meu lado e segurando as minhas mãos.
— Valente, o meu vídeo viralizou e um dos jornais mais
importantes do país publicou uma reportagem sobre o
Tucker, finalmente trazendo a público a sua prisão por ter
agredido você!
Eu fiquei em choque, mas Logan me mostrou a tela
do celular. Minha boca caiu aberta ao ver que seu vídeo
já tinha mais de dez milhões de visualizações em menos
de quinze horas de publicação apenas no Instagram. Ele
mudou a página e me mostrou a reportagem do jornal. O
jornalista conseguiu acesso à denúncia que fiz contra
Tucker no ano passado e à sua detenção que,
infelizmente, durou muito menos tempo do que deveria,
graças à influência do seu padrasto.
— Meu Deus! — Tomei um susto ao ouvir o toque do
meu celular. Logan me entregou o aparelho e vi que era
um número desconhecido.
— Provavelmente, são jornalistas querendo que
você dê alguma entrevista. Meu pai aconselhou para que
não os responda por enquanto, disse que é melhor
entrarmos primeiro com a ação conjunta com as outras
vítimas de Tucker. Todas com quem ele entrou em
contato, aceitaram denunciá-lo. Algumas já estão vindo
para o Alabama hoje mesmo.
— Claro. Eu não estava pensando em dar entrevista
alguma, acho que não vou querer me expor tanto assim.
Quero apenas que a justiça seja feita e que todos
conheçam quem é o Tucker de verdade.
— Isso vai acontecer, meu bem. — Logan me deu
um beijo longo e carinhoso, tocando o meu rosto ao se
afastar. — O fato de ele ter sido denunciado antes por
você, com certeza deu coragem para que essas mulheres
aceitassem o denunciar agora. É por sua causa, Valente,
que tudo isso está acontecendo. Você já está começando
a ajudar muitas mulheres que são vítimas de filhos da
puta como Tucker, sei que vai inspirar muitas pessoas
com a sua coragem e a sua força.
Não podia acreditar que Logan ia fazer eu começar
o dia chorando como uma doida, mas não pude conter as
lágrimas ao abraçá-lo.
— Eu sempre soube que era isso que eu queria
fazer, ajudar mulheres que passam por qualquer situação
de vulnerabilidade. Eu cresci vendo minha mãe lutar
sozinha para cuidar de duas filhas, Logan. Ela batalhou
muito e sempre me disse que eu não deveria ter medo
de nada, que eu deveria ser forte e corajosa para
enfrentar qualquer adversidade. Foi o que fiz quando ela
se foi, quando me vi sozinha com a minha irmã doente e
quando Tucker chegou ao ápice da sua violência e me
bateu pela primeira vez. Não quero que mais mulheres
passem por isso sozinhas. Quero ajudar quantas eu
puder.
— E você vai, porque você é a mulher mais forte
que eu conheço. É a minha Valente — ele sussurrou,
emocionado, dando um beijo carinhoso em meus lábios.
— A garota mais foda do mundo.
Não sabia se eu era, mas, com certeza, continuaria
lutando para um dia ser.
As semanas seguintes poderiam ser definidas com
uma única palavra: caos.
Conheci todas as seis mulheres com quem Tucker se
relacionou nos últimos meses e que se tornaram sua
vítima. Elle Davis era a que tinha a denúncia mais grave
contra Tucker. Sua amiga a havia encontrado
desacordada no quarto e a levado direto para o hospital,
onde foi feito um exame que comprovou a substância em
seu organismo e o estupro. Havia câmeras no local da
festa, que gravaram Tucker entrando com Elle no quarto
— praticamente sendo arrastada por ele, pois mal
conseguia ficar de pé — e saindo vinte minutos depois,
sozinho.
Entramos com a ação conjunta e, diante de tantas
provas, a prisão de Tucker foi decretada. Vê-lo sendo
surpreendido na casa de Teddy em Los Angeles e saindo
algemado me fez gritar, literalmente, de felicidade. Uma
emissora de TV passou tudo ao vivo e não pude conter as
lágrimas de alívio.
Na internet, não se falava sobre outra coisa. Eu
ainda evitava dar entrevistas, mas algumas vítimas
quiseram contar tudo o que haviam sofrido nas mãos
daquele infeliz. A SK Sports sofreu inúmeras quebras de
contrato e Kennedy, sócio de Teddy, deixou bem claro
que a parceria entre eles estava desfeita. Inclusive, ele
conversou pessoalmente com Logan, se desculpando por
tudo e deixando bem claro que não sabia que Tucker era
meu ex-namorado, muito menos que havia tentado usar
o nome da empresa para ter qualquer tipo de vantagem.
