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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Alimentação Humana II

Intervenção nutricional na diabetes

M. Beatriz P.P. Oliveira

REQUIMTE / FFUP
Intervenção nutricional na diabetes

Diabetes

Diabetes mellitus é uma desordem


metabólica de etiologia múltipla,
caracterizada por uma hiperglicemia
crónica com distúrbios no
metabolismo dos hidratos de carbono,
lípidos e proteínas, resultantes de
deficiências na secreção ou ação da
insulina, ou de ambas.
Fonte: Sociedade Portuguesa de Diabetologia
http://www.who.int/diabetes/global-report/WHD2016_Diabetes_Infographic_v2.pdf?ua=1
Intervenção nutricional na diabetes

MUNDIAL PORTUGAL

Fonte: http://www.idf.org/
https://www.spd.pt/images/uploads/20210304-200808/DF&N-2019_Final.pdf

Intervenção nutricional na diabetes

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Intervenção
nutricional
na
diabetes
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes

INSEF 2015
1º Inquérito Nacional de saúde com exame físico
INSA
Intervenção nutricional na diabetes
INSEF 2015
1º Inquérito Nacional de saúde com exame físico
INSA
Intervenção nutricional na diabetes

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Intervenção nutricional na diabetes

Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes – Edição de 2019 https://www.spd.pt/images/uploads/20210304-200808/DF&N-2019_Final.pdf


Intervenção nutricional na diabetes

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Intervenção nutricional na diabetes

Diabetes

▪ doença crónica e progressiva com graves consequências para a


saúde e bem-estar individual
▪ associada a elevados custos sociais e dos sistemas de saúde.

▪ Prevalência mundial mais que duplicou desde 1980 passando de 4,7%


para 9,3% da população adulta.
▪ Em Portugal estima-se que afete 13,6% da população entre os 20-79 anos,
e 28% da população desconhece ter a doença.
▪ Existem mais de 2 milhões de pessoas portadoras de hiperglicemia intermédia ou
“pré-diabetes”.

Programa Nacional de Controlo da Diabetes existe, em Portugal, desde a década de setenta


Intervenção nutricional na diabetes
• Hiperglicemia crónica
Diabetes
• Deficiência de insulina

• Perturbações do metabolismo (HC, Proteínas, Lípidos)


• Complicações nos olhos, rins, coração, vasos e nervos

Tipo 1 – induzida por destruição das células b  insuficiência quase absoluta de insulina
Crianças e adultos com menos de 40 anos
Tipo 2 – Resistência à insulina com défice de secreção de insulina
Mais frequente (75% dos casos)
Geralmente associada a obesidade, doença autoimune, idade,…
Gestacional – Surge com a gravidez, acompanha-a e desaparece no fim
Outras – devida a defeitos genéticos, d. pâncreas exócrino, d. endócrinas,
medicamentos, infeções, …
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes

Diabetes Tipo 2 – Resistência à insulina com défice de secreção de insulina


Mais frequente (75% dos casos)
Geralmente associada a obesidade, idade,…

Frequentemente não há necessidade de insulina para sobreviver


Diagnóstico difícil -» Hiperglicemia -» por vezes sem outros sintomas
Risco aumentado de complicações macro e microvasculares
Cetoacidose -» não é frequente
Associada a predisposição familiar e possivelmente genética

Associada a fatores como: Obesidade


Sedentarismo
Maus hábitos alimentares
Intervenção nutricional na diabetes
DM tipo 1: Destruição das células β -» deficiência absoluta de insulina
É mais rara (forma juvenil não chega a 10%)
+ comum crianças ou jovens -» mas pode aparecer em adultos ou idosos

Diabetes Mellitus
Autoimune Idiopática

Etiologia desconhecida
Resulta da destruição (lenta ou rápida)
das células β através de um mecanismo Insulinopenia permanente e tendência
autoimune para cetoacidose
Rápida -» + comum crianças Sem evidência de processo autoimune
Lenta -» + comum adultos
Mais comum em asiáticos e africanos
São dependentes da insulina para
sobreviverem e estão em risco de A necessidade absoluta de insulina pode
desenvolverem cetoacidose não ser constante e com cetoacidose
esporádica
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes

Fatores de risco

Não modificáveis Modificáveis

Raça/ Obesidade
etnia

Genética Inatividade física

Idade e Hábitos
género alimentares
Intervenção nutricional na diabetes

http://www.who.int/diabetes/global-
report/WHD2016_Diabetes_Infographic_v2.pdf?ua=1
Intervenção nutricional na diabetes
Excesso de peso e obesidade
Intervenção nutricional na diabetes

Indivíduos com risco acrescido de desenvolvimento de diabetes:

▪ Excesso de peso (IMC≥25) e Obesidade (IMC≥30).


▪ Obesidade central ou visceral, H 94 cm e M 80 cm.
▪ Idade 45 anos se europeus e 35 anos se de outra origem/região do mundo.
▪ Vida sedentária.
▪ História familiar de diabetes, em primeiro grau;
▪ Diabetes gestacional prévia;
▪ História de doença cardiovascular prévia;
▪ Hipertensão arterial;
▪ Dislipidemia;
▪ Anomalia da glicemia em jejum e tolerância diminuída à glicose, prévias.
Intervenção nutricional na diabetes
DIAGNÓSTICO

Hipoglicemia Normal Pré-diabetes Diabetes

70 100 126 mg/dl


mg/dl mg/dl 7,0 mmol/l

Hipoglicemia Normal Pré-diabetes Diabetes

70 140 200 mg/dl


mg/dl mg/dl 11,1 mmol/l
Intervenção nutricional na diabetes
DIAGNÓSTICO
Intervenção nutricional na diabetes
DIAGNÓSTICO
Intervenção nutricional na diabetes
DIAGNÓSTICO

Prova de tolerância à glucose oral


Intervenção nutricional na diabetes
Prova de tolerância à glucose oral
Intervenção nutricional na diabetes

Hipoglicemia SINTOMAS Hiperglicemia

Fadiga Visão turva

Tremores Xerostomia

Palidez Poliúria

Palpitações Polifagia

Perda de peso

Sudação excessiva
Intervenção nutricional na diabetes

COMPLICAÇÕES

MACROVASCULARES MICROVASCULARES

Doença coronária Neuropatia diabética

Doença arterial periférica Retinopatia

Enfarte do miocárdio Nefropatia diabética


Intervenção nutricional na diabetes
▪ É uma das complicações mais frequentes
▪ Está relacionada com a cegueira (EUA -» 10 000 novos casos/ano)
depende da duração e severidade da hiperglicemia
RETINOPATIA
▪ DT1 -» evidências de retinopatia no prazo de 20 anos após o
diagnóstico
▪ DT2 -» pode ter início aproximadamente sete anos antes do diagnóstico

▪ É a principal causa de falha renal


NEFROPATIA
▪ Proteinúria >500 mg em 24 horas, precedida por graus inferiores
DIABÉTICA de proteinúria, ou "microalbuminúria” (30-299 mg/24h)
▪ 7% dos DT2 pode já ter microalbuminúria

▪ Presença de sintomas e/ou sinais de disfunção (após a


exclusão de outras causas)
NEUROPATIA
▪ Risco de desenvolvimento proporcional à duração e severidade
DIABÉTICA da hiperglicemia (também pode estar relacionada com
predisposição genética)
Intervenção nutricional na diabetes

Consequências da Diabetes
Complicações
microvasculares
Retinopatia diabética
 pequenas hemorragias e microenfartes na irrigação sanguínea da retina
 podem causar perda de visão
16-64 anos
50% dos diabéticos tipo 2 têm algum tipo de retinopatia
Nefropatia diabética  urémia e dcv
30% dos pacientes tipo 1 (10-20 anos após doença)
Tipo 2: 25% de Europeus e 50% de asiáticos e afrocaribenhos
Proteinúria, Hipertensão
 taxa de filtração glomerular
Doença renal terminal em 5 anos
Intervenção nutricional na diabetes

Consequências da Diabetes
Complicações
Neuropatia diabética macrovasculares
 défice sensorial
 disfunção autonómica / turpor, picadas,
dor nevrítica nos membros, impotência
 se surgir isquemia e infeção / gangrena, amputação dos membros

