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EXMO. SR.

JUIZ DE DIREITO DA xxxVARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO


HORIZONTE – MG

Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, já qualificados nos autos da Ação de Indenização,


processo em epígrafe, proposta em face de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vêm
respeitosamente, perante V. Exa., através de seus procuradores infra-assinados, em
virtude do despacho de fls., informar para ao final requerer:

I – DA MISERABILIDADE JURÍDICA DOS AUTORES

Os Autores cumpriram todos os requisitos legais para a concessão da justiça gratuita.


Vejamos o que dispõe o art. 4º, caput e §1º, da Lei 1060/50:

“Art. 4º - A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples


afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
§1º - Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos
desta Lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais”.

Em suma, o dispositivo legal acima transcrito, não condiciona o benefício à prova da


necessidade, exigindo apenas a singela afirmação de situação de necessidade. Nesse
mesmo sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

“Para que a parte obtenha o benefício da assistência judiciária, basta a simples afirmação
de sua pobreza, até prova em contrário” (RSTJ 7/414).

Assim, a simples afirmação, através da declaração de pobreza, o que foi feito pelos
Autores, serve como fundamento para o pedido e a concessão do beneplácito da
assistência judiciária gratuita.
Contudo, apesar de preencherem os requisitos previstos na Lei 1060/50, os Autores
atenderam a todos os despachos determinando a comprovação da
miserabilidade jurídica, sendo que para tanto acostaram aos autos documentos
que comprovam que não possuem renda suficiente para arcar com custas
processuais e honorários de sucumbência.

De acordo com cópia da declaração de imposto de renda xxxxxxx acostada aos autos,
o único bem que a primeira Autora, Consuelo Pereira, possui é a participação de R$
5.000,00 em uma empresa.

Já o Autor xxxxxxxxxxxxxx está desempregado, não possuindo bens nem renda


mensal, o que se comprova pela declaração de isento acostada aos autos.

Em relação à terceira Autora xxxxxxxxxxxxxxx, informam que foi juntada declaração de


isento do último exercício e que aquela trabalha na cantina de uma escola pública
fazendo a merenda dos alunos. De acordo com contracheque acostado aos autos,
mensalmente é descontado de seu salário o valor do empréstimo que fez para pagar o
contrato assinado com os Réus, o que diminui consideravelmente sua renda mensal.

Além disso, é viúva sendo, portanto a única provedora da família e não possui bens.

A situação de todos os Autores se enquadra no previsto no artigo 2º da Lei 1060/50:


Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no país,
que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho.
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação
econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem
prejuízo do sustento próprio ou da família.
Insta salientar que no presente caso não houve qualquer tipo de prova da inexistência
ou do desaparecimento dos requisitos essenciais à concessão da assistência judiciária,
conforme determina o art. 7º da Lei nº 1060/50. Sendo assim, não há de ser afastada
a presunção de pobreza dos Autores.

Ressalte-se que todos contraíram empréstimo a juros exorbitantes para assinarem o


contrato com os Réus. Diante das falsas promessas e da inexistência da tão sonhada
loja virtual, nenhum deles teve condições de continuar pagando as parcelas dos
empréstimos, fazendo com que a dívida inicial triplicasse.

Assim, resta claro que todos preenchem os requisitos para a concessão dos benefícios
previstos na LAJUR, uma vez que se arcarem com custas processuais estarão
prejudicando enormemente o seu próprio sustento e o de suas famílias.

Pelo exposto, pugnam os Autores pela concessão do pálio da Justiça Gratuita e pela
expressa deliberação deste d. Juízo sobre este pedido.

Nestes termos, pedem e esperam deferimento.


Belo Horizonte, xxxxx

Fulano
OAB/

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