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FICHAMENTO: GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd; HALPERN, Diane.

Raciocínio, linguagem e inteligência. in: ___. Ciência Psicológica. Tradução de Maiza


Ritomy Ide, Sandra Maria Mallmann da Rosa, Soraya Imon de Oliveira. 5ª edição. Porto
Alegre/São Paulo: ARTMED EDITORA LTDA, 2018. p.309-337.

Ana Mércia Alves de Lima

Raciocínio, linguagem e inteligência:

- "A capacidade da pessoa de mostrar inteligência está ligada a ter excelentes


habilidades de raciocínio.” (Michael, 2018, P.309). Com isso, pode-se concluir que a
simples acumulação de conhecimentos não é suficiente para refletir verdadeiramente a
inteligência de uma pessoa, mas sim a forma como essa pessoa utiliza seu raciocínio
para compreender, processar e aplicar esses conhecimentos que demonstra sua
verdadeira capacidade intelectual.

- A linguagem contribui significativamente para um raciocínio claro, lógico e eficiente


facilitando a transmissão efetiva de conhecimentos e ideias.

O que é pensamento?

- O raciocínio é um processo mental complexo que nos permite manipular e analisar


representações do conhecimento para tomar decisões, resolver problemas e
compreender o mundo ao nosso redor, sendo fundamental para o pensamento crítico, a
tomada de decisões conscientes e o aprendizado contínuo.

- O raciocínio possui representações mentais em seu processo: as representações


analógicas que são representações mentais que são características físicas de objetos
reais, como mapas e relógios, e as representações simbólicas, são representações
mentais abstratas e não têm relação física com os objetos, como a palavra "violino"
representando o instrumento sem refletir sua aparência física.

- A categorização é o processo de agrupar itens com base em suas características


comuns. Esse método reduz a quantidade de informações que precisamos lembrar,
tornando nosso pensamento mais eficiente.

- Os psicólogos cognitivos descreveram diferentes métodos para formar conceitos,


sendo eles o modelo de protótipo, desenvolvidos por Eleanor Rosch que afirma que
dentro de cada categoria há um melhor exemplo e serve como referência para
categorizar novos objetos com base em sua semelhança com o protótipo. Já no modelo
de exemplar, proposto por Medin & Schaffer, não existe uma representação única para
um conceito, em vez disso, todos os exemplos ou exemplares de membros da categoria
que a pessoa encontrou ao longo da vida formam o conceito. Quando confrontada com
um novo objeto, a pessoa compara esse objeto com seus exemplares anteriores e o
categoriza com base em sua semelhança com esses exemplares.

- Os esquemas são estruturas mentais que organizam informações úteis sobre ambientes
e situações, nos ajudam a perceber, organizar e processar informações de maneira
eficiente sendo fundamental para entender e interagir com a complexidade do mundo.

- No entanto, os esquemas também podem ter consequências inesperadas, como


perpetuar estereótipos de gênero ou comportamentos indesejáveis, influenciando até
mesmo o comportamento das crianças conforme elas aprendem e internalizam esses
padrões sociais.

- Esquemas são estruturas mentais que organizam informações úteis sobre ambientes e
situações, sendo fundamentais para entender e interagir com a complexidade do mundo,
ajudando a perceber, organizar e processar informações de maneira eficiente.

Como tomamos decisões e resolvemos problemas?

- “Na tomada de decisão, escolhemos entre alternativas. Em geral, identificamos


critérios importantes e determinamos o quão bem cada alternativa atende a esses
critérios” (Michael, 2018, P.316). Com base na citação, se torna evidente a necessidade
da utilização da razão ao se tratar da tomada de decisão, onde consideramos não apenas
as opções disponíveis, mas também como cada uma delas se alinha com nossos
objetivos e necessidades envolvendo uma avaliação cuidadosa das informações
disponíveis e a ponderação das consequências de cada escolha, visando tomar a melhor
decisão possível com base nas informações e recursos disponíveis.

- As teorias de decisão normativa afirma que os indivíduos tomam decisões que lhes
garantam o maior ganho, entretanto, nem sempre essas decisões são racionais
- As teorias de decisão descritiva visam opções reais, na qual as pessoas muitas vezes
mostram tendências na tomada de decisão tendo o potencial de tomar decisões
irracionais

- A teoria da utilidade esperada propõe que as pessoas tomam decisões ao considerar


alternativas e escolher a mais desejável.

- Estratégias rápidas e eficientes que as pessoas normalmente usam para tomar decisões
reduzindo a quantidade de raciocínio usado são chamadas de heurísticas, sendo benéfico
na tomada de decisões rápidas, um exemplo desse tipo de estratégia é abordado na
seguinte citação:

Por que algumas pessoas sempre querem comprar o segundo item mais
barato, não importa o que estejam comprando? Elas acreditam que, ao usar
essa estratégia, poupam dinheiro, ao mesmo tempo em que evitam comprar
produtos piores. Outras pessoas querem comprar apenas itens de marca.
Essas regras de ouro rápidas muitas vezes levam a decisões razoavelmente
boas, com desfechos que são aceitáveis para os indivíduos (Michael, 2018,
P.317).

- Outro ponto de referência para a tomada de decisões seria a ancoragem, que se trata da
propensão em tomar decisões com base na primeira informação que encontramos ou que
vem à mente mais rapidamente. Já o enquadramento é o modo como a informação é
apresentada, afetando a percepção das escolhas.

