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O LOUCO INFRATOR

E O ESTIGMA DA
PERICULOSIDADE

Psicologia, Ética e Legislação Profissional

Docente: Gênesis Guimarães


COMPONENTES
● ADÃO VITOR SANTOS BRITO
● CLAUDIA VIVIEN CARVALHO DE OLIVEIRA SOARES
● CRISTINA PEREIRA CAIRES
● DANUSIA VALERIA PORTO DA CUNHA
● EVELYN NUNES
● GABRIEL DOS SANTOS NOLASCO
● GEOVANA RODRIGUES MOREIRA
● JAMILLY VIANA DUTRA
● LETICIA FLORES SANDE
● LUCIANA CARVALHO BRITO
O louco nem sempre é visto
como um ser perigoso;
“O louco infrator: das
velhas práticas aos
novos modos de
atenção e cuidado”

Couto e Nogueira
01
Razão
X
Desrazão
Razão x Desrazão

Estigma Marginaliza
O estigma da 01 02 E rotula os indivíduos
periculosidade é uma
construção social

Especialmente Perigosos
aqueles apresentados 03 04 como intrinsecamente
com transtornos mentais perigosos para a
sociedade.
Razão x Desrazão

Estigma Instituições Legais


não apenas influencia a Isto afeta políticas públicas,
forma como a sociedade decisões judiciais e a
enxerga essas pessoas, própria abordagem da
mas também permeia as saúde mental.
instituições legais.
Obra Cinematográfica

Exemplo: “o estranho no ninho”


associação entre transtornos mentais e
periculosidade

> Baseada Retrata


em estereótipos indivíduos com
perpetuados pela doenças mentais
mídia. como potenciais
ameaças
02
Periculosidade
e Sistema Legal
Periculosidade e Sistema Legal

Penas mais Possibilidade


rigorosas O estigma da
de reabilitação
periculosidade também
deixa sua marca no
sistema legal, moldando a
maneira como os tribunais
Ciclo
Tratamentos lidam com casos Prejudicial
desumanos envolvendo indivíduos
designados como "loucos
em que o estigma
infratores". alimenta a exclusão
A suposição de social;
periculosidade pode
Negligência resultar em: Dificultando
Muitas vezes negligenciando A reintegração
a complexidade das dessas pessoas à
condições mentais;
sociedade
Importância do Trabalho Interdisciplinar
Minimização existente da importância de um trabalho interdisciplinar

Nesse processo de pessoas que sofrem de


Ponto 1 transtorno mental, que cometem um crime;

Visão dos juristas: visão bivalente que trata o


Ponto 2 sujeito como um louco perigoso ou não;

Crimes cometidos por pessoas que sofrem com


Ponto 3 algum transtorno mental são consequência de
uma longa história patológica pregressa.
Imputabilidade

> Intelectivo
> Volitivo
Imputabilidade é a
Esses elementos
capacidade que o ser
precisam vir junto, pois na
humano tem de entender
falta de um deles, o sujeito
no momento, o caráter
será tratado como
ilícito daquela ação ou
inimputável.
omissão.
A inimputabilidade é quando o agente que
no momento da ação ou omissão esteja com
o desenvolvimento mental comprometido
ou apresente consigo uma doença mental,
provando assim que o sujeito não tinha/ têm
compreensão do caráter ilícito do fato se
tornando inimputável.
Código Penal
CP - Decreto Lei nº
2.848 de 07 de Redução de Pena
dezembro de 1940

Parágrafo único
Art. 26
A pena pode ser reduzida de um a
É isento de pena o agente que, por
dois terços, se o agente, em
doença mental ou
virtude de perturbação de saúde
desenvolvimento mental
mental ou por desenvolvimento
incompleto ou retardado, era, ao
mental incompleto ou retardado
tempo da ação ou da omissão,
não era inteiramente capaz de
inteiramente incapaz de entender
entender o caráter ilícito do fato ou
o caráter ilícito do fato ou de
de determinar-se de acordo com
determinar-se de acordo com esse
esse entendimento. (Redação
entendimento. (Redação dada pela
dada pela Lei nº 7.209, de
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984).
Código Penal
A lei então prevê dois
tipos de medidas de
segurança:
O Código Penal, nos
artigos 96 a 99, Internação em hospital
>
descreve as psiquiátrico ou
chamadas Medidas estabelecimento equivalente;
de Segurança.
> Tratamento ambulatorial.

Constatada a inimputabilidade do
indivíduo, o juiz determinará sua
internação.
Teoria da
Periculosidade 03
“A violência não caracteriza toda e
qualquer doença mental e
criminalidade dos doentes mentais,
só representa uma pequena
proporção da criminalidade geral”

Cabral (2008)
Teoria da Periculosidade
Princípios da Escola
Positiva do Direito Penal:
Infração penal é reflexo de uma personalidade.

> Antissocial
Anormal
Perigosa
Teoria
A discussão abordada gira em torno da crítica
à "teoria da periculosidade", uma abordagem
que tem sido amplamente utilizada desde a
década de 1940;
Teoria da Periculosidade

Constituição Figura
a Constituição de 01 02 "delinquente" e a do
1988 não acolheu a "condenado";
noção de
periculosidade;

Teoria Culpabilidade
da periculosidade e o 03 04 A Constituição exige
sistema de medidas a culpabilidade
de segurança; como pressuposto
para a imposição de
sanções penais.
04
Conclusão
No delicado equilíbrio entre saúde mental e
sistema legal, a reflexão sobre o "louco
infrator" e o estigma da periculosidade
revela-se crucial para a construção de uma
abordagem mais justa e humanizada.
Conselho Federal de Psicologia

1 4
Necessidade Condição Psicólogica
destaca a necessidade de uma a condição psicológica não deve
avaliação psicológica abrangente ser automaticamente associada à
que ultrapasse a mera análise do periculosidade.
estado mental.

Compreensão Importância
do contexto social, histórico enfatiza a importância de evitar
estigmatizar automaticamente
e individual é fundamental aqueles que enfrentam desafios de
para uma abordagem justa. saúde mental;

2 3
Âmbito Profissional

A promoção de
A postura ética e intervenções
baseada em evidências terapêuticas e a defesa
torna-se um imperativo; de tratamentos
adequados;

Papel Postura Equilíbrio Intervenções Compreensão

A compreensão de que
Equilibrar a proteção da muitos transtornos mentais
O papel dos psicólogos sociedade com a são tratáveis e que a
é crucial; promoção da saúde recuperação é possível é
fundamental para desafiar o
mental;
estigma arraigado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Artigo 26 do Decreto Lei nº 2.848. JusBrasil. Disponível em:


https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637167/artigo-26-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940. Acesso em: 20 de novembro de 2023

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