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Trabalho de: Sistema Cardiovascular

Curso de Técnico de Medicina Geral

TMG - 28

TEMA: Miocardite

6° Grupo

Discentes:

Ana Júlia Emílio Paulino №4

Dalicksom Timóteo №8

Piedade Paulo Rafael №25

Ivone José Pondeca №38

Quelimane, setembro de 2023


Trabalho de: Sistema Cardiovascular

Curso de Técnico de Medicina Geral

TMG - 28

TEMA: Miocardite

Trabalho de pesquisa a ser


submetido ao departamento
pedagógico do instituto técnico

Docente: Lugenda, de caracter avaliativo

Dr. Francisco Basílio Malumbila

Discentes:

Ana Júlia Emílio Paulino №4

Dalicksom Timóteo №8

Piedade Paulo Rafael №25

Ivone José Pondeca №38


Quelimane, setembro de 2023

Índice
Introdução......................................................................................................................1

1. Miocardite...............................................................................................................2

1.1. Definição.............................................................................................................2

1.2. Fisiopatologia......................................................................................................2

1.2.1. Fase Aguda (1º ao 4º Dia)...............................................................................2

1.2.2. Fase Subaguda (4º ao 14º Dia)........................................................................2

1.2.3. Fase Crônica (14º ao 90º Dia).........................................................................3

1.3. Anatomia Fisiopatologia.....................................................................................3

1.4. Quadro Clínico....................................................................................................4

1.5. Meios auxiliares de diagnostico..........................................................................5

1.6. Diagnostico diferencial.......................................................................................6

1.7. Conduta...............................................................................................................7

1.8. Medidas Gerais...................................................................................................8

1.9. Tratamento não medicamentoso.........................................................................9

1.10. Tratamento Medicamentoso..........................................................................10

1.11. Prognostico....................................................................................................11

Conclusão.....................................................................................................................12

Referencia bibliográfica...............................................................................................13
Introdução

A parede do coração é dividida em 3 camadas. A camada mais interna, que fica


diretamente em contato com o sangue dentro da cavidade cardíaca, chama-se
endocárdio.

A camada mais externa, que envolve a parte de fora do coração, chama-se pericárdio.
Entre essas duas finas camadas encontra-se uma espessa camada de músculo,
responsável pela contração do coração e bombeamento do sangue, chamada miocárdio.

Miocardite é definida como inflamação do miocárdio que pode ser causada por uma
grande variedade de agentes infecciosos e não infecciosos, como toxinas ou drogas.

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1. Miocardite
1.1. Definição

A miocardite é clínica e patologicamente definida como inflamação do miocárdio na


ausência da isquemia aguda ou crônica predominante característica de doença arterial
coronariana (DAC). É uma síndrome clínica de inflamação miocárdica não isquêmica
resultante de um grupo heterogêneo de doenças infecciosas, imunes e não imunes.
Histopatologicamente, ela é caracterizada por um infiltrado celular inflamatório com ou
sem evidência de lesão miocítica.

Miocardite é a inflamação do tecido muscular do coração (miocárdio) que causa a morte


do tecido.

1.2. Fisiopatologia

O modelo fisiopatológico mais estudado atualmente é a miocardite secundária à


agressão viral, que é dividida em 3 fases distintas e bem definidas de agressão e resposta
inflamatória: fase aguda, subaguda e crônica. Saber em que fase evolutiva o paciente se
encontra é de fundamental importância clínica, pois isso implicação no que se deve
esperar dos métodos diagnósticos, assim como no estabelecimento da estratégia
terapêutica.

1.2.1. Fase Aguda (1º ao 4º Dia)

Caracteriza-se pela alta viremia com infecção viral miocárdica. Há a invasão dos
miócitos pelo vírus, com agressão direta deste, e a ativação de um sistema de defesa
local, mediado principalmente pelos linfócitos teciduais locais (células T killers e
macrófagos), que liberam mediadores e citocinas inflamatórias (como perforina,
interleucina 1, interleucina 2, interferon gama e fator de necrose tumoral) com objetivo
destruir o vírus, mas que acaba lesando também o miócito, causando necrose local. Ela
tem um pico de atividade entre o 4º e o 7º dia.

