Você está na página 1de 19

Prof: João Tiago Silveira

joao.tiago.silveira@gmail.com - não mandem para o da faculdade


913 460 786 (se quiserem ligar mandem sms primeiro - ele não atende desconhecidos)

Primeiras aulas → organização da Administração Pública - organigrama


Depois - livro do Otero de casos
● Caso 1.1
● Caso 1.2
● Caso 1.11
Depois casos que ele nos vai mandar
Para resolver os casos práticos - Partir o caso prático:
● 1ª parte: identificação das perguntas
O que é Direito Administrativo?
O Direito das relações entre o Estado e os particulares, ou entre o Estado e outras
entidades
● Contrato de Direito Administrativo - entre uma entidade pública e uma entidade
privada
● Empreitada de obra pública
● O Estado garante que as entidades privadas possam satisfazer um interesse público
● qual é a diferença entre alguém com um contrato de trabalho e um prestador de
serviços? - prestador faz trabalhos eventuais
● As regras que regulam a faculdade são regras de Direito Administrativo
● Direito Administrativo passa por matérias muito diferentes, determina as regras
aplicáveis entre os particulares e o Estado (entidades públicas e entidades privadas)
● Estudar as principais regras enquadradoras de tudo isso

Livros:
● Professor Paulo Otero
● Professor Freitas do Amaral- volume I para este semestre.
● Professor Marcelo Rebelo de Sousa/Presidente dos abraços
● Leis:
○ CPA
○ Lei Orgânica do Governo - Lei da organização do Governo etc
○ Autarquias locais - Lei 169/99 + Lei 75/2013
○ Lei da tutela das autarquias locais
○ Lei 27/86
○ Lei da Administração Direta do Estado
■ Lei 4/2004
○ Lei quadro dos institutos públicos - Lei 3/2004
○ Lei do setor empresarial do Estado - decreto lei 133/2013
○ Lei quadro das entidades reguladoras - Lei 67/2013
○ Lei das Associações Públicas Profissionais - Lei 2/2013

Procedimento Administrativo
● Caminho (fases e formalidades) para se chegar à decisão administrativa
● Leis em camadas: leis mais gerais e outras mais especiais

Possibilidade de fazer um trabalho ou alguma outra coisa original para compensar a nota
● Entrevistas
● Filmes
● Aulas
○ Não podemos entregar com menos de 1 semana antes das aulas terminarem

Início da matéria
Organograma das entidades públicas e dos tipos de entidades públicas

