Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 20

UNIVERSIDADE ABERTA-ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

Ano de frequência: 1º Ano

Cadeira: Psicologia da Educação

Tema: Psicologia como campo teórico da educação

Nome do estudante: Gerson Amisse Terenciano. Codigo do Estudante: 91230476

Pemba , Maio de 2023

0
UNIVERSIDADE ABERTA-ISCED
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA
Ano de frequência: 1º Ano

Cadeira: Psicologia da Educação


Tema: Psicologia como campo teórico da educação

Nome do estudante: Gerson Amisse Terenciano. Codigo do Estudante: 91230476

Trabalho de campo a ser submetido na


Universidade aberta UNISCED, faculdade de
de ciências de educação, como requisito para a
avaliação.

Pemba, Maio de 2023

Índice

1
Introdução................................................................................................................................3
1.1.1. Objectivos:......................................................................................................................3
1.1.2. Geral:..............................................................................................................................3
1.1.3. Especificos:.....................................................................................................................3
1.1.4. Metodologias.................................................................................................................3
2. CAPITULO II-DESENVOLVIMENTO.........................................................................................4
1.1.2. Psicologia Educacional....................................................................................................4
1.1.3. Psicologia Escolar...........................................................................................................5
1.2. Influências Educacionais....................................................................................................6
1.2.1. Meio Social.....................................................................................................................7
1.2.2.Cultura.............................................................................................................................8
1.2.3. Meios de comunicação social.........................................................................................9
1.2.4. Socialização..................................................................................................................11
1.2.5. Família..........................................................................................................................12
1.2.5. Sociedade.....................................................................................................................14
1.2.5. O Currúcula..................................................................................................................15
1.2.6. O Educador...................................................................................................................15
CAPITULO III-CONCLUSÃO......................................................................................................18
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..................................................................................................19

2
Introdução

Podemos encontrar diferentes formas de definir a educação, seus objectivos e processos.


Por serem históricas, as definições e caracterizações da educação estão intimamente
relacionadas com uma determinada época ou perspectiva teórico-filosófica dos seus
autores.
As definições de educação consideram-na, genericamente, enquanto processo de
socialização por excelência. Ao receber educação, a pessoa assimila e adquire
conhecimentos. A educação também envolve uma sensibilização cultural e de
comportamento, onde as novas gerações adquirem as formas de se estar na sociedade
transmitida das gerações anteriores.
Esta posição é também defendida por Émile Durkheim (2007:49), um dos grandes
sociólogos da educação, que considera a educação como uma acção exercida pelas
gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida
social; a educação tem por objectivo, na perspectiva deste autor, a educação é
condicionada pela presença de uma geração dos adultos, uma geração de jovens e uma
acção exercida pelos primeiros sobre os segundos.

1.1.1. Objectivos:

1.1.2. Geral:

Conhecer a história evolutiva, características e classificação da psicologia e sua


relação com a educação;

1.1.3. Especificos:

Identificar as teorias da psicologia e da educação.


Descrever o processo de desenvolvimento humano.

1.1.4. Metodologias

Para a elaboração do mesmo, assentou-se na pesquisa bibliografia que consiste na


procura de livro ou obra já publicadas para dar o uso ao tema em análise. Este trabalho
está dividido em três capitulo principalmente tema a parte tema introdutória do presente

3
em estudo e as metodologia no segundo o far-se a resolução das questões e no terceiro
termo a partir conclusiva do presente estudo e finalmente a referência bibliográfica.

2. CAPITULO II-DESENVOLVIMENTO

No caso das crianças, a educação visa (entre outros) fomentar o processo de


estruturação do pensamento e das formas de expressão. De igual modo, contribui para o
processo de maturidade sensório-motor e estimula a integração e o convívio em grupo.
Por outro lado, convém acrescentar que a sociedade moderna atribuiu grande
importância ao conceito de educação e formação contínuas, e o conceito mais recente
de Aprendizagem ao Longo da Vida, que defende que o processo educativo não se
limita meramente à infância e à juventude, já que o ser humano adquire conhecimentos
ao longo de toda a sua a vida.
No sentido mais amplo e ecológico, a educação pode ser entendida como um processo
de actuação de uma comunidade sobre odesenvolvimento do indivíduo a fim de que ele
possa actuar numa determinada sociedade. Nesta perspectiva, considera-se o indivíduo
em dois planos: o físico e o intelectual, consciente das possibilidades e limitações,
capaz de compreender e reflectir sobre a realidade do mundo que o cerca, considerando
o seu papel de transformação social.
De uma forma global, consideramos que a educação é uma prática de humanização que
visa munir o indivíduo de conhecimentos (normas, crenças, valores) que permitem a
moldagem do seu comportamento aos padrões pré-determinados da sociedade onde se
encontra inserido, influenciados pelos seus padrões culturais específicos (como teremos
oportunidade de discutir em secção posterior).