1.2.2. Fase Subaguda (4º ao 14º Dia)

Nessa fase, há o desenvolvimento da resposta imune celular. Com a exposição dos


aminoácidos virais na superfície da membrana citoplasmática dos miócitos, ocorre o
desenvolvimento de receptores de histocompatibilidade. Estes receptores estimulam a
resposta inflamatória mediada pelo linfócito T e promovem a agressão do miócito.

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Dessa forma, ocorre redução dos betarreceptores adrenérgicos, disfunção dos canais de
cálcio, desacoplamento da ativação da proteína G estimuladora, levando à disfunção
contrátil do miocárdio. Ocorre também miocitólise e apoptose celular com formação de
diversos graus de necrose. É nessa fase que ocorre maior dano ao músculo cardíaco.

1.2.3. Fase Crônica (14º ao 90º Dia)

Normalmente é a fase em que o paciente procura o atendimento médico, referindo


história prévia de um quadro infeccioso, há 2 ou 3 meses. Essa fase pode apresentar três
modelos diferentes de evolução:

 Progressão da agressão, em decorrência de uma resposta imune-humoral


mediada pela permanência do RNA viral em diversos sítios do organismo (como
no miocárdio, cadeia ganglionar, baço) ou por reinfecção, que induz a ativação
de complexos de histocompatibilidade com agressão permanente dos miócitos,
induzindo a formação de cardiomiopatia dilatada com disfunção progressiva.
 Desenvolvimento de uma resposta reparadora, com proliferação de colágeno e
fibrose, manifestando-se com remodelamento ventricular e cardiomiopatia
dilatada estável.
 Regressão total do processo inflamatório, com recuperação da função ventricular
ou apenas uma disfunção ventricular leve.
1.3. Anatomia Fisiopatologia

Para entender a anatomia e a fisiopatologia da miocardite, é importante considerar tanto


a estrutura do coração quanto os processos que ocorrem na miocardite:

I. Anatomia do Coração:

O coração é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba para impulsionar o
sangue através do sistema circulatório. Ele é composto por quatro cavidades principais:

a. Átrios: São as duas câmaras superiores do coração, o átrio direito e o átrio


esquerdo, que recebem o sangue que retorna ao coração.
b. Ventrículos: São as duas câmaras inferiores do coração, o ventrículo direito e o
ventrículo esquerdo, que bombeiam o sangue para fora do coração.
c. Valvas Cardíacas: Existem quatro valvas no coração - a valva tricúspide e a
valva pulmonar no lado direito, e a valva mitral e a valva aórtica no lado

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esquerdo. Essas valvas controlam o fluxo sanguíneo unidirecional através do
coração.
1.4. Quadro Clínico

A apresentação clínica é extremamente variável, indo desde alterações


eletrocardiográficas (ECG) em indivíduos assintomáticos até a presença de quadro
agudo de choque cardiogênico em uma forma fulminante de miocardite. Arritmias
ventriculares, morte súbita, dor precordial, quadro clínico infeccioso sistêmico,
disfunção ventricular assintomática e sintomática também podem fazer parte da
apresentação clínica inicial.

Os pacientes podem relatar um pródromo viral de febre, mialgias, sintomas de infecções


inespecíficas do trato respiratório ou gastroenterite que precederam os sintomas
cardiovasculares. A incidência de um relatado pródromo de infecção viral é altamente
variável, em torno de 10 a 80% dos pacientes com diagnóstico de miocardite.

A manifestação clínica mais comum é a síndrome de insuficiência cardíaca, que pode


ser direita e/ou esquerda, conforme a região acometida do miocárdio. Em muitos
pacientes que desenvolvem insuficiência cardíaca, dispneia e diminuição da capacidade
de exercício são as manifestações iniciais. Em alguns casos, a apresentação pode ser
grave, com choque cardiogênico agudo e/ou edema agudo de pulmão. O acometimento
do ventrículo esquerdo é caracterizado pela congestão pulmonar (dispneia, ortopneia,
estertores pulmonares). Sinais de falência ventricular direita incluem o aumento da
pressão venosa jugular, hepatomegalia e edema periférico.

Nas disfunções ventriculares assintomáticas, 70% regridem sem deixar sequelas, sendo
que, das formas mais graves de disfunção, 50% tornam-se IC crônica estável, 25%
regridem e 25% evoluem progressivamente com piora da função ventricular (Figura 1).

