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Índice

Introdução..................................................................................................................................4
Objectivos...................................................................................................................................5
Objectivo geral...........................................................................................................................5
Objectivos específicos.................................................................................................................5
PLANEAMENTO E ORÇAMENTO.......................................................................................6
1. Planeamento...........................................................................................................................6
1.1. Conceptualização.................................................................................................................6
1.2.1. Plano..................................................................................................................................6
1.3. Planeamento........................................................................................................................7
1.4. Condições para que haja planeamento..............................................................................7
1.5. Características fundamentais de um bom plano...............................................................7
1.6. Características e dimensionamento do planeamento........................................................9
1.7. Elementos que caracterizam o processo de planeamento...............................................10
1.9. Tipos de planeamento.......................................................................................................11
2. Orçamento............................................................................................................................12
2.1. Conceitos e etimologia.......................................................................................................12
2.2. Origem da palavra Orçamento........................................................................................12
2.3. Objetivos do Orçamento...................................................................................................12
3. Orçamento empresarial.......................................................................................................13
3.1. Diretrizes Orçamentárias.................................................................................................13
3.2. Princípios Orçamentários.................................................................................................14
3.3. Relação planeamento versus orçamento..........................................................................15
3.3.1. Orçamento como instrumento de planeamento...........................................................15
1.9. Exemplo de cálculo orçamentário (Orçamento das Despesas de Vendas e
Administrativas).......................................................................................................................16
Conclusão..................................................................................................................................19
Referências bibliográficas........................................................................................................20
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Introdução
o trabalho em introdução pretende trazer conceitos acerca dos fenómenos planeamento e
orçamento. Sendo eles recursos cruciais da natureza contábil, existe a obrigação de trazer
também outros conceitos básicos relacionados com a essência do tema escolhido para melhor
conciliar e facilitar na perceção do mesmo. No entanto, o tema em estudo tem como objectivo
primário desenvolver-se no contexto empresarial.

O planeamento é o processo que visa estabelecer, com antecedência, as decisões e as acções a


serem executadas em um dado futuro, para atingir objectivos definidos, em um certo prazo
(Valeriano (1998).

O orçamento é um termo quantitativo formal que parte do comportamento passado e olha para
as possíveis mudanças futuras, quantificando, em termos econômicos e financeiros, as
atividades da empresa. Trata-se de uma previsão, uma meta de acordo com a qual serão
tomadas as decisões.

O trabalho está subdividido em diversas partes, sendo de destacar uma primeira parte onde é
feita uma pequena revisão de literatura sobre o tema em estudo, designadamente no que diz
respeito à definição do planeamento, distinção, caracterização e enquadramento histórico das
suas três principais tipologias e mais tardiamente analisar o fenómeno orçamento e apresentar
a forma pratica matemática.
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Objectivos

Objectivo geral

O trabalho em destaque tem como objectivo geral:


Analisar e desenvolver os conceitos dos fenómenos “Planeamento e Orçamento”
Objectivos específicos

 O presente trabalho tem como objectivos específicos:


 Apresentar a conceptualização de “Planeamento e Orçamento”;
 Apresentar conceitos básicos relacionados ao tema;
 Desenvolver o estudo do tema no contexto empresarial.

Metodologia

Para Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa,
investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer
uma pesquisa científica. Para a realização deste trabalho, o estudante recorreu a consultas de
fontes bibliográficas com o auxílio de buscas na WEB.
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PLANEAMENTO E ORÇAMENTO

1. Planeamento

1.1. Conceptualização

O planeamento é a função administrativa que determina antecipadamente o que se deve fazer


e quais os objectivos a serem atingidos. É na sua essência um modelo teórico para a acção
futura.

1.2. Planear

Existe a necessidade de definir o termos planear para melhor perceber o fenómeno maior, o
planeamento.

Os conceitos de planeamento e de plano encontram-se inseridos na actividade que consiste em


planear, associada à necessidade de se intervir nas causas dos problemas e não sobre as suas
manifestações e, também à necessidade de racionalizar a utilização de recursos escassos,
assim como optimizar investimentos (em tempo e dinheiro). O mesmo é dizer sobre a
necessidade de pensar e agir sobre o futuro.