Doença cardiovascular
Diabéticos  morte prematura por dcv 
 2 vezes mais probabilidade de dcv
 pré-menopausa  4 vezes mais probabilidade de dcv
Diabéticos  2-3x  risco de AVC
???? – Distúrbios nos lípidos sanguíneos e hipertensão

Reduzir  Tabaco, Hipertensão, dislipidemia, obesidade, inatividade


Intervenção nutricional na diabetes

Diabetes Sintomas:
Poliúria
Polidipsia
Polifagia Não há cura mas controlo
Perda de peso
Visão turva
Estado de fraqueza

Tratamento : equilíbrio entre a quantidade de insulina disponível


e a quantidade de hidratos de carbono ingerida na alimentação
Intensivo –  glicemia para próximo dos valores normais
 produção e eficácia da insulina
Retarda o aparecimento e progressão das complicações, retinopatia, nefropatia, neuropatia
Injeção de insulina
Tradicional – Medidas para manter a diabetes sob controlo:
Intervenção nutricional na diabetes

Prevenção Prevenção Prevenção


primária secundária terciária

• Controlo • Controlo • Controlo


nutricional e nutricional nutricional
medidas de visando os para retardar
saúde pública distúrbios e tratar as
aplicadas a metabólicos da complicações
obesos e pré- diabetes associadas à
diabéticos diabetes
Intervenção nutricional na diabetes

Dieta Componente essencial do tratamento diabético

Actualmente: semelhante ao recomendado


REGIME
para a população não diabética
ALIMENTAR
Deve responder às necessidades nutricionais (energia, vitaminas e minerais),
aos hábitos alimentares e ao estilo de vida de cada indivíduo

Fornecer alimentação equilibrada de acordo com o estado fisiológico,


peso, gosto e estilo de vida do paciente

Normalizar a glicemia e lipemia

Prevenir a hipo e hiperglicemia bem como as complicações inerentes à


diabetes: cardiovasculares, renais, neurológicos e da retina

Manter estado de saúde ótimo e peso razoável


Intervenção nutricional na diabetes

Energia O aporte energético é função do peso; será restrito em diabéticos obesos


Proteínas: 10-20%
Glúcidos: > 50%
Ingestão excessiva e prolongada
Lípidos: 30% sendo
  glicose sanguínea
10% AG saturados
  necessidades de insulina
10% AG polinsaturados
  reservas de gordura
  resistência à insulina
Atividade física regular   eficácia da insulina
Controlo do peso
 tolerância à glicose
80% diabéticos tipo 2:
melhoria do perfil lipídico
excesso de peso
manutenção da massa muscular
 Peso  benefícios rápidos
(alimentação e exercício)
Intervenção nutricional na diabetes

Proteína
Diabéticos ingerem mais que a população normal
 proteína  génese da nefropatia diabética
 Ingestão de proteínas abaixo das recomendações normais
Em vez de 1g/kg peso corporal  0,8-0,9 g/kg p.c.≈ 10% da energia
Com taxa de filtração glomerular   0,6g/kg p.c.
indiferente proteína animal ou vegetal

Lípidos
Limitar o consumo de gorduras saturadas e colesterol
Se lípidos sanguíneos   restrições suplementares
Suplementos de PUFA n3 – não estão recomendados;
 LDL-colesterol;  TAG
podem afetar o controlo glicémico
Intervenção nutricional na diabetes

Inferiores a 35% da energia ingerida Restrição em obesos


Lípidos AG sat inferiores a 10%
MUFA – 10-25% da energia ingerida
Benefícios a nível das LDL e HDL, colesterol e TAG; Propriedades cardioprotetoras

PUFA n-6 inferiores a 10%; preferentemente 3-7%


colesterol total e LDL mas também HDL; peroxidação lipídica

PUFA n-3
Conservas de peixe em azeite (1 dose por semana); óleos de peixe;
Frutos secos com casca; vegetais de folha verde
Efeito benéfico na trombogénese
Prevenção secundária da dcv

