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PSICOLOGIA JURUDICA.

SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN

PAPEL DA PSICOLOGIA: A relevância do estudo do comportamento


humano está na linha da investigação de sua ocorrência. Um comportamento
seja ele socialmente adequado ou inadequado, antissocial ou antijurídico
pode ser expresso por pessoas entendidas como “normais” do ponto de vista
de saúde mental e por pessoas com transtorno mental.

Neste contexto sua atuação engloba:


• O estudo do comportamento humano, a conduta;
• O interesse pelo comportamento de uma doença mental como qualquer
outro comportamento;
• O tratamento de doenças mentais e de pessoas em sofrimento
psicológico;
• O comportamento como resposta, ou seja, algo ou alguma situação o
provocou.

Importância da Psicologia no âmbito jurídico para a explicação da conduta


humana, visto que a complexidade dos comportamentos se dá pela
multiplicidade de fatores que o determinam, ESTES INERENTES AO
SER HUMANO.
PERSONALIDADA
COMPORTAMENTO
CARÁTER
TEMPERAMENTO

Para se viver em sociedade é necessário se adequar a um grupo social, e isso


acontece desde a infância, o ser humano é orientado a se enquadrar no
modelo social, no qual vive e assim se construindo como ser pertencente a
este grupo, podendo no seu caminhar, criar um modelo, ou migrar para outro
grupo.

Personalidade: “As características próprias e particulares que definem


moralmente uma pessoa”.
Comportamento: “Conjunto das atitudes específicas de alguém diante de um
fato, tendo em conta seu ambiente, sociedade, cultura, subjetividade, e
outros”.
Caráter: “Conjunto de adjetivos (bons ou maus) que distinguem (uma
pessoa, um povo).
Temperamento: “Conjunto dos aspectos psicológicos e morais que
influenciam o modo de ser e de se comportar.

Assim, o papel da Psicologia implica o estudo:


Da organização psíquica particular de cada personalidade sobre a qual o
indivíduo opera entre os mundos interno e externo, entre a percepção de si
próprio e do outro.

IMPUTABILIDADE, SEMI-IMPUTABILIDADE E
INIMPUTABILIDADE
A capacidade está relacionada legalmente com aspectos objetivos e
subjetivos, sendo este último de maior interesse no campo da Psicologia
Jurídica. No Direito Penal, IMPUTABILIDADE significa que uma pessoa
imputável é a que já pode responder por seus atos e ser condenada a alguma
pena por causa deles.

SEMI-IMPUTABILIDADE
Redução da capacidade de entendimento do caráter delituoso do fato, ou de
determinação de acordo com esse entendimento, em virtude de perturbação
da saúde mental, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou
em decorrência de embriaguez incompleta.

INIMPUTABILIDADE
A pessoa que não apresenta condições de autodeterminação na data do crime
ou que seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. O
inimputável é isento de pena.

INCAPACIDADE RELATIVA E PLENA


A incapacidade absoluta determinada legalmente contém uma cláusula
objetiva, o fator idade. Outros determinantes outrora elencados como
fundamentos para a incapacidade absoluta figuram no rol das incapacidades
relativas.

Código Civil
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os
exercer:
I- os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II- os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III- aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade;
IV- os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação
especial.

Código Penal
Cita a capacidade de responsabilização de pessoas com transtorno mental,
ante o cometimento de crimes.
Art. 26. é isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento ou retardo, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.

O aumento da violência têm exigido cada vez mais a participação do


psicólogo no esclarecer dos fatos. O desenvolvimento da psiquiatria e
psicologia contribuíram de forma intensa para os órgãos da Justiça, como o
Ministério Público, por exemplo, dos processos que regem a vida humana e
a saúde psíquica.

A concepção biológica, em determinado momento, estabeleceu parâmetros:


Teoria de Galton – as funções intelectuais e o caráter estavam relacionadas
ao tamanho do crânio;
Teoria de Lombroso – que o aumento da criminalidade estava relacionado ao
fator hereditário, que pelas características físicas poderia se identificar o
indivíduo criminoso.

Esquirol- principal defensor de que os comportamentos como:


Loucura, perversidade, maldade ou crueldade, se referenciava a concepção
médico-moral.
As primeiras notificações da prática da avaliação médico-legal são atribuídas
aos hebreus, usavam os serviços para anulação de casamento, esterilidade,
impotência e homicídio.

Sendo que foi com Castel, com o caso francês Pierre Rivière (degolou mãe,
irmã e irmão), no ano de 1835, o primeiro embate médico-jurídico.
Com uso de motivações e intenções do indivíduo.
Grécia Antiga – recorria as parteiras como peritas.
No Direito romano – direito canônico (conjunto de leis que rege a estrutura
institucional da Igreja Católica Apostólica Romana) – a inspeção deveria ser
realizada pelo Juiz e Peritos.
Em 1532, no Código Criminal carolino (a primeira lei exigindo a presença
de técnicos para a interpretação de vestígios criminais ligados à pessoa.), a
medicina é inaugurada oficialmente, que obrigada em certos casos, a
consulta pericial.
Na França, em 1838, foi promulgada a primeira Lei de Proteção aos
Alienados, porém sem mencionar os alienados criminosos.
No Brasil, na mesma época, o Código do Império declarava que os doentes
mentais que cometessem crimes não seriam julgados.

Em 1876, em São Paulo, pela primeira vez, dois médicos elaboraram laudo
solicitando transferência por questões de problemas mentais.
Em 1897, Franco da Rocha, assumiu o Serviço de Assistência aos psicopatas
do Estado.
1898 – inaugurado o Hospital psiquiátrico, Juquery, maior da América
Latina.

Em 1903, aprovada Lei que separava os alienados criminosos dos demais


encarcerados.
Em 1921, no Rio de Janeiro inaugura o primeiro manicômio judiciário.
Primeiro diagnóstico médico-legal de inimputabilidade no Brasil, Febrônio
índio do Brasil, 1920
Com o enquadre histórico, percebe-se a interface psiquiatria e direito.
Devido a necessidade de compreender o indivíduo pela sua:
• Autonomia;
• Capacidade;
• Autogovernar;
• Autodeterminar.
Que dizem respeito à responsabilidade de seus atos.

Considerar a perspectiva psicológica dos fatos jurídicos.


Colaborar com o planejamento e execução da Políticas de:
• Cidadania;
• Direitos humanos;
• Prevenção da Violência;
• Fornecer aporte técnico ao processo judicial.
E de pequena contribuição, ainda hoje, sua participação na formulação,
revisão e interpretação da Leis.

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