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Inocência Jacinto-Técnicas e Metodologias em Geografia Humana
Inocência Jacinto-Técnicas e Metodologias em Geografia Humana
Código: 708212824
Ano de frequência: 40
1 Introdução................................................................................................................................. 1
3 Conclusão ................................................................................................................................. 6
4 Referências ............................................................................................................................... 7
1 Introdução
A integração regional tem sido uma estratégia crucial adoptada por muitas nações em todo o
mundo para promover o desenvolvimento económico, político e social. Ao unir esforços e
recursos, os países podem alcançar uma maior eficiência e competitividade nos mercados globais
(Baldwin, 2016). No entanto, essa abordagem não está isenta de desafios e obstáculos que podem
limitar seu sucesso. Neste trabalho, exploraremos as potencialidades e desafios da integração
regional para o desenvolvimento das nações, utilizando exemplos concretos e analisando o
impacto desses processos na economia, na política e na sociedade.
1.2 Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.
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2 Revisão de Literatura
De acordo com Baumann & Buss (2009), A integração regional cria um mercado mais amplo
para os países membros, aumentando as oportunidades de comércio e investimento, Por exemplo,
a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) facilita o comércio entre seus membros,
promovendo um crescimento económico mais robusto na região.
Segundo Baumann & Buss (2009), Um exemplo notável é o Mercosul, formado por Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai. Ao integrar suas economias, esses países conseguiram criar um
mercado comum que facilita o comércio e o investimento entre eles. Isso resultou em um
aumento do comércio intra-regional e em uma maior competitividade no mercado global
(Baumann & Buss, 2009).
Para Estevadeordal et al. (2003), A integração regional permite que os países membros cooperem
no desenvolvimento de infra-estrutura compartilhada, como estradas e redes de transporte. Para
Estevadeordal et al. (2003), Um exemplo é o Corredor de Desenvolvimento Económico China-
Paquistão (CPEC), que visa melhorar a conectividade entre China e Paquistão, estimulando o
comércio e o desenvolvimento económico.
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Segundo Brautigam (2019), Um exemplo é a Iniciativa do Cinturão e Rota da China, que visa
promover a integração económica e a cooperação em infra-estrutura entre os países da Ásia,
Europa e África. Por meio desse projecto, a China está financiando e construindo uma vasta rede
de infra-estrutura, incluindo estradas, ferrovias, portos e oleodutos, que ligam essas regiões e
estimulam o comércio e o desenvolvimento (Brautigam, 2019).
De acordo com Malamud & Schirm (2018), Além dos benefícios económicos, a integração
regional também pode fortalecer a cooperação política e diplomática entre os países membros.
Ao trabalharem juntos em questões de interesse comum, como segurança, meio ambiente e
direitos humanos, os países podem aumentar sua influência e capacidade de resolver problemas
regionais de forma eficaz (Malamud & Schirm, 2018).
Segundo Malamud & Schirm (2018), A integração regional fortalece a cooperação política e
diplomática entre os países membros, permitindo que eles abordem questões regionais de forma
colaborativa. Por exemplo, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)
promove a estabilidade política e económica na região, facilitando o diálogo entre seus membros
(Malamud & Schirm, 2018).
Para Schimmelfennig & Sedelmeier (2004), Um exemplo é a União Europeia (UE), que não só
criou um mercado comum, mas também estabeleceu instituições e mecanismos de cooperação
política para promover a paz, a estabilidade e os direitos humanos na região. A UE atua como um
mediador em conflitos regionais, facilita o diálogo entre os países membros e promove a
democracia e o estado de direito (Schimmelfennig & Sedelmeier, 2004).
Para Rodrik (1999), Um dos principais desafios da integração regional é lidar com as
divergências económicas e sociais entre os países membros. Nem todos os países têm o mesmo
nível de desenvolvimento económico, industrialização ou infra-estrutura. Isso pode levar a
disparidades na competitividade e na capacidade de aproveitar os benefícios da integração
(Rodrik, 1999).
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Segundo Rodrik (1999), As diferenças económicas e sociais entre os países membros podem
dificultar a integração regional. Por exemplo, na União Europeia, países como Alemanha e
Grécia têm economias muito diferentes, o que pode levar a tensões e desequilíbrios na
implementação de políticas comuns (Rodrik, 1999).