Planear é portanto, decidir mas também escolher. Koontz (1958) afirma que a especificidade
desta actividade reside na determinação consciente de acções concebidas e concretizadas para
atingir objectivos.

1.2.1. Plano

O plano é o instrumento que vai operacionalizar todo o processo de planeamento, consistindo


no desenho de algo para ser feito no futuro, que especifica quais são os inputs necessários
para atingir os objectivos desejados.

É uma peça fundamental para a elaboração do orçamento, constituindo uma fase essencial do
processo de planeamento, na medida em que orienta as decisões necessárias da afectação de
recursos para a consecução dos objectivos determinados, permitindo tomar decisões
necessárias, em conformidade com os resultados que se pretenda atingir, ou seja, permite e
facilita a realização dos fins e objectivos da organização, bem como proporciona uma visão
global da evolução da organização e/ou da sociedade, cria oportunidade de debate acerca das
vias possíveis e desejáveis do projecto organizacional.
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1.3. Planeamento

Para Myrian Batista, (1979: 7) o “Planeamento é um processo permanente e metódico de


abordagem racional e cientifica de problemas que supõe a acção continuada sobre um
conjunto dinâmico de variáveis e que supõe uma sequência de actos decisórios, ordenados em
fases definidas e baseados em conhecimentos técnicos e científicos que se refere, ao mesmo
tempo à definição das actividades necessárias para atender problemas determinados à
optimização da sua sequência e inter-relacionamento, levando em conta os condicionantes
impostos a cada caso, recursos, prazos, e outros.

1.4. Condições para que haja planeamento

No entanto para que haja planeamento têm que estar presentes determinadas condições. A
primeira dessas condições é a compreensão do carácter totalizante da realidade - o que
implica a necessidade de ter conhecimentos e informações sobre essa realidade. Tem que
haver também participação dos interessados e uma boa relação com entidades e serviços
envolvidos. Para além disso, é necessário ainda que a equipa seja estruturada internamente, o
que exige a existência de objectivos comuns, redes integrais de relação, boa organização,
ambiente minimamente favorável, e, vontade dos decisores.

Trata-se de um processo multidimensional, que abarca diferentes realidades, diferentes formas


de conceber e implementar actividades. Pode-se definir então planeamento como «uma
técnica de tomada de decisão que enfatiza a escolha dos objectivos explícitos e determina os
meios mais apropriados para a sua consecução a fim de que as decisões tomadas possam ser
adequadas aos objectivos da população e legitimar os programas efectivos para a sua
realização» (Rattner 1979).

1.5. Características fundamentais de um bom plano

Um bom plano deve obedecer às seguintes características fundamentais:

 Viabilidade

O plano deve ser exequível. Para se realizar, os objectivos têm de ser susceptíveis de alcance.
A sua elaboração deve ser realista, isto é, deve traçar metas que possam ser alcançadas. Deve
basear-se na pesquisa científica para ser viável.
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 Adequação

O plano deve prioritariamente desenvolver as actividades fundamentais em consonância com


os objectivos relacionados com o resultado final pretendido. Não deve desenvolver de uma
forma exagerada actividades secundárias, pois desta forma as actividades principais serão
prejudicadas e o plano carece de adequação.

 Unidade

O plano ao ser decomposto em vários planos específicos (técnico, financeiro, comercial,) não
poderá perder a unidade. Pelo contrário, essa unidade deverá ser atingida através dos vários
planos específicos, de modo a que qualquer modificação introduzida reflectir-se-à
imediatamente no plano de conjunto.

 Continuidade

A continuidade num plano só é possível se houver um anterior. Caso se verifique essa


situação, o plano deve partir do anterior, de modo a mostrar uma conexão com o plano actual.
A característica dinâmica da planificação torna-se imprescindível à continuidade.