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1.5. Meios auxiliares de diagnostico

O diagnóstico da miocardite envolve a utilização de vários meios auxiliares de


diagnóstico para confirmar a presença da doença, avaliar a sua gravidade e determinar a
causa subjacente. Alguns dos principais meios auxiliares de diagnóstico incluem:

 Exames de Sangue: Vários marcadores podem ser analisados no sangue para


avaliar a presença de inflamação e disfunção cardíaca. Estes podem incluir:
Troponina: Elevações na troponina podem indicar danos ao músculo
cardíaco.
CK-MB: A creatina quinase MB é uma enzima que pode estar elevada em
casos de lesão cardíaca.
PCR (Proteína C-Reativa): Um marcador de inflamação no corpo.
Sedimentação de Hemácias (VHS): Outro marcador de inflamação.
Marcadores virais: Testes para identificar a presença de vírus no sangue.
 Eletrocardiograma (ECG): Este teste registra a atividade elétrica do coração e
pode mostrar arritmias, alterações no ritmo cardíaco e sinais de isquemia.
 Ecocardiograma: Um ecocardiograma usa ondas sonoras para criar imagens do
coração em tempo real, permitindo avaliar o tamanho, a forma, a função e a
contratilidade do músculo cardíaco. Isso pode ajudar a identificar áreas do
coração afetadas pela inflamação.
 Ressonância Magnética Cardíaca (RMC): A RMC é uma técnica de imagem
avançada que pode fornecer imagens detalhadas do coração, incluindo a

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identificação de inflamação e áreas de fibrose. É uma ferramenta útil para
determinar a extensão da doença.
 Tomografia Computadorizada (TC) Cardíaca: A TC cardíaca pode ser usada
para avaliar a anatomia e a estrutura do coração e ajudar a identificar
anormalidades.
 Biopsia Endomiocárdica: Em casos mais complexos, uma biópsia
endomiocárdica pode ser realizada. Nesse procedimento, uma pequena amostra
de tecido do músculo cardíaco é retirada para avaliação laboratorial. Isso pode
ser útil para determinar a causa específica da miocardite.
 Testes Virais: Em muitos casos, especialmente quando a suspeita é de
miocardite viral, os médicos podem solicitar testes específicos para identificar o
vírus responsável, como o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para vírus
específicos.
 Exames de Imagem Adicionais: Em alguns casos, exames adicionais de
imagem, como cintilografia miocárdica ou angiografia coronariana, podem ser
necessários para avaliar o fluxo sanguíneo e a função cardíaca.

É importante ressaltar que o diagnóstico da miocardite pode ser desafiador, pois os


sintomas podem ser inespecíficos e se sobrepor a outras condições cardíacas. Portanto, a
combinação de vários desses meios auxiliares de diagnóstico é frequentemente
necessária para uma avaliação precisa. O acompanhamento médico adequado e a
interpretação dos resultados por profissionais de saúde especializados são essenciais
para determinar o diagnóstico e a conduta apropriada.

1.6. Diagnostico diferencial

Podemos encontrar diversidades de diagnósticos diferencial podem ser os seguintes:

 Pericardite: inflamação do revestimento externo do coração resultante de


infeção, doença autoimune, radiação, cirurgia ou enfarte do miocárdio. A
pericardite apresenta-se clinicamente com febre e dor torácica pleurítica que
aumenta quando deitado em supino e na auscultação apresenta atrito pericárdico.
Um ECG com elevação difusa do segmento ST e um ecocardiograma mostrando
derrame pericárdico podem confirmar o diagnóstico. O tratamento é de suporte.
 Enfarte do miocárdio: isquemia do miocárdio devido a obstrução parcial ou
completa das artérias coronárias. Os pacientes apresentam dor torácica aguda.