Governo
Governo:
● Diploma que rege a organização e funcionamento do Governo: Decreto-Lei n.º
169-B/2019 de 3 de dezembro (cada diploma legislativo regula um governo)
● Membros do Governo:
○ Primeiro Ministro
○ Ministros (14-20)
○ Vice Primeiro Ministro
○ Secretários de Estado (30-50)
○ Para saber quantos há e quais as suas competências - ir à lei orgânica do
governo e outros diplomas
● O que é o Conselho de Ministros? Tem só ministros?
○ Presidido pelo Primeiro Ministro
○ art. 4.º da lei orgânica - Tem secretários de estado, 3 deles, porém não têm
direito de voto
● Porque é que falámos do Governo em Constitucional e estamos de novo a falar em
Administrativo?
○ Competência legislativa
○ É simultaneamente um órgão de direito constitucional e age no plano de
direito constitucional (nomeadamente através da aprovação de decretos de
leis) e um órgão de Direito Administrativo
● Qual é a relação entre os ministros e os secretários de estado?
○ em regra, o ministro tem secretários de estado
○ Os secretários em regra não têm competências, coadjuvam
○ Art. 11.º da lei orgânica do governo
○ Os ministros delegam competências nos secretários de estado
○ Os ministros não são obrigados a delegar, mas se não delegam, as
consequências políticas podem ser extremamente graves relativamente à
estabilidade do Governo
● Administração direta - mais dependente do Governo - tipo de relação entre o
Governo e esta administração é de hierarquia ou poder de direção - poder de emitir
ordens individuais e concretas ou instruções gerais e abstratas e internas sobre
como a administração deve proceder
○ Desconcentração de poderes
○ Serviços:
■ Direções Gerais
■ Secretarias Gerais de Ministério
■ Gabinetes
■ PSP - força de segurança
■ SEF - força de segurança
■ GNR - força de segurança - capilarmente espalhada pelo território
nacional
■ Exército
■ Marinha
■ Força Aérea
■ Embaixadas e consulados em outros países
■ Autoridade tributária - entidade da administração direta com mais
funcionários - capilarmente espalhada pelo território nacional
■ Inspeções gerais - ex: finanças, justiça,etc, em regra cada ministério
tem uma inspeção - serviço dentro do ministério que fiscaliza os
outros serviços do ministério. Tem um estatuto especial - tem
autonomia técnica
● Administração indireta - dependente do governo mas tem um maior grau de
autonomia
○ dois grandes grupos de poderes: tutela e superintendência, estas são as
relações entre o estado e as entidades da administração indireta
○ Superintendência: Poder de orientar, fixar os fins das entidades públicas.
199º CRP; na faculdade que uma entidade pública tem de orientar a
atividade de outras entidades públicas menores → Só existe sobre a
administração indireta, emitir orientações, diretivas e recomendações.
■ Orientações - indicação genérica
■ Diretivas - Fixação de um objetivo, mas deixando liberdade para a
forma/os meios utilizados para o atingir
■ Recomendações - não são vinculativas, tem um efeito que a conduta
recomendada é a mais adequada
○ Tutela: poder de uma entidade pública de controlar e fiscalizar a atividade
desenvolvida por outras entidades públicas menores, emitindo juízos de
legalidade ou juízos de mérito sobre a gestão da entidade pública tutelada →
Existe tanto para a administração indireta como para a autónoma-, intervir na
gestão. Poderes para controlar o cumprimento da modalidade ou do mérito,
ver documento das teóricas
○ Institutos públicos - EX: IMT, faculdades e politécnicos (discutível muitos
acreditam que fazem parte da autónoma), INE, INEM, ISSS (Instituto da
solidariedade da segurança social - por questões políticas o estado decidiu
conferir lhe personalidade jurídica própria)
○ Empresas públicas - Hospitais (antes eram institutos públicos),
Metropolitano de Lisboa, Caixa Geral de Depósitos, CP, RTP, Águas de
Portugal, TAP, Infraestruturas de Portugal, Transporte TransTejo, STCP
(transportes do Porto), Carris → dependentes do Governo
■ EPE (entidades públicas empresariais) - Pessoa Coletiva Pública,
Autónoma do Estado, nenhum privado poderá ter uma EPE,
APENAS o Estado pode ter.
● Podem também aplicar direito privado
● PRINCIPAL DIFERENÇA - As EPES estão sujeitas à
superintendência e a tutela nos termos da lei(poderes típicos
do estado sobre a administração indireta)

■ Empresas Públicas de direito privado - a maioria dos autores diz que
estas não fazem parte da administração indireta - Sociedade Anónima
● Ex: TAP, RTP, Caixa Geral de Depósitos
● Uma SA pode não ser 100% do Estado
● Três situações para as S.A serem consideradas empresas
públicas, já que as S.A são de índole privada:
○ O estado tem 100% do capital - Caixa Geral de
Depósitos
○ O estado tem mais de 50%
○ O estado tem menos de 50% mas tem certos poderes,
em regra, não se qualificam como empresas públicas
já que o Estado não detém a maioria do capital
● Administração autónoma
○ Associações Públicas - conjunto de pessoas privadas, singulares ou
coletivas, que se juntam para um fim não lucrativo
■ São diferentes as associações públicas de entidades públicas e as
associações de entidades privadas - pág. 102 das teóricas
■ Áreas metropolitanas - Lisboa e Porto - constituídas pelos vários
concelhos - os associados são pessoas coletivas públicas (os
municípios) - os seus poderes: competências e poderes a nível das
várias redes que atravessam os municípios, por exemplo, os
transportes que necessitam de ser autorizados para fazer certas
carreiras entre os concelhos
■ Comunidades intermunicipais- associações públicas de municípios do
país todo para atingir um conjunto de objetivos
■ Nestas pode haver tutela de mérito tal como de legalidade
○ Autarquias locais → poder de tutela, 242º da CRP→ tutela apenas de
legalidade, os poderes de controlo que o estado sobre as autarquias locais
tem é só para verificar o cumprimento da lei. Haverá limitações quanto aos
meios de aplicação da tutela?
■ Municípios (308 em Portugal)
● Câmara municipal - como se fosse Governo do município
● Assembleia municipal - como se fosse a Assembleia da
República de um município
● Lei 75/2013
■ Freguesias (3092 em Portugal)
● Assembleia de freguesia - Assembleia
● Junta de freguesia - Governo
■ Os órgãos destes corpos são eleitos pela população
Governo + Administração direta = ESTADO → pessoa coletiva pública

https://www.portugal.gov.pt/pt/gc22/governo/lei-organica-do-governo
Governo
(DL- n.º 169-B/2019 de 3 de dezembro)

