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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Tema do trabalho

Estratégias de qualificação dos SN nas línguas Bantu

Nome: José Moisés Poco


Código: 708193823

Curso: Licenciatura em ensino de língua portuguesa

Disciplina: Linguista Bantu

Ano: 2º

Tutor: Dr. Carlos Cecília Massango

Turma: E

Chimoio, Maio, 2024

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FOLHA DE FEEDBACK

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o máxima do l
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Estrutura  Aspectos  Índice 0.5


organizacionai
s  Introdução 0.5

 Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

Conteúdo  Introdução  Contextualização 2.0


(Indicação clara do
problema)
 Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia 2.0
adequada ao
objecto do trabalho
 Análise e  Articulação e 3.0
discussão domínio do
discurso académico
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
 Revisão 2.0
bibliográfica
nacional e
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos 2.5
dados
 Conclusão  Contributos 2.0
teóricos práticos
Aspectos  Formatação  Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
paragrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências  Normas APA  Rigor e coerência 4.0
Bibliográfica 6ª edição em das
s citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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RECOMENDAÇÕES DE MELHORIA

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ÍNDICE
CAPITULO I: INTRODUÇÃO..................................................................................................1

1. Introdução............................................................................................................................1

1.2. Geral..................................................................................................................................1

1.2.1. Específicos.....................................................................................................................1

1.3. Estrutura do trabalho........................................................................................................1

1.4. Metodologia......................................................................................................................2

CAPITULO: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................3

2. Conceito de classes nominais em Bantu..............................................................................3

2.1. Estratégias de qualificação dos SN nas línguas Bantu.....................................................1

2.2. Conceito de Sintagma Nominal........................................................................................1

2.3. Frase complexa em línguas bantu....................................................................................1

2.4. Mecanismos de concordância nas línguas bantu..............................................................2

CAPITULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................5

3.1. Conclusão.........................................................................................................................5

3.2. Referências bibliográficas................................................................................................6

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CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1. Introdução
O presente trabalho de campo versa sobre as estratégias de qualificação dos SN nas línguas
Bantu. As estratégias de qualificação dos Sintagmas Nominais nas línguas Bantu, examinando
as diversas abordagens e contribuições de diferentes autores. As línguas bantu são conhecidas
por sua riqueza morfológica e sintáctica, especialmente no que diz respeito aos Sintagmas
Nominais. A qualificação desses sintagmas é fundamental para a expressão de relações de
posse, qualidade, quantidade e outros atributos dos substantivos.

A organização dos nomes, de acordo com as entidades do domínio semântico Bantu admite a
sua legitimação do seguinte modo: os nomes da mesma classe, nas línguas Bantu, têm o
mesmo prefixo independente (ou de classe), realizado lexicalmente ou não, através do qual
eles controlam a concordância das palavras sintacticamente dependentes.

1.2. Geral

 Analisar as qualificação dos Sintagmas Nominais nas línguas Bantu.

1.2.1. Específicos

 Definir Sintagma Nominal;

 Mencionar as diferentes estratégias de qualificação dos diferentes nomes;

 Explicar os mecanismos de concordância nas línguas bantu.

1.3. Estrutura do trabalho


Referente a estruturação do trabalho, de salientar que o trabalho é composto por três fases: a
primeira, compreende a fase introdutória constituída por contextualização do tema, objectivos
(geral e específicos) e questões metodológicas do trabalho. A segunda fase corresponde a
revisão da literatura onde serão apresentadas varias linhagens de pensamento de autores
diversificados que fizeram abordagem em torno do tema em destaque, assim como o
entendimento do autor sobre o mesmo. E a última fase correspondente a considerações finais
do trabalho que vem acompanhada com as respectivas referenciais bibliográficas usadas para
realização deste trabalho.

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1.4. Metodologia
Segundo Lakatos e Marconi (2003) “ método é o conjunto das actividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar os objectivos ” (p.83).

De salientar que, quanto a abordagem a pesquisa é descritivo, e quanto aos procedimentos


técnicos a pesquisa é bibliográfica ou recorreu-se a metodologia de consulta de algumas obras
bibliográficas, tais como: monografias científicas, teses de doutoramento, artigos científicos,
dissertação de mestrados livros que abordam sobre o tema nelas inclinadas e que tais obras
estão referenciadas na lista bibliográfica e ainda em pesquisas na internet (documentos em
formatos electrónico, pdf).

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CAPITULO: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. Conceito de classes nominais em Bantu


O sistema nominal das línguas Bantu é baseado no género, uma propriedade lexical dos
radicais, e que o conceito de classes nominais é adicionado aos nomes como morfologia de
número pelas regras de redundância de um género específico.