1.1.2. Psicologia Educacional

Não existe uma definição única de Psicologia Educacional, por esta razão, serão
apresentadas aqui algumas dessas definições, com particular relevância das propostas de
Nwanwenda (2005). Apesar da diversidade de definições que podemos encontrar na
literatura, existem diferentes elementos comuns entre elas. Observando com atenção,
notamos muita semelhança na essência das definições dadas.
Segundo Mayer (1999:5) citado por Nwanwenda (2005:13), a Psicologia Educacional
pode ser definida como um ramo da Psicologia que se preocupa em compreender como
é que o ambiente e o contexto da instituição escolar, e as características do aluno ou

4
estudante interagem, de forma a produzir crescimentocognitivo em quem aprende.
Psicologia Educacional centra-se particularmente no estudo científico dos processos
cognitivos, e dos factores que influenciam os processos de ensino-aprendizagem,
incluindo nesta análise quer o educando, quer o educador.
De igual forma Zanden e Pace (1884) citados por Nwanwenda (2005:13) defendem que
a Psicologia Educacional se preocupa com a criação do conhecimento directamente
relevante para o processo educativo e aplicação desse conhecimento à instrução eficaz
na sala de aula.
Zindi, Peresuh e Mpofu (1997) citados por Nwanwenda (2005:13), explicam o seguinte:
“O aspecto científico da psicologia educacional é baseado no facto de os professores e
estudantes usarem abordagens psicológicas para compreender, predizer e controlar as
oportunidades de aprendizagem que as escolas oferecem”.
Segundo Oliveira e Oliveira (1996:18), o objecto da Psicologia Educacional “é a
análise, promoção e avaliação do comportamento do educador e do educando em
situação educativa, através de métodos científicos, com objectivos mais ou menos a
curto ou a longo prazo, mais ou menos próximos (operacionais) ou finais, específicos
ou gerais” Seguindo a linha destes pensadores, podemos entender que a Psicologia
Educacional tem a função de identificar as condições condutoras à aprendizagem e a
forma de ensinar que incentive a aprendizagem eficaz.
Neste sentido, a Psicologia Educacional tem como seu princípio de suporte mais
importante o facto de algumas estratégias promoverem aprendizagens eficazes através
da interacção entre os professores e os alunos. Desta forma, o objectivo da Psicologia
Educacional é identificar estas estratégias segundo os dois pontosde vista (professores e
alunos), tendo ainda em conta as características e organização das instituições
educadoras.

1.1.3. Psicologia Escolar

A Psicologia Escolar é, segundo Novaes (1978), citado por Almeida (2011:3), uma
ciência que se dedica a comportamentos escolares, atuando nas relações dinâmicas
desse ambiente com a finalidade de ajudar e melhorar tais relações. Trata-se de uma
ciência que se ocupa da descrição e do estudo dos factos e fenómenos escolares.
Segundo Andaló (1984), a Psicologia Escolar vem sendo considerada até agora como
uma área secundária da Psicologia, vista como relativamente simples, não requerendo

5
muito preparo, nem experiência profissional. Essa perspectiva talvez provenha do fato
de que, historicamente, a área escolar se caracterizou como um campo particular da área
clínica, o que gerou a visão de uma Psicologia Escolar clínica.
Para Fagan & Wise (1994:2), muitos profissionais recorrem a definições específicas
porque não há consenso entre eles e muitos profissionais preferem ocupar-se com a
parte prática da Psicologia Escolar, deixando a definição para a Associação dos
Psicólogos Americanos (APA), que se dedica genericamente à formação e acreditação
da Psicologia. O conceito actual de Psicologia Escolar, que integra a Divisão 16 da
APA é a seguinte:
“A Psicologia Escolar compõe-se de psicólogos investigadores e praticantes cujos
principais interesses profissionais estão relacionados com as crianças, as famílias e o
processo de escolarização. A Divisão [16] representa os interesses dos psicólogos
envolvidos na disponibilização deserviços psicológicos integrados a crianças,
adolescentes, e famílias nas escolas e outros contextos [específicos]”2.
Fagan & Wise (1994:2) definem Psicologia Escolar como sendo uma parte da prática
profissional de Psicologia que tem como propósito trazer uma perspectiva psicológica
aos problemas dos educadores, das crianças e jovens, e das suas famílias. Essa
perspectiva é derivada de uma vasta base de investigação sobre os fundamentos
educacionais e psicológicos, bem como da preparação da própria especialidade,
resultando na provisão de serviços psicológicos de natureza directa e indirecta, tendo
em conta os diferentes públicos-alvo: por exemplo, as contribuições da Psicologia
Escolar, ao investirem na melhoria da compreensão e das práticas profissionais dos
professores, têm efeitos directos nos alunos, que por sua vez vão ser reflectidos nas
famílias e nas comunidades.
Bock et al. (2003) definem Psicologia Escolar como uma área de actuação da Psicologia
que envolve o exercício profissional do psicólogo que actua no campo educacional em
diferentes espaços sociais (directamente na sala de aulas, em serviços públicos de
educação e saúde, em universidades, clínicas, equipes de assessorias ou de pesquisa,
etc.), e para poder fazê-lo, deve fundamentar-se de forma consistente, apropriando-se de
diferentes modelos teóricos, e respectivos instrumentos conceptuais e operacionais.