→Administração direta: →Administração indireta: →Administração autónoma:


(hierarquia)
→ Direções Gerais → Institutos públicos → Autarquias locais
→ Secretarias Gerais de Ministério → Empresas públicas → Associações públicas
→ Gabinetes
→ PSP
→ PJ
→ SEF
→ GNR
→ Exército
→ Marinha
→ Força Aérea
→ Embaixadas e consulados em
outros países
→ Autoridade tributária (entidade com mais gente da administração pública portuguesa)
→ Inspeções gerais

Relação de hierarquia com o Governo - poder de emitir ordens e direções


Indicação abstrata e interna
Poder de atos administrativos

Desconcentração de poderes, diferente de descentralização.

No direito administrativo também há pessoas coletivas, isso consta da lei, tem


personalidade jurídica o que a lei diz.
→ O estado é uma entidade quem tem personalidade jurídica.
Em Portugal há 308 municípios e cada ele com personalidade jurídica própria → pessoas
coletivas públicas.
3092 freguesias = 3092 pessoas coletivas públicas com personalidade jurídica própria.

As inspeções gerais tem autonomia para fazer investigações-

Diferença entre instituto público e empresa pública:


Os hospitais são empresas públicas : não dão lucro nem estão orientados para tal, mas são
empresas públicas.Os hospitais antes eram institutos públicos mas atualmente são
empresas públicas.

O que distingue o instituto da empresa pública é que o instituto público não está
organizado por forma a ter critérios empresariais de gestão, mas as empresas
públicas estão.
Exemplos de institutos públicos:
- Instituto público da solidariedade e segurança social
Como vemos onde está uma entidade?
- Na lei (normalmente há uma lei orgânica para cada ministério)
Lei 123/2011 - lei orgânica do ministério da justiça

Resolução do caso 1.1


I.
- Quorum da cml- Presidente da câmara municipal + 16 vereadores (Art 57º nº2 a) Lei
nº169/99, de 18 de setembro.
- A falta de quorum em órgãos colegiais- artigo 29º nº1- é exigida maioria do número
legal de membros com direito a voto- 8 não é suficiente
- Desisti.

Aula 3: 26/10/2020
Empresas públicas - Administração indireta

Superintendência e Tutela
A tutela não é um poder exclusiva sobre a Administração indireta
Superintendência é baseada em orientações de positivamente dizer como as entidades
devem direcionar a sua atividade; possibilidade de emitir orientações, recomendações e
diretivas
A tutela não é um poder de guiar; é um poder de intervir na gestão através de certos
poderes de controle; não é uma indicação positiva, é um poder de intervenção sobre
qualquer coisa que fizeram ou que precisam de um ato das entidades de poder de
superintendência e tutela
Estado ou um Ministro com poderes legais - quem pode ter esse poder
Dentro da tutela podem se encontrar poderes relativamente à legalidade/mérito e vários
tipos de poderes no que se refere a conveniência
IP ou uma EPE = existem poderes de superintendência
● Decorre de uma consagração constitucional
Tutela - poderes podem variar muito → necessário ir à lei para determinar os mesmos
● Para saber disso em específico, é preciso ir à lei de cada pessoa coletiva pública
Recomendações não são vinculativas
● “deve” em juridiguês significa obrigação
○ Por isso é vinculativo
Uma orientação é uma indicação genérica; desinteressa-se no que se refere aos meios;
orientação que se aplica a um conjunto vasto de aplicação
● Instrução à um destinatário que não é muito específico; isso tem uma formalidade
mais genérica
● Difícil distinguir entre diretiva e orientação; debate-se sobre a margem de liberdade
dos meios
● Professor acredita que essas duas questões podem confundir-se entre si
Tutela → estamos a controlar a atividade das entidades públicas
● Integrativa - a priori ou a posteriori
○ A priori - concretiza-se através das autorizações
■ Permissão para praticar o ato - só pratica-se o ato através dessa
permissão
○ A posteriori - concretiza-se através das aprovações
■ Entidade pratica o ato, mas para ele produzir efeitos é preciso uma
aprovação
■ Esse ato só habilita condutas a partir da aprovação - ineficácia
quando essa aprovação não é concedida
○ Em tese, as duas não podem existir ao mesmo tempo
● Revogatória - eliminação dos efeitos produzidos pelo ato
○ Só existe se estiver previsto na lei
● Inspectiva
● Substitutiva - tutela é mais rara
● Sancionatória - aplicar sanções pelo incumprimento de deveres

