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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO


O Regime Jurídico Administrativo é o CONJUNTO HARMÔNICO de princípios que
definem a LÓGICA DE ATUAÇÃO do ente público, se baseando na existência de
limitações e prerrogativas em face do interesse público.

Os princípios então são normas de caráter geral, que têm por objeto o norteamento
do sistema jurídico.

Eles representam as ideias centrais de um sistema, estabelecendo diretrizes e


orientações gerais, que conferem um sentido lógico e harmonioso, responsável por
pautar todo o ordenamento jurídico e a atuação da Administração Pública.

Os princípios fundamentais da Administração Pública podem ser expressos


(encontrados no texto constitucional) ou implícitos (aqueles que embora não contenham
previsão expressa, são extraídos do texto constitucional).

É importante ressaltar que entre os princípios não existe qualquer tipo de


subordinação ou hierarquia, sejam eles expressos ou implícitos.

LEMBRE-SE – NÃO EXISTE HIERARQUIA entre os princípios, sejam


eles EXPLÍCITOS ou EXPLÍCITOS.

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PRINCÍPIOS EXPRESSOS
A Constituição Federal traz, de forma expressa, cinco princípios que regem a
Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência.

Sobre o princípio da Eficiência, é importante ressaltar que este só se tornou


princípio expresso com o advento da EC 19/98.

Desse modo, os cinco princípios expressos são:


 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência

DICA – Lembre-se de “LIMPE”, sendo as iniciais de cada princípio.

Vale ressaltar que esses princípios são aplicados aos três Poderes do Estado
(Executivo, Legislativo e Judiciário), de qualquer das esferas (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios) e também à sua Administração Indireta.

Art. 37 da Constituição Federal:

A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte..."

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da legalidade impõe um dever de observância à lei. Entretanto, esse
princípio funciona de maneira diferente para os particulares e para a Administração
Pública, podendo ser visto sob duas perspectivas distintas.
1) EM RELAÇÃO AO PARTICULAR (LEGALIDADE LATO SENSU):
Art. 5º da Constituição Federal:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei.

Segundo esse dispositivo constitucional, o particular pode fazer tudo aquilo que a
lei não proíba. Nesse caso a regra é a autonomia da vontade.
2) EM RELAÇÃO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (LEGALIDADE STRICTO
SENSU)
De acordo com o Art. 37 da Carta Magna a Administração Pública somente pode
fazer aquilo que a lei ordena (atuação vinculada) ou autoriza (atuação discricionária). Ela
jamais pode agir na omissão da lei. O desrespeito a esse princípio torna o ato ilegal (que
deve ser anulado).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X ADMINISTRAÇÃO PRIVADA


A Administração Pública possui uma submissão total ao que está previsto em lei,
não podendo agir na omissão legal. Sendo inclusive a discricionariedade do
administrador pautada na legalidade.

Já a atuação da Administração Privada é mais ampla, pois não se submete apenas


ao que está previsto em lei, podendo agir na omissão legislativa, desde que não seja ato
ilícito.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – Pode fazer APENAS o que a lei permite

ADMINISTRAÇÃO PRIVADA – Pode fazer TUDO que a lei NÃO


PROÍBE

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LEGALIDADE X RESERVA LEGAL
O princípio da legalidade diferencia-se do da reserva legal.

 O princípio da LEGALIDADE pressupõe a submissão e o respeito à lei e


aos atos normativos em geral.

 O princípio da RESERVA LEGAL consiste na necessidade de a


regulamentação de determinadas matérias ser feita necessariamente por
lei formal.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


São situações em que o texto constitucional excepcionaliza a legalidade, admitindo
a atuação da Administração Pública à margem das disposições legais.

Sem entrar em detalhes, pois invadiríamos o Direito Constitucional, são exceções


ao princípio da legalidade:

 Edição de Medida Provisória

 Situações de Estado de Defesa

 Situações de Estado de Sítio

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PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Esse princípio reflete a impessoalidade na atuação dos agentes públicos, que
devem agir sempre embasados por critérios de interesse público, jamais com o intuito de
favorecer interesses próprios ou de terceiros, não podendo, inclusive, atrelar a atuação
administrativa a sua própria imagem, de forma a promovê-la.

Desse modo, o princípio da impessoalidade pode ser visto sob três perspectivas:

1) ISONOMIA:
O administrador público deve tratar os administrados de maneira isonômica, sem
criar distinções ou critérios de preferência entre eles, que devem ser tratados de maneira
igualitária. Contudo, em determinadas situações, poderá existir um tratamento
diferenciado, embasado na igualdade material (ou substancial).
VEDAÇÃO AO NEPOTISMO
“Súmula Vinculante 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.”

ATENÇÃO – Para o STF, “nomeações políticas” não são consideradas como


atos de nepotismo

2) FINALIDADE:
A finalidade de toda atuação pública é o interesse social. A Administração sempre
deve agir objetivando fins públicos. Esse princípio veda que o administrador atue visando
a interesses próprios ou de terceiros. Nessa acepção, o princípio da impessoalidade
representa um sinônimo de princípio da finalidade.