 Flexibilidade

O plano deve poder adaptar-se às circunstâncias, pela inevitabilidade de surgimento de vários


factores, os quais imprevistos à partida. A flexibilidade que significa ausência de rigidez não
tem nada a ver com ambiguidade ou carência de objectivos. As alterações que normalmente
surgem ao longo da execução do plano são:

 Alterações de prioridades

Devido à alteração das circunstâncias iniciais, há necessidade de secundarizar os pontos


essenciais previstos e traçar outros pontos que ocupem o lugar nas prioridades.

 Precisão

Consiste na especialização clara e completa dos objectivos, de modo a eliminar-se toda a


ambiguidade que possa existir.
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1.6. Características e dimensionamento do planeamento

O recurso ao Processo de Planeamento é considerado como o meio fundamental de combater


problemas como a estagnação e o subdesenvolvimento, através da eficácia com que permite
mobilizar, afectar recursos, alterar estruturas e do imperativo de sistematização de ideias e
meios. Sendo o planeamento um recurso de inúmeras e relevantes funções, apresentaremos
aqui as crucialmente importantes. Myrian Batista (1979) caracteriza, o planeamento segundo
várias dimensões:

 Racional, porque é uma actividade que guia a acção humana, que implica uma
atitude de reflexão (sobre a informação disponível, as alternativas de acção, os
conceitos e técnicas para as traçar),
 Avaliativa que incide sobre os efeitos da acção, e a pertinência de relançar um
novo ciclo;
 Política, que decorre do facto de o planeamento constituir um processo de
tomada de decisões;
 Técnico-administrativa, porque incute organização à acção, implica a acção
concertada de diferentes níveis de poder e decisão, uma hierarquia de funções, entre
outras.
 Função de informação - selecção da informação pertinente, colheita,
armazenagem, tratamento, divulgação, elaboração de modelos de simulação, Função
de negociação / concertação, de organização de parcerias e clarificação de consensos e
conflitos;
 Função de reprodução de normas - que é central, dado que o planeamento está
estrategicamente situado no cruzamento de uma multiplicidade de regras e normas
designando os problemas prioritários e o ângulo pelo qual poderão ser tratados. Joga,
ainda, um papel decisivo no debate político;
 Função de decisão, porque ao prever o contexto de actuação permite constituir
um conjunto de estudos e previsões e definição de competências, porque planear é
também coordenar decisões, conflitos e contextos desordenados, fornecendo um
quadro coerente para a tomada de decisão;
 Função de controlo, na medida em que este controla a distribuição da
informação, a divisão do trabalho, a fixação de prioridades, entre outros. O papel do
planeamento é portanto decisivo na mudança aos níveis social, económico, cultural,
político, ambiente, etc.
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 Função de regulação [Que segundo Isabel Guerra (2000, p. 113) é a principal],


a qual consiste na racionalização dos recursos e dos seus utilizadores, do tempo
utilizado para compreender e estudar os problemas, possibilitando decisões mais
adequadas à realidade em que se pretende intervir.

1.7. Elementos que caracterizam o processo de planeamento

O processo de planeamento é caracterizado por vários elementos, porem vale destacar os


principais.

De acordo com Tavares (1990, p. 29) os elementos que caracterizam o processo de


planeamento são os seguintes:

 É sempre voltado para o futuro;


 É um processo permanente, contínuo e dinâmico;
 Pretende a racionalidade da tomada de decisões: Visa seleccionar, entre várias
alternativas, um percurso de acção;
 É sistémico e de natureza multidisciplinar;
 É iterativo;
 É uma técnica de alocação de recursos;
 É um processo cíclico, em espiral;
 É uma técnica de mudança e inovação;
 É uma técnica para absorver a incerteza do futuro.

1.8. Obstáculos e debilidades inerentes ao processo de planeamento

A escassez de meios financeiros, humanos e técnicos, aliada às dificuldades de informação e


comunicação podem estar na origem de alguns erros crassos nos processos de planeamento.
Mais detalhadamente o insucesso de um processo de planeamento pode resultar de causas tais
como:

i) Falhas de comunicação nas orientações a implementar;


ii) Inexistência de metas e indicadores fiáveis;
iii) Inexistência de mecanismos de avaliação e controlo;
iv) Insuficiente aptidão do pessoal;
v) Sobrevalorização dos números, projecções e orçamentos.
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Segundo Madureira (1990), podem ainda ser razões de inêxito do planeamento as seguintes:

1.9. Tipos de planeamento

Não existe uma única forma de proceder ao planeamento, podendo distinguir-se vários tipos
de planeamento que podem ser classificados do seguinte modo:

Quanto ao âmbito ou nível geográfico - pode ser internacional, nacional, regional,


subregional/supra-local ou local;

Quanto à entidade que planifica - pode ser público, privado ou misto;

Quanto à abrangência temática - pode ser global, sectorial ou multi-sectorial;

Quanto ao grau de obrigatoriedade ou de coacção - pode ser imperativo (obriga os


destinatários a seguir os objectivos e metas traçadas) ou indicativo (apenas aconselha que as
sigam);

Quanto ao grau de institucionalização - pode ser orgânico ou difuso;

Quanto ao grau de participação - pode ser directivo (quando a população não participa do
processo) ou participado (quando os interessados intervêm directa ou indirectamente na
elaboração e execução do plano);

Quanto ao prazo - existem três seguintes tipos de planeamento e de planos que se estabelecem
devido à existência de problemas que pela sua natureza se tornam solucionáveis num maior
ou menor espaço de tempo:

i) De curto prazo, regra geral têm como duração média um ano, e embora possam
ser trimestrais ou semestrais, são geralmente planos de acção, já que não visam a
definição de grandes linhas de orientação mas antes permitir a actuação segundo
as orientações traçadas pelos planos de médio e longo prazo.
ii) De médio prazo, têm normalmente como duração média quatro anos, e são planos
que permitem a resolução de conflitos surgidos entre as linhas de orientação
traçadas pelos planos de longo prazo, e as características desenvolvidas pela
realidade em que se está a actuar, e
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iii) De longo prazo, têm na maioria das vezes uma duração que se situa entre os dez e
os vinte anos, e aparecem ligados à definição de estratégias de desenvolvimento
que implicam mudanças de fundo na estrutura económico-social.

2. Orçamento

2.1. Conceitos e etimologia

Segundo dicionário Michaelis, “orçamento é a ação ou efeito de orçar. Cálculo dos gastos
com a realização de qualquer obra ou empresa. Cálculo prévio da receita” Para alguns, a
necessidade de orçar é tão antiga quanto a humanidade. Se pensarmos na necessidade dos
homens das cavernas de prever as quantidades de comida que seria suficiente para os longos
invernos podemos imaginar que essa necessidade possibilitou o desenvolvimento de práticas
antigas e rudimentares de orçamento.

2.2. Origem da palavra Orçamento

Deve-se aos antigos romanos, que usavam uma bolsa de tecido chamado de fiscus para coletar
os impostos. Posteriormente a palavra foi também usada para as bolsas da tesouraria e
também para os funcionários que as usavam. No início de Idade Média, a tesouraria do Reino
Unido era conhecida como “fisc”. Na França, o termo era conhecido como bouge ou bougette,
e vem do latim bulga. Entre os anos de 1400 e 1450 o termo bougett tornou-se parte do
vocabulário inglês.

Em meados do século XVIII, o primeiro-ministro levava ao Parlamento os planos de despesas


envoltos em uma grande bolsa de couro, essa cerimônia passou a se chamar “opening of the
budget” (abertura do orçamento).

O orçamento é uma expressão quantitativa formal que parte do comportamento passado e olha
para as possíveis mudanças futuras, quantificando, em termos econômicos e financeiros, as
atividades da empresa. Trata-se de uma previsão, uma meta de acordo com a qual serão
tomadas as decisões.
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2.3. Objetivos do Orçamento

Seguindo a linha conceitual do termo orçamento, torna-se claro entender mesmo que de forma
hipotética, os objectivos do mesmo, assim, pela sua natureza financeira, o orçamento tem
como principais objectivos:

 Planejar e programar as atividades de um modo lógico e sistematizado, de maneira que


as ações de curto prazo, corresponda à estratégia de longo prazo da empresa.
 Coordenar as ações/atividades dos diversos departamentos da empresa para garantir a
sinergia e consistência das ações.
 Comunicar informar a todos os objetivos, oportunidades e planos da empresa aos
diversos gerentes de equipas para a sua disseminação.
 Motivar fornece estímulos para que todos atinjam as metas pessoais e organizacionais
desejadas.
 Controlar as atividades da empresa por comparação (ações) com os planos originais,
para realizar os ajustes necessários.
 Avaliar fornecer bases para a avaliação dos resultados de cada departamento, com base
nas metas propostas pela direção, nas estratégias e nos recursos.

