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AO MD.

JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE XXXXXXXXXXXXXXX -


XX

Autos nº XXXXXXXXXXXXXX

Fulano de tal, já devidamente qualificado nos autos, por meio de seu advogado que
subscreve, vem por meio desta, propor:

CONTESTAÇÃ O C/C PEDIDO CONTRAPOSTO


Em face Fulana de taç, também devidamente qualificada nos autos, que o faz pelas razõ es
e direitos a seguir aduzidas:
1. SINTESE DOS FATOS
A parte autora é professora de uma Instituiçã o de Ensino, pessoa jurídica de direito
privado, que atua na á rea de ensino e educaçã o, ALEGA que nos dias 06/02/2020 e
22/02/2020, por meio da rede social “Facebook” – link X
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, o réu, até entã o aluno da instituiçã o
requerente, publicou mensagens ofensivas contra ela e contra alguns de seus funcioná rios.
O requerido publicou expressõ es difamató rias contra a requerente, dizendo que “a
funcionária Cristiana é outra sem noção de merda e que a instituição é uma merda”
(publicaçõ es anexas à exordial). Aduz ainda, que tais expressõ es, por serem direcionadas
principalmente à querelante, ofenderam a honra objetiva dela, haja vista que, sem motivo
aparente, maculou a reputaçã o da autora, isto é, o bom conceito que ela desfruta na
coletividade. Destacou, que a autora ofertou queixa crime pela prá tica do delito de
difamaçã o em face do requerido, de acordo com os autos de nº XXXXXXXXXXXXXXXXX,
queixa crime está que já se encontra arquivada, haja vista, composiçã o entre as partes.
Segue a exordial, visando à satisfaçã o do tríplice funçã o do dano moral: a) a compensaçã o
da lesã o sofrida pela autora; b) a puniçã o do agente causador do dano; c) e a prevençã o de
nova prá tica do mesmo evento danoso pela parte ré ou por terceiros, pleiteando
ressarcimento do prejuízo moral no qual alega vim sendo submetida.
Urge mencionar que os fatos elencados pela autora, nã o procedem com a verdade real, nã o
devendo prevalecer, considerando que ora, manifesta-se como ofendida, ora frisa e pleiteei
que a instituiçã o de ensino, sofreu a ofensa pelo comentá rio de indignaçã o manifestado
pelo Requerido, deixando os fatos confusos e sem nexo.

2. DA VERDADE DOS FATOS


O Requerido é ex-aluno da instituiçã o a qual a requerente é professora, sendo que no ano
de 2018, foi severamente prejudicado, onde diversas disciplinas do seu currículo, foram
extraviadas, obrigando o Requerido a realiza-las novamente.
A instituição, prestadora de serviço, bem como, a requerente, foram omissas, JAMAIS
prestaram esclarecimentos a respeito do ocorrido. O Requerido (declarante), se
recorda que por diversas vezes, inclusive, por escrito realizou requerimentos, solicitando
explicaçõ es, mas sem nenhuma providência, sem qualquer consideraçã o ao entã o aluno, os
funcioná rios somente postergavam os esclarecimentos, sem obter qualquer êxito m seus
pleitos, sendo realmente ignorado pela Requerente.
O sentimento de revolta e indignaçã o, suscitou vindo o requerente publicar em seu perfil
pessoal um desabafo no facebook, comentá rio este, que logo em seguida, foi apagado.
Sendo imprová vel que estas palavras, sem qualquer visibilidade, praticamente sem
curtidas, poderiam ter ocasionado a Requerente, tamanha ofensa alegada????.
Cumpre destacar, que onde possivelmente a Requerente poderia ter se sentido ofendida, foi
ao termo: “a funcioná ria Cristiana é outra sem noçã o de merda e que a instituiçã o é uma
merda”. Porém notasse que o nome apontado nã o é o da Autora Cristiane, e sim CRISTINA.
Todavia, desde o incidente envolvendo os extravios de diversas disciplinas de seu
currículo, assim como seu pú blico desabafo, o Requerido, vem sofrendo represá lias por
parte da Instituiçã o de Ensino Superior, com consequentes atos protelató rios a fim de
prejudicar o Requerido.
Apó s solicitaçã o de provas e trabalhos a Instituiçã o, que somente se mantem em seu pode,
sendo-lhe negado este direito, solicitando ainda, histó rico com todos os protocolos do
Requerido, sendo postergado por mais de três meses, contudo, quando da entrega, pela
pessoa de Cristiane, foram suprimidas diversas informaçõ es, bem como, adulteraçã o destas
e supressã o da numeraçã o dos protocolos.
Questionada a respeito da situaçã o, nunca obteve-se resposta. Ainda, afirmou que a
situaçã o toda pode ter sido um aumento da carga horá ria, contudo, sem real certeza do
ocorrido, realizando diversos requerimentos por escrito, a qual se recusou a despender
resposta.
Cabe destacar que a reputaçã o da Instituiçã o empregadora da parte Autora, segue
questionada perante toda cidade e regiã o, haja vista em questã o é ré em Inquérito Policial
por falsidade ideoló gica nº XXXXXXXXXXXXXXXX, bem como, processos cíveis de reparaçã o
de danos morais e matérias e retificaçã o de documentos conforme nº
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, respectivamente, sendo revel neste ú ltimo.
Ressalta-se ainda que a queixa-crime a qual a parte autora alega, segue arquivada, extinta a
punibilidade nã o havendo que se falar condenaçã o pelo fato.
Evidente, que as palavras do desabafo, sã o incapazes de provocar tamanha ofensa a honra
objetiva da parte autora, tendo em vista que sequer há explicito seu nome.

3. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Justiça Gratuita é um benefício concedido a aqueles que carecem de recursos financeiros
para arcar com as custar processuais, isto é, com a finalidade de se alcançar o direito ao
acesso à justiça a todos de forma igualitá ria. Diante disso, o Requerido é pobre, na forma da
lei, requerendo, assim, o benefício da justiça gratuita, com a isençã o das custas judiciá rias,
em caso de possível recurso inominado, conforme reza os artigos. 2º e 3º, ambos da Lei
1.060/50. E, para tanto, junta-se, com o mandamus, a declaraçã o de seu estado de
miserabilidade.
II. DAS PRELIMINARES

4. INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA


A parte aduz que foi vítima de difamaçã o por meio da rede social facebook, motivo pelo
qual, alega ser possível de indenizaçã o, conforme artigo 186 CC/02.
Está correto que a difamaçã o que fere a honra objetiva e subjetiva, é passível de
indenizaçã o, porém, cabe a parte autora comprovar a extensã o do dano e o nível moral do
abalo psicoló gico, visto que os documentos que seguem a exordial, em nada refletem as
alegaçõ es.
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALEGAÇÃO DE
OFENSAS MORAIS EM REDE SOCIAL (FACEBOOK). MANIFESTAÇÃO DE INSATISFAÇÃO
PESSOAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOS ATRIBUTOS DA PERSONALIDADE DA PARTE
AUTORA. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. PEDIDO IMPROCEDENTE. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71008281008, Primeira Turma
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Fabiana Zilles, Julgado em 26/02/2019).
(TJ-RS - Recurso Cível: 71008281008 RS, Relator: Fabiana Zilles, Data de Julgamento:
26/02/2019, Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicaçã o: Diá rio da Justiça do dia
07/03/2019).
APELAÇÃ O CÍVEL. AÇÃ O DE REPARAÇÃ O POR DANOS MORAIS. ALEGADA OFENSA À
HONRA. DIFAMAÇÃO COMPROVADA. RELACIONAMENTO AMOROSO. INTIMIDADES DA
VIDA SEXUAL DO CASAL, NOTADAMENTE DA MULHER, DIVULGADA PELO COMPANHEIRO
EM CIDADE PEQUENA DO INTERIOR. PUBLICIDADE CAUSADORA DE SÉ RIOS
CONSTRANGIMENTOS DE ORDEM IMATERIAL. OFENSA CONFIGURADA. OBRIGAÇÃ O DE
COMPENSAR PECUNIARIAMENTE A VÍTIMA BEM OS DANOS CAUSADOS. PRINCIPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. REFORMA DA SENTENÇA. INVERSÃ O DO
Ô NUS DE SUCUMBÊ NCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I - Nas ações em que se
pleiteia a compensaçã o por dano moral advindo da prática de injú ria, calú nia ou
difamação, é imprescindível a demonstração do dano imaterial, do elemento
intencional (dolo ou culpa) e do nexo de causalidade (relaçã o entre o fato e o resultado
danoso), conforme preconiza o artigo 186 do Có digo Civil. In casu, ficou devidamente
demonstrado pelas provas testemunhais que o relacionamento amoroso entre as partes,
inclusive com detalhes íntimos da vida sexual do casal, tornou-se do conhecimento pú blico
em face da divulgaçã o maliciosa perpetrada pelo réu, notadamente as prá ticas libidinosas
da jovem companheira, em pequena cidade do interior deste Estado, onde as partes
residiam, causando-lhe sérios constrangimentos perante familiares e membros da
comunidade, com sérios abalos à sua reputaçã o. II - Considerando a natureza
compensató ria do montante pecuniá rio em sede de danos morais, a importâ ncia
estabelecida em decisã o judicial há de estar em sintonia com o ilícito praticado, a extensã o
do dano sofrido pela vítima com todos os seus consectá rios, a capacidade financeira do
ofendido e do ofensor, servindo como medida punitiva, pedagó gica e inibidora. III - Por
essas razõ es, comprovados todos os elementos integrantes da responsabilidade civil, dá -se
provimento ao recurso.
(TJ-SC - AC: 20100829999 Santa Rosa do Sul 2010.082999-9, Relator: Joel Figueira Jú nior,
Data de Julgamento: 03/10/2013, Sexta Câ mara de Direito Civil)
Ve-se que da aná lise detida das mensagens postadas, nã o vislumbra-se i qualquer excesso
por parte do Requerido, mas apenas o exercício do seu direito de opiniã o, como contratante
dos serviços educacionais da Instituiçã o.
O que se percebe é que o Requerida se valeu de uma rede social para manifestar o seu
descontentamento e prejuízos sofridos com o resultado de uma má eficiência dos serviços
prestados.
Ora, a mera utilizaçã o de expressõ es como "de merda" nã o sã o suficientes para afrontar a
honra e integridade moral de quem ocupa um cargo pú blico, a fim de que se possa falar em
reparaçã o moral.
Não podemos olvidar que quem age em nome da coletividade, deve abdicar-se de
parte de sua intimidade, para submeter-se ao crivo da opinião.
Em que pese, o desabafo em sua maior proporção foi direcionado a pessoa jurídica
de direito privado, ou seja a Instituição de Ensino Superior.
Desta forma, cabe exclusivamente a parte autora provar a extensã o do dano, o que nã o
ocorreu no caso em tela, vez que nem tem como fazer prova de algo que nã o ocorreu, pois o
dano nã o ocorreu.
O valor atribuído a causa possui notó ria fuga do princípio da proporcionalidade e
razoabilidade, bem como, a deve-se levar em consideraçã o o contesto em que ocorreu a
suposta prá tica da delitiva para atender aos princípios anteriores.
Ademais, O requerido é tido como pessoa pobre nos termos da lei, recém inscrito na
ordem dos advogados do Brasil, iniciando em seu carreira jurídica, pelo qual no momento
sem renda fixa, não tendo condições de indenizar a suposta vítima. Ademais, os atos
da requerente e sua empregadora causaram-lhe diversos problemas financeiros e
pessoais, conforme estão sendo julgados em processos em trâmite na Comarca de
Nova Fatima _PR, nos autos já mencionados acima.
É sabido que na exordial, ainda que os valores sejam imensurá veis em decorrência do valor
da causa, ainda assim, deve se constar o valor da causa. Nos casos onde se preiteia-se o
dano moral, o valor atribuído é aquele que se requer, conforme alude o CPC:
Art. 292. O valor da causa constará da petiçã o inicial ou da reconvençã o e será :
(..) V - na açã o indenizató ria, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
Diante do flagrante abuso de direito da parte na majoraçã o injustificada no valor da causa
atribuído de forma incorreta. Aduz o CPC da seguinte forma:
293. O réu poderá impugnar, em preliminar de contestaçã o, o valor atribuído à causa pelo
autor, sob pena de preclusã o, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a
complementaçã o das custas.”
Diante disso, Requer seja reduzido o valor da causa para o valor de R$ 1.000,00 (um mil
reais).
Além disso, ressalta-se ainda que jurisprudência e o legislador veda