1.2. Influências Educacionais

6
A complexidade da existência humana deriva, entre outros, da multiplicidade de
factores que a influenciam. Nesta relação, encontramos um sentido bidireccional, entre
o homem e o meio isto é, por um lado a pessoa é influenciada pelo meio que a circunda,
e por outro lado, a pessoa influencia esse mesmo meio através das suas acções. Nestes
processos de influência mútua, temos uma vez mais, o papel determinante da educação,
que influencia e é influenciada por diversos factores. Consideramos como influências
educacionais, os factores que interferem no processo educativo, como é o caso do meio
social e os meios de comunicação que, pela sua especial relevância, aprofundaremos nas
secções seguintes.

1.2.1. Meio Social

Um dos papéis fundamentais que a educação exerce na sociedade é de ser o elemento


dinamizador do processo de socialização. A educação, enquanto processo de
socialização, acontece nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do
indivíduo à sociedade ou grupo, ou dos grupos à sociedade. É neste sentido que a
educação acaba coincidindo com os conceitos de socialização e endo-culturação,
embora não se resuma a estes.
É evidente que as crianças são igualmente influenciadas pelo meio social em que vivem,
integrando informações e conhecimentos que adquirem através daqueles que participam
do seu processo educativo, designadamente no respeitante à aquisição de valores,
atitudes, e comportamento. Segundo Viegas et al. (2007), a educação emerge nos
discursos políticos como meio de mobilizaçãono contexto das transformações sociais.
Segundo Rego, “Essa visão de homem resulta (…) da interacção dialéctica do homem e
seu meio sociocultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio
para atender suas necessidades básicas transforma-se a si mesmo” (1995:41).

Há uma série de contributos que concorrem para a educação das crianças, alguns
originários dos progenitores e familiares, outros das relações externas (dos amigos
vizinhos, etc.). Sendo assim, devemos interrogar-nos sobre se a natureza do meio
envolvente não constitui um fortíssimo factor de assimetrias educacionais, pois que as
influências junto das crianças podem orientar-se em dois sentidos: positivo (i.e.
influências promotoras do desenvolvimento, como sejam a existência de estruturas
educativas adequadas e de recursos de educação inclusiva) ou negativo (i.e. influências
que dificultam o desenvolvimento, como o caso de contextos com poucos recursos). É

7
fácil perceber que o meio social pode contribuir de forma positiva para a educação de
uma criança que nele viva; como também pode ser fácil imaginar que um meio social
degradado e corrompido pode influenciar negativamente a educação das crianças que
nele vivem.

1.2.2.Cultura

Depois de termos discutido no primeiro capítulo desta unidade sobre o conceito da


educação e sua função, e termos apresentado na secção anterior o conceito de cultura, é
altura agora de tentarmos fazer um cruzamento dos dois conceitos e procurarmos
encontrar os pontos de relação entre ambos.