Aula 4: 02/11/2020
“aviso à navegação”: próx aula vamos começar com os casos práticos
● Como resolver um caso:
○ Partir o caso em atos ou regulamentos
○ Dentro de cada ato ou regulamento, sem estudar nada e sem ver como se
resolve (?????) fazer perguntas
○ Responder a essas perguntas
Se fizermos uma bolinha à volta do esquema = Estado
Empresas públicas empresariais e empresas públicas de direito privado
● distinção - EPE só o Estado ou entidades públicas podem ter (pessoa coletiva
pública e estão sujeitas a superintendência e tutela; EPDP (perdi-me) - não há tutela
e superintendência mas há outras coisas (quais? n ouvi)

DL 133/2013:
1. Quando o estado ganha 100% do capital social - ex: Caixa Geral de Depósitos
2. Quando o estado tenha a maioria do capital social mas não a totalidade- tap
3. Quando o estado apesar de não ter a maioria tem algum direito especial que lhe
permite nomear a maioria de fiscalizadores (entre outros).
Em regra quando o estado tem menos de 50% não se classifica como empresa pública

Associações públicas: Tem poderes públicos (como o poder de exercer ação disciplinar)
Ordem dos advogados: associação pública com associados singulares (advogados)
AAFDL - associações aos quais o Estado deu um interesse pessoal e que ajudam (??)
comunidades intermunicipais
próxima aula caso 1.1 → dizer que ainda não falaste da tutela da administração autónoma.

Caso 1.1
1º parágrafo - “A deliberação da Câmara”
Perguntas a responder:
a câmara tem competência para isto?
a câmara tem o número de membros necessário?
- Quorum da CML - Presidente da câmara municipal + 16 vereadores (Art 57º nº2 a)
Lei nº169/99, de 18 de setembro.
- Artigo 56°/1 → Determina que a CML é um órgão colegial
- A falta de quorum em órgãos colegiais- artigo 29º nº1- órgãos colegiais só podem
deliberar quando esteja presente a maioria do número legal dos seus membros
como direito à voto
- É exigida maioria do número legal de membros com direito a voto- 8 não é
suficiente, seria necessário pelo menos 9 vereadores presentes
- Artigo 33°/1 alínea ss) Lei 75/2013, 12 de setembro
- Norma de competência da Câmara Municipal de Lisboa: estabelecer a
denominação das ruas e praças das localidades e das povoações, após
parecer da correspondente junta da freguesia

2º parágrafo: “A impugnação do reitor”


- Não é ao tribunal da Relação que compete julgar isto mas sim aos tribunais
administrativos e fiscais conforme disposto no 212º nº3 CRP - julgamento das ações
e recursos contenciosos que tenham por objeto dirimir os litígios emergentes das
relações jurídicas administrativas e fiscais
- Possibilidade de um interpretação extensiva do que consta no artigo 33°/1 alínea ss)
da Lei 75/2013 de 12 de setembro = alamedas estariam enquadradas no preceito,
por conta do objetivo subjacente à norma em questão
- Artigo 3°/1 CPTA → tribunais administrativos não julgam em função do mérito ou
conveniência da decisão administrativa - só julgam em função das normas e
princípios jurídicos que regulam a Administração
- Artigo 55°/1 CPTA → legitimidade para impugnar ato administrativo
- Alínea c) - pessoas coletivas públicas ou privadas quanto aos direitos e
interesses que lhes cumpre defender

3° parágrafo: substituir por secretário de Estado da Administração Local - “diretiva do