5. INÉPCIA DA INICIAL
Ingressou a parte autora na condiçã o pessoa física, contudo, aduz direito de pessoa jurídica
com fundamentaçã o em jurisprudência e lei especial, e em especifico, o artigo 52 CC,
alegando ter direito a ingressar com açã o de reparaçã o de danos morais nos juizados
especiais cíveis, o que é extremamente confuso e iló gico.
A fundamentaçã o aduzida pela parte autora é incompatível com a pessoa física que
ingressou com a açã o, uma vez que, ora pleiteia direito de imagem pelos abalos
sofridos, invocando a súmula 227 do STF, que é aplicada exclusivamente a pessoas
jurídicas, ora aduz ser pessoa física nos fatos, e assim, fez os pedidos na forma de pessoa
jurídica, motivo pelo qual, a inicial é toda sem contexto, em sua causa de pedir.
Diante disso, a petiçã o inicial deve ser julgada inepta quando:
Art. 330. A petiçã o inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
§ 1º Considera-se inepta a petiçã o inicial quando:
III - da narraçã o dos fatos nã o decorrer logicamente a conclusã o;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
Desta forma, deverá a açã o ser extinta sem resoluçã o de mérito. A jurisprudência dos
tribunais diz o seguinte:
APELAÇÃ O CÍVEL - AÇÃ O CIVIL PÚ BLICA - EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO,
POR INÉPCIA DA INICIAL.APELO DO AUTOR - EXTINÇÃ O DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DO MÉ RITO - INÉ PCIA DA INICIAL - DECISÃ O CORRETA - RECURSO
DESPROVIDO. Inepta a petição inicial que não permite compreender os limites da
demanda nem visualizar correlação lógica entre os fatos expostos e o pedido
formulado, impõe-se a extinção do processo sem resolução do mérito. (TJPR - 13ª
C.Cível - AC - 916642-3 - Curitiba - Rel.: Desembargador Luís Carlos Xavier - Unâ nime - J.
06.02.2013)
(TJ-PR - APL: 9166423 PR 916642-3 (Acó rdã o), Relator: Desembargador Luís Carlos
Xavier, Data de Julgamento: 06/02/2013, 13ª Câ mara Cível, Data de Publicaçã o: DJ:
Sendo assim, diante da inépcia exordial apresentada pela parte autora, requer seja extinto
o processo sem resoluçã o de mérito.

6. ILEGITIMA DA PARTE
A parte nomeou advogado por procuraçã o para representa-la em seu nome, contudo, narra
fatos conexos a si mesma, bem como, imputa a empresa em que é funcioná ria, em seguida,
invocou direitos característicos de pessoa jurídica, sendo pleiteados direitos pela empresa,
a qual nã o se fez parte no processo, bem como nem se apresenta como parte, nã o havendo
procuraçã o da Instituiçã o para tanto.
Os requisitos para pleitear em juízo sã o: legitimidade das partes (segundo a qual o autor e
o réu, isto é, aquele que pede e em face daquele que se pede a tutela jurisdicional, devem
corresponder à queles que, no plano material, têm seus direitos ameaçados ou lesionados);
interesse de agir (segundo a qual aquele que pede tutela jurisdicional deve mostrar a
necessidade da atuaçã o do Poder Judiciá rio para lhe outorgar uma determinada utilidade,
verdadeira contrapartida à vedaçã o da autotutela) e possibilidade jurídica do pedido
(segundo a qual o pedido a ser formulado, pela parte autora.
No caso em tela, está ausente justamente a causa de pedir, uma vez que, invoca direito
alheio sem poderes para isso. Cabe ressaltar que a Instituiçã o de Ensino Superior, sou com
açã o de reparaçã o de danos pelos mesmos supostos fatos e mesma causa de pedir,
conforme autos nº 0001519-60.2020.8.16.0075, devendo a presente demanda ser
julgada improcedente.
Evidenciando desta feita, o interesse em perseguir o Requerido, abarrotando as
esferas judiciais, de modo a obter enriquecimento ilícito, por meio de sua má
prestação de serviços.
Portanto, nã o estã o presentes os requisitos processuais obrigató rio para pleitear em juízo.
Desta forma, nã o resta outra alternativa, a nã o ser, a extinçã o do processo sem resoluçã o de
mérito, conforme artigo 485, IV e 337, XI do CPC.