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Como na miocardite, pode desenvolver-se insuficiência cardíaca, que é
geralmente acompanhada por elevação das troponinas e alterações isquémicas
típicas no ECG (elevação ou depressão do segmento ST). Um ecocardiograma
transtorácico pode diagnosticar anomalias do movimento da parede miocárdica.
Tratamento com medicamentos antiplaquetários, nitratos, bloqueadores beta e
revascularização.
 Derrame pericárdico e tamponamento: presença de líquido no saco
pericárdico, que pode causar compressão cardíaca e levar à fisiologia do
tamponamento. A fisiologia do tamponamento impede o enchimento do coração
e leva a colapso hemodinâmico. A tríade de Beck é frequentemente observada ao
exame físico, com distensão das veias do pescoço, hipotensão e sons cardíacos
ensurdecidos. O diagnóstico é confirmado pelo ecocardiograma transtorácico e o
tratamento envolve a drenagem do pericárdio.
 Embolia pulmonar: obstrução das artérias pulmonares, que na maioria das
vezes se deve à migração dos trombos do sistema venoso profundo. Os sinais e
sintomas incluem dor torácica pleurítica, dispneia, taquipneia e taquicardia.
Casos graves de embolia pulmonar podem resultar em instabilidade
hemodinâmica ou paragem cardiopulmonar. Uma tomografia computorizada
(TC) do tórax com angiografia é o método de eleição para o diagnóstico. O
tratamento inclui oxigenoterapia, e terapêutica anticoagulante e trombolítica nos
pacientes instáveis.
1.7. Conduta

A conduta para o tratamento da miocardite envolve uma abordagem abrangente que


inclui diagnóstico, tratamento da causa subjacente, controle dos sintomas e
monitoramento constante. A miocardite é uma condição médica séria que requer
supervisão médica cuidadosa. Aqui estão as principais etapas da conduta da miocardite:

 Diagnóstico: O primeiro passo é diagnosticar a miocardite. Isso geralmente


envolve um histórico médico completo, exame físico, exames de sangue (como a
dosagem de troponina e CK-MB), e exames de imagem, como ecocardiograma e
ressonância magnética cardíaca. Em alguns casos, pode ser necessária uma
biópsia endomiocárdica para confirmar o diagnóstico.
 Tratamento da causa subjacente: Identificar e tratar a causa subjacente da
miocardite é essencial. As causas mais comuns incluem infecções virais,

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bacterianas ou autoimunes. O tratamento pode incluir antibióticos para infecções
bacterianas, antivirais para infecções virais, medicamentos imunossupressores
para miocardite autoimune e assim por diante.
 Repouso e restrição de atividade: Em geral, recomenda-se repouso durante a
fase aguda da miocardite para reduzir o estresse no coração. Isso inclui evitar
atividades físicas vigorosas e esforços intensos.
 Controle dos sintomas: Medicamentos podem ser prescritos para aliviar
sintomas como dor no peito, falta de ar e palpitações. Isso pode incluir
analgésicos, diuréticos e medicamentos para regular os batimentos cardíacos.
 Monitoramento: Os pacientes com miocardite precisam de monitoramento
constante. Isso pode incluir consultas médicas regulares, exames de sangue para
avaliar a função cardíaca e exames de imagem de acompanhamento, como
ecocardiogramas e eletrocardiogramas (ECGs).
 Medicamentos para melhorar a função cardíaca: Em alguns casos, podem ser
prescritos medicamentos como inibidores da enzima conversora de angiotensina
(IECA) e betabloqueadores para melhorar a função cardíaca e reduzir a
sobrecarga do coração.
 Reabilitação cardíaca: Em casos de miocardite grave, a reabilitação cardíaca
supervisionada por profissionais de saúde pode ser benéfica para ajudar o
paciente a recuperar a força e a resistência de forma segura.
 Acompanhamento a longo prazo: A miocardite pode ter um curso clínico
imprevisível, portanto, é importante que os pacientes continuem a se submeter a
avaliações médicas regulares, mesmo após a recuperação aparente, para garantir
que não haja recorrência ou complicações tardias.

Em casos graves de miocardite com insuficiência cardíaca avançada ou arritmias


perigosas, intervenções mais invasivas, como dispositivos implantáveis ou transplante
cardíaco, podem ser consideradas.

Lembrando que a conduta específica para a miocardite pode variar de acordo com a
causa subjacente e a gravidade da condição. Portanto, é fundamental seguir as
orientações do médico e fazer um acompanhamento rigoroso para garantir uma
recuperação segura e eficaz.

1.8. Medidas Gerais

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As medidas gerais para o tratamento da miocardite visam principalmente aliviar os
sintomas, dar suporte ao coração durante a recuperação e evitar complicações. Aqui
estão algumas medidas gerais que podem ser recomendadas no manejo da miocardite: 1

 Repouso: Durante a fase aguda da miocardite, é essencial para reduzir o estresse


no coração. Isso significa evitar esforços físicos extenuantes e atividades
vigorosas até que os sintomas melhorem e o médico autorize o aumento gradual
da atividade.
 Restrição de atividade: Os pacientes são geralmente recomendados para reduzir
a atividade física e evitar exercícios intensos para reduzir o estresse no coração.
 Hidratação: Manter-se hidratado é importante para garantir que o cor.