Antes de mais, é importante perceber que a educação tem como finalidade, promover
mudanças desejáveis e relativamente permanentes nos indivíduos, e que estas devem
favorecer o desenvolvimento integral do homem e da sociedade. Neste sentido, é de
salientar que a educação influencia a vida das pessoas em todos os seus domínios, com
vista a promover a expansão dos horizontes pessoais, e finalmente o desenvolvimento
humano.
A educação engloba processos de ensino e aprendizagem. É um fenómeno observado
em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua
manutenção, perpetuação através da transposição às gerações que se seguem, dos modos
culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro
ao seu grupo ou sociedade.
Para Neto (2003), a educação é a base e a chave da cultura. O indivíduo é adaptado a
uma determinada cultura através da educação, isto é, a educação serve como veículo
para atingir a cultura dentro da sociedade. Afirma o autor que “A educação é um
acontecimento pessoal. É pela educação que a cultura e a humanidade são
transmitidas, conservadas e transformadas. Educação tem tudo a ver com devir
humano” (Kant, 2003 apud Neto, 1996:16). Concluindo, com a educação produzimos,
transmitimos e recriamos a cultura.
Assim, encontramos o ponto de intersecção entre os dois conceitos – educação e
cultura). Nesta combinação, é evidente o papel fundamental da educação – sem ela não
é possível materializar o património cultural. Relativamente a esta questão, Setúbal
(2011), considera a escola como um equipamento fundamental nadisseminação cultural,

8
e que constitui a ponte que liga os saberes do passado e do presente, procurando sempre
contextualizá-los a cada realidade regional.
Um dos aspectos que deve considerar-se nesta relação entre educação e cultura
“É o currículo escolar, isto é, a selecção dos saberes que os educadores transmitirão. A
escola tem o poder e a legitimidade para seleccionar os saberes que serão passados às
crianças e aos adolescentes e pode dar voz ou não a determinados personagens,
histórias locais e patrimónios culturais e transmitir ou não diferentes modos de saber e
de fazer instalados na sociedade como um todo” (Setúbal, 2011:2).
Nesta perspectiva, o desenho curricular deve reflectir o desejo social, o que significa
que a escola deve promover uma educação significativa, uma educação que cria um
espaço intencional de discussão das relações entre os conteúdos científicos e o
património cultural.
Moçambique é um exemplo concreto de multiculturalidade, verificando-se uma grande
diversidade cultural, designadamente a nível das províncias, onde podem ser
encontradas várias etnias que coexistem. Trata-se assim de um conjunto diverso de
culturas dentro de uma mesma cultura – a cultura nacional – com reflexos inevitáveis no
domínio educacional. Assumindo que os currículos educacionais são concebidos a nível
nacional, isto é, devem ser instrumentos que orientem um determinado nível de
certificação no sistema nacional de educação, tendo como objectivohomogeneizar os
conteúdos a transmitir através da educação, como é que os temas curriculares poderão
tornar-se significativos num contexto multicultural?
De facto, este é um imenso desafio, pois configura a relação óptima entre educação e
cultura, na sua interligação. De acordo com Setúbal, (2011:3). A concepção de um
currículo que valorize a pluralidade e a diversidade cultural local e o intercâmbio da
escola com produções e produtores de cultura na sociedade são alguns caminhos para
unir educação e cultura. (Portanto, este é um desafio para os educadores e para a
sociedade, cabendo-lhes a tarefa de criar as aproximações necessárias aos dois campos
que se complementam e que promovem uma educação significativa, respeitando as
características das culturas locais.

1.2.3. Meios de comunicação social

Os meios de comunicação clássicos tais como o rádio, a televisão, os jornais, as revistas,


têm uma influência sobejamente conhecida na educação, nomeadamente no que diz

9
respeito ao acesso à informação de carácter cultural, histórico, comunitário, mas
também no que se refere às competências de literacia – saber ler, falar, ouvir,
interpretar, descodificar as mensagens veiculadas. De todos estes meios, e depois da
Internet, a televisão é claramente o meio de comunicação mais importante dos últimos
quarenta anos (Giddens, 2004: 457). Neste contexto, têm sido realizadas várias
investigações para determinar os efeitos da visualização dos programas televisivos.
Estas pesquisas têm incidido principalmente nas crianças e preocupam-se em perceber
os seus efeitos nasocialização. Hodge e Tripp (1986) apud Giddens (2004: 462)
afirmam que as atitudes das crianças em frente à televisão não se limitam apenas ao
mero registo dos conteúdos dos programas, mas envolvem a interpretação e leitura
daquilo que observam.
No entanto, é de notar que há necessidade de atentar à selecção dos programas
televisivos que as crianças assistem. Brown et al. (1998) propõem que se garanta que a
informação transmitida pela rádio ou televisão seja adequada, nos diferentes horários,
em função da disponibilidade e da presença da audiência - alvo. Por outro lado, é
importante garantir o impacto positivo destas mensagens, seleccionando conteúdos
infantis a serem transmitidas em momento oportuno para que estas possam assistir.
A evolução tecnológica tem tido efeitos significativos a nível educativo, desde a
utilização do computador em contextos de ensino-aprendizagem, a diversificação de
recursos pedagógicos (por exemplo, a utilização de videoprojectores e quadros
interactivos), e a relevância do contributo da Internet, nomeadamente no que diz
respeito à difusão e ao acesso à informação, mas também no que diz respeito à
possibilidade de criar e participar em redes globais (por exemplo, na realização de
conferências e seminários com convidados internacionais através de programas de
comunicação específicos como o Messenger ou o Skype).
É importante salientar que, nos contextos educativos, nomeadamente quando se trata de
crianças e jovens, é necessário atentar aos conteúdos a que os educandos têm acesso,
tratando-se desta, uma das desvantagens da Internet – ao disponibilizar um espólio
praticamente infinito de possibilidades de pesquisa e acessoà informação, esta deve ser
filtrada de modo adequado, tendo em conta os objectivos educativos. Outro exemplo do
impacto da evolução tecnológica e da Internet na educação é o desenvolvimento de
plataformas virtuais de aprendizagem, que culminaram com o aparecimento do e-
learning (uma outra forma de ensino a distância), expandindo as possibilidades de
qualificação, aprendizagem e educação num contexto global.