III. DO MÉRITO
7. DO DIREITO PLEITEADO
A parte aduz que foi difamada nos autos e na pró pria exordial acostou um link da pá gina
social do requerente que sequer faz prova de nada, conforme se vê abaixo.
Destaca-se perfil do requerido sendo o mesmo desde os supostos fatos, que pode ser
demonstrado, nota-se que o perfil continua ativo, porém, o post nã o existe.
Aduz ainda que o perfil do requerente possui 1.365 (um mil e trezentos e sessenta e cinco)
amigos, e que ambas as publicaçõ es tiveram diversos compartilhamentos, sendo alegado
ainda, que a opção de compartilhamento é desbloqueada, contudo, não faz prova de
suas alegações. Sequer apresenta curtidas e as proporções que alega ter atingido o
tal post.
Cabe destacar, que o perfil do requerido, por questõ es de privacidade, sempre suas
publicaçõ es foram privadas e também, pelas mesmas razõ es, nã o se pode ver a lista ou
quantidade de amigos, nã o restando comprovados os nú meros imputados pela parte
autora.
Além disso, pode a requerente ter pego qualquer outra publicaçã o e as modificado,
inclusive, as supostas capturas de tela nã o possui sequer quer os elementos grá ficos do
Facebook que compõ e sua identidade visual, tampouco, possui os botõ es caraterísticos da
rede social, como compartilhar (e nú meros de compartilhamentos), curtir, “amei’,”haha” e
“odiei. Sequer segue a confiabilidade de uma ata notarial, registrada em cartó rio, idô nea a
presumir os fatos.
A lei processual regula que o ô nus probató rio é exclusivo de quem alega, senã o, vejamos:
Art. 373. O ô nus da prova incumbe:
ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Destarte ainda as supostas publicaçõ es acostadas nos movimentos 1.6 e 1.7 não
possuem ata notarial, motivo pelo qual não ter força probatória, sendo assim, veja-se:
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabeliã o.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos
eletrô nicos poderã o constar da ata notarial.
Para Cá ssio Scarpinella Bueno:
Trata-se de regra importante que o CPC de 2015 evidencia e tipifica e que vem sendo
usada, com inegá vel proveito, pela prá tica do foro. Seja porque o tabeliã o tem fé pú blica, e,
neste sentido, é correto presumir que o conteú do da ata que lavra é verdadeiro mas
também porque as circunstâ ncias evidenciadas pelo caput de “atestar ou documentar” a
existência de algum fato ou o modo de existir algum fato clamam, muitas vezes, por
urgência que nem mesmo a “produçã o antecipada de provas” pode dar ao interessado.
Manual de direito processual civil : inteiramente estruturado à luz do novo CPC, de acordo
com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016 / Cassio Scarpinella Bueno. 2. ed. rev., atual. e ampl. – Sã o
Paulo : Saraiva, 2016.
A jurisprudência é pacificada nos seguintes termos:
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. PENAL. PROCESSUAL PENAL. DELITOS CONTRA A
HONRA. DETERMINAÇÃ O DE JUNTADA DE ATA NOTARIAL. RESPALDO NA APLICAÇÃ O
ANALÓ GICA DO ART. 384, CAPUT E PARÁ GRAFO Ú NICO, DO CPC. DESCUMPRIMENTO.
QUEIXA-CRIME REJEITADA. AUSÊ NCIA DE JUSTA CAUSA. QUEBRA DA CADEIA DE
CUSTÓ DIA DA PROVA. DECISÃ O MANTIDA. 1 – O inquérito policial só é dispensá vel quando
houver elementos mínimos para o oferecimento da queixa-crime, o que nã o é o caso dos