SEAL”
- Diretiva: fixam-se os fins, determinam-se as metas e, no fundo, indicam-se os seus
objetivos; dá-se os meios para que os possam cumprir (teoria dos poderes
implícitos)
- Faz parte do poder de superintendência que uma entidade pública pode
exercer sobre uma entidade pública menor
- Questionamento sobre se seria mesmo uma diretiva ou uma recomendação:
- As recomendações não são vinculativas, tem um efeito que a conduta
recomendada é a mais adequada
- Diretivas e recomendações fazem parte do poder de superintendência, que por sua
vez, só pode ser exercido na Administração indireta do Estado
- As autarquias locais, neste caso, pertencem a Administração Autônoma
- Não podem estar sujeitas à superintendência, apenas à tutela em certos
casos previstos

4° parágrafo: “nova deliberação da CML”


- Questão do quórum: problema resolvido de acordo com os preceitos já mencionados
anteriormente
- Existe uma maioria dos 16 vereadores presentes na decisão = válida
- CML não está sujeita ao poder de superintendência (que constitui a Direção por
parte de um órgão superior)
- Quem tem o poder de direção vê que os destinatários do respectivo poder de
direção estão sujeitos a um dever de obediência
- Questão de um dever de obediência em caso de diretiva ilegal:
- Não só o superior hierárquico tem poder de direção no exercício da
discricionariedade relativamente ao qual há dever de obediência por
parte do subalterno como também o subalterno está obrigado a
obedecer mesmo se o superior hierárquico emita uma ordem ou uma
instrução ilegal, salvo se a mesma for designada como nula
- A Constituição Portuguesa, no artigo 271°/3, diz que cessa o
dever de obediência sempre que a ordem ou a instrução
envolva a prática de um crime → a CRP admitiria que todos os
atos, mesmo aqueles declarados como nulos, requerem e
vinculam os órgãos subalternos ao dever de obediência
- PO considera que a coerência do sistema jurídico e a sua
unidade também exclui não só os atos derivados do poder de
direção que resultam em crime mas ainda aqueles que são
considerados nulos porque se o ato nulo não produz efeitos,
não pode gerar poder de obediência
- Isso significa que, sendo a regra no Direito Administrativo a
anulabilidade dos atos, sempre que a ordem ou a instrução
são inválidas em termos de anulabilidade, o subalterno está
vinculado a obedecer

5° parágrafo: “decreto regulamentar do CM”


- Artigo 200°/1 alínea g) CRP → competência do Conselho de Ministros pode ser
deliberar sobre os assuntos da competência do Governo que lhe sejam atribuídos
por lei ou apresentados pelo PM ou por qualquer Ministro
- Opinião Isaura (que pode estar muuuuuitoo errada) → é um assunto do
Governo mas onde não se verificaram os restantes pressupostos (sendo
atribuídos por lei, pelo PM ou por algum Ministro) para que o Conselho de
Ministros possa emanar um decreto regulamentar como esse
- TUTELA ADMINISTRATIVA: artigo 242°/1 CRP
- Tutela administrativa sobre as autarquias locais consiste na verificação do
cumprimento da lei por parte dos órgãos e é exercida nos casos e segundo
as formas previstas na lei
- PM não pode ser habilitado por um decreto regulamentar a ter um poder
disciplinar que não se encontra previsto na lei (não tenho certeza se está
certo)

6° parágrafo: “aprovação da lei da AR/lei da AR”