10
1.2.4. Socialização

De acordo com Sprinthall e Sprinthall (1993:483), a socialização é o processo de


aprendizagem dos costumes e regras da sociedade e desenvolve-se através das pressões
para o conformismo. Com a socialização o indivíduo abandona de forma natural a sua
independência pessoal e a socialização toma o lugar, ensinando-o como viver, como por
exemplo: o que deve ou não comer, como comer, onde comer, onde dormir, como se
comportar em determinados contextos, etc. Estas regras são integradas pelo indivíduo
através do processo de socialização, apoiado, entre outros, no conformismo.
Afirmam os autores que a chave essencial para a socialização bem como o conformismo
é a interacção. As interacções é que estabelecem as normas grupais e estabelecem os
limites dentro das quais as interacções subsequentes podem ter lugar. É neste sentido
que começam a surgir os estatutos e relações de papel, estabelecem-se novas exigências
e expectativas para o comportamento de cada pessoa. Nestes contextos, os agentes
educativos têm exercido um papel fundamental na promoção dasocialização, tendo em
conta o seu papel preponderante em contexto de sala de aula e na comunidade educativa
em geral.

Outro dos elementos que entram em causa no processo de socialização é a dissonância


cognitiva, que representa um confronto entre o comportamento e o pensamento do
indivíduo, e que interfere nas suas estruturas psicológicas. De acordo com Sprinthall e
Sprinthall (1993:483), sempre que a pessoa se depara com uma situação de dissonância
cognitiva, motivando esta um desconforto, fica motivada a restaurar o equilíbrio. Para
tal terá que evitar esta auto-contradição, procurando soluções alternativas de modo a
ajustar o comportamento ao pensamento. Veja-se o exemplo seguinte: geralmente, os
maços de cigarros tem sempre umas escritas de chamada de atenção aos efeitos
negativos do consumo de tabaco. Para o fumador continuar a fumar em concordância
com a sua consciência e desejo, tenta criar equilíbrio ignorando a leitura da passagem
que diz “ fumar prejudica a saúde”.

Sempre que o indivíduo se encontra em situação de conflito entre o seu pensamento e os


seus actos, é obrigado a reduzir a dissonância geradora da ansiedade. É necessário ter
em conta que a tentativa da procura do equilíbrio (da redução da dissonância) por vezes
pode se tornar prejudicial, uma vez que pode acontecer em vias não adequadas. Como

11
vimos no exemplo anterior, o fumador evita a leitura do alerta e só para não entrar em
conflito consigo mesmo, mas continua prejudicando a sua própria saúde.

É neste sentido que Sprinthall e Sprinthall (1993:483) afirmam que “ os professores


deveriam estar alertados para as possíveis consequências de dissonância cognitiva
quando esta ocorre na sala de aula. O desejo de alcançar a consonância actua no
indivíduo como no grupo”.

Pode também acontecer que haja uma certa incompatibilidade dos interesses do
professor com os de alguns alunos. Por essa razão, a questão da dissonância é
inevitável, e neste sentido, ela deve ser encarada como uma possibilidade de desafio, e
de desenvolvimento, sendo necessária uma resolução positiva da mesma.