autos, pois a querelante apenas anexou à peça acusatória prints quase ilegíveis de
publicaçõ es na rede social e á udios digitais soltos, que nã o possibilitam sequer a
compreensã o dos fatos. 2 – Correta a atitude do juízo a quo que, objetivando suprir a
ausência de justa causa, determinou, atendendo pedido do Parquet, a juntada de ata
notarial, cujo procedimento encontra respaldo na aplicaçã o analó gica do art. 384, caput e
parágrafo único, do Código de Processo Civil 3 – Nã o cumprida a determinaçã o, a
queixa-crime oferecida pela recorrente em face da querelada se encontra totalmente
desprovida de suporte probatório mínimo acerca da materialidade dos crimes contra a
honra. 4 – Apenas com a ata notarial a recorrida poderia exercer plenamente o
contraditório, pois não se sabe a origem dos arquivos, nem de onde foram retirados, o
que configura uma clara quebra da cadeia de custó dia da prova. 5 – Recurso conhecido e,
no mérito, apó s empate de votos, negado provimento, com base no inciso IV do art. 165 do
RITJ, por ser a decisã o mais favorá vel à recorrida.
(TJ-AL - RSE: 07258886620188020001 AL 0725888-66.2018.8.02.0001, Relator: Des.
Washington Luiz D. Freitas, Data de Julgamento: 11/11/2020, Câ mara Criminal, Data de
Publicaçã o: 17/11/2020)
Destaca-se, que no direito criminal, predomina a verdade real, diferente do direito civil, que
a verdade é unicamente exclusiva formal.
Desta forma, nã o há provas suficientes que corroborem os fatos e os danos sofridos, ainda
que assim existisse provas, o quantum indenizató rio deve ser proporcional, ainda, devendo
ponderar que a parte autora deu causa a sérios prejuízos financeiros e transtornos pessoais
ao Requerido, motivo pelo qual o mesmo nã o pode arcar com o valor pleiteado.
Sendo assim, a jurisprudência aduz da seguinte forma:
APELAÇÃ O CÍVEL. AÇÃ O DE INDENIZAÇÃ O POR DANOS MORAIS. CALÚ NIA, DIFAMAÇÃ O E
DIREITO À IMAGEM. VEICULAÇÃ O DE MATÉ RIA OFENSIVA AO AUTOR. SENTENÇA DE
PARCIAL PROCEDÊ NCIA. RECURSO DO JORNAL REQUERIDO. PLEITO OBJETIVANDO A
REFORMA DA SENTENÇA AO ARGUMENTO DE TER AGIDO NO EXERCÍCIO REGULAR DE
DIREITO. ALEGADA AUSÊNCIA DE PROVA DA PUBLICAÇÃO ORIGINAL. SUPOSTA
ADULTERAÇÃO DA NOTÍCIA. INSUBSISTÊ NCIA. Ô NUS PROBATÓ RIO QUE COMPETIA AO
REQUERIDO (ART. 373, II, CPC). DEMANDADO QUE DEFENDE A REGULARIDADE DA SUA
CONDUTA POR SE TRATAR DE MATÉ RIA INFORMATIVA. INSUBSISTÊ NCIA. LIBERDADE
DE INFORMAÇÃ O QUE DEVE SER PONDERADA COM O DIREITO DA PERSONALIDADE.
EXCESSO EVIDENCIADO. ILÍCITO CONFIGURADO. EXEGESE DOS ARTIGOS 186 E 927 DO
CÓ DIGO CIVIL/2002. DANO MORAL PRESUMIDO (IN RE IPSA). OFENSA À INTEGRIDADE
MORAL CARACTERIZADA. EXEGESE DO ARTIGO 5º, INCISO X, DA CONSTITUIÇÃ O
FEDERAL. DEVER DE INDENIZAR MANTIDO. QUANTUM INDENIZATÓ RIO. PEDIDO DE
AMBAS AS PARTES PARA ALTERAÇÃ O DO MONTANTE FIXADO NA SENTENÇA.
INSUBSISTÊ NCIA. INDENIZAÇÃO FIXADA QUE ATENDE ÀS PECULIARIDADE DO CASO
CONCRETO, BEM COMO À CAPACIDADE FINANCEIRA DAS PARTES. OBSERVÂ NCIA,
ADEMAIS, AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. QUANTUM
INDENIZATÓ RIO MANTIDO. HONORÁ RIOS RECURSAIS. MAJORAÇÃ O. EXIGIBILIDADE,
QUANTO AO AUTOR, SUSPENSA EM RAZÃ O DA JUSTIÇA GRATUITA. RECURSOS
CONHECIDOS E DESPROVIDOS.
(TJ-SC - AC: 03035572820188240007 Biguaçu 0303557-28.2018.8.24.0007, Relator:
Denise Volpato, Data de Julgamento: 05/05/2020, Sexta Câ mara de Direito Civil)

8. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
A parte aduz, com falta de boa-fé, nã o comprovando por meios de documentos há beis suas
alegaçõ es.
Destaca-se que o escritó rio profissional mandatá rio da parte, tem notó rio conhecimento
profissional, sendo inclusive, um dos só cios, presidente da OAB de Cornélio Procó pio,
motivo pelo qual é impossível alegar desconhecimento da lei para nã o produzir provas em
questã o.
Ressalva-se ainda que foi comprovado nos autos que o link indicado pela parte autora é
falso, inclusive, nã o leva a lugar nenhum, mesmo sendo um perfil ativo.
Ainda, ficou demonstrado nos autos ser inverdade que o perfil do Requerido é pú blico e
que nú mero de amigos é invitado.
Cabe litigâ ncia de má -fé por alterar a verdade dos fatos de forma deliberada.
Ademais, os valores pleiteados pela parte sã o excessivos e ainda assim, a as açõ es movidas
contra o Requerido, sã o com cunho exclusivo de lhe prejudicar, pois, nem mesmos os
outros funcioná rios supostamente ofendidos ingressaram com açã o.
Diante disso, o caso em tela trata-se litigância de má-fé.
Para o legislador, litigâ ncia de má -fé se conceitua da seguinte forma:
Art. 80. Considera-se litigante de má -fé aquele que:
(...) II - alterar a verdade dos fatos;
Desta forma, responde por perdas e danos aquele que litigar de má -fé, conforme artigo 79
no CPC.
Sendo assim, de oficio ou a requerimento do juiz, deve a parte ser multada de 1% a 10%
por certo do valor da causa, conforme alude o artigo 81 do CPC. Diante disso, uma vez que a
parte tem notó rio poder econô mico, conforme ela mesmo demonstrou, requer desta forma,
a fixaçã o em 10% (dez por certo).
Também, sã o devidos as despesas e os honorá rios advocatícios.
Ainda, cabe indenizaçã o, a qual, com base na proporcionalidade e razoabilidade e levando
em consideraçã o o valor da causa, na quantia de R$ 5.000,00 (dois mil e quinhentos reais).
O CC/02 diz o seguinte:
Art. 186. Aquele que, por açã o ou omissã o voluntá ria, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Desta forma, é pacifico o entendimento:
ENUNCIADO 136 – O reconhecimento da litigâ ncia de má -fé poderá implicar em
condenaçã o ao pagamento de custas, honorá rios de advogado, multa e indenizaçã o nos
termos dos artigos 55, caput, da lei 9.099/95 e 18 do Có digo de Processo Civil.
Enunciado Cível nº 90 do FONAJE
A desistência da açã o, mesmo sem a anuência do réu já citado, implicará a extinçã o do
processo sem resoluçã o do mérito, ainda que tal ato se dê em audiência de instruçã o e
julgamento, salvo quando houver indícios de litigâ ncia de má -fé ou lide temerá ria.
Para a jurisprudência:
A mera interposiçã o do recurso cabível, ainda que com argumentos reiteradamente
refutados pelo tribunal de origem ou sem a alegaçã o de qualquer fundamento novo, apto a
rebater a decisã o recorrida, nã o traduz má -fé nem justifica a aplicaçã o de multa”, destacou
a ministra Nancy Andrighi no julgamento do REsp 1.333.425.
No caso em tela, o direito é manifestadamente excessivo. O legislador diz o seguinte:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
Diante disso, resta demonstrada a notó ria falta de boa-fé da requerente, vez que
interpretativo o nome dela no referido post, que pelo que se lê é CRISTIANA.
Ainda, funda-se a reparaçã o de danos pela perca de tempo ú til, produtivo e recreativo para
responder ao processo em questã o. Sendo assim, a jurisprudência é pacifica no seguinte
entendimento:
EMENTA: APELAÇÃ O CÍVEL. RELAÇÃ O DE CONSUMO. CONCESSIONÁ RIA DE ENERGIA
ELÉ TRICA. COBRANÇA INDEVIDA. SENTENÇA DE PROCEDÊ NCIA PARCIAL. CONDENAÇÃ O
POR DANOS MORAIS PELA PERDA DO TEMPO Ú TIL. MANUTENÇÃ O DO JULGADO. Apelo
apenas do consumidor objetivando a majoraçã o do valor fixado a título de danos
extrapatrimoniais. Ausência de corte no fornecimento de energia ou de negativaçã o do
nome do apelante autor nos cadastros restritivos de crédito. Julgado
Sendo assim, resta demonstrado os fatos e o direito do Requerido.