- “A heurística da disponibilidade é a tendência geral de tomar uma decisão com base na


resposta que vem mais facilmente à mente.” (Michael, 2018, P.317). Desse modo,
segundo a citação apresentada pode-se concluir que na heurística da disponibilidade
Informações mais recentes, mais vivas ou mais acessíveis tendem a ter um impacto
maior em nossas decisões do que outras informações que podem ser igualmente
relevantes, mas estão menos acessíveis em nossa memória, algo que pode ser observado
na citação

- A heurística da representatividade leva a categorizar algo ou alguém com base na


semelhança com o protótipo de uma categoria, podendo gerar raciocínios falhos ao não
considerar outras informações.
- A heurística do afeto, leva as pessoas a tomarem decisões o que acreditam que as fará
felizes e evitarem o que podem causar arrependimento. No entanto, elas são ruins em
prever seus sentimentos futuros em relação às decisões tomadas, superestimando tanto a
felicidade quanto o impacto das situações positivas e negativas, mas após eventos
negativos, as pessoas usam estratégias como racionalização e minimização para se
sentirem melhor, o que é benéfico para sua saúde mental.

- A resolução de problemas é essencialmente a busca por alcançar uma meta utilizando


as informações disponíveis e uma estratégia crucial no estudo da resolução de
problemas é a identificação de submetas, algo que fica evidente segundo o exemplo
abordado na seguinte citação:

Suponha que uma aluna do último ano do ensino médio decidiu que gostaria
de se tornar médica. Para alcançar esse objetivo, ela primeiro precisa alcançar
a submeta mais imediata de ser admitida em uma boa faculdade. Para entrar
em uma boa faculdade, ela precisa conseguir boas notas na escola. Essas
submetas adicionais exigiriam o desenvolvimento de boas habilidades de
estudo e de atenção em aula. (Michael, 2018, P.323).

Assim, resolver um problema complexo pode se tornar desafiador quando não é


evidente qual é o próximo passo a ser tomado. Identificar e organizar adequadamente os
passos ou submetas necessários, em sua ordem apropriada, pode representar um desafio
significativo nesses casos

- A fixidez funcional é quando temos ideias fixas sobre como os objetos devem
funcionar, o que pode atrapalhar a resolução de problemas mais diversos, já o Insight é
a capacidade de descobrir de repente uma solução para um problema.

- Algoritmo se trata de uma sequência de passos que, se seguidos corretamente, sempre


levam à resposta correta. Por exemplo, ao seguir uma receita culinária exatamente como
indicada, obteremos praticamente o mesmo resultado toda vez.

O que é linguagem?

- A linguagem é um sistema de comunicação que usa sons e símbolos organizados de


acordo com regras gramaticais hierárquicas.

- A linguagem é formada por fonemas, que são sons básicos da fala que diferenciam
palavras que são produzidos pelo trato vocal humano, que é capaz de emitir mais sons
do que os usados em qualquer idioma, por fim, o cérebro humano trabalha para
interpretar os sons da linguagem, sendo a semântica um fator crucial nesse processo.

- Afasia, um distúrbio que afeta a compreensão e produção da linguagem, podendo ser


dividida entre afasia de Broca, descoberta por Paul Broca, que está associada à área de
Broca no cérebro esquerdo causando uma dificuldades na fala, apesar da compreensão
relativamente intacta e a afasia de Wernicke, identificada por Carl Wernicke, está ligada
à área de Wernicke no mesmo hemisfério e resulta em dificuldades na compreensão do
significado das palavras, embora os pacientes possam falar fluentemente de maneira
sem sentido.

- A teoria da relatividade linguística, argumenta que a linguagem determina o


pensamento, entretanto, evidências mostram que essa relação não é tão direta, já que
animais e crianças pré-linguísticas demonstram capacidade de pensamento complexo.
Uma versão mais moderada da teoria sugere que a linguagem influencia, mas não
determina, o pensamento.

- Os bebês começam a aprender a linguagem, sendo influenciados pelos idiomas que


suas mães falam durante a gestação sendo capazes de discriminar todos os fonemas de
todos os idiomas até os 6 meses de idade, mas ao longo do tempo, perdem a capacidade
de distinguir sons que não são relevantes para o idioma falado em casa.

- “De acordo com a Noam Chomsky, todos os idiomas são baseados no conhecimento
inato dos seres humanos de um conjunto de elementos e relações universais e
especificamente lingüísticas” (Michael, 2018, P.334). Dessa forma, a citação evidencia
a ideia de que as pessoas aprendam qualquer linguagem à qual sejam expostas,
independentemente do contexto cultural específico. Isso contrasta com a visão
behaviorista de B. F. Skinner, que sugeria que a linguagem é aprendida por meio de
reforço operante, similar ao comportamento dos animais.

- Bebês surdos expostos desde o nascimento a diferentes línguas de sinais adquirem


essas línguas em um cronograma maturacional semelhante ao das crianças não surdas
que adquirem línguas faladas, essa descoberta foi possível através da pesquisa de Laura
Ann Petitto e seus alunos sobre a aquisição da linguagem em bebês surdos expostos a
línguas de sinais, desafiando a idéia de que a percepção e produção do som são a chave
exclusiva para a aquisição da linguagem
- O ambiente influencia na aquisição da linguagem por uma criança

- O debate sobre os métodos de ensino da leitura gira em torno de duas principais


abordagens: o método fonético tradicional, enfoca a associação entre letras e seus sons,
ensinando as crianças a pronunciar corretamente as palavras com base em suas letras, e
o método de linguagem global, destaca a compreensão do significado das palavras e
como elas se conectam em sentenças, sem enfatizar a divisão em sons individuais.

- Por fim, o texto é finalizado ao abordar a dislexia, transtorno da leitura que afeta a
capacidade das pessoas de ler com fluência e precisão, tendo como dificuldade
reconhecer e processar os símbolos das letras, formar palavras a partir dessas letras e
compreender como as palavras se unem para formar frases com significado, entretando,
existem estratégias e intervenções que podem ajudar a minimizar seus efeitos sendo
assim necessário uma compreensão e apoio adequados.

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