Você está na página 1de 782

Copyright 2021 © Mari Mendes

Diagramação: Matheus e Mari Mendes


Capa: Vitrine de capas
Revisão: Carla Fernanda
Revisão Geral: Marcia Condon
Revisão Final: Mari e Matheus
Beta: M. Raven

1ª Edição Brasil, 2021


2ª Edição Brasil, 2022

Todos os direitos reservados todos.


Proibido a reprodução total ou parcial
desta obra, sem a autorização expressa
do autor. Lei 9.610, de 19 de fevereiro
de 1998, artigo 184. “Violar direitos
autorais, pode acarretar pena de 3 (três)
meses a 1 (um) ano ou multa.”

Plágio é crime!

Esta é uma obra de ficção. Nomes,


personagens, lugares e acontecimentos
descritos são produtos da imaginação do
autor.
Leon Savage é viúvo e um juiz
nada convencional, seu senso de humor
é altamente desenvolvido. Seu lema:
perco um amigo, mas não perco a piada.
Estela Cali é uma mulher
arredia, devido a fatos que a fizeram
desconfiar até de sua sombra. Seu lema:
dê dinheiro, mas nunca dê liberdade.
Juntos irão te levar a um mundo
encantado, cheio de humor, emoção,
carinho, cenas calientes e pitadas de
suspense com doses darks. Fiquem
avisados, pois, vocês entrarão em um
mundo mágico, onde o amor e a dor
andam de mãos dadas.
Leon Savage nasceu e foi criado
para ser um juiz. O juiz e juíza Savage,
não aceitavam menos que isso para seu
filho. Ele embarcou nos sonhos dos pais,
se transformando em um dos juízes mais
temidos do país. O grande Leão dos
tribunais, como era chamado. Mas em
seu interior, havia o desejo de ser ele
mesmo, agir diferente dos pais. Ele era
um homem que amava falar palavrões,
contar piadas, rir, brincar e ansiava
viver com leveza. Abafou esse Leon
com sucesso... Agora um homem
maduro, experiente, se adaptou aos
padrões impostos pelo meio que vivia.
Se acostumou a viver de aparências.
Fazia o que tinha que fazer no
automático, sem emoções. Sua maneira
de viver era morna, pois aceitou a vida
que lhe foi imposta sem lutar. Mas sentia
falta de ser autêntico e poder fazer suas
próprias escolhas. Quando chegava
esses pensamentos de liberdade, os
abafava com rapidez. Aprendeu assim, e
estava bem com isso.
Leon sabia que um juiz
renomado como ele não poderia agir
como realmente era... Ele tinha que
vigiar e ser o que a sociedade esperava
de um juiz, filho de celebridades no
mundo criminal. Ele manteve a criança e
o jovem, reprimidos dentro de si,
abafados por décadas. Até que um dia,
aconteceu um fato que mudou sua
história para sempre…
Venham conhecer Leon Savage e
descobrir o que mudou esse homem tão
duro e, ao mesmo tempo, tão sensível.
O que transformou suas severas
convicções? O Juiz Leon, te espera para
contar tudo em detalhes.
Simplesmente Eu

Me deixei ser uma massa... modelada por


mãos alheias...
Meus pais me modelaram como queriam, sem
emoção...
Transformando-me em um homem sem
coração...
Tranquei meu verdadeiro eu... por medo de
dizer não.
Anos vivendo uma mentira, me sentindo
sufocar
Anos sendo modelado e remodelado por
mãos vazias,
sem empatia, que dor eu sentia...
Meu coração gritava, esse não sou eu...
Estou vivendo no breu.

Quero sair desse caos, ver a luz


Quero ser quem sou, não mais um que
fracassou
Quero falar o que sinto, penso, rir, gritar,
chorar, xingar...
Quero mostrar como sou intenso
Meu humor é imenso, extenso
Um dia saio dessa prisão
E finalmente serei feliz...
Com uma decisão que vem
Das entranhas de meu coração.

(Juiz Leon Savage)


Ou
Click Aqui!