9. DO PEDIDO CONTRAPOSTO
Levando-se em conta que o requerido nã o tem culpa dos argumentos aduzidos na inicial,
lança-se mã o, na contestaçã o, do pedido contraposto, a qual possui devida fundamentaçã o
nos artigo s Art. 17. 30 e 31 da lei regulamentadora dos juizados especiais cíveis.
Em face dos argumentos trazidos, requer seja v. excelência que os pedidos SEJAM
JULGADOS TOTALMENTE IMPROCEDENTES, uma vez que se tratam de alegaçõ es estã o
em desacordo com as provas lançadas nos autos, e a titulo do pedido contraposto, requer
seja a parte condenada a indenizar o requerido no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em
decorrência do ocorrido, bem como, fora demonstrado que os autos que a má quina
judiciá ria foi movida com a ú nica finalidade de prejudicar o ainda mais o requerido.
Em complemento as alegaçõ es do requerido, destaca-se novamente que comprovou-se a
fuga da boa-fé objetiva e subjetiva e alteraçã o notó ria da verdade dos fatos.
Desta forma, o TJPR:
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. AGRESSÕ ES FÍSICAS E VERBAIS. DANO MORAL
CONFIGURADO UNICAMENTE EM RELAÇÃ O À PARTE RÉ . PEDIDO CONTRAPOSTO
JULGADO PROCEDENTE. 1. Nã o restou comprovada pela autora a alegada agressã o verbal
por parte do réu. O autor foi contratado para fazer o transporte do automó vel do réu da
cidade Erechim a Getú lio Vargas, sendo que no destino foi constatado pelo requerido a
ausência do pneu estepe, sustentando o autor, sem comprovaçã o, haver sido acusado de
furto do objeto. Agressõ es verbais nã o comprovadas. Prova oral em sentido inverso. 2. O
requerido, a sua...
(TJ-RS - Recurso Cível: 71003027943 RS, Relator: Marta Borges Ortiz, Data de Julgamento:
30/06/2011, Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicaçã o: Diá rio da Justiça do dia
04/07/2011)