- Natureza não normativa da lei: a lei aprovada não tem caráter geral nem abstrato,
requisitos essenciais para a sua entrada em vigor no ordenamento jurídico
português
- Não existe esse tipo de Ministro atualmente
- Artigo 198°/2 CRP - é da exclusiva competência legislativa do Governo a matéria
respeitante à sua própria organização e funcionamento → AR não pode violar uma
disposição constitucional que atribui ao Governo exclusivamente a competência de
regular a sua própria organização e funcionamento.
Aula 09/11/2020
Administração autónoma: Como é que é a tutela nestes casos?
● Lei 27/46
● Art. 29 (?) da CRP
● Art 242.º n.º 1 da CRP - há uma limitação sobre parte da administração autónoma
(as autarquias locais) - é só de mera legalidade (isto não se aplica às outras
entidades, só às autarquias locais)
● Há também limitações quanto aos meios de tutela que existem?
○ lei 27/96 art 3.º - há tutela inspetiva
○ art. 11.º da lei algo das autarquias locais?? - tutela sancionatória não existe
aqui! - são os tribunais que aplicam as sanções, não a entidade
administrativa
Inspeção geral das finanças faz algo que n percebi mas flex
Legislação a usar:
→ Lei- 27/96→ aplica-se às autarquias locais (municípios e freguesias) p.513 coletânea
→ Código do procedimento administrativo diz como e que a administração pública deve
decidir - passos, prazo, formalidades, etc
● aplica-se à administração direta? sim.
● Institutos públicos? sim
● Edu - aplica-se a todo o quadro menos as empresas públicas - art. 2.º - as empresas
públicas são reguladas pelo 133/2013 - mas isso significa que n se aplica o CPA?
não - em certas matérias aplica-se o direito público, mas em regra aplica-se o direito
privado
● Aplica-se a todas as entidades da administração mas nas empresas públicas e nas
associações públicas pode não se aplicar a tudo
lei da responsabilidade civil extracontratual do estado e das entidades públicas
● a quem é que se aplica? boa pergunta 2º semestre
lei 169/2009 e lei 65/2013?
● a quem é que se aplicam? Autarquias locais- freguesias e municípios
lei 4/2004
● aplica-se à ?
lei 3/2004
● lei quadro dos institutos públicos- aplica-se aos institutos públicos
lei orgânica do governo: aplica-se ao governo
Leis dos tribunais administrativos- código de processo dos tribunais administrativos e
estatuto dos tribunais administrativos e fiscais.

Entidades que fazem parte da administração pública mas não tem nenhuma ligação de
dependência ao governo- concelho superior da magistratura, comissão nacional da
proteção de dados- aplica-se também por exemplo o cpa