Sinto meus óvulos brigando para


serem fecundados por esse belo homem
à minha frente. Dar continuidade a uma
genética tão perfeita...
— Estou bem com a bermuda de
seu avô, pequena devassa? Pelos seus
olhos gananciosos, e rosto muito corado,
creio que gostou bastante do que vê,
acertei? Estrela, pare de me olhar com
esses olhares luxuriosos, senão não me
responsabilizarei por te comer aqui e
agora... e com a fome que estou de você,
pequena safadinha, vou entrar rasgando
e...
Jamais imaginaria Leon, o Leão
dos tribunais, o Leão implacável,
falando essas coisas tão… tão devassas.
Meu Deus! Ele me surpreende a cada
minuto que ficamos juntos.
— Leon! Meu Deus, está louco?
— corto-o ainda sem acreditar que o
juiz e esse homem aqui em minha frente
são as mesmas pessoas.
— Sim, amor, louco para te
comer, louco para te fazer gozar gritando
até ficar rouca e não querer outro pau,
além do meu! Quero bater meu martelo
em você, deliciosa, e te sentenciar a
gozar sem parar.
Ele me olha com luxúria. Corro
para a porta.
— Volta aqui, pequena covarde!
— grita sorrindo e me perseguindo.
Pega-me e me beija com fúria.
— Leon... — falo entre beijos.
— Quero te mostrar como faço meus
sabonetes... você não queria ver? —
Ainda acho cedo para transarmos.
— Estrela, por favor...
sabonetes? — fala com desgosto.
— Sim, sabonetes, juiz. — Ele
me solta a contragosto e sorri
desconsolado...
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epílogo 01
Epílogo 02
Epílogo 03
Bônus Extras
Redes Sociais
Outras Obras
Chego em casa em um carro
preto blindado, com meu motorista
calado taciturno, ele sabe que meu dia
hoje foi um inferno.
Essa mansão chegou perto de
parecer um lar, hoje é um lugar frio e
vazio... desde a morte de minha esposa.
Meu coração se enche de cólera quando
me lembro de como foi assassinada.
Caralho dos infernos, foi muita
covardia.
— Meritíssimo... — Olho com
raiva para Celso, que trabalhou para os
meus pais, ambos foram juízes, ele me
viu crescer e não para com essa merda
de me chamar com tanta pompa.
— Meritíssimo é o caralho!
Tenho nome porra! Leon! Já falei que
pode me chamar pelo nome, Celso. Você
viu meu pau quando ainda era pequeno,
cacete!
Ele sorri. Sabe que quando
estamos sozinhos, minha boca é um poço
de sujeira, adoro falar palavrões.
Caralho! Sorrio de satisfação, agora
posso, ao menos quando estou com
Celso e no clube...
Quando ousava falar quaisquer
palavras que meus pais consideravam
inadequadas, eles me faziam ler vários
livros jurídicos e eu odiava isso. Então
empurrei para uma gaveta escura esse
meu lado peculiar e polêmico. Passei a
agir como eles queriam. Assim ficava
livre do falatório sem fim e de ter que
ler esses livros maçantes, por meses
seguidos. Sei que Celso, está me
provocando. Considero esse homem
como um pai.
— Realmente tenho que
concordar com você, juiz desbocado. Se
seus pais te vissem agora, ficariam
horrorizados. E concordo com você,
boca suja, vi seu pau pequeno e prefiro
a morte a ter que ver essa merda agora.
— Sorrio, e ele faz cara de nojo e
vômito.
— Fique pronto, Celso, vou
tomar um banho e quero que me leve ao
clube. — Vejo ele balançar a cabeça
discretamente. Não aprova esse estilo
louco de vida que estou levando tem
quase cinco anos.
— Caralho, Celso, se não fizer
isso surto... porra! — Ele caminha até
mim e me abraça.
— Você tem que superar a perda
de sua esposa, meu filho — diz e sinto
raiva de mim mesmo.
Perdi Pâmela da pior forma
possível, não concordo e não aceito. Eu
devia tê-la protegido melhor. Nosso
casamento foi arranjado por meus pais
e, como sempre, concordei. Não a
amava, mas tínhamos uma relação
tranquilamente morna. Ela era uma
advogada, mas adorava a fama e pompa.
E isso muitas vezes nos fazia sair quase
no tapa. Eu não gostava de frequentar os
lugares que ela adorava. Ambientes que
você pegava a falsidade e cortava com
uma faça cega de tão densa que era. Não
podia rir, fazer piadas e falar palavras
inadequadas, segundo eles. Era uma
porra tediosa. Eu nunca ia, e sempre
acabava em brigas homéricas. Pâmela
era um porre quando o assunto era
festas... Caralho, se pudesse a mulher
viveria somente para festejar. Cansei de
falar a ela, que odiava multidões. Por
final desisti, e simplesmente não ia. Ela
gritava até ficar rouca e a ignorava.
Isso é o que me mata de remorso.
No dia que foi assassinada, me ligou e
me intimou a ir com ela em um coquetel.
Me neguei, é claro, surtou e me chamou
de imprestável. Apenas sorri de
desdenho e desliguei o telefone. Essa
mulher já estava me dando nos nervos.
Se continuasse esse inferno, iria me
separar, foda-se o que essa sociedade
fodida iria dizer.
Estava tão cansado de ser quem
eu não era de fato. Tão cansado... Isso
estava minando minhas forças e vontade
de viver.
Mesmo entediado até a alma com
ela, poderia tê-la protegido, porra sabia
das ameaças. Caralho, às vezes tenho
vontade de abandonar essa carreira. Não
tenho paz. Ameaças uma atrás da outra.
Elas vêm principalmente de um
dos homens que sentenciei a cumprir
pena em uma penitenciária de segurança
máxima. Dentes de Ouro, como é
chamado. Ele me olhou com ódio no dia
da sentença e jurou destruir minha vida e
de todos que participaram de alguma
forma em sua condenação. Confesso,
não dei importância alguma, recebia
tantas ameaças que uma a mais, não faria
diferença.
Os meses passaram e o
desgraçado conseguiu, mesmo preso,
cumprir sua ameaça. Pâmela foi
assassinada.
Foi o dia mais miserável de
minha vida quando me contaram que ela
acabara de ser morta, minha consciência
pesou. Muitas vezes a desejei fora de
minha vida, mas nunca dessa maneira.
Pâmela estava saindo para um de seus
inúmeros coquetéis quando foi
assassinada a sangue-frio. Alvejaram
minha mulher e todos os seguranças que
a acompanhavam. Foi uma verdadeira
carnificina.
Desde esse dia, mergulhei num
mar de escuridão, poderia ter evitado
sua morte. Não a amava como esposa,
mas, porra, era um ser humano. Fiquei
ainda mais rígido em minhas sentenças e
me tornei o temido juiz Leon Savage, o
Leão dos tribunais.
***