3. Orçamento empresarial

3.1. Definição

De acordo com Lunkes (2009), o orçamento empresarial pode ser definido como um plano
dos processos operacionais para um determinado período. Tal autor afirma que o orçamento é
uma forma representativa dos objetivos económico-financeiros a ser atingidos por uma
organização, expresso por intermédio da formalização das projeções de suas receitas e de seus
gastos.

Para se fazer as projeções, deve-se definir uma unidade de tempo. Quando o orçamento é
elaborado por uma organização, normalmente, a unidade de tempo utilizada é o ano,
subdividido em meses. Por exemplo, quando um ano está terminando, faz-se a projeção de
receitas e gastos para todos os meses do ano que irá se iniciar.
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3.1. Diretrizes Orçamentárias

As Diretrizes estabelecem as metas e prioridades para o exercício financeiro seguinte e orienta


a elaboração do Orçamento. Correspondem ao briefing da alta administração, direcionando as
ações para os vários segmentos.

 Premissas Orçamentárias

Antes de iniciar a discussão e preparação de um orçamento empresarial, é necessário definir


as premissas que norteiam este processo, denominadas Premissas Orçamentárias. As
Premissas são também denominadas de pressupostos. Devem ser. De alguma forma, resultado
de algum nível de consenso entre os gestores têm impacto muito importante sobre os
resultados, tornando o plano exequível, confiável ou não, dependendo do patamar
estabelecido.

 Premissas Orçamentárias de Estruturação

Correspondem aos critérios considerados, tais como moeda de decisão utilizada, período de
planeamento (janeiro a dezembro, julho a junho, por exemplo).

 Premissas Orçamentárias - Económico-financeiras

Trata-se das premissas mais conhecidas. Correspondem a inflação, juros, variação dos preços
dos insumos, variação cambial, etc. As premissas devem estar prontas e definidas antes do
início da montagem do orçamento propriamente dito.

 Premissas Orçamentárias – Operacionais

Referem-se às atividades de elaboração do orçamento, propriamente ditas. Dentre elas,


destacam-se: a) fatores de consumo de materiais e mão-de-obra; b) hierarquia de produtos
para o período futuro; c) estrutura organizacional do ponto de partida; d) relação dos centros
de custos e unidades de negócios a detalhar no plano de contas; e) pendência de obtenção de
insumos; f) pontos de partida.

3.2. Princípios Orçamentários

Correspondem aos princípios clássicos apresentados por Welsch (1992), que levam em conta
a necessidade estrutural e servem de checklist para o adequado desenvolvimento do
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orçamento. São Princípios do Planeamento Estratégico e Orçamentário considerados de


relevância para o orçamento Empresarial:

 Envolvimento Administrativo (Este princípio é fundamental. Caso não esteja presente


nos gestores, todo o processo pode ser afetado de maneira significativamente desfavorável.)
 Adaptação organizacional (Esse princípio é fundamental para que os gestores saibam
quem deve ser chamado para discutir o plano e, posteriormente, ser cobrado)
 Contabilidade por área de responsabilidade (Unidades de negócios, centros de lucros,
centros de custos e centros de responsabilidades devem estar claramente definidos na
contabilidade e devem ser considerados na geração de informações)
 Orientação por objetivos (Uma amarração adequada dos objetivos permite coerência
entre as ações, priorização, avaliação e mesmo política de remuneração adequada)
 Comunicação integral (Quanto mais clara e apoiada for a comunicação no processo de
planeamento, mais facilmente os problemas serão tratados por todos)
 Expectativas realísticas (Deve ser evitado tanto o plano acomodado, ou seja, sem
desafios, como também o plano agressivo em demasia, mas com baixa probabilidade de se
converter em realidade)
 VII Oportunidade (A oportunidade está ligada ao momento mais adequado de dispor
das informações para sua utilização)
 Aplicação flexível (O plano não deve dominar a organização)
 Acompanhamento (O planeamento só se consuma se for monitorado, acompanhado e
controlado.