1.2.5. Família

Uma família define-se pelos membros que a compõem e as suas interações. Segundo
Alarcão (2000: 346), podemos distinguir a família nuclear, ou seja, o “conjunto de
elementos que, vivendo sob o mesmo tecto, estão unidos por laços biológicos e afetivos
e que realizam atividades em comum, tais como refeições, férias, ocupação dos tempos
livres, etc.”; a família de origem, que inclui o “grupo familiar original de cada um dos
cônjuges”; a família extensa, ou o “conjunto dos ascendentes, descendentes e
colaterais do grupo familiar nuclear”
Independentemente de podermos considerar alguns conceitos que nos ajudam a
compreender o conceito de família, é importante ter presente que cada vez mais existem
formas alternativas de família que fogem ao tradicional pai, mãe e filho (s) que
coexistem e se relacionam “debaixo do mesmo teto”. No entanto, podemos dizer, num
sentido lato, que o conceito de família “define-se pelos membros que a compõem e as
suas interações, é um sistema aberto que possui um estado de estabilidade e uma forma
de equilíbrio: o comportamento de um determina – e é determinado por – o
comportamento dos outros” (Deldime & Vermeulen, 1992: 125).

A forma como a família perspetiva a vida escolar dos filhos influência negativa ou
positivamente o desempenho dos mesmos. Desde a forma como procuram motivar os
filhos, passando pelas atitudes que transmitem face à importância da escola e da
aprendizagem, até aos estilos parentais utilizados, a família assume uma importância
decisiva no processo educativo/escolar das crianças e jovens.

12
No que diz respeito à motivação parental para o reforço dos comportamentos
valorizados em contexto escolar, existem meios extrínsecos (externos) tais como
dinheiro ou prendas para os sucessos e castigos pelos insucessos escolares, no entanto,
as formas mais eficazes de reforço e promoção do sucesso escolar são as que
“encorajam as crianças a desenvolver a sua própria motivação intrínseca (interna)
elogiando-os pelas suas capacidades e esforço” (Papalia et. al, 2001: 447), sendo este o
meio mais eficaz.
Os estilos parentais também têm um peso significativo no desempenho escolar. Diana
Baumrind (1971, 1996; Baumerind & Black, 1967 apud Papalia et. al, 2001: 370)
estudou 103 crianças, com idades compreendidas entre os 4 e 5 anos, provenientes de 95
famílias.

Num estudo realizado por Ginsburg & Bronstein (1993 apud Papalia et al., 2001: 447),
que envolveu crianças de 10 e 11 anos, verificou-se que aquelas que apresentavam
níveis de realização mais elevados, tinham pais com estilos de autoridade democrática.
Estes alunos eram curiosos e interessados na aprendizagem; procuravam tarefas
desafiadoras e apreciavam resolver problemas de forma autónoma. Os pais autoritários
tinham tendência a supervisionar os filhos bem de perto, utilizavam mais a motivação
extrínseca e a punição, o que conduzia a um desempenho escolar dos seus filhos inferior
ao esperado. Das conclusões destes estudos, salienta-se que os filhos de pais autoritários
pareciam não confiar o suficientenas suas capacidades e competências, tendo em conta
o constante controlo externo por parte dos pais. As crianças de pais permissivos também
apresentavam uma realização escolar baixa.
De acordo com Coll e Marchesi (1995) as crianças que não recebem amor da família,
especialmente dos seus pais, e bons cuidados, têm uma maior probabilidade de não ter
respeito por eles, e, podem alastrar esta percepção dos adultos, outras figuras e
autoridades, incluindo os educadores e a escola.
Silva (1999) acrescenta que as famílias que apresentam níveis elevados de stress ou
desequilíbrio podem prejudicar os seus membros, em especial quando existem punições
severas por parte dos pais, falta de interacção entre os seus membros, ou então, presença
de uma interacção negativa.
A negligência familiar, principalmente em contextos onde existem crianças e
adolescentes, pode promover comportamentos desadequados em contexto de sala de
aula.