3) VEDAÇÃO A PROMOÇÃO PESSOAL (OU PARTIDÁRIA)


Sob essa ótica, o princípio da impessoalidade veda que o administrador utilize
obras públicas para fins de promoção pessoal ou partidária.
CF, Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

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PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Esse princípio torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da
Administração, isto é, nosso ordenamento jurídico expressamente exige que o
administrador público tenha uma conduta pautada por preceitos éticos e morais.

Assim, conforme rege inclusive o Decreto 1.171/94, que trata da ética profissional
do servidor público civil do Poder Executivo federal, o servidor deve decidir não somente
entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e
o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. É necessário que se
atenda não somente à “letra fria” da lei, mas também ao espírito dela, juntando aquilo
que é legal com aquilo que também é ético, moral.

A moralidade administrativa é um dos pressupostos da validade de todo ato


praticado pela Administração Pública. Cabe ressaltar que não se trata da moral segundo
o senso comum, mas sim de uma moral jurídica, extraída do nosso ordenamento jurídico.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade também pode ser analisado sob dois aspectos. O
primeiro refere-se à obrigação que possui a Administração Pública de publicar seus atos
em meio oficial (Diário Oficial da União, por exemplo), como requisito de sua eficácia.
Convém notar que não se trata de um requisito de validade, mas sim de eficácia, que diz
respeito à produção de efeitos de um ato.

LEMBRE-SE – Publicidade é REQUISITO de Eficácia e Moralidade do


Ato Administrativo

Entretanto, nem todos os atos praticados pela Administração Pública devem ser
publicados em meio oficial, sendo que em determinadas situações prevalecerá o sigilo,
como nos casos em que for imprescindível para a segurança nacional ou em situações
em que deverá haver a preservação da intimidade dos administrados.

ATENÇÃO – A Lei 12527/11 (Lei de Acesso informação), regula os


casos de exceção ao princípio da Publicidade, de maneira geral.

FIQUE TRANQUILO – Caso esta lei, não esteja presente em seu edital,
não é necessário estuda-la, levando para a prova apenas a concepção geral
do Princípio da Publicidade.

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TRANSPARÊNCIA
Uma segunda acepção desse princípio é o dever que possui a Administração
Pública de dar transparência a sua atuação, tornando as informações acessíveis aos
administrados, possibilitando, assim, o controle social de sua atuação.

Desse modo, não basta a mera publicação. Para que esse princípio seja realmente
observado, é necessário que essa publicação esteja acessível para os administrados.
Como exemplo, temos o direito à obtenção de certidões em repartições públicas.
Art. 5º da Constituição Federal:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos


informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

LEMBRE-SE – Não basta apenas “Publicar o Ato”, esta publicação deve


ser TRANSPARENTE e ACESSÍVEL.

Com base nesse entendimento, o STF já entendeu que publicar a remuneração dos
servidores públicos em site próprio (portal da transparência) não viola a sua intimidade,
pois se trata de uma das maneiras de dar publicidade a esses gastos públicos.

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
O princípio da eficiência, diferentemente dos outros princípios expressos, não foi
contemplado no texto original da Constituição Federal de 1988, sendo inserido
posteriormente por meio da EC 19/98, chamada de reforma administrativa.

Esse princípio impõe uma obrigação de que as atribuições públicas sejam


prestadas com presteza, perfeição e rendimento funcional, de modo a prestar um serviço
público que atenda de forma satisfatória às necessidades da coletividade, entretanto,
sem onerar desnecessariamente os cofres públicos, com gastos supérfluos ou
desperdícios.

Para privilegiar esse princípio, a Constituição Federal estabeleceu as avaliações


periódicas de desempenho para os servidores públicos, sendo que, mesmo o estável
pode ser exonerado caso não tenha resultados satisfatórios.

Art. 37, § 1º, da CF: O servidor público estável só perderá o cargo:


III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa.

ATENÇÃO – Atualmente a avaliação periódica de desempenho ainda não se


encontra formalizada, tendo sua lei em discussão.
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EFICIÊNCIA X EFICÁCIA X EFETIVIDADE
Em resumo temos:

 A EFICIÊNCIA é a relação do processo envolvido com seu meio. Assim,


possui foco interno e refere-se aos custos (materiais, econômicos,
pessoais) envolvidos.

EFICIÊNCIA é fazer MAIS com MENOS, sem perder a QUALIDADE

 A EFICÁCIA se expressa pelo alcance dos objetivos ou metas,


independentemente dos custos implicados. Possui foco externo e refere-se
aos RESULTADOS.

 A EFETIVIDADE representa a relação entre os resultados alcançados e as


transformações ocorridas. Possui foco externo e refere-se aos IMPACTOS
causados na sociedade.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA


Princípios básicos da Governança Corporativa

 TRANSPARÊNCIA (DISCLOSURE) – O desejo de disponibilizar para as partes


interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas
impostas por disposições de leis ou regulamentos.

 EQUIDADE (FAIRNESS) – Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os


sócios e demais partes interessadas

 PRESTAÇÃO DE CONTAS (ACCOUNTABILITY) - Os agentes de governança


devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as
consequências de seus atos e omissões

 RESPONSABILIDADE CORPORATIVA (COMPLIANCE) – Os agentes de


governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações

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