3.3. Relação planeamento versus orçamento

3.3.1. Orçamento como instrumento de planeamento

Obviamente que o planeamento é um universo que envolve muitos elementos contábeis e não
e não só. No universo empresarial, o orçamento sendo um recurso imprescindível do sistema
esquemático organizacional, ele naturalmente faz parte de algum tipo de planeamento interno

“ O orçamento é um instrumento de planeamento das atividades de uma


organização. Antes de concordarmos com tal afirmação, é bom definir o que
significa a palavra “instrumento”. Recorrendo novamente ao dicionário Aurélio, a
palavra instrumento significa: o recurso empregado para se alcançar um objetivo”
(SANVICENTE, 1983).

Diante dessa definição, lembrando-se de que o principal objetivo das organizações é o lucro,
podemos concordar com os autores e considerar o orçamento como um instrumento de
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planeamento empresarial, pois, ao se projetarem as receitas e os gastos, podemos obter


também uma projeção de lucro. Dessa forma, por intermédio do orçamento, é feito um
planeamento económico-financeiro para se atingir o lucro desejado no ano seguinte.

3.4. Planeamento estratégico

Como o orçamento é projetado para o período de um ano, trata-se de um instrumento de


planeamento de curto prazo. Devido ao aumento da concorrência, que se acentuou nas últimas
décadas, ocasionado, entre outros motivos, pelo processo de globalização, as organizações
não devem fazer somente um planeamento de curto prazo. Torna-se necessário também fazer
um planeamento de longo prazo, mais conhecido como planeamento estratégico

Lunkes (2009) comenta que o planeamento estratégico é definido para um período longo de
tempo, normalmente de cinco ou mais anos, e deve abranger três principais pontos: 1º) decidir
para onde a organização vai; 2º) avaliar o ambiente dentro do qual ela operará; 3º)
desenvolver estratégias para alcançar os objetivos definidos.

3.5. Orçamento como Instrumento de controlo

Além de Sanvicente e Santos (1983) defenderem a ideia de que o orçamento é um


instrumento de planeamento das atividades de uma organização, também o ressaltam como
instrumento de controlo. Para que o orçamento seja utilizado como instrumento de controlo,
basta que, por intermédio de relatórios gerenciais (vide tabela), as projeções sejam
comparadas com os resultados efetivamente obtidos.

Preço de venda 1o Trimestre Variação % para o 2o semestrePreços de venda 2o semestre

Pá 170,00 9% Pá 200,00

Enxada 240,00 9% Enxada 260,00

Picareta 330,00 9% Picareta 350,00


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1.9. Exemplo de cálculo orçamentário (Orçamento das Despesas de Vendas e


Administrativas)

Como é de senso comum, no universo da contabilidade empresarial existem inúmeros tipos de


orçamentos, que embora apresentem formas e modelos de cálculos divergidos, eles no
entanto, carregam no seu amago uma identidade de expressão técnico-matemática que faz
com que haja uma relação na forma de cálculo orçamental de todos tipos de orçamento.
Assim vale modelos de cálculos de alguns tipos de orçamentos empresariais.

Consiste nas Despesas Variáveis (despesas de vendas) e Despesas Fixas (administrativas).

 Despesas Administrativas: envolve as despesas necessárias para a gestão das


operações de uma empresa.
 Despesas de Vendas: envolve todos os gastos efetuados com a venda e a distribuição
dos produtos.