Nestes moldes, Atanásio (2002), define género é como um conjunto de palavras que denotam
entidades semânticas comuns. Enquanto o conceito de classe situa-se num plano
morfossintáctico, uma vez que nas línguas Bantu existe um esquema estabelecido para a
concordância entre os prefixos das palavras independentes (morfemas associados aos nomes)
e os prefixos das palavras dependentes (morfemas associados aos verbos,
determinantes/quantificadores e todas as séries de prefixos de concordância que sejam
morfologicamente similares, dentro da oração ou do sintagma nominal.

Assim, o conceito de número é entendido como classe nominal ou par de classes que opõe
singular/plural dos nomes, nas línguas Bantu, sendo uma propriedade lexical inerente aos
nomes, que especifica cada prefixo, de acordo com Carstens (1993).

Contudo a definição mais clara é dada por Sitoe (2000), salientando que classe de nome ou
classes nominais são um sistema em que os nomes estão organizados por classes que
apresentam pelo menos uma propriedade comum. Dai que nesta ordem de ideia os nomes que
se seguem fazem parte de uma classe nominal:

Termo Semântica

Nlumi “língua”

Nikhuva “ osso”

Ntata “ mão”

Naaro “orelha”
Como se pode ver estes nomes acima apresentados têm o mesmo prefixo (ni-) portanto
pertencem a uma classe, mas oque tem ficar claro é que nem sempre os membros e uma classe
têm o mesmo prefixo.

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Prefixos nominais em Elomwe

Classe Prefixo Classe Prefixo Classe Prefixo

1 Mu- 7 e- 13 -

2 A- 8 i- 14 ma-

3 Mu- 9 - 15 0-

4 Mi- 10 - 16 va-

5 Ni- 11 - 17 o-

6 Ma- 12 - 18 Mu / m ’

Fonte: Ngunga (2004)

2.1. Estratégias de qualificação dos SN nas línguas Bantu


A princípio relatar que, para compreender a qualificação dos SN nas línguas bantu é necessário saber em que consiste um sintagma nominal e
não só mas também compreender os desdobramentos da língua em questão, que nesse caso é a língua Emakhuwa.

Dai que nome nas línguas bantu apresenta características pouco comuns relativamente a outras línguas do mundo. Ele e constituído por duas
partes distintas, nomeadamente o prefixo, a parte variável do nome, e o tema, a parte invariável.

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2.2. Conceito de Sintagma Nominal
De acordo com Ngunga (2004), sintagma nominal complexo é “aquele cujos constituintes
internos envolvem dois ou mais nomes ligados por uma conjunção, ou por um sinal de
pontuação, sendo mais comum a vírgula’’ (p. 217).

Já Faria et al (1996 cit. em Langa, 2021), para os sintagmas nominais são definidos como
projecção máxima das unidades lexicais.

Logo pode-se perceber que nas línguas bantu, em geral, os sintagmas nominais (SN) podem
ocorrer em duas posições potenciais a saber, a posição do sujeito (SN/F) ou na posição de
objecto (SN/SV) (Sitoe 1999, Ngunga 1991).

E não só mas também Carstens (1993 cit. em Atanásio, 2002) propõe que o sistema nominal
das línguas Bantu é baseado no género, uma propriedade lexical dos radicais, e que o conceito
de classes nominais é adicionado aos nomes como morfologia de número pelas regras de
redundância de um género específico.

No entanto, Atanásio (2002) salienta que:

a organização dos nomes, de acordo com as entidades do domínio semântico Bantu


admite a sua legitimação do seguinte modo: os nomes da mesma classe, nas línguas
Bantu, têm o mesmo prefixo independente (ou de classe), realizado lexicalmente ou
não, através do qual eles controlam a concordância das palavras sintacticamente
dependentes.

Sendo assim, a Classe Nominal compreende: todas as palavras independentes que regem um
determinado conjunto de concordância, por evocar primitivos semânticos comuns. Todas as
palavras dependentes que exibem esta concordância.

2.3. Frase complexa em línguas bantu


Inicialmente frisar que a Frase e uma palavra ou conjunto de palavras dispostas de uma dada
maneira, de acordo com certas regras, para exprimir um determinado sentido.

Patel, Majuisse e Tembe (2018), salientam que:

Pode-se definir ainda como um enunciado de sentido completo, unidade mínima de


comunicação, que pode ser constituída por uma única oração (frase simples), por mais
do que uma oração (frase complexa), ou apenas por um verbo (frase elíptica), onde os
restantes constituintes são subentendidos (p.98).
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No diz respeito entorno frase complexa em línguas Bantu entende-se como as que apresentam
mais de um constituinte. Como se pode ver nos exemplos abaixo:

Eronwé nàlopwana “foi com os homens”

Itthú sàlopwana “as coisas de homens”

Observando o modo como os nomes em Bantu se organizam os exemplos acima, propõe-se o


alargamento da ideia de que os prefixos e os radicais formem não só um determinado nome,
mas também um sintagma nominal.