Acreditamos nele, porque não achávamos que um
homem sério como Graham Kennedy iria se sujeitar a
participar de uma chantagem feita pelo enteado do seu
sócio. Sobre Teddy, não sabíamos se ele estava ciente ou
não dos planos de Tucker, mas eu não duvidava que
estivesse, já que o protegia de tudo e sempre dava um
jeito de abafar qualquer denúncia contra ele.
O homem mais velho não tinha filhos e, pelo que eu
sabia, era casado com a mãe de Tucker desde que o
infeliz era adolescente. Com certeza, o via como um
filho, o que, claro, não justificava o fato de passar a mão
pela cabeça daquele abusador, mas explicava a sua
atitude de sempre dar um jeito de abafar as merdas que
ele fazia.
Em meio a tudo isso, a temporada de futebol
continuou avançando e algo surpreendente aconteceu: o
pai de Logan começou a ir em cada jogo do filho. A
relação dos dois vinha melhorando cada dia mais e a
felicidade do quarterback era genuína. Seu pai estava
finalmente aceitando que ele queria ser um jogador
profissional e apoiando a sua escolha. Eu estava
imensamente feliz por Logan, pois sabia que ele merecia
reconstruir a sua relação com o pai e estreitar cada vez
mais os laços que tinha com ele.
Com a prisão de Tucker e o seu julgamento prestes
a ser marcado, pude voltar para o meu apartamento com
Aubrey — apesar da insistência de Logan para que eu
fosse morar de vez com ele — e focar na faculdade, pois
as provas estavam chegando. Aubrey e eu passamos o
Dia de Ação de Graças com a família de Logan e nos
divertimos muito durante o almoço em frente à piscina.
Sentia que Miller — única forma que encontrei para
me referir ao pai do quarterback, pois eu simplesmente
não conseguia chamá-lo de Logan e ele havia insistido
para que eu deixasse o “senhor” de lado — gostava
verdadeiramente de mim e da minha irmã. Nossa
proximidade se tornava cada dia maior e Aubrey, com o
seu jeitinho todo expansivo e simpático, logo conquistou
a todo mundo. Talvez, por ela carregar um pedacinho de
Agatha Miller — mãe de Logan —, todos ali sentissem por
ela um carinho ainda mais especial.
— Valente!
Eu estava concentrada, terminando de ler o último
parágrafo do texto que escrevi para apresentar o
seminário ao lado de Logan — o que aconteceria dali a
exatamente quarenta e cinco minutos —, quando o
quarterback surgiu de repente em frente à mesa que eu
ocupava na biblioteca. Os poucos alunos a nossa volta o
encararam, uns com curiosidade, outros com raiva por
ele estar atrapalhando o silêncio. Eu estava ansiosa com
a apresentação do seminário, portanto, ver a agitação de
Logan só me deixou mais nervosa ainda. Sem conseguir
me conter, me levantei.
— O que houve? Por favor, não me diga que
esqueceu de imprimir a parte escrita do trabalho, Logan!
— Claro que não, está aqui. — Ele colocou o
trabalho impresso sobre a mesa e me puxou pela mão.
Senti a sua palma suada e fiquei preocupada.
— Você está se sentindo bem? Está tremendo e
suando frio, Logan!
— Shiu! — Um menino murmurou com a cara
amarrada. Segurei-me para não dar o dedo do meio para
ele.
Recolhendo rapidamente as minhas coisas de cima
da mesa, Logan me puxou pela mão e me levou para os
fundos da biblioteca, entrando na sala pequena que era
usada como almoxarifado. O jogador passou a chave e
deixou todas as nossas coisas sobre uma mesa que havia
ali perto, aproximando-se de mim em seguida com o
celular na mão.
— Saiu a lista, Valente!
— Lista? Que lista?
— A lista de indicados para o prêmio Heisman!
Pensei que meu coração ia parar na boca.
— Ah, meu Deus! Logan! E então? Você foi indicado,
não foi? — perguntei, quase arrancando o celular da sua
mão. — Fala logo!