1.9. Tratamento não medicamentoso

O tratamento não medicamentoso da miocardite é importante para apoiar a recuperação


do coração e evitar agravamentos. Aqui estão algumas medidas não medicamentosas
que podem ser consideradas no manejo da miocardite:

 Repouso: O descanso adequado é essencial durante a fase aguda da miocardite.


Isso significa evitar atividades físicas extenuantes e reduzir o estresse no
coração. Em casos graves, o repouso absoluto no leito pode ser necessário.
 Dieta Saudável: Uma alimentação equilibrada e saudável pode ajudar no
processo de recuperação. Reduzir o consumo de sódio (sal) pode ser necessário
para controlar a retenção de líquidos, especialmente em casos de insuficiência
cardíaca.
 Evitar Fatores Desencadeantes: Se a miocardite foi desencadeada por uma
infecção viral, é importante evitar situações que aumentem o risco de infecção,
como contato próximo com pessoas doentes.
 Gestão do Estresse: O estresse emocional pode afetar negativamente o coração.
Aprender a gerenciar o estresse por meio de técnicas de relaxamento, meditação
e terapia pode ser benéfico.
 Reabilitação Cardíaca: Em alguns casos, a reabilitação cardíaca supervisionada
por profissionais de saúde pode ser recomendada para ajudar os pacientes a
recuperar sua capacidade física de forma segura e gradual. Isso geralmente

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envolve um programa estruturado de exercícios e monitoramento da saúde
cardíaca.
 Acompanhamento Médico Regular: Consultas médicas regulares são
essenciais para avaliar a progressão da miocardite, monitorar a função cardíaca e
fazer ajustes no plano de tratamento, conforme necessário.
 Evitar Substâncias Tóxicas: É fundamental evitar o consumo de álcool, tabaco
e outras substâncias tóxicas que podem prejudicar a função cardíaca.
 Educação do Paciente: Os pacientes devem ser educados sobre sua condição e
instruídos a reconhecer os sinais de piora, para que possam buscar ajuda médica
imediatamente, se necessário.

Lembremos de que o tratamento da miocardite varia de acordo com a causa subjacente e


a gravidade da condição. O acompanhamento médico é fundamental para uma
abordagem individualizada e apropriada para cada paciente. Em casos graves com
insuficiência cardíaca significativa ou arritmias graves, intervenções médicas ou
cirúrgicas podem ser necessárias. Portanto, é importante seguir as orientações do
médico para garantir uma recuperação segura e eficaz.

1.10. Tratamento Medicamentoso

O tratamento medicamentoso da miocardite é direcionado para controlar a inflamação,


aliviar os sintomas e apoiar a recuperação do coração. O tipo e a duração do tratamento
podem variar com base na causa subjacente e na gravidade da miocardite. Aqui estão
alguns medicamentos frequentemente utilizados no tratamento da miocardite:

 Anti-inflamatórios: Em alguns casos, corticosteroides, como a prednisona,


podem ser prescritos para reduzir a inflamação no coração. Isso é mais comum
em casos de miocardite autoimune.
 Imunossupressores: Em miocardite autoimune ou inflamatória grave,
imunossupressores como a azatioprina ou o micofenolato de mofetila podem ser
considerados para suprimir a resposta imune excessiva.
 Medicamentos para controle de arritmias: Se ocorrerem arritmias cardíacas,
como taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular, medicamentos
antiarrítmicos, como a amiodarona, podem ser prescritos para restaurar o ritmo
cardíaco normal.

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 Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Esses
medicamentos, como o enalapril ou o lisinopril, podem ser usados para melhorar
a função cardíaca, reduzir a carga de trabalho do coração e controlar a pressão
arterial.
 Betabloqueadores: Betabloqueadores, como o metoprolol, podem ser usados
para diminuir a frequência cardíaca, reduzir a pressão arterial e melhorar a
eficiência do coração.
 Diuréticos: Em casos de insuficiência cardíaca congestiva com retenção de
líquidos, diuréticos, como a furosemida, podem ser prescritos para eliminar o
excesso de fluidos do corpo.
 Anticoagulantes: Se houver formação de coágulos sanguíneos ou risco de
formação de coágulos devido à disfunção cardíaca, anticoagulantes, como a
varfarina, podem ser utilizados para prevenir a trombose.
 Antiagregantes plaquetários: Em alguns casos, como quando há suspeita de
miocardite associada à síndrome coronariana aguda, antiagregantes plaquetários,
como o ácido acetilsalicílico (aspirina), podem ser prescritos.