Durante o dia sou o temido Leão,


juiz, justo, rigoroso e impiedoso com os
covardes que pensam serem deuses.
À noite me transformo no Leão
que adora brincar e ter diversas presas a
seu dispor, um verdadeiro devasso. Mas
tudo isso com muita discrição. Participo
de um clube exclusivo para esse fetiche
que adquiri depois da morte de Pâmela.
Isso se tornou para mim uma válvula de
escape. Não sou dom, somente transo
com diversas mulheres ao mesmo tempo
e gosto de dar uns tapas. Às vezes, não
consigo acreditar que esse homem
devasso que me tornei, é o mesmo juiz
Leon Savage, o homem correto e justo
que todos admiram e temem.
Com as mulheres, gosto de
chamá-las de presas, sou rude, grosseiro
e uso palavras de baixo calão, elas
adoram e eu mais ainda. Confesso a
vocês, estou começando a apreciar um
sexo sujo, recheado de palavrões com
direito a muitos tapas e mordidas.
Tudo em minha vida sempre foi
organizado e certinho. Claro que tive
várias amantes no decorrer de minha
vida, mas meus pais queriam que eu
fosse um juiz e assim o fiz. Não sobrava
tempo para muita coisa...
Chegar onde estou hoje, foi uma
longa e penosa jornada. Mas eles
ficaram felizes, realizei dois sonhos
deles antes de morrerem em um desastre
de avião numa viagem que fariam para a
Itália de férias. Tenho a profissão que
escolheram para mim e tinha também a
esposa que escolheram. Então morreram
realizados. Fodidos!
Não fiquei abatido, mas não
demonstrava estar aliviado tampouco.
Sou mestre em esconder meus
sentimentos, aprendi com eles. Os
Savage eram muito rígidos. Pâmela,
minha finada esposa, se preocupava
somente com o que os outros pensariam
sobre ela. Os três viveram a vida deles
para os outros... e no fim eu também...
vivi a vida que eles escolheram para
mim. Covarde do cacete! Quero sair
desse poço que eles viveram e que ainda
estou mergulhado até os cabelos. Não
quero morrer como eles. Quero deixar
sair o verdadeiro eu, quero ser
autêntico. É pedir muito? Balanço a
cabeça com raiva.
Foda-se! Hoje estou nostálgico,
preciso de minhas presas.
Elas me esperam, já tenho
minhas escolhidas, aquelas que ficam a
minha disposição. Celso já as avisou
que hoje iria e quero-as prontas no
quarto reservado somente para mim.
Pago uma fortuna por ele mensalmente.
Adoram que bato o martelo, lá no caso,
meu pau dando a sentença final. Prazer
absoluto e sem regras. Pensando bem,
hoje vou pegar quem chegar primeiro.
Meu pau hoje está liberado, geral...
Sorrio cafajeste.
Tomo meu banho rapidamente,
visto calças jeans e uma blusa de linha
azul.
Vou para a cozinha e Vanda,
minha secretaria do lar, deixou meu
jantar pronto. Sento-me e como com
prazer. Volto para o quarto, escovo os
dentes, pego meu blazer, carteira e
celular.
Desço já de pau duro. Ajeito-o e
estremeço de prazer quando penso no
que farei hoje com minhas presas. Celso
