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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Escola de Enfermagem
Cuidado em Enfermagem ao Adulto II

Lesão diabética e
osteomielite
Rafaela Lagôas Coelho
00333240
DIABETES
Diabetes mellitus é uma condição associada a um quadro hiperglicêmico, resultante da
falta de insulina ou insuficiência na sua ação

Derrame cerebral Retinopatia diabética

Doença Catarata
cerebrovascular
Glaucoma

Doença Doença
cardiovascular periodontal

Nefropatia Doença vascular


diabética periférica

Neuropatia Lesões no pé
diabética

(FERRIER, 2020)
EPIDEMIOLOGIA E JUSTIFICATICA

537 milhões de pessoas com diabetes no


mundo.

17 milhões de pessoas
5° pais em número de casos em 2021.

Uma pessoa com DM, em um país em desenvolvimento, tem 25% de chance


de desenvolver pelo menos uma úlcera no pé durante a vida;

A neuropatia periférica diabética acomete


cerca de 50% dos pacientes portadores de DM;
85% das amputações de membros inferiores
ocorre em pacientes com diabetes.

20% do total de úlceras diabéticas agravarão para osteomielite;

(SBD, 2023) (FIOCRUZ) (Ministério da Saúde, 2016)


PÉ DIABÉTICO
Um estado de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados a alterações
neurológicas e a vários graus de doença vascular periférica nos membros inferiores (OMS)

CAUSAM
ALTERAÇÕES
SENSITIVA

NEUROPATIA MOTORA
DIABÉTICA
DIABETES AUTONÔMICA

Associadas à causam
ESTADO DE ULCERA NO PE
HIPERGLICEMIA

DOENÇA ARTERIAL
PERIFÉRICA
ISQUEMIA
CAUSAM
ALTERAÇÕES
SENSITIVA

NEUROPATIA MOTORA
or
DIABPETICA
d a sp cau
a sam
voc
Pro

AUTONÔMICA
DIABETES

ULCERA NO PE
ESTADO DE
HIPERGLICEMIA
Pro
v oca m
das sa
por cau

DOENÇA ARTERIAL
PERIFÉRICA ISQUEMIA
ALTERAÇÕES
DA NEUROPATIA DIABÉTICA

SENSITIVA MOTORA AUTONÔMICA

Perda da regulação das


Perda da sensibilidade da dor e Atrofia dos músculo pé e comunicações arteriovenosas
temperatura pernas
Alteração do fluxo sanguíneo
Deformidades: dedos em garra
Formigamento e martelo
Pele seca, com rachaduras e
Desvios da coordenação e fissuras
postura e marcha

(BORGES, 2012) (GAMBA, 2016)


ALTERAÇÕES
DA NEUROPATIA DIABÉTICA

Visão plantar do valgismo de hálux


Calcâneos com rachaduras e fissuras

Deformidade por neuropatia motora

Dedos em martelo.
(BORGES, 2012) (GAMBA, 2016)
FISIOPATOLOGIA PD

NEUROPATIA
DIABÉTICA

espessamento da novo
pé insensível e causando carga alto estresse aumento ulceração
anormal sobre o pé mecânico pele -> Calo, bolha, da pele
deformado na carga
ferimentos sup.
ALTERAÇÕES
DA NEUROPATIA DIABÉTICA

Artropatia de Charcot
É uma doença crônica, que gera uma destruição dos ossos e articulações, por meio de micro fraturas resultantes da neuropatia

A prevalência da NAC no DM é estimada entre 0,1 e 13%. Em pacientes com neuropatia, a prevalência é superior a 35%

COLAPSO LONGITUDINAL DO ARCO MÉDIO DO PÉ

(BORGES, 2012) (GAMBA, 2016)


Perda de função
abertura irreversível fuga do sangue da Rapido fluxo do sangue
das fibras do pé
dos “shunts” rede arterial para a leva a uma diminuição
sistema nervoso hipervascularizado
arterio-venosos rede venosa da massa óssea que
autónomo
favorece as fraturas

(BORGES, 2012) (GAMBA, 2016)


CAUSAM
ALTERAÇÕES
SENSITIVA

NEUROPATIA MOTORA
or
DIABPETICA
d a sp cau
a sam
voc
Pro

AUTONÔMICA
DIABETES

ULCERA NO PE
ESTADO DE
HIPERGLICEMIA
Pro
v oca m
das sa
por cau

DOENÇA ARTERIAL
PERIFÉRICA ISQUEMIA
ALTERAÇÕES
DA DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA

Principal causa de DAP é a aterosclerose e que tem como consequencia a isquemia

Diagnóstico de DM: Cerca de 8% dos pacientes: algum grau de comprometimento macrovascular

após 20 anos de curso de doença: atinge até 45% desses pacientes

A doença arterial periférica (DAP), quando associada à neuropatia, é uma das principais
causas não traumáticas de amputação.

