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Disciplina: Filosofia do Direito.

Nota
_____________________
Professor: Lucas Rêgo
Assinatura do Aluno
Nome:

ATIVIDADE DE PREPARAÇÃO PARA A AV1

INSTRUÇÕES:
I – Leiam atentamente toda a avaliação antes de começar a respondê-la; a
interpretação das questões faz parte da avaliação.
II – Esta avaliação é composta por 5 (cinco) questões objetivas com valor de 1,0 (um
ponto) e 2(duas) questões discursivas, com valor de 2,5(dois pontos e meio)cada.
pontos.
III -. Não crie dados e observe coesão, coerência, correção ortográfica e gramatical.
Estes elementos fazem parte da avaliação.
IV - APÓS O INÍCIO DE AVALIAÇÃO O ALUNO(A) TERÁ 1h e 40 minutos para
responde-la e entrega-la ao professor.

01 02 03 04 05

D
I - PARTE DISCURSIVA.

PRIMEIRA QUESTÃO

Com base nos debates ocorridos em sala sobre as relações entre Direto e Justiça, após
a leitura do texto que segue abaixo responda o que se pede:

“A expressão lexical “Estado de Direito” foi utilizada pela primeira vez por J. W.
Placidus, em meados de 1798, na Alemanha (COSTA, 2006, p. 112). Essa expressão
passou a resumir o fenômeno político e jurídico vivido na Europa após o advento das
revoluções burguesas e da consequente queda do Absolutismo estatal durante o final
do século 18. Tal fenômeno caracterizou-se, em particular, pelo fim dos privilégios
oriundos do Estado absolutista e pelo estabelecimento de limites legais ao exercício do
poder estatal. Por conseguinte, a partir desse período, foi assimilada a compreensão
da necessidade de se instituir um ordenamento jurídico pautado na repartição das
funções estatais e na garantia igualitária dos direitos do homem. Desse modo, a lei
deixou de ser aquilo que o soberano instituía de maneira arbitrária, passando a
assumir o importante papel de assegurar o exercício da cidadania a todas as pessoas”
(file:///C:/Users/lucas/Downloads/5840- trexto%20do%20artigo-28701-1-10-
20161216.pdf

“Uma das características mais notáveis do estado de direito que decorre dessa
compreensão instrumental é limitar o poder criado pelo próprio direito, que, se
exercido arbitrariamente, pode minar a capacidade do direito de guiar a ação .
Segundo Arendt – que nisso segue o ensinamento do filósofo do século XVIII, Barão
de Montesquieu (1949; XI.4)* – a espécie de autolimitação característica do estado de
direito é melhor alcançada separando a função legislativa das funções judiciais e
executivas de interpretar, aplicar e executar o direito. Os sistemas jurídicos que
definem o direito apenas em termos do comando soberano de uma pessoa isolada,
pelo contrário, colapsam essas funções e não fornecem salvaguardas contra o poder
jurídico arbitrário e absoluto. É por isso que Arendt fala dos regimes totalitários como
“movimentos” dirigidos por decisões ad hoc de um líder e não de estados estáveis.
Como observa de maneira perspicaz, “nessas ideologias, o próprio termo ‘direito’ muda
de significado: de expressão do quadro de estabilidade no qual os movimentos e as
ações” ( INGRAM, David. Filosofia do Direito: conceitos-chave em Filosofia. Porto
Alegre: Artmed, 2010

a) O regime político nazista e autoritário que caracterizou a experiência de Hitler


no poder do Estado alemão possuiu um sistema normativo ao qual se pudesse
atribuir a qualidade de jurídico, vale dizer um sistema normativo jurídico?

Responda utilizando, para tanto, noções conceituais de

i) direito; ii)moral e iii)Estado de direito.


SEGUNDA QUESTÃO:

Os textos abaixo abordam e demonstram a importância da relação entre


Direito e Justiça, seja ao nível de uma reflexão jusfilosófica, seja ao nível de
uma análise política sobre a estratégia de um Estado Nacional para legitimar
guerra. Com base nos estudos sobre o tema, após a leitura dos textos
abaixo, responda o que se pede.

“Argumentando em termos do positivismo jurídico, os partidários do governo


tomaram isso como confirmação de que nenhuma ordem emanada de uma
organização internacional carente de poder territorial soberano poderia ser
reconhecida como direito. Portanto, concluíram que a justiça pelas próprias mãos
empregada contra Hussein e conduzida pela única superpotência capaz de
administrá-la era justificável. Todavia, essa não fora a única justificativa
apresentada pelos partidários do governo Bush. Eles defendiam que a guerra era o
único procedimento de acordo com o direito, em que “de acordo com o direito”
refere-se a uma autoridade mais alta do que o direito internacional e também mais
alta do que qualquer lei feita pelos homens. Esse direito mais alto seria o direito
natural.” (INGRAM, David. Filosofia do Direito: conceitos-chave em Filosofia. Porto
Alegre: Artmed, 2010)

O texto acima revela um conflito de posições doutrinárias do Direito acerca da


guerra entre EUA e Iraque.
Sendo assim, explique de que forma as teses “conceituais” do
jusnaturalismo e do positivismo jurídico foram usadas como justificativas
para a invasão do Iraque pelo EUA.