AG trans Colesterol
Limitar o possível ( LDL e  HDL) está limitada a ingestão com os
cuidados anteriores
Intervenção nutricional na diabetes

Hidratos de carbono

Proporção elevada da energia dietética: entre 45 e 60%


Constituída por alimentos complexos, ricos em fibra
 Índice glicémico (cereais amiláceos, fruta, vegetais, legumes)
HC complexos (feculentos) devem estar presentes em todas as refeições
Se rica em HC refinados   TAG
Energia total excessiva   TAG
Açúcares
▪ Ingerir quantidades modestas e fazendo parte de uma refeição
Máx. 10% em substituição de pão, fruta e legumes permitidos ingerir no dia
▪ Proibidas fontes isoladas de açúcar (bebidas ricas em sacarose)
▪ Podem ajudar a eliminar a hipoglicemia
Intervenção nutricional na diabetes
Hidratos de carbono

Fibras
▪ Fibras solúveis são benéficas   velocidade de absorção de glicose
▪ Gomas, geles e pectinas  benéficas
▪ Fibra, aveia, legumes e frutas   índice glicémico
▪ Fibra cereais (farelo e celulose)  efeito mínimo na glicemia
▪ Regulação da função gastrointestinal

Índice glicémico
Compara os alimentos ao alimento referência de cota 100. A cota é calculada
segundo a superfície sob a curva de glicemia obtida na sequência da ingestão
do alimento
▪ Pão branco – 100
▪ Flocos de milho e batatas -  100
▪ Arroz integral, milho com açúcar, puré de batata instantâneo -  100
aumentam menos a glucose sanguínea que o alimento referência
Intervenção nutricional na diabetes
Ingestão elevada de Fibra: vantagens e desvantagens
Vantagens
▪ Digestão e absorção de nutrientes lentas
▪ Diminuição da glucose plasmática pós-prandial
▪ Aumento da sensibilidade dos tecidos à insulina
▪ Aumento do número dos recetores para a insulina
▪ Aumento do uso da glucose
▪ Diminuição da produção hepática de glucose
▪ Diminuição da libertação de glucagon e outras substâncias contrarreguladoras
▪ Diminuição do colesterol sérico
▪ Diminuição dos triacilgliceróis séricos em jejum e pós-prandiais
▪ Possível redução da síntese de colesterol pelo fígado
▪ Possível aumento da saciedade entre refeições

Desvantagens
▪ Aumento de produção de gases intestinais
▪ Desconforto abdominal ou perturbação gastrointestinal temporária
▪ Possível alteração da farmacocinética de certas drogas
Intervenção nutricional na diabetes

Álcool

▪ Beber em quantidades inferiores à preconizada para a população em geral


▪ Gliconeogénese  efeito hipoglicemiante
▪ Hipoglicemia  morte ou lesão cerebral

Vitaminas

▪ Necessidades ligeiramente superiores de vitaminas hidrossolúveis devido à poliúria


Vitamina C, tocoferóis, carotenoides e flavonoides
Consumo de frutas e vegetais
Suplementos – Não conferem os efeitos dos alimentos completos
Se em excesso – podem ser prejudiciais

▪ Ácido fólico deve ser controlado


Intervenção nutricional na diabetes

Sais minerais

▪ Reduzir o seu consumo para evitar


complicações micro e macrovasculares
Sódio
▪ Ingerir alimentos frescos
▪ Evitar alimentos prontos a comer Zinco

Potássio Magnésio

▪ Contraria a ação do sódio Crómio

▪  consumo de fruta e vegetais Podem ocorrer carências


▪ Atenção à medicação; podem surgir situações de mas em situações muito
carência ou excesso deste mineral específicas
Intervenção nutricional na diabetes

Tratamento dietético

▪ Não há dietas padrão


▪ Determinação das prioridades nutricionais
▪ Modificação da dieta atual
▪ Fornecer orientações adicionais para satisfazer as necessidades e as
circunstâncias específicas
▪ Dar apoio e seguimento
▪ Monitorização dos progressos e avaliação da eficácia
▪ Orientações dietéticas baseadas num plano de princípios de alimentação
saudável
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes

Tratamento dietético

▪ Pão, cereais e batata – principais componentes das refeições e lanches


Massa, arroz, cereais de pequeno-almoço, cereais integrais,

▪ Fruta e vegetais – pelo menos 5 porções / dia


1-2 refeições com vegetais; fruta fresca nos lanches e sobremesa;
sumo de fruta só às refeições;  consumo de saladas e vegetais

▪ Leite e produtos lácteos – 2-3 porções / dia


Pobres em gordura; queijo gordo só às refeições; natas só ocasionalmente

▪ Carne, peixe e leguminosas – 2 porções / dia


 consumo de carne; preferentemente magra; retirar gordura visível;
 consumo de leguminosas (ervilhas, feijão, lentilhas)
2 porções de peixe por semana (conserva em azeite)
Intervenção nutricional na diabetes

Tratamento dietético

▪ Alimentos ricos em gordura e açúcar – mínimo possível


Evitar bolos e bebidas ricas em açúcar;
usar compotas com teores de açúcar reduzidos uma vez por outra
bolos com (+) fibra e (-) açúcar; usar adoçantes artificiais

▪ Gordura – evitar fontes de gordura;


evitar fritos; usar o mínimo de gorduras na confecção dos alimentos
usar pouca gordura barrada no pão
Snacks ricos em gordura -  frequência de consumo

▪ Quantidade, tipo e hora de ingestão de HC – é importante


Equilíbrio entre ingestão de HC e a medicação hipoglicemiante

▪ Padrão de refeições/ dia – 3 refeições principais e 3 lanches ou


adaptado ao indivíduo mas constante de dia para dia
Intervenção nutricional na diabetes

▪ Derivados de alimentos amiláceos ou com fibras solúveis


cereais, legumes, fruta e vegetais
Tipo de HC
▪ Evitar grandes porções de açúcares simples;
excepto para tratar a hipoglicemia

O efeito glicémico do alimento depende de vários factores


(características físicas e químicas e não apenas fibras solúveis ou açúcares)

Índice glicémico (GI ou IG)


Comparação entre o efeito glicémico de determinado alimento com o de uma quantidade igual de
HC derivados de uma fonte-padrão = pão branco ou glicose
Intervenção nutricional na diabetes

Índice glicémico (GI ou IG)

▪ Conceito de aplicação complicada


▪ Dá orientação sobre a quantidade de um alimento com HC que precisa de ser
consumida para manter constante o impacto glicémico da dieta
▪ Pode variar com o processamento do alimento, quer industrial quer culinário
▪ Pode variar com o grau de maturação do alimento
EX. Bananas pouco maduras -  amido resistente  GI 
Bananas totalmente maduras – amido  açúcares  GI 
▪ Pode variar se alimento ingerido isoladamente ou acompanhado com outros
▪ GI útil como indicador da escolha de alimentos
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes
Índice glicémico (GI ou IG)
Intervenção nutricional na diabetes

Fatores que afetam a resposta glicémica ao alimento

Velocidade de ingestão

Forma do alimento

Componentes do alimento
(teor de gordura, fibra, proteína, características do amido, etc.)

Métodos de confeção e processamento dos alimentos

Efeitos fisiológicos
(hidrólise gástrica, velocidade de esvaziamento gástrico, resposta
intestinal, hidrólise e absorção intestinal, resposta das hormonas
pancreáticas e do tubo digestivo e efeitos do cólon)
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes

A- Resposta glicémica de indivíduos não diabéticos que ingeriram 50g de HC de batatas e feijão
B- Resposta glicémica de indivíduos sadios que ingeriram 50g de glicose, sacarose e frutose
Intervenção nutricional na diabetes

Situações a considerar

▪ Hiperglicemia e hipoglicemia
Equilíbrio da dieta e da insulina administrada
▪ Exercício físico
Diabetes tipo 2   peso   ingestão energia e  exercício
▪ Doença
mesmo não grave  tensão metabólica
 glicose sanguínea
Sintomas hiperglicémicos (sede excessiva;  volume de urina)
 cetoacidose diabética
 coma potencialmente fatal
▪ Gravidez
Controlo desde a conceção
 probabilidade de malformações congénitas, aborto, cetoacidose
Pré-eclampsia, parto prematuro, problemas neonatais
▪ Crianças, adolescentes
▪ Doença celíaca
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes
Intervenção nutricional na diabetes