(BORGES, 2012) (GAMBA, 2016)


FISIOPATOLOGIA PD

DOENÇA ARTERIAL
PERIFÉRICA

Espessamento dos prejuízo da circulação


vasos sanguíneos que local e diminuição do fluxo cicatrização mais lenta fator de risco para
suprem os nervos sanguineo e ineficaz amputação
CLASSIFICAÇÃO UPD

Neuropático Vascular | isquêmico Misto


Ocorre na maioria dos casos; Dolorosa, piora ao elevar ou exercicio O paciente apresenta isquemia
Região plantar em áreas ou áreas de Pé frio, com pulsos e neuropatia;
pressão; diminuídos|ausentes;
Formigamento e sensação de queimação; Seca, com bordas irregulares; Há risco aumentado para
Redução da sensibilidade/indolor; Pode haver presença de ganrena. amputação.
Pulsos regulares

Fonte: BORGES, Eline L.. Feridas - Úlceras de Membros


Inÿeriores. São Paulo: Grupo GEN, 2012.
CLASSIFICAÇÃO
Classificação de Ferida Diabética da Universidade do Texas corresponde à
profundidade

corresponde à presença de infecção

(Manual do pé diabético, 2016)


RESUMO

alteração da pressão plantar


DEFORMIDADES

NEUROPATIA
DIABPETICA
insensibilidade
DOENÇA ARTERIAL
PERIFÉRICA
isquemia (BORGES, 2012) (GAMBA, 2016)
OSTEOMIELITE
É um processo infeccioso provocado por bactérias, fungos ou vírus, que acomete estruturas ósseas.

Staphylococcus spp. - prevalente


Infecções Gram-negativas e infecções Entre 2009 e 2019 houve 183.975
polimicrobianas (83% das infecçoes do pé internações por osteomielite no Brasil
diabético)
Taxa de mortalidade: 1,26 óbitos para
cada 100 pacientes internados.
(SANTOS, 2021)

O primeiro e quinto metatarso, calcâneo e a


falange distal do hálux
Abscesso de Brodie

áreas osteolíticas

(HICKS,20200

(MANDELL,2018)

Lesão na metáfise proximal da tíbia


Há ruptura do córtex e do periósteo e formação de um
trato sinusal (setas vermelhas)

(HIHARA, M.,et al, 2022)


DIRETRIZES
Lei nº 11.347, de 27/09/2006 - Distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação
e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes

Lei nº 13.895, de 30 de Outubro de 2019 - Política Nacional de Prevenção do Diabetes e de Assistência Integral
a Pessoa Diabética;

PL 2537/2021 - isenção do imposto de importação e do imposto sobre produtos industrializados incidentes sobre
equipamentos e medicamentos destinados ao tratamento de diabetes.
PAPEL DA ENFERMAGEM

Educação em Medidas de Avaliação dos Adesão ao Plano de


saúde prevenção pés tratamento cuidado
individualizado

Realização do Cuidados com a Qualidade de


curativo ferida vida
CASO CLÍNICO

Paciente L.V.C, 66 anos, sexo feminino, trabalha como empregada doméstica, reside sozinha.
Tabagista á 20 anos e portadora de diabetes mellitus tipo 2 descompensado, por uso inadequado dos
medicamentos. e infarto prévio em 2019. Paciente relata que ao tropeçar em uma pedra abriu uma ferida no
MID (5 metatárso) que não cura, atrapalha em sua rotina e sente vergonha da ferida.

No exame físico:
Lucida e orientada, PA: 128x76, FC: 91 bpm, FR: 17 rpm, Tax: 38,8°C e Dor: 0.

No exame dos pés:


Lesão na região do 5° metatarso com exposição óssea em MID, tamanho de 3,9 x 4,3 cm. Apresenta edema
2+/4+, extremidades aquecidas, pele seca e com fissuras, pulsos pediosos presentes e simétricos, sensibilidade
diminuída, presença de secreção purulenta em grande quantidade, odor fétidoe eritema.

No exame de radiografia e ressonância magnética há confirmação de osteomielite no 5° metatarso do pé


direito.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

00044 - Integridade tissular prejudicada relacionado a estado nutricional


desequilibrado e neuropatia periférica evidenciado por dano tecidual, vermelhidão e
tecido lesado.

00205 - Risco de choque relacionado a diabetes mellitus, doença cardíaca e infecções

00179 - Risco de glicemia instável relacionado a conhecimento insuficiente sobre o


controle da doença, controle ineficaz de medicamentos e controle insuficiente do
diabetes
PLANO DE CUIDADO - NOC

1101 - Integridade Tissular: Pele e Mucosas


D: Saúde FisiolóĀica (II)
C: InteĀridade Tissular (L)

110113 Integridade tecidual Gravemente comprometido (1) Moderadamente comprometido (3)

110115 Lesões na pele Gravemente comprometido (1) Moderadamente comprometido (3)

110120 Rachaduras de pele Substancial (2) Leve (4)

110121 Eritema Substancial (2) Leve (4)


INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
D: FisiolóĀico: complexo
3660 - Cuidado com lesões C: Controle da Pele/Lesões (L)