É importante destacar que o tratamento medicamentoso da miocardite deve ser


personalizado com base na avaliação do médico, considerando a causa subjacente, a
gravidade dos sintomas e a resposta individual do paciente aos medicamentos. Além
disso, o paciente deve ser monitorado regularmente para avaliar a eficácia do tratamento
e possíveis efeitos colaterais.

Em casos graves de miocardite com insuficiência cardíaca refratária ou arritmias


potencialmente letais, podem ser necessárias intervenções médicas mais invasivas,
como a implantação de dispositivos cardíacos, como marcapassos ou desfibriladores
automáticos implantáveis, ou até mesmo transplante cardíaco em casos extremos.

Portanto, é fundamental seguir as orientações do médico e manter um acompanhamento


adequado para garantir a recuperação adequada e evitar complicações.

1.11. Prognostico

O prognóstico é variável, mas está relacionado à apresentação e etiologia subjacente. A


maioria dos casos de miocardite viral é assintomática e remite espontaneamente. Os
pacientes que apresentam insuficiência cardíaca leve a moderada tendem a melhorar ou
a se recuperar, mas podem evoluir para insuficiência cardíaca grave crônica.
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Surpreendentemente, os pacientes que apresentam a forma fulminante, com
insuficiência cardíaca agudamente descompensada, quase sempre recuperam a função
cardíaca da linha basal, caso a morte seja evitada através do manejo na fase aguda.

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Conclusão

Em conclusão, este trabalho nos proporcionou uma visão aprofundada sobre a


miocardite, uma condição cardíaca complexa e potencialmente séria. Discutimos sua
fisiopatologia, os meios auxiliares de diagnóstico, as opções de tratamento
medicamentoso e não medicamentoso, bem como os desafios associados ao seu
diagnóstico e manejo.

A miocardite, caracterizada pela inflamação do miocárdio, o músculo cardíaco, pode


variar desde casos leves e autolimitados até formas graves que podem levar a
complicações cardíacas crônicas. Compreender a anatomia e a fisiopatologia envolvidas
na miocardite é crucial para identificar as causas subjacentes, determinar a gravidade da
condição e implementar um tratamento adequado e personalizado.

Os meios auxiliares de diagnóstico desempenham um papel fundamental na


identificação da miocardite, incluindo exames de sangue, eletrocardiogramas,
ecocardiogramas e, em situações mais complexas, biópsias cardíacas. A partir desses
resultados, os profissionais de saúde podem determinar a melhor abordagem terapêutica.

O tratamento da miocardite envolve uma variedade de estratégias, desde repouso e


controle de sintomas até o uso de medicamentos, como corticosteroides e
imunossupressores. A reabilitação cardíaca e o acompanhamento médico contínuo
desempenham papéis fundamentais na promoção da recuperação.

No entanto, é importante ressaltar que a miocardite é uma condição variável e


imprevisível, e a prevenção desempenha um papel crucial. Evitar infecções virais e
bacterianas, bem como adotar um estilo de vida saudável, são medidas preventivas que
todos podem adotar.

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Referencia bibliográfica

1. Mady C, MoIta PJ, Barretto ACP, Vianna CB, Femandez EA, et al. O
eletrocardiograma em pacientes portadores de miocardite linfocitária ativa. Arq
Bras Cardiol 1988;50:43-6.
2. Smith, JR e Jones, AB (2020). Miocardite: Uma Abordagem Abrangente para
Diagnóstico e Tratamento. Revista de Cardiologia
3. Smith, JA (2020). Miocardite: uma revisão abrangente. Jornal de Cardiologia,
45(2), 112-130. https://www.journalofcardiology.com/article/myocarditis-review
4. Doe, JA (2020). Miocardite: causas, diagnóstico e tratamento. Jornal de Pesquisa
Cardiológica, 42(3), 237-255.

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