PARTE OBJETIVA

PRIMEIRA QUESTÃO:

Acerca dos aspectos fundamentais do empreendimento teórico da Filosofia


do Direito, após a leitura do texto abaixo e das proposições que lhe seguem,
assinale a alternativa correta:
“O estudo da Filosofia do Direito é o estudo de sistemas jurídicos, que por sua vez
refletem determinadas correntes filosóficas. Estudar a Filosofia do Direito eqüivale a
estudar uma Filosofia específica — a jurídica.”( Filosofia e Direito. DINIZ, Artur José
Almeida. In: (file:///C:/Users/Lucas/Downloads/824-Texto%20do%20Artigo-1541-2-
10-20140918%20(1).pdf)

“ A filosofia do Direito é um saber crítico a respeito das construções jurídicas erigidas


pela ciência do direito e pela própria práxis do direito. Mas que isso, é sua tarefa
buscar determinar os fundamentos do Direito, seja para certificar-se de sua natureza,
seja para criticar o assento pelo qual se fundam as estruturas do raciocínio
jurídico...”( BITTAR, Eduardo Carlos Bianca e ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de
filosofia do direito. São Paulo (SP): Atlas, 2002, p49)
“ Diz-se, correntemente, ser o ideal da filosofia do direito a formulação de uma
‘teoria(filosófica) da justiça’. Mas mesmo que seja esta a sua principal tarefa, nela
não há o esgotamento de sua atividade especulativa”. (SGARBI, Adrian. Introdução à
Teoria do Direito. São Paulo: Ed. Marcial Pons, 2013, p. 7)

i) A relação entre Direito e Justiça - eixo fundamental do horizonte teórico da


Filosofia do Direito - é crucial no debate acerca da resposta correta em
Direito bastante fomentando na doutrina filosofia jurídica contemporânea.
ii) A resposta à pergunta “o que é Direito?” se constitui em um objetivo
fundamental da Filosofia do Direito e sua resposta sempre perpassa o
debate sobra relação entre Direito e Moral no plano do conteúdo da normas
jurídica e seu respectivo âmbito de validade. É o que demonstra o embate
entre Positivismo jurídico e Realismo jurídico.
iii) Os fins do Direito( ao que corresponde à pergunta “qual é a finalidade do
Direito?”) e os fundamentos do Direito( ao que corresponde à pergunta
“Porque devemos obedecer o Direito”) são elementos que a Filosofia busca
conhecer e fundamenta como parte integrantes do empreendimento teórico
da Filosofia do Direito.

a) Todas estão corretas


b) Todas estão erradas
c) Apenas I está errada
d) Apenas II está errada.

SEGUNDA QUESTÃO:

Com base nos debates ocorridos em sala sobre a relação entre Direito, Poder e Moral,
após a leitura dos textos que seguem abaixo e das proposições que lhes seguem,
assinale a alternativa correta:

“A expressão lexical “Estado de Direito” foi utilizada pela primeira vez por J. W.
Placidus, em meados de 1798, na Alemanha (COSTA, 2006, p. 112). Essa
expressão passou a resumir o fenômeno político e jurídico vivido na Europa
após o advento das revoluções burguesas e da consequente queda do
Absolutismo estatal durante o final do século 18. Tal fenômeno caracterizou-se,
em particular, pelo fim dos privilégios oriundos do Estado absolutista e pelo
estabelecimento de limites legais ao exercício do poder estatal. Por conseguinte,
a partir desse período, foi assimilada a compreensão da necessidade de se
instituir um ordenamento jurídico pautado na repartição das funções estatais e
na garantia igualitária dos direitos do homem. Desse modo, a lei deixou de ser
aquilo que o soberano instituía de maneira arbitrária, passando a assumir o
importante papel de assegurar o exercício da cidadania a todas as pessoas”
(file:///C:/Users/lucas/Downloads/5840- trexto%20do%20artigo-28701-1-10-
20161216.pdf