Queques sem açúcar


por dose
por 100g
(84g)
por 100g por dose
energia 359,0 301,9 kcal energia 383,4 326,3 kcal
água 21,8 18,4 g água 19,3 16,4 g
proteínas 6,8 5,7 g
proteínas 10,0 8,4 g
hidratos de carbono 43,8 36,8 g
dos quais: açúcares 0,00 0,0 g hidratos de carbono 48,5 41,2 g
lípidos 17,4 14,6 g dos quais: açúcares * * g
dos quais: saturados 19,7 16,6 %
lípidos 16,7 14,2 g
mononsaturados 29,3 24,6 %
polinsaturados 50,2 42,2 % dos quais: saturados 3,4 2,9 g
trans 0,5 0,4 % monoinsaturados 5,2 4,4 g
Sais minerais 1,67 1,4 g polinsaturados 8,0 6,8 g
dos quais sódio 99,0 83,3 mg
trans 0,10 0,09 g
potássio 192,5 161,9 mg
Vitamina E 27,1 22,8 mg Sais minerais 1,65 1,40 g
Intervenção nutricional na diabetes

Fortificação de alimentos com fibra


A adição de fibra a alimentos do dia a dia (produtos de pastelaria, lacticínios,
sopas, molhos e smoothies) permitirá que mais de 50% de consumidores atinjam
a dose recomendada de fibra,  risco de diabetes e de doença cardiovascular

UK: recomendação 30g fibra / dia; consumo normal 19g /dia


A fortificação levaria a:
- perda de peso de 6% da população
- o dobro das crianças passariam a ingerir as doses recomendadas de fibra
- melhoria da saúde intestinal, diabetes, DCV e certos tipos de cancro
- melhoria da imunidade, da saúde da pele e do cérebro
A fortificação com fibra permite manter o consumo de alimentos do agrado
do consumidor com efeitos potenciais na manutenção do peso, diminuição
do risco de doença cardiovascular e diabetes tipo 2.

Canene-Adams, K., Laurie, I., Karnik, K., Flynn, B., Goodwin, W., & Pigat, S. (2022). Estimating the potential public health impact of fibre
enrichment: A UK modelling study. British Journal of Nutrition, 1-7. doi:10.1017/S0007114521004827
Intervenção nutricional na diabetes

Extrato aquoso do fruto de Adansonia digitata L. (baobab)

 Glicemia
 Atividade antioxidante
 Espécies reativas de oxigénio
Agente hipoglicemiante?????

Controlo:
75g glucose/200ml água
Ensaio:
+ 250ml extrato

https://doi.org/10.3390/nu14020398 Nutrients 2022, 14, 398


Intervenção nutricional na diabetes

Calanus finmarchicus oil, do crustáceo mais abundante do Atlântico Norte


Capturados por técnicas sustentáveis e extraídos por processos sem solventes
Constituído por 80% ésteres de ceras (ácidos gordos – álcoois insaturados de
cadeia longa); DHA, EPA, ác. estearidónico (C18:4 n-3) e cetoleico (C22:1 n-11).
Zocca Lipids
Promissores para tratamento da obesidade e suas consequências
Doença cardiovascular
Tratamento da hipertensão
Efeito benéfico no metabolismo da glucose
e na resistência à insulina em obesos e na deposição de gordura
Suplemento ingerido durante 12 semanas
↓ insulina em jejum
melhoria de vários marcadores comparativamente com o controlo

43 obesos: 2g calanus oil /dia /12semanas


2g óleo de parafina /dia /12 semanas
https://www.prweb.com/releases/2016/06/prweb13517805.htm
Nutrients 2022, 14, 396. https://doi.org/10.3390/nu14020396
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Alimentação Humana II

Intervenção nutricional na diabetes

M. Beatriz P.P. Oliveira

REQUIMTE / FFUP

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