Resolução do caso:
Partir o caso:
1. A deliberação da cm
2. A impugnação pelo reitor
3. A diretiva do seal
4. A nova deliberação da câmara
5. O dr do cm (decreto regulamentar do conselho de ministros)
○ A CM era competente?
○ A forma foi a mais adequada?
○ O DR podia ter eficácia retroativa?
i. As leis podem ter eficácia retroativa? (exceções como o Direito Penal,
Direito Fiscal, leis restritivas de liberdades e garantias)
ii. Existência de leis, decretos leis, - em regra, não há nada que proíba
as leis de ter uma eficácia retroativa: aliás, o CC tem o valor de
decreto-lei (pode ser derrogada por qualquer diploma, em tese)
iii. Artigo 141° CPA
○ Podia ser dada competência sancionatória ao PM?
i. Está em causa uma relação entre o Governo e as autarquias locais
6. Lei da AR
○ Competência da AR?
○ Saber se a AR pode aprovar um diploma de conteúdo não normativo?
○ Saber se a lei pode dar competências revogatórias ao Ministro?
○ A AR pode atribuir uma competência ao Ministro?
- Fazer perguntas:
- A deliberação da cm:
- A cm é competente?
- O quórum estava verificado?
- Foi atingida a maioria?
- A alameda pode ter o nome proposto?
- A impugnação pelo reitor
- A diretiva do seal
- A nova deliberação da câmara
- O dr do cm (decreto regulamentar do concelho de ministros)
- Lei da AR
Resolução:
Problema 1 → A deliberação da Câmara
● Competência da CML?
○ Art. 33.º n.º1 ss) Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro (REGIME
JURÍDICO DAS AUTARQUIAS LOCAIS) - tem competência para
estabelecer a denominação das ruas e praças das localidades e das
povoações, após parecer da correspondente junta de freguesia
○ Fazendo uma interpretação declarativa (e não extensiva) → se
alamedas são ruas, então a CML tem competência de acordo com o
artigo 33°/1 ss) Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro
■ Toponimia da Câmara Municipal →Regulamento n.º 523/2017
- interpretar a lei de maneira sistemática, a correta
interpretação da lei é aquela prevista neste Regulamento
● Regulamento administrativo < Lei → existiria a
possibilidade do regulamento ser ilegal se violar a lei
em questão
○ Outro problema diferente: saber se há um problema se faltar o
parecer da freguesia?
■ Desde que tivesse o parecer da junta de freguesia tinha
competência
■ Consequência de não ter - ilegalidade por falta desse ato
administrativo (deliberação da Câmara)
■ Invalidade num ato administrativo (da deliberação) →
qualificar esse tipo de vício (5 tipos diferentes)
● Usurpação de funções - uma entidade de função
administrativa mete-se noutra função do Estado
● Incompetência - quando o órgão competente não
pratica o ato que deve praticar -
● Desvio de poder - página 32 das aulas teóricas do PO
● Vício de forma - neste caso é um vício de forma por
preterição de ?? forma essencial?
○ Forma do ato como também as formalidades do
procedimento de produção do ato
● Vício de violação de lei
○ Esse vício é residual - aplicação subsidiária, só
ocorre quando não se verifica os outros vícios
em causa
● Falta do quórum?
○ Quórum - mínimo para se reunir
○ Maioria para aprovar - quantidade de votos para se aprovar um
determinado diploma
■ 2 normas sobre a mesma disciplina: Lei 75/2013 e CPA
● Aplicar o CPA é considerado ERRADO neste caso
● Artigo 54°/ da Lei 75/2013 → esse é o artigo que deve
ser aplicado, que pertence a lei especial relativamente
ao CPA que é considerado a lei geral neste caso
● Os órgãos colegiais das autarquias locais neste caso
são democraticamente eleitos
○ Regime regra é anulabilidade; neste caso, a falta de quórum gera a
nulidade - vício da forma (161° CPA)
○ 54.º 2 Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro (REGIME JURÍDICO DAS
AUTARQUIAS LOCAIS) - As deliberações são tomadas à pluralidade
de votos, tendo o presidente voto de qualidade em caso de empate,
não contando as abstenções para o apuramento da maioria. - sim, a
maioria relativa foi respeitada
● A alameda pode ter o nome proposto?
○ Regulação de toponímia que regula a questão dos nomes
Problema 2 → Impugnação pelo reitor
● Saber se o reitor tinha legitimidade?
○ Desnecessário saber se as universidades fazem parte da Administração
autônoma ou não
○ É errado dizer e utilizar o artigo 55°/1 alínea a) CPTA como fonte de
legitimidade do reitor
■ Reitor não tem nenhum interesse pessoal relativamente ao nome da
alameda
○ Uma alternativa é utilizar o 55°/1 alínea c) CPTA que diz das entidades
públicas ou privadas, quanto os direitos e interesses que os cumpra defender
■ Estatuto das universidades para verificar se isso é possível, artigo 4°
→ l) aprofundar a relação com a cidade, é um caminho possível
○ Outro caminho possível é o 9°/2 CPTA - “qualquer pessoa jurídica” tem
legitimidade para intervir nos termos previstos pela lei
■ Interpretação de pessoa jurídica como pessoas singulares
○ Outro caminho legítimo pode ser o 55°/2 CPTA
■ A qualquer eleitor, no gozo dos seus direitos civis e políticos, é
permitido impugnar as deliberações adoptadas por órgãos das
autarquias locais sediadas na circunscrição onde se encontre
recenseado.
■ Não se aplicaria se o reitor não fosse residente em Lisboa; como
reitor enquanto reitor, não existe operatividade direta desse recurso
● Saber se o Tribunal da Relação era ou não competente?
○ Artigo 212°/3 CRP → jurisdição dos tribunais administrativos e não dos
tribunais comuns
○ Artigo 4° ETAF - concretiza o artigo 212°/3 CRP
○ Quem eram responsáveis eram os tribunais administrativos e fiscais em 1a
instância
■ Bairro Alto
● O reitor podia invocar argumento de mérito?
○ O Tribunal Administrativo não pode apreciar o mérito da decisão
administrativa, só podem apreciar a legalidade
○ Artigo 3°/1 CPTA → tribunais administrativos não julgam em função do mérito
ou conveniência da decisão administrativa - só julgam em função das normas
e princípios jurídicos que regulam a Administração
● A CML era competente?
○ Interpretação declarativa do artigo 33° alínea ss) que já foi mencionado como
competência