Exercício: Considerando que na Empresa Floripa as despesas são classificadas como variáveis
ou fixas. Para determinar as despesas variáveis, a empresa estabelece sua política de
comissões de vendas em R$3,00 por unidade e frete, R$1,00 por unidade. O cálculo das
despesas variáveis por mês é baseada no número de unidades vendidas. Em relação às
Despesas Administrativas, considere o quadro abaixo:

Despesas fixas mensais


Propaganda 50.000,00
Salários vendas 30.000,00
Salários administração 120.500,00
Depreciação 11.500,00
Taxa e seguros 10.000,00
Fonte: Elaborado pelo estudante

Calculo:

Quadro – orçamento das vendas e


administrativas
Janeiro Fevereiro Marco
A Despesas variáveis MZN MZN MZN
B Comissão de vendas (3,00) 90.000,00 105.000,0 120.000,00
0
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C Frete(1,00) 30.000,00 35.000,00 40.000,00


D=(A+B+C) Total variável 120.000,00 140.000,0 160.000,00
0
E Despesas MZN MZN MZN
F Propaganda 50.000,00 50.000,00 50.000,00
G Salários vendas 30.000,00 30.000,00 30.000,00
H Salários administrativos 125.000,00 125.000,0 125.000,00
0
I Depreciação 15.000,00 15.000,00 15.000,00
J Taxas e seguros 10.000,00 10.000,00 10.000,00
L=(E+F+G+H+I+J) Total fixos 230.000,00 230.000,0 230.000,00
0
M=(D+L) Total de despesas 350.000,00 370.000,0 390.000,00
0
Fonte: Elaborado pelo estudante

Memória de cálculo

Despesas variáveis

Comissão de vendas: quantidade vendida X valor da comissão por unidade

Janeiro: 30.000 X 3,00 = 90.000,00

Fevereiro: 35.000 X 3,00 = 105.000,00

Março: 40.000 X3,00 = 120.000,00

Frete: quantidade vendida X valor do frete por unidade vendida

Janeiro: 30.000 X 1,00 = 30.000,00

Fevereiro: 35.000,00 X 1,00 = 35.000,00

Março: 45.000,00 X 1,00 = 45.000,00

Resposta: o Total do das despesas de vendas e administrativas para o período seria de:
350.000,00; 370.000,00 e 390.000,00 MZN (meticais) respetivamente.
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Conclusão

Fechando esta dissertação, com base nos dados apresentados durante todo o discernimento
conclui-se que os fenómenos Planeamento e Orçamento em alguns casos se caracterizam pela
relação de subordinação, pois o Orçamento além de ser dimensionado como instrumento de
controlo, ele também carrega qualidades internas de um plano, neste caso como instrumento
de planeamento. Dada a característica natural do homem em gerir recursos e prever os
fenómenos ao longo dos tempos, faz entender que a necessidade de orçar é tão antiga quanto a
humanidade. Se pensarmos na necessidade dos homens das cavernas de prever as quantidades
de comida que seria suficiente para os longos invernos podemos imaginar que essa
necessidade possibilitou o desenvolvimento de práticas antigas e rudimentares de orçamento

Contudo, reconhece-se aqui também que diferentemente de outros tipos de orçamento, o


orçamento empresarial é um recurso contábil de vasta complexidade face a sua gestão e
controlo, com isso, a sua administração deve ser feita com indivíduos munidos de
conhecimento da área ou relacionado

Planear não nos deve apenas indicar o que pensar do futuro, ou até de que futuro precisamos,
mas tem de indicar também quais as acções podem levar a esse futuro. Significa mobilizar
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todas as disponibilidades tanto humanas como financeiras e, é também uma nova forma de
formação contínua.

Planear é portanto, decidir mas também escolher. Tendo sempre em vista o alcance dos
objectivos; orçamento é a ação ou efeito de orçar ou Calcular os gastos com a realização na
qualquer atividade ou organização. Assim esses termos caminhas sempre juntos e
dependentes um ao outro.

Referências bibliográficas

FREZATTI, Fábio. Orçamento empresarial: planeamento e controle gerencial. 4. ed. São


Paulo: Atlas, 2007.

SANVICENTE, Antônio Zoratto; SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na administração de


empresas: planeamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1983.

SANVICENTE, Antônio Zoratto. Orçamento na Administração de Empresas: planeamento e


controle. 2ª ed., 17 reimpressão. São Pa

WELSCH, Glenn Albert. Orçamento empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

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