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INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
Objetivo geral:
Demonstrar as possibilidades de atuação do farmacêutico na Atenção Básica à Saúde.
Objetivos específicos:
Apresentar os conceitos de saúde e os modelos de saúde;
Relacionar o modelo vigente de saúde no Brasil com o conceito de saúde adotado nas
políticas públicas de saúde;
Abordar o histórico do Programa Saúde da Família no Brasil;
Expor a importância da gestão da assistência farmacêutica na Atenção Básica à
Saúde;
Apresentar as possibilidades de atuação do farmacêutico na Estratégia de Saúde da
Família.
1.2 METODOLOGIA DO REFERENCIAL TEÓRICO
Há séculos especula-se o que causa doenças e, até mesmo, o que leva a cura.
Muitas hipóteses foram levantadas e derrubadas, até chegarem a um conceito de saúde.
Porém ainda não se tem um consenso em relação a tais definições, uma vez que saúde
não representa a mesma situação para todos. Sabe-se que saúde e doença, refletem a
cultura, economia, sociedade e outros aspectos, como por exemplo, classe social e
crenças em que uma população está inserida (SCILAR, 2007).
Em 1948 a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu saúde como “estado
de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1995).
No Brasil, em 1998, o artigo nº 196 da Constituição Brasileira definiu saúde
como
Art. 196. Direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1998 b).
Levando-se em conta que assistência à saúde abrange uma situação muito maior
do que serviços ambulatoriais, hospitalares e medicamentos, medidas começaram a
ser tomadas a esse respeito (BRASIL, 2007 d; SCILAR, 2007).
Foi então sugerida uma estratégia cuja finalidade era fornecer uma base para
que fossem prestados cuidados primários à saúde tornando-o a porta de entrada para o
sistema de saúde, desde que este esteja diretamente relacionado ao desenvolvimento
social e econômico do país, buscando assim atender o conceito abrangente de
assistência à saúde (LAVRAS, 2011; SCILAR, 2007).
Em 1978 foi então realizada uma Conferência Internacional de Assistência
Primária à Saúde, em Alma-Ata, onde foi destacada a importância da participação do
governo e da comunidade, nos cuidados e planejamentos em saúde, através da
comparação da saúde em países desenvolvidos e subdesenvolvidos (GIL, 2006;
ORGANIZAÇÃO DA SAÚDE, 1978; SCILAR, 2007).
As ações de saúde devem ser práticas, exeqüíveis e socialmente aceitáveis;
devem estar ao alcance de todos, pessoas e famílias - portanto, disponíveis
em locais acessíveis à comunidade; a comunidade deve participar
ativamente na implantação e na atuação do sistema de saúde; o custo dos
serviços deve ser compatível com a situação econômica da região e do país.
(SCILAR, 2007).
Em 1985, levando em conta a meta de levar saúde para todos, a OMS fez a
seguinte declaração (RELATÓRIO DO GRUPO CONSTITUTIVO DA OMS, 1988):
A busca de saúde para todos por meio da atenção primária de saúde exigirá
a redefinição dos papéis e das funções de todas as categorias de pessoal de
saúde, incluindo os médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde,
como dentistas, farmacêuticos, engenheiros sanitários etc., que terão de
aceitar participar da equipe de saúde e, quando justificado, assumir
responsabilidade por essa equipe. (RELATÓRIO DO GRUPO
CONSTITUTIVO DA OMS, 1988, p. 35).
Há evidências que uma APS bem estruturada, com oferta integral à ações de
saúde, apresentam impacto positivo sob a saúde pública e, também, por esse motivo
deve-se ter um enfoque maior e uma execução mais eficiente nesse nível de cuidado
(SISSON et al., 2011).
Para assegurar ganhos em saúde e melhores resultados sociais, a orientação
para a pessoa, a compreensão e integração, e a continuidade dos cuidados,
assim como a existência de um ponto de entrada regular no sistema de
saúde, de modo que se torne possível construir uma relação de confiança
entre as pessoas e os seus prestadores de cuidados. (SISSON et al., 2011, p.
993).
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