● Monitorar as características da lesão, incluindo drenagem, cor, tamanho e odor;


● Medir o leito da lesão, conforme apropriado;
● Comparar e registrar regularmente todas as mudanças na lesão;
● Manter técnica asséptica durante a realização do curativo ao cuidar da lesão,
conforme apropriado;
● Orientar o paciente e seus familiares sobre sinais e sintomas de infecção;
● Orientar o paciente ou seus familiares sobre procedimentos de cuidados com a lesão;
● Documentar localização, tamanho e aspecto da lesão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ESTIMATIVA DA INCIDÊNCIA DA DOENÇA EM 2030 CHEGA A 21,5 MILHÕES.

A INCIDÊNCIA DE PÉ DIABÉTICO AUMENTOU DEVIDO À PREVALÊNCIA MUNDIAL DE DIABETES MELITO E À


EXPECTATIVA DE VIDA PROLONGADA DE PACIENTES DIABÉTICOS.

PÉ DIABÉTICO: É A MAIOR FONTE DE MORBIDADE E A PRINCIPAL CAUSA DE HOSPITALIZAÇÃO

IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES --> AMPUTAÇÃO

ALTO CUSTO AO SISTEMA DE SAÚDE

É ESSENCIAL QUE SEJA REALIZADO UM MANEJO ADEQUADO E MEDIDAS DE PREVENÇÃO DESSAS COMPLICAÇÕES.

IDF, 2022
REFERENCIAS
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de lei 2537, de 13 de setembro de 2021. Concede isenção do Imposto de Importação e do imposto sobre produtos Industrializados
Incidentes sobre equipamentos e medicamentos destinados ao tratamento de diabetes. Brasília, DF. Disponível em:
https://www.camara.leĀ.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2290841&fichaAmiĀavel=
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual do pé diabético: estratéĀias para o cuidado da pessoa com doença crônica. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica, Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
BORGES, Eline L. Feridas - Úlceras de Membros Inferiores. Grupo GEN, 2012. E-book. ISBN 978-85-277-2130-1. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2130-1/. Acesso em: 30 jun. 2023.
BULECHEK, G. M.; BUTCHER, H. K.; DOCHTERMAN, J. M. Classificação das Intervenções de EnÿermaĀem (NIC). 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

CAMPOS, Maria G.; Feridas complexas e estomias: Aspectos preventivos e manejo clínico. Grupo Ideia, 2016. Disponível em:
file:///C:/Users/Rafaela/Downloads/Feridas%20complexas%20e%20estomias_%20aspectos%20preventivos%20e%20manejo%20cl%C3%ADnico%20.%202016..pdf. Acesso
em: 30 jun. 2023.
GAMBA, Mônica A.; PETRI, Valéria; COSTA, Mariana Takahashi F. Feridas - Prevenção, Causas e Tratamento. Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788527729567. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527729567/. Acesso em: 30 jun. 2023.
HERDMAN, T.H.; KAMITSURU, S. DiaĀnósticos de EnÿermaĀem da NANDA: definições e classificação 2021-2013/ [NANDA Internacional]. 11 ed. Porto AleĀre: Artmed, 2021.

HICKS, L. Diabetic foot ulcer with osteomyelitis. J Wound Care. 2020 May 1;29(Sup5b):S27-S29. doi: 10.12968/jowc.2020.29.Sup5b.S27. PMID: 32427031.
HIHARA, M.,et al. “Osteolytic metatarsal osteomyelitis regenerated by combined treatment of artificial carbon dioxide foot bathing and povidone-iodine sugar
ointment: a case report.” Journal of medical case reports vol. 16,1 434. 21 Nov. 2022, doi:10.1186/s13256-022-03654-7

IDF - International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas. 10 ed., 2021.. Disponível em: https://diabetesatlas.orĀ/
Masters, EA, Ricciardi, BF, Bentley, KLdM et al. Infecções esqueléticas: patogênese microbiana, imunidade e manejo clínico. Nat Rev Microbiol 20 , 385–400 (2022).
https://doi.org/10.1038/s41579-022-00686-0
MANDELL, JC, et al. Osteomielite da extremidade inferior: fisiopatologia, imagem e classificação, com ênfase na infecção do pé diabético. Emerg Radiol 25 , 175–188 (2018).
https://doi.org/10.1007/s10140-017-1564-9
SANTOS, J. do C.;et al.,. Osteomielite: análise epidemiológica da doença no Brasil entre 2009 a 2019. Medicina (Ribeirão Preto), [S. l.], v. 54, n. 3, p. e-174862, 2021.
DOI: 10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.174862. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/174862. Acesso em: 7 jul. 2023.
Sociedade Brasileira de Diabetes. Manual de cuidados com os pés para pessoas com diabetes. São Paulo: Clannad; 2020.
Lesão diabética e
osteomielite

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