13
Por vezes, as crianças tornam-se tão preocupadas com os problemas de casa (como por
exemplo, conflitos conjugais dos pais), que se tornam incapazes de se controlar na
escola, e, como resultado, podem transgredir as normas e regulamentos escolares.
Sassaki (1991:469) refere que alguns pais dão pouco valor à educação formal, sendo
quase impossível que os seus filhos vejam alguma razão para obedecer às normas da
escola.
Picado (2009) refere que o comportamento dos alunos poderá também ser afectado pela
situação económica dos pais: porexemplo, as crianças podem faltar à escola pelo facto
de estarem a contribuir para o sustento financeiro da família.
De acordo com Coll e Marchesi (1995) a influência parental pode também contribuir
para o mau comportamento dos alunos, através de uma avaliação negativa das propostas
e da intervenção dos professores, da crítica ao seu trabalho, o que pode fazer com que os
professores percam o respeito e autoridade frente aos alunos.
Importa referir que é importante que os pais tenham uma palavra em relação à educação
formal dos filhos; no entanto, é extremamente importante para a criança que eles
confiem nos professores, de modo a que o aluno perceba que o professor sabe o que está
a fazer. Neste sentido, é importante que a organização e a gestão da escola, permitam o
envolvimento da família dos alunos, em particular do pai e da mãe como co-educadores,
tendo como principal finalidade a articulação das práticas escolares como educadoras
através de actividades de natureza sócio educativa, bem como associar os pais à tomada
de decisão sobre questões que afectam directamente as formas como a escola define e
implementa os seus objectivos, em especial se o aluno estiver no nível primário.
A família pode contribuir significativamente para a redução da indisciplina na sala de
aulas, para tal, deve ser cultivada a prática do diálogo, e da participação efectiva dos
pais na vida dos filhos, especialmente antes de estes desenvolverem a autonomia
moral, e é fundamental que os pais imponham limites aos filhos e estimulem e apoiem
uma postura crítica. A família e a escola são instituições directamente ligadas ao ser
humano em desenvolvimento. Por isso, é necessário que haja, da parte destas
instituições, uma influênciapositiva, de modo a ter em conta os pontos fundamentais que
permitam o desenvolvimento saudável do indivíduo ao nível bio-psico-social.

1.2.5. Sociedade

14
“A sociedade de um modo geral tem um certo nível de responsabilidade pelo mau
comportamento na escola, na medida em que, o que se passa na escola é um reflexo do
que se passa na sociedade” (Freire, 1996:193).

Para que haja harmonia, a relação que a escola mantém com os alunos, familiares,
comunidade e sociedade no geral deve ser de proximidade, fazendo com que se sintam
parte integrante da escola. Na medida em que, ao se sentirem parte integrante no
processo de tomada de decisão, passam a ser mais eficazes e a contribuir para a
resolução das problemáticas com que se confrontam. É neste sentido que se torna
importante a participação de todos. A relação com a comunidade revela por vezes
atitudes inovadoras, que ultrapassam as visões formalmente estabelecidas e acrescentam
mais-valias na acção da comunidade educativa.

1.2.5. O Currúcula

O currícula pode contribuir para o sucesso ou insucesso do aluno, uma vez que os
comportamentos desajustados dos alunos podem derivar dos curricula, que não são
suficientemente desafiantes ou que são demasiadamente difíceis para alguns alunos, o
que pode causar frustração e má conduta. Para além do referidoanteriormente, os alunos
podem ter a percepção de que várias matérias têm pouca ou nenhuma relevância para as
suas vidas., podendo esta situação gerar desinteresse, motivação e indisciplina.

1.2.6. O Educador

“A educação é essencialmente uma relação entre duas pessoas, o educador não pode
ser apenas uma pessoa que transmite a informação e os conhecimentos aos alunos,
mas, também deve ser alguém com que os alunos possam contar, criando actividades
dinâmicas diversas e inovadoras que lhes desperte a atenção, os incentive a aprender”
(Freire, 1996:312).
A “culpa” da indisciplina é geralmente imputada aos alunos, raramente aos professores;
no entanto, alguns professores têm pouca sensibilidade relativamente aos sentimentos e
emoções dos alunos, que em vez de serem respeitados, são por vezes minimizados e
ridicularizados criando deste modo condições para que não se estabeleça uma relação
positiva entre o aluno e o professor.

