Você está na página 1de 15

Microbiologia e Parasitologia

Profª Enf. Esp. Andressa Santos

Apresentação feita por:

•Jéssica dos Santos •Suany Brito


•Leidiane Pantoja •Nilcilene Gama
•Joana Tavares •Claudine Monteiro
Doença De
Chagas
Conceito
A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é
uma doença transmissível causada por um parasito e
transmitida principalmente através do inseto
“barbeiro”. O agente causador é um protozoário
denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos
animais, vive no sangue periférico e nas fibras
musculares, especialmente as cardíacas e digestivas.

Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA)


que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, que
pode se manifestar nas formas indeterminada Trypanosoma cruzi, forma flagelada em
(assintomática), cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. esfregaço sanguíneo.
Triatomíneos -"Barbeiro"
Triatomíneos - são insetos popularmente conhecidos
como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo. O seu ciclo
de vida é composto pelos estágios de ovo, ninfa (cinco
estádios ninfais) e adulto. Tanto as ninfas como os
adultos, de ambos os sexos, alimentam-se de sangue
e, portanto, se infectados, podem transmitir o T. cruzi.
Os barbeiros abrigam-se em locais muito próximos à
fonte de alimento e podem ser encontrados na
mata,em ninhos de pássaros, tronco de árvore, montes
de lenha e embaixo de pedras. Nas casas escondem-
se nas frestas, buracos das paredes, nas camas,
colchões e baús, além de serem encontrados em
galinheiro, chiqueiro, curral e depósitos.
Transmissão
As principais formas de transmissão da doença de Chagas são:
• Vetorial: a transmissão se dá pelas fezes
que o “barbeiro” deposita sobre a pele da
pessoa, enquanto suga o sangue.
Geralmente, a picada provoca coceira e o
ato de coçar facilita a penetração do
tripanossomo pelo local da picada.
• Oral: ingestão de alimentos contaminados
com parasitos provenientes de triatomíneos
infectados ou suas excretas.
• Vertical: ocorre pela passagem de parasitos
de mulheres infectadas por T. cruzi para seus
bebês durante a gravidez ou o parto.
Transfusão de sangue ou transplante de
órgãos de doadores infectados a receptores
sadios.
•Acidental: pelo contato da pele ferida ou de
mucosas com material contaminado durante
manipulação em laboratório ou na manipulação
de caça.
Sinais e Sintomas
A doença de Chagas pode apresentar sintomas distintos nas duas fases que se apresenta, que são a
aguda e a crônica.
Na fase aguda da doença de chagas, o paciente pode apresentar poucos ou nenhum sintoma da doença. Uma vez
que esses sintomas sejam ignorados e a doença siga sem tratamento, ela pode evoluir para a fase crônica,afetando
o coração e o sistema gastrointestinal.
Fase Aguda
Sintomas inespecíficos Sintomas específicos
•Febre prolongada (mais de 7 dias); • Miocardite difusa;
•Prostração; • Pericardite;
• Derrame pericárdico;
•Diarreia;
• Tamponamento cardíaco;
•Vômitos; • Insuficiência cardíaca;
Sinal de Romaña
•Inapetência; • Derrame pleural;‍
•‍Cefaléia; • Edema de face, de membros
inferiores ou generalizado.
•Mialgias;
•Sinal de Romaña:Ocorre devido a reação
•Adenomegalia; e inflamatória pela penetração do parasita; e
•Exantema com ou sem prurido. •Chagoma de inoculação: lesões que aparece
no local de entrada do parasita. Chagoma de inoculação
Sinais e Sintomas
Fase Crônica
Nessa fase, o paciente pode apresentar 4
formas da doença:
Forma indeterminada Forma digestiva
Nesta fase, o paciente encontra-se assintomático
O indivíduo encontra-se nesta fase
e sem sinais de comprometimento do aparelho
quando houver evidência de
circulatório. O aparelho digestivo também deve
comprometimento do aparelho digestivo.
apresentar-se sem alterações.
Frequentemente, o megacólon e/ou
O paciente pode permanecer nessa fase por toda
megaesófago chagásico.
a vida. Entretanto, ao longo do tempo, também
pode evoluir para outras formas.
Forma associada ou mista
Forma cardíaca
(cardiodigestiva)
A forma cardíaca é responsável pelo maior
Nessa forma, há ocorrência
número dos óbitos. Isso devido a possível
concomitante de lesões no aparelho
evolução para miocardiopatia dilatada e
circulatório e digestivo.
insuficiência cardíaca congestiva.
Diagnóstico
O médico pode suspeitar do mal de Chagas diante dos sintomas e da história
do indivíduo, particularmente do fato de ele viver em áreas endêmicas ou ter
visitado recentemente essas regiões.
Existem métodos adequados para diagnóstico do paciente a
depender de qual fase ele se encontre. Assim, o método
diagnóstico mais indicado para a fase aguda é o parasitológico
e para a fase crônica ele é essencialmente sorológico.
Métodos diagnósticos para a fase aguda
O exame parasitológico é um método
capaz de detectar o parasita circulando
no sangue periférico. Os mais indicados
são a pesquisa a fresco, métodos de
concentração e a lâmina corada de gota
Esfregaço sanguíneo com presença da forma
espessa ou de esfregaço. tripomastigota do T. cruzi. Fonte: Fiocruz
Diagnóstico
Métodos diagnósticos para a fase crônica
Nesta fase a parasitemia é pouco detectável. Por isso, os métodos parasitológicos
possuem baixa sensibilidade. Assim, o diagnóstico é essencialmente sorológico.
A confirmação do diagnóstico nessa fase se dá quando há positividade em dois
testes sorológicos de princípios distintos e com diferentes preparações antigênicas.
Sendo os exames que podem ser utilizados a hemaglutinação indireta (HAI), e
imunofluorescência indireta (IFI) e o método imunoenzimático (ELISA).
Para mais, os exames recomendados para a avaliação inicial do paciente com
doença de Chagas na forma crônica são o eletrocardiograma (ECG) - ao menos uma
vez ao ano - e o raio-X de tórax. Caso o ECG apresente alterações, deve-se realizar o
ecocardiograma.
Raio-X de paciente com doença de Chagas evidenciando
miocardiopatia dilatada e derrame pleural à direita.
Fonte: Scielo
Tratamento
Para tratamento da doença de Chagas, é utilizado
antiparasitários:
• Benznidazol ou Nifurtimox; e
• Medidas de suporte.
Para mais, esse tratamento é indicado para todos
os pacientes na fase aguda e de reativação da
doença. Todavia, na fase crônica, a indicação deve Posologia
ser avaliada de acordo com o quadro clínico, tendo o Benznidazol: para adultos e crianças > 12 anos de
paciente com a forma indeterminada maior idade, 2,5 a 3,5 mg/kg por via oral duas vezes ao dia
benefício com o tratamento. durante 60 dias
Além disso, durante o tratamento, o uso de bebida Para crianças ≤ 12 anos de idade, 2,5 a 3,75 mg/kg
alcoólica é proibido. Isso devido ao efeito antabuse - duas vezes ao dia, durante 60 dias
Nifurtimox: para pacientes ≥ 17 anos, 2 a 2,5 mg/kg,
quadro de palpitações, sudorese, cefaleia, náusea e
por via oral, 4 vezes ao dia, durante 90 dias
vômitos - resultado da associação entre as Para crianças de 11 a 16 anos de idade, 3 a 3,75 mg/kg,
substâncias dos fármacos com o álcool. 4 vezes ao dia, durante 90 dias
Para crianças de 1 a 10 anos de idade, 4 a 5 mg/kg, 4
vezes ao dia, durante 90 dias
Tratamento
•Medidas de suporte
Depois da manifestação avançada de sinais gastrintestinal ou cardíacos, não se
recomenda antiparasitários.
Medidas de suporte incluem tratamento para insuficiência cardíaca, marca-passos
para bloqueio cardíaco, fármacos antiarrítmicos, transplante cardíaco, dilatação
esofágica, injeção de toxina botulínica no esfíncter esofágico inferior e cirurgia do
trato gastrintestinal para megacólon.
•Gestação
•Para as gestantes com quadro clínico agudo e grave da doença o
tratamento deve ser realizado independentemente da
idade gestacional, devido à alta morbimortalidade materna.
•Gestantes na fase aguda não grave da doença diagnosticadas no
primeiro trimestre idealmente.
•Na fase crônica o tratamento não deve ser realizado durante a
gestação. Tratando o lactante se infectado.
Prevenção
Baseia-se principalmente em medidas de controle ao “barbeiro”, impedindo a sua proliferação nas
moradias e em seus arredores. As atividades de educação em saúde devem estar inseridas em todas
as ações de controle, bem como, as medidas a serem tomadas pela população local, tais como:

– melhorar a habitação, através de reboco e tamponamento de


rachaduras e frestas;
– usar telas em portas e janelas;
– impedir a permanência de animais como cão, gato, macaco e outros
no interior da casa;
– evitar montes de lenhas, telhas ou outros entulhos no interior e
arredores da casa;
– construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósitos, afastados das
casas e mantê-los limpos;
– retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;
– fazer limpeza periódica nas casas e em seus arredores;
– difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos
básicos sobre a doença, transmissor e sobre as medidas preventivas;
– encaminhar os insetos suspeitos de serem “barbeiros” para o serviço
de saúde mais próximo.
Prevenção
PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO ORAL

Em relação à transmissão oral, as principais


medidas de prevenção são:

• Intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção,


em todas as etapas da cadeia de produção de
alimentos suscetíveis à contaminação, com especial
atenção ao local de manipulação de alimentos.
• Instalar a fonte de iluminação distante dos
equipamentos de processamento do alimento para
evitar a contaminação acidental por vetores atraídos
pela luz.
• Realizar ações de capacitação para manipuladores
de alimentos e de profissionais de informação,
educação e comunicação.
14/04
Dia Mundial da Doença de Chagas

O objetivo principal da comemoração é


alertar para a importância da
conscientização sobre o combate à doença.

Você também pode gostar