10. DOS PEDIDOS


Diante do exposto de fato e de direito, requer:
A. A apreciaçã o das preliminares arguidas para declarar a incorreçã o do valor da causa,
sendo assim, atribuir o valor de R$ 1.000,00 (um mil reis) com fulcro no artigo 336, III CPC.
B. Seja a exordial declarada inepta e o processo seja extinto sem resoluçã o mérito nos
moldes do artigo Art. 330, I; § 1º, III e IV.
C. Requer seja a parte declarada ilegítima para a causa e em seguida, a extinçã o do processo
sem resoluçã o de mérito com base no artigo 485, IV e 337, XI do CPC.
D. Nã o sendo acolhidas as preliminares, requer a apreciaçã o do mérito, para declarar
improcedente a açã o e todos os pedidos da parte autora, com a consequente extinçã o do
processo, com resoluçã o de mérito, nos moldes do artigo 487, I, CPC;
E. Requer seja a parte autora condenada por litigâ ncia de má fé, a indenizar o requerido no
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
F. Também seja acolhido o pedido de pagamento de multa de 10% (dez por cento), levando
em consideraçã o a condiçã o econô mica da parte autora;
G. Requer seja condenada ao pagamento dos honorá rios advocatícios e de sucumbência;
H. Nã o acolhido os pedidos supra, requer seja isento a indenizaçã o por questã o de pobreza
e problemas financeiros, uma vez que a pró pria parte deu causa.
I. Nã o sendo acolhido, requer a fixaçã o da indenizaçã o no importante valor de R$ 200,00
(duzentos reais) com base no princípio da proporcionalidade e razoabilidade, comprovada
a carência financeira do requerido
J. Nã o sendo reconhecida a litigâ ncia de má -fé, requer seja acolhido o pedido contraposto.
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade e Data
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