15
Silva (1999) refere que, a indisciplina no contexto escolar, nalguns casos, deve-se à falta
de motivação dos alunos que não compreendem por que são obrigados a permanecer
numa escola e aprender matérias que não usam no dia-a-dia.
Os próprios professores também podem contribuir para problemas de indisciplina, se as
tarefas propostas forem muito difíceis e os alunos forem incapazes de os realizar, bem
como se as metas foremestipuladas de uma forma desordenada e inflexível, favorecendo
determinados grupos em detrimento de outros.
Stainback e Stainback (1999) defendem que existem dois tipos de professores, o
educador polícia e o educador povo; para estes autores o educador policial é aquele
profissional autoritário, que pensa ser somente ele o possuidor do conhecimento,
devendo os alunos ouvi-lo em silêncio, prestar atenção, não questionam, não sugerem, e
apreendem informações repassadas. Este educador impossibilita os meios de expressão,
de planeamento, criatividade, criando no aluno uma dependência em relação ao
processo de ensino-aprendizagem. Esse tipo de comportamento do professor em relação
ao aluno, no sentido de querer que ele faça exactamente o que pretende, pode gerar
insegurança e incapacidade no aluno, para produzir sozinho, ser autónomo, e que pode
surgir face ao autoritarismo do professor.
Nestes casos, na maioria das vezes os alunos não são orientados para se auto-
organizarem, e para enfrentarem as dificuldades, na medida em que, o educador não
coordena nenhum tipo de trabalho de auto-avaliação, nem de auto-conceito que os
alunos não venham a tomar consciência das suas potencialidades e dificuldades. Como
consequência, o aluno sente-se desmotivado pela aula, procurando outras formas de
preencher o tempo. Podendo fazer por exemplo através de conversas que não estão
associadas a aula e a indisciplina pode ser instaurada devido a falta de organização e
orientação do educador.
A indisciplina é um fenómeno resultante da influência de vários factores. Neste
sentido, não se pode afirmar que a indisciplina resulta apenas da “má educação”, na
medida em que ela tambémpode ser resultante da má gestão do acto pedagógico, do
ambiente familiar, bem como de motivos puramente individuais.
Picado (2009) refere que os educadores muitas vezes são vítimas deste processo porque
a sociedade exige deles a responsabilidade de todo o processo de ensino técnico e moral
dos alunos. Porém, na prática, não existe apenas uma, mas sim várias causas que
podem estar subjacentes à indisciplina na sala de aula.

16
Neste sentido, surge a necessidade de traçar estratégias de modo a que a indisciplina não
tome proporções alarmantes. Cabe à família assumir o papel principal no processo de
formação da personalidade do indivíduo, como o primeiro agente de socialização, visto
que é normal que cada aluno manifeste diferentes comportamentos que variam de
acordo com o contexto familiar em que está inserido. Deste modo, é natural que haja
diferenças comportamentais na sala de aulas, e consequentemente a presença de alguns
conflitos.

17
CAPITULO III-CONCLUSÃO

O processo educativo é materializado numa série de habilidades e valores, que promovem


mudanças intelectuais, emocionais e sociais no indivíduo. Dependendo do grau de
sensibilização alcançado, esses valores podem durar toda a vida ou apenas um determinado
período de tempo. os alunos que crescem em ambientes problemáticos podem adoptar
comportamentos agressivos, mas noutros casos os alunos manifestam comportamentos
introvertidos, nomeadamente quando são constantemente vítimas de humilhações,
revelando grandes dificuldades no relacionamento interpessoal em ambas as
situações. Existem ainda formas de indisciplina causadas por questões pedagógicas,
onde perante a falta de regras impostas no contexto escolar, os alunos apresentam
comportamentos menos apropriados. A família onde o ambiente é de stress,
desequilíbrio ou até mesmo negligência, pode prejudicar de algum modo os seus
membros, e reflectir-se na presença de comportamentos negativos em contexto de sala
de aula.

18
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALMEIDA, S. P. (2011). A actuação do psicólogo escolar no ensino médio: um


estudo de caso. Disponível em
http://www.educonufs.com.br/vcoloquio/cdcoloquio/cdroom/eixo%2014/PDF/
Microsoft%20Word%20-%20A%20ATUAcaO%20DO%20PSICoLOGO
%20ESCOLAR.pdf. Acesso 12.04.16.

BOCK, Ana. M. B. (2003). Psicologia escolar: Teorias críticas. São Paulo:


Casa do Psicólogo e Editora Ltda.

CUCHE, Denys (2006), “A Noção de Cultura” – Nas Ciências Sociais; Lisboa:


Fim do Século.

DURKHEIM, Émile (1978), Educação e Sociologia. São Paulo: Fundação


Nacional de Material Escolar editora.

ELIAS, J. L. & Merriam, S. (1980). “Philosophical foundations of adult


education”. Malabar, Florida: Robert E. Krieger Publishing Co., Inc
FREIRE, Paulo (1983) “Educação e mudança.” 7ª ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra editora.
JAEGER, Werner (1994) “Paidéia- A formação do homem grego.” São Paulo:
Martins Fontes.
OLIVEIRA, José H. B. & OLIVEIRA, António M. B. (1996). Psicologia da
Educação Escolar I. Aluno – Aprendizagem. Coimbra: Almedina.

PICADO, Luís. (2009). A Indisciplina na sala de aula: Uma abordagem


comportamental e cognitivistas.
http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0484.Pdf.Acessado à
(12.04.20126)

PILETTI, Claudino & PILETTI, Nelson (1997). “Filosofia e História da


Educação. São Paulo: Editora Ática.

WOOLFOLK, Anita (2000). Psicologia da Educação. Porto Alegre: Artes


Médicas.

19

Você também pode gostar