Verifica-se, que primeiramente o radical-lòpwana, conservam o sema da palavra. E em


segundo lugar, a substituição de um prefixo por outro, em tomo do mesmo radical, gera uma
interpretação de singularidade/pluralidade.

No entanto, de acordo com Ngunga (2004),

Sintagma nominal complexo é “aquele cujos constituintes internos envolvem dois ou


mais nomes ligados por uma conjunção, ou por um sinal de pontuação, sendo mais
comum a vírgula’’. O mesmo autor argumenta que na maioria das línguas bantu a
marca de concordância ocorre de forma aglutinada na forma verbal (p.78).

Por sua vez, Sitoe (2000) admite que “a concordância gramatical é operada por meios de
marcas de concordância através de prefixos, de acordo com motivações semânticas”.

Na mesma vertente, Mchombo (1993) defende que na concordância sintáctica o verbo


concorda com apenas um único nome do SN complexo. A classe e o prefixo nominal são
importantes na concordância sintáctica em particular em bantu.

Ngunga (2004) sustenta que uma classe nominal é o conjunto de nomes com o mesmo prefixo
e ou mesmo padrão de concordância.

2.4. Mecanismos de concordância nas línguas bantu


Diante dos dizeres apresentados acima pode-se estabelecer os mecanismos de concordância e,
nas línguas bantu concretamente na Língua Elomwe, olhando para os seus inúmeros prefixos
que se afixam aos nomes, tantos quantas classes nominais existem nas diferentes línguas,
salvo uns raros casos em que prefixos com a mesma estrutura são usados para mais que uma
classe.
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Contudo, vale dizer que tais prefixos não determinam a oposição entre o género (masculino
vs. feminino), mas sim, entre o singular e o plural.

E-thu Coisa Singular I-thu Coisas Plural

Entretanto os prefixos indicam as classes 1 e 2 em a) e b); classes 7 e 8 em c) e d); estão


alternados em singular e plural. Olhando para a concordância gramatical Bleek (1862; 1869
cit. em Chimuzu, 2002) clarifica a classificação das diferentes séries de prefixos atribuindo
um número a cada uma das classes como é apresentado nos exemplos do quadro acima.

Contudo, abaixo estão patentes frases em Elomwe demostrando diferentes estratégias de


qualificação dos nomes:

Nlopwana hothikila mathiako.


Concordância de classes

Semântica- O homem cortou a xima.

Alopwana ahothikila minika

Semântica- Os homens cortaram bananeiras

Unti wehelu wamula muselu


Uso de prefixos e sufixos

Semântica- O grande elefante tem presas


longas

Vata vyakulovona vikula matumbuwa

Semântica- Os pequenos macacos comem


frutas.

Composição lexical Nihiku nimosa, olimanni ni echaia


yahikumanela

Semântica-Um dia, o mar e o e a terra


encontravam-se.

Ohiphiya Olopwana mmosa aikhunenle ni


ekasako

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Semântica- Chegou um homem coberto de
casaco.

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CAPITULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS

3.1. Conclusão
Chegando nessa fase do trabalho, concluiu-se que na concordância sintáctica o verbo
concorda com apenas um único nome do SN complexo. A classe e o prefixo nominal são
importantes na concordância sintáctica em particular em bantu. O sintagma nominal
complexo é “aquele cujos constituintes internos envolvem dois ou mais nomes ligados por
uma conjunção, ou por um sinal de pontuação, sendo mais comum a vírgula. As estratégias
usadas nas línguas bantu têm-se as seguintes: concordância de classes, uso de prefixos e
sufixos e a composição lexical, que por sua vez, são empregadas para enriquecer a informação
transmitida, reflectindo a riqueza e complexidade das línguas.

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3.2. Referências bibliográficas
Chimuzu, A. M. (2002). Reorganização do Sistema de Classe Nominais em Elomwe: caso de
dos Nomes dos Animais. UEM-Maputo.

Langa, D. (2009). Estratégias de Concordância com Sintagmas Nominais Compostos em


Changana: proposta de uma abordagem integrada entre a linguística estrutural e
comportamental. Maputo: FLCS-UEM.

Ngunga, A. (2004). Introdução à Linguística Bantu. Faculdade de Letras e Ciências Sociais –


Imprensa universitária, UEM. Maputo.

Sitoe, B. (2000). Relatório sobre a Padronização da Ortografia de Línguas Moçambicanas.


Maputo: Imprensa Universitária.

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