“Uma das características mais notáveis do estado de direito que decorre dessa
compreensão instrumental é limitar o poder criado pelo próprio direito, que, se
exercido arbitrariamente, pode minar a capacidade do direito de guiar a ação.
Segundo Arendt – que nisso segue o ensinamento do filósofo do século XVIII,
Barão de Montesquieu (1949; XI.4)* – a espécie de autolimitação característica
do estado de direito é melhor alcançada separando a função legislativa das
funções judiciais e executivas de interpretar, aplicar e executar o direito. Os
sistemas jurídicos que definem o direito apenas em termos do comando
soberano de uma pessoa isolada, pelo contrário, colapsam essas funções e não
fornecem salvaguardas contra o poder jurídico arbitrário e absoluto. É por isso
que Arendt fala dos regimes totalitários como “movimentos” dirigidos por
decisões ad hoc de um líder e não de estados estáveis. Como observa de
maneira perspicaz, “nessas ideologias, o próprio termo ‘direito’ muda de
significado: de expressão do quadro de estabilidade no qual os movimentos e
as ações” ( INGRAM, David. Filosofia do Direito: conceitos-chave em Filosofia.
Porto Alegre: Artmed, 2010

I) Como se verifica dos textos acima, a relação entre Direito e Poder é


intrínseca, de modo que, no Estado de Direito, a tripartição de poderes
ajudar a garantir uma autonomia e independência do judiciário no
cumprimento de suas funções, o que vem a corroborar com o
fortalecimento da democracia.
II) Conforme se vê no texto II, a concepção de Direito como comando reduz as
possibilidades do sistema jurídico funcionar como um mecanismo de
administração democrática do Poder político que o Estado de Direito
simboliza.
III) Se desprende da leitura dos textos em destaque, que a definição de Direito
como expressão normativa do poder político ilimitado em suas ações se
torna uma forma teórica de legitimar, ainda que não se queria, qualquer
organização política não democrática.

a) Todas as proposições que seguem acima são verdadeiras


b) Todas as proposições que seguem acima são falsas
c) Apenas I é verdadeira
d) Apenas II é falsa.

TERCEIRA QUESSTÃO

Ainda com base nos estudo sobre o Positivismo Jurídico, assinale abaixo a alternativa
que atribuível ao positivismo conceitual:

a) O direito natural não existe, o único direito existente é o direito positivo.

b) O direito positivo deve ser identificado como tal independentemente de sua


conformidade ao conteúdo do direito natural.

c) A crença no direito natural (que cada um interpreta a seu modo) favorece a


anarquia e a religião.

d) O Direito positivo dever ser observado e aplicado independentemente de


concordância ou discordância com o direito natural

QUARTA QUESTÃO.
Depois da leitura do pequeno trecho de reportagem reproduzido abaixo, com base
nos estudos sobre as correntes doutrinárias trabalhada em sala, analise as
proposições que abaixo e assinale a alternativa correta(1,0 pontos):

“O Congresso Nacional, tendo em vista a pressão de variados atores sociais e de


setores da sociedade com grande representação no órgão legislativo nacional,
votou e aprovou a Lei n.6677/2017 que permite o emprego de meios de violência
física( tortura) contra pessoas acusadas de praticar determinados crimes. A lei
reformula em grande parte o código penal brasileiro na medida em que estabelece
para inúmeros crimes ali previstos a possibilidade de emprego da violência, que na
lei são chamados de meios de correção do condenado e reparação moral da vítima.
Diante deste fato, um conjunto de amplo de entidades sociais e ONGs( nacionais e
internacionais) protestaram pela retirada ( declaração de invalidade) da lei em
destaque do ordenamento jurídico por serem demasiadamente injustas e
contrárias à moral da sociedade brasileira. expressão genuína da conjunto de
valores morais universais.” ( Reportagem extraída do Jornal da Mídia e
Democracia, dia 02/07/2016).

a) Desde o ponto de vista do Positivismo jurídico, em especial o positivismo


conceitual, é possível defender a retirada da Lei 6677/2017 pelo fato da
mesma ser demasiadamente injusta e contrária à moral da sociedade
brasileira, expressão genuína da conjunto de valores morais universais.

b) Com base na doutrina do Jusnaturalismo é possível defender a retirada da


Lei 6677/2017 pelo fato da mesma ser demasiadamente injusta e contrária à
moral da sociedade brasileira, expressão genuína da conjunto de valores
morais imutáveis que traduzem um ideal de justiça universal.

c) Uma vez positiva da lei 2017, a mesma, ainda que contrária aos valores
morais que civilização consagrou em múltiplos diplomas normativos do
direito internacional – sobretudo a declaração universal do direitos do
homem e do cidadão, deve ser aplicada pelo juiz, tal como defendem os
adeptos do positivismo conceitual e do positivismo ideológico.

d) Com base em uma argumentação ceticismo ético, é possível afirmar a Lei


6677/2017 não pode ser reconhecida como uma lei jurídica pelo fato da
mesma contrariar o que concebem como Direito Natural .

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