Problema 3 → Diretiva do SEAL


● Competência do SEAL
○ Lei Orgânica do Governo → existência de um Ministro da descentralização e
autarquias locais
○ Os secretários só agem quando existe uma delegação de poderes e
competências
○ Saber se o SEAL podia emanar uma diretiva ao abrigo dessa delegação de
poderes
○ Só existe a tutela inspectivas entre o Governo e as autarquias locais, e nunca
de superintendência
● Diretiva é realmente uma diretiva?
○ Não é uma recomendação nem uma diretiva - imposição dos meios e não
fixa os fins da medida
○ Instrução - é uma norma geral e abstrata no âmbito de uma hierarquia entre
entidades públicas
○ Isto aparenta ser mais uma orientação, que tem ainda força vinculativa
● Se o nome pode ser dado ou não
○ Regulamento da toponimia de Lisboa
● Se o município deve obedecer a orientação?
○ Atos anuláveis produzem efeitos até ser anulado, ou seja, vincula até que
seja declarado anulado
○ 161° CPA → exemplificativo, e não taxativo
■ Autonomia local; limite material da revisão constitucional
■ Poderíamos enquadrar, apesar de não expressamente, na alínea d)
desse artigo
■ Sendo um ato nulo, não precisaria ser observado pela Câmara
Problema 4 → a nova deliberação da CML
● Há quórum?
○ Há quórum e se encontra verificado
● CML era competente, como já foi visto
● Maioria necessária
● É útil, porque a primeira deliberação estava viciada e poderia ser feita
● Atos constitutivos de direitos não podem ser revogados, mas podem ser
anulados
Problema 5 → aprovação do DL do Conselho de Ministros
● O CM é competente para aprovar um decreto regulamentar?
○ Sim, pode aprovar este tipo de atos
○ uma coisa é saber se aprovar decretos regulamentares, outra coisa é saber
se pode aprovar um decreto regulamentar para mudar o nome das ruas? Não
pode, pois está contrariar a competência das autarquias locais. Lei das
autarquias locais 33. 1 ss→ competência das autarquias locais. O
instrumento que nos diz isso é uma lei da assembleia da república. O DR é
um regulamento administrativo e deve obediência à lei.
○ Regulamento é ilegal porque contraria a competência das autarquias locais -
essa matéria deve sempre ser regulada por lei da Assembleia da República
■ Incompetência
● Será a forma adequada?
○ será a forma de decreto regulamentar será a mais adequada? Não
○ 165.º CRP q) → por lei ou decreto de lei autorizado.
○ A forma é inadequada
● Será possível que a alameda seja designada de acordo com o nome do Professor
Marcello Caetano?
○ Nenhuma restrição
● Se o regulamento pode ter natureza retroativa?
○ O DR pode ter eficácia retroativa? art. 141º/1 CPA - proibição de
retroatividade para os casos elencados → no caso, está em causa as
sanções disciplinares e por isso, não pode ser imposto retroativamente
○ Não há uma proibição de retroatividade nos regulamentos e na lei; só
existem questões previstas pela Constituição - aqui está em causa uma
questão disciplinar e não criminal (a matéria em causa não cabe em
nenhuma das proibições a retroatividade)
○ viola o 2.º da CRP e o princípio da tutela da confiança

● Pode ser concedida esta competência ao PM? Lei orgânica do Gov. novamente, o
regulamento deve obediência à lei
● Não existe uma tutela sancionatória sobre as autarquias locais, apenas tutela
inspectiva (artigo 242° CRP)
● Reserva de competência absoluta das autarquias locais .
Problema 6 → Lei da AR
● Competência da AR?
○ 165.º q) pode legislar
● Saber se a AR pode aprovar um diploma de conteúdo não normativo?

● Saber se a lei pode dar competências revogatórias ao Ministro?
○ discutivel, tudo depende de se achamos se o 242.º permite ou não
○ não é claro se o 242.º foi violado ou não→ depende da nossa opinião
● A AR pode atribuir uma competência ao Ministro?

16/11/2020
Mudança no CPA de hoje:
● Parecer → opinião de alguém que faz parte do procedimento (pode ser
vinculativo ou não, isso depende da lei) - a licença ou a autorização apenas é
o fim daquele procedimento
○ Para um projeto complicado e exigente (construção de uma fábrica), é
frequente que seja necessário a intervenção de várias entidades
diferentes, que envolve diversas licenças necessárias
○ As conferências procedimentais são aquelas onde essas entidades se
juntam para discutir as decisões e as condutas necessárias para os
projetos
■ Coordenação - para coordenarem a emissão de decisões
○ CPA permite que essas conferências sejam realizadas por meios
eletrônicos, aumentam-se os prazos para que a decisão seja emitida

Você também pode gostar