Para Begg et al. (2016), Por exemplo, na União Europeia, países como Alemanha e França têm
economias avançadas e altamente industrializadas, enquanto países do leste europeu, como
Roménia e Bulgária, ainda estão em processo de desenvolvimento. Essas diferenças podem criar
tensões e desafios na implementação de políticas comuns e na distribuição de recursos
financeiros (Begg et al., 2016).
De acordo com Begg et al. (2016), Outro desafio significativo é o equilíbrio entre a integração
regional e a preservação da soberania e identidade nacional dos países membros. Alguns países
podem temer que a integração regional comprometa sua autonomia política, cultural e
económica. Isso pode levar a resistências e conflitos internos sobre questões de soberania e
integração (Begg et al., 2016).
De acordo com Keohane & Nye (2001), A integração regional muitas vezes levanta preocupações
sobre a soberania e identidade nacional dos países membros. Por exemplo, o Brexit demonstrou
as divisões no Reino Unido sobre questões de soberania e integração na União Europeia.
Begg et al. (2016), Por exemplo, o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, foi
motivado em parte pelo desejo de preservar a soberania nacional e recuperar o controle sobre
políticas como imigração e comércio. O processo de integração regional enfrenta o desafio de
conciliar os interesses nacionais com os objectivos colectivos da região (Moravcsik, 1998).
De acordo com Baldwin & Venables (2013), A integração regional também pode tornar os países
membros mais vulneráveis a choques externos, como crises económicas globais, mudanças nos
preços das commodities ou conflitos em outras partes do mundo. Baldwin & Venables (2013),
Quando os países dependem fortemente do comércio e dos fluxos de capital dentro da região, eles
podem ser afectados negativamente por eventos externos que perturbam esses fluxos.
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Para Keohane & Nye (2001), Os países membros de uma integração regional podem se tornar
mais vulneráveis a choques externos, como crises económicas globais, Por exemplo, durante a
crise financeira de 2008, os países da Euro zona foram afectados pela instabilidade financeira
global, destacando os riscos associados à interdependência económica.
Segundo Garcia-Herrero & Koivu (2009), Por exemplo, durante a crise financeira global de 2008,
os países membros da União Europeia foram impactados por uma queda na demanda e um
aumento da instabilidade financeira, devido à sua forte integração económica. Isso ressalta a
necessidade de políticas e mecanismos de protecção para mitigar os efeitos adversos de choques
externos na integração regional (Garcia-Herrero & Koivu, 2009).
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3 Conclusão
A integração regional oferece uma série de potencialidades para o desenvolvimento das nações,
incluindo a ampliação do mercado, a cooperação em infra-estrutura e o fortalecimento da
cooperação política. No entanto, também apresenta desafios significativos, como divergências
económicas, questões de soberania e vulnerabilidade a choques externos. Para maximizar os
benefícios e superar os desafios da integração regional, é essencial que os países membros
trabalhem juntos de forma colaborativa e flexível, respeitando as necessidades e preocupações de
todos os envolvidos.
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4 Referências
Baldwin, R. E. (2016). The great convergence: information technology and the new globalization.
Harvard University Press.
Frankel, J. A. (1997). Regional trading blocs in the world economic system. Institute for
International Economics.
Baumann, R., & Buss, T. (2009). Integration in Mercosur. Ashgate Publishing, Ltd.
Estevadeordal, A., Frantz, B., & Sztajerowska, M. (2003). Infrastructure services in Latin
America: the challenge of decentralization (No. 466). IDB.
Brautigam, D. (2019). Will Africa benefit from China’s Belt and Road Initiative? (No. 52).
Global Economy and Development at Brookings.
Malamud, A., & Schirm, S. A. (2018). Integration by stealth: how the European Union promotes
political and economic integration in the Americas. World Politics, 70(2), 163-202.
Rodrik, D. (1999). Where did all the growth go? External shocks, social conflict, and growth
collapses. Journal of Economic Growth, 4(4), 385-412.
Keohane, R. O., & Nye, J. S. (2001). Power and interdependence: World politics in transition.
Little, Brown.
Moravcsik, A. (1998). The choice for Europe: Social purpose and state power from Messina to
Maastricht. UCL Press.