Seu sorriso enorme foi a minha resposta. Antes que
ele abrisse a boca, eu já estava me jogando sobre o seu
colo, ouvindo-o soltar uma risada alta enquanto eu o
prendia pela cintura com as minhas pernas.
— Eu fui indicado, Valente! Eu fui indicado, porra!
Graças a Deus estávamos trancados naquela sala,
ou seria capaz de o aluno chato partir para cima de nós
dois com o escândalo que estávamos fazendo. Tomei o
rosto do quarterback em minhas mãos e o beijei mil e
uma vezes, na testa, nas sobrancelhas, na ponta do
nariz, nas bochechas, até alcançar a sua boca. Eu estava
tão feliz por Logan, que sentia que meu coração poderia
explodir!
Semanas atrás, se alguém me perguntasse se eu
sabia o que significava o prêmio Heisman, eu com
certeza diria que não. No entanto, quando se namora um
quarterback tão incrível quanto Logan e vê o jogador
fazer uma temporada tão impecável quanto ele vinha
fazendo, você começa a entender melhor sobre todas as
nuances do esporte.
O Troféu Heisman era o prêmio anual dado para o
melhor jogador de futebol universitário da temporada. A
atuação de Logan estava impecável e ele havia
conseguido repetir aquele touchdown incrível do primeiro
jogo em uma das suas últimas partidas. As chances de
ele ser um dos indicados ao prêmio eram enormes e
estávamos ansiosos para que a lista saísse logo.
— Eu ainda não consigo acreditar, Valente! — Logan
me colocou no chão e tocou a testa na minha. Ele estava
ofegante e o sorriso não saía do seu rosto. — Depois de
tudo o que aconteceu no último ano, acreditei que eu
faria uma temporada mediana, apesar de saber que
daria o meu melhor. Nunca pensei que eu conseguiria
jogar tão bem, menos ainda que seria indicado para o
prêmio.
— Sempre soube que você seria indicado. Você
merece demais, meu amor. — Beijei de novo a sua boca,
mal conseguindo me conter de tanta felicidade. — Se
dedicou muito, vem dando um show em campo a cada
jogo, está chamando cada vez mais a atenção da mídia
com o seu talento. Achou mesmo que não seria indicado?
— Não queria nutrir falsas esperanças, mesmo com
a Dra. Samantha tentando trabalhar essa parte comigo.
Logan finalmente havia aceitado a começar a
frequentar um psicólogo há algumas semanas. A Dra.
Samantha Stuart era psicóloga do time do Crimson Tide e
alguém que Logan já conhecia, por isso, se sentiu
confortável em começar a se consultar com ela. Eu tinha
finalmente conseguido estabilizar as minhas finanças e
comecei a me consultar com uma psicóloga incrível
chamada Penelope Lovell.
Era bom estar sendo acompanhada por uma
profissional naquele momento tão conturbado da minha
vida, tendo que lidar com o assédio da mídia — que
ainda não tinha desistido de me fazer dar entrevista — e
a ansiedade pelo julgamento de Tucker, que só
aconteceria em meado de janeiro. Ele seguia preso, o
que me deixava aliviada, mas sentia que só conseguiria
ficar em paz depois que ele fosse julgado e condenado a
muitos anos de prisão.
— Acho melhor você deixar tudo isso de lado e
começar a aceitar que é um jogador espetacular.
Inclusive, é melhor que deixe um espaço reservado
naquela sua prateleira de troféus, pois eu tenho certeza
de que esse prêmio vai ser seu.
Logan sorriu e caminhou comigo até encostar as
minhas costas na parede ao lado da porta. Havia uma
estante cheia de pastas de documento ao nosso lado e a
poeira quase me fez espirrar.
— O melhor prêmio de todos já está bem aqui, nos
meus braços — sussurrou, dando um beijo em meu
pescoço e me arrancando uma risada.
— Ah, não! Isso foi tão brega, Logan Miller III!
— O amor me deixa brega, o que eu posso fazer?
— Nesse momento? Você pode me beijar —
respondi, erguendo o meu rosto em sua direção. — Estou
um pouco nervosa com o seminário, acho que um beijo
seu vai diminuir a minha ansiedade.
— Não sei por que está nervosa, se nós vamos
arrasar hoje. — Seus lábios tocaram os meus, me
deixando toda arrepiada. — Mas eu posso ser o seu
remédio e curar a sua ansiedade, Valente.
Brega.
Brega demais.
Mas eu amava aquele quarterback gostoso,
abusado e que tinha um jeito todo peculiar de ser
romântico.
Logan me beijou, lentamente no começo, mas foi
aumentando a intensidade até me deixar louca de tesão.
Senti a sua ereção no pé da minha barriga, gemendo em
sua boca quando levantou a minha saia e colocou a
minha calcinha de lado, tocando-me devagar.
— Vou te deixar bem calminha, Valente —
sussurrou, dando uma mordidinha no meu lábio inferior
antes de me virar de frente para a parede. Segurei forte
em uma das prateleiras da estante quando o senti
pressionar a cabeça do pau em minha entrada.
— Logan... E se alguém nos pegar? — Ainda tive a
clareza de perguntar.
— Se você gemer bem baixinho, ninguém vai
descobrir que eu estou te comendo gostoso aqui dentro.
Sua mão grande tampou a minha boca assim que
começou a me penetrar. Fechei os olhos com força,
quase me desmanchando de encontro ao seu corpo
conforme Logan começou a me comer. Seus lábios em
meu pescoço e minha nuca me deixaram louca e o
barulho do seu quadril batendo contra a minha bunda
começou a ecoar pela sala pequena.
— Porra! Que delícia, Valente.
Logan saiu de dentro de mim e me virou de frente,
segurando meu pescoço com uma mão e levantando
minha coxa com a outra antes de voltar a me penetrar.
Adorava quando me comia por trás, mas daquele jeito
era, com certeza, o meu preferido. Eu poderia beijá-lo e
sentir o seu osso púbico roçar em meu clitóris quando ele
rebolava em meu interior, me deixando doida.
O quarterback engoliu todos os meus gemidos e
meteu curtinho em minha boceta, mantendo-me presa
pelo pescoço da forma que sabia que eu gostava.
Precisei arranhar as suas costas ao sentir a pressão
iminente do orgasmo, pressionando meus seios sensíveis
em seu peitoral.
— Goza pra mim, Valente, e geme bem baixinho, só
para eu ouvir — pediu e eu obedeci.
Seu nome escapou abafado dos meus lábios em
direção aos seus, enquanto eu gozava bem gostoso no
seu pau. Logan não parou de meter, me beijando forte e
apertando o meu pescoço a cada investida em meu
interior.
— Vou gozar e você vai apresentar o trabalho com a
minha porra dentro dessa boceta. Ouviu, meu bem? —
Concordei com a cabeça, quase gozando de novo só com
o som rouco da sua voz. Logan aumentou o movimento
do quadril, estremecendo quando começou a gozar forte
em meu interior. — Caralho! Nossa, como eu amo você,
Valente...
Engoli os seus gemidos e estremeci junto com ele
quando parou no fundo da minha boceta, pulsando bem
gostoso e me deixando toda melada.
Foi maravilhoso, como sempre. Ainda mais sensual
por conta de onde estávamos. Logan me beijou devagar,
quase me fazendo esquecer de tudo e pedir por uma
próxima rodada, quando tive um estalo. O seminário!
Puta merda!
— Logan! Nós vamos nos atrasar!
Ele arregalou os olhos e saiu de dentro de mim,
colocando a minha calcinha no lugar antes de puxar o
celular do bolso.
— Puta merda, temos cinco minutos!
Nem tive tempo de ajeitar o cabelo ou desamassar
a minha roupa. Pegamos todas as nossas coisas e saímos
do almoxarifado correndo. Agradeci mentalmente por
não encontrarmos ninguém pelo caminho até a saída e
corremos até o prédio de Direito — Logan bem mais
rápido do que eu, mas ele pelo menos estava carregando
a maior parte das nossas coisas.
Fomos direto para a sala onde aconteceria a
apresentação dos trabalhos e paramos ofegantes ao
encontrarmos com Norah, Benjamin, James, a avó e o pai
de Logan na porta, prestes a entrar. Os cinco nos
olharam de forma esquisita e eu senti o meu rosto
queimar de vergonha. Ainda bem que tínhamos chegado
correndo, isso explicaria a vermelhidão que com certeza
tomava conta das minhas bochechas.
— Onde vocês estavam? — O pai de Logan
perguntou.
Ótimo dia para o seminário ser aberto aos familiares
dos alunos!
— Tinha esquecido a parte escrita no carro e fomos
correndo buscar — Logan inventou uma desculpa e eu
esperava que tivesse sido convincente o bastante.
Passamos na frente deles, afinal, éramos os alunos
atrasados, e ocupamos o nosso lugar na primeira fileira.
A sala de apresentação se assemelhava a uma sala de
teatro, só que bem menor, com um palco pequeno onde
apresentaríamos o trabalho.
— Como eu estou? — perguntei a Logan,
aproveitando que todas as luzes ainda estavam acesas.
O quarterback sorriu e passou a mão pelos fios
bagunçados do meu cabelo.
— Com cara de quem acabou de ser bem-fodida.
— Seu idiota!
Logan riu, mas não pôde falar mais nada pois a Sra.
O’Born tomou a palavra e chamou a primeira dupla que
iria se apresentar. Graças a Deus, não começava por nós
dois. Discretamente, o quarterback arrumou o meu
cabelo e se aproximou para sussurrar em meu ouvido:
— Você está linda, Valente, como sempre. Estou
louco para limpar essa bocetinha gozada com a minha
língua quando sairmos daqui.
Sorri, afundando-me um pouco na poltrona
enquanto cruzava as pernas. De repente, me vi ansiosa
de novo, mas por um motivo completamente diferente.
Mais duas duplas se apresentaram e logo a Sra. O’Born
nos chamou. Do palco, pude ver nossos amigos e os
familiares de Logan. Seu pai estava orgulhoso, apesar de
já saber que o filho não seguiria os seus passos no
futuro.
Senti o nervosismo me deixar quando comecei a
falar a minha parte e fiquei toda boba ao ver a confiança
de Logan quando tomou a palavra. Juntos, fizemos uma
apresentação impecável que durou mais ou menos
quinze minutos, tempo estipulado previamente pela
professora. Ela se aproximou com um sorriso orgulhoso e
nos deu um abraço animado.
— Parabéns, meus queridos! Vocês foram incríveis!
Eu não sabia se a professora estava dizendo aquilo
para cada aluno que terminava de se apresentar, mas
não pude conter a minha euforia. Logan e eu havíamos
conseguido! Minha nossa! Encontramo-nos com todo
mundo do lado de fora, quando todas as apresentações
terminaram, e recebemos abraços apertados de todos.
— Tem certeza mesmo de que não quer ser um
advogado? Você fez uma apresentação incrível, filho — o
pai de Logan ainda tentou insistir, mas vi em seus olhos
que só estava querendo perturbar o filho mais velho.
— Tenho certeza, pai. Eu só dou o meu melhor em
tudo o que me proponho a fazer — respondeu, todo
convencido.
— Você é um Miller, querido! Não podia ser
diferente! — Sua avó comentou com orgulho.
O pai de Logan se aproximou de mim e tocou em
meu ombro gentilmente, me dando um olhar um pouco
mais sério, apesar de manter o sorriso no rosto.
— Você foi formidável, Avalon. Gostei de ver a
seriedade em seu tom, seu domínio sobre o tema. Ficou
bem claro que você não havia apenas decorado o texto,
mas que entendia sobre o que estava falando. Foi
empolgante te assistir.
— Nossa, muito obrigada, Miller. Sua opinião é
muito importante para mim.
Tinha que confessar, eu ainda era um pouco tiete
de Logan Miller II. O cara era um dos melhores
advogados do país! E ele era meu sogro! Aquilo não era
incrível?
— Quero saber se posso ter você como estagiária
em meu escritório. — Ele soltou o convite de repente,
como se estivesse me chamando para ir com ele na
esquina comer um cachorro-quente e não me fazendo a
proposta da minha vida. — Quero que trabalhe
diretamente comigo. Não pense que estou te chamando
apenas porque é namorada do meu filho, pois sou muito
ético e responsável quanto a assuntos profissionais.
Estou te chamando porque vejo em você um potencial
gigantesco e quero que seja parte do meu time o quanto
antes.
Eu olhei boquiaberta para Logan, que me encarava
com um sorriso enorme e quase gritava para que eu
aceitasse. Seus amigos, sua irmã e sua avó me olhavam
do mesmo jeito, enquanto eu me sentia a maior boba da
história, com a sensação de que estava sonhando.
— Está mesmo falando sério?
— Lógico que sim. Não costumo brincar quando o
assunto é trabalho.
— Você não costuma brincar em momento algum,
pai — comentou Norah, rindo baixinho. — Aceita logo,
Avalon!
— Eu... Meu Deus, é claro que eu aceito! Desculpa,
é que sempre foi o meu sonho conseguir um estágio em
seu escritório, mas nunca pensei que isso fosse
acontecer um dia.
O pai de Logan sorriu e apertou o meu ombro mais
uma vez antes de se afastar.
— Seja bem-vinda ao meu time, Avalon.
Pensei que eu fosse desmaiar, mas Logan se
aproximou de mim e me pegou no colo, rodopiando feito
um doido no meio do corredor.
— Parabéns, Valente! Você merece essa
oportunidade! — Ele deu um beijo estalado em minha
boca e se virou para Miller. — Você vai ter ao seu lado a
estagiária mais foda do mundo, pai!
— Imagino que sim — respondeu ele.
Acho que Norah disse algo sobre estar atrasada
para a aula, mas Logan me beijou de novo, dispersando a
minha atenção. Bem baixinho, ele disse entre os meus
lábios:
— Podemos ir embora para comemorarmos as
conquistas de hoje na cama?
Nós tínhamos mais duas aulas, mas, depois de tudo
aquilo, eu não ligava para mais nada.
— Vamos logo, estrelinha dourada. Nos leve para
bem longe daqui.
Logan sorriu e atendeu ao meu pedido.
Janeiro de 2023
Leia aqui
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Fake Dating (namoro falso) - HOT - E o maior clichê
de todos: só tem uma cama!
À Sua Espera
Dono de uma das maiores fazendas de criação de cavalos do Brasil,
Ramon Baldez estava acostumado a comandar o seu império com punhos de
ferro. Reconhecido como um profissional sério e respeitado, pensava que
tinha todos os âmbitos da sua vida sob controle, até descobrir que o seu
sócio, Abraão Rodrigues, havia sofrido um grave acidente de carro.
Com o sócio em coma, Ramon se vê diante de um enorme dilema:
tomar para si a responsabilidade de lidar com Gabriela, a filha de Abraão,
que se vê sem o pai, seu único parente vivo. Sabendo que não poderia dar
às costas para a jovem de dezenove anos, ele a acolhe em sua fazenda,
enquanto Abraão está em estado grave no hospital.
Ramon acreditava que cumpriria o papel de amigo da família ao estar
ao lado de Gabriela naquele momento tão difícil para a menina. O que ele
não poderia imaginar era que, ao assumir a responsabilidade de cuidar dela,
iria descobrir que esteve durante toda a sua vida à espera de conhecê-la,
para encontrar o seu verdadeiro amor.
Mas como ele poderia aceitar que estava perdidamente apaixonado por
uma menina? Seria ele capaz de se entregar a esse sentimento, sendo
quase dezenove anos mais velho do que ela.
E o mais importante: conseguiria lidar com o fato de Gabriela
reascender um passado que, para ele, já estava enterrado?
Ramon irá descobrir que, às vezes, a vida toma caminhos inexplicáveis
para juntar dois corações que se amam.
Compre aqui
[1]
Alabama Fight Song (grito de guerra).
[2]
Universidade da Califórnia em Los Angeles.
[3]
Universidade do Alabama.
[4]
Protagonista do livro Best Mistake, de Tamires Barcellos.
[5]
Biblioteca do curso de Direito da Universidade do Alabama.
[6]
Preconceito, intolerância ou discriminação contra pessoas com idade
avançada.
[7]
A grande pontuação do esporte, garante 6 pontos ao time e uma
tentativa de ganhar um ponto extra.
[8]
O Field Goal acontece quando a equipe opta por chutar a bola. Se ela
passar pelo goal poast (Y gigante que fica na end zone do time adversário)
três pontos são marcados. Se o chute sair errado, o time adversário começa
a sua jogada no ponto do campo em que o field goal foi chutado.
[9]
Faz parte da defesa do time. É o responsável por ocupar a parte central
do campo e comandar o restante da equipe.
[10]
Estágios do luto.
[11]
Dylan é personagem secundário do livro Best Mistake.
[12]
NCAA – National Collegiate Athletic Association é uma associação
composta de 1281 instituições, conferências, organizações e indivíduos que
organizam a maioria dos programas de esporte universitário nos Estados
Unidos.
[13]
Profissional responsável pela gestão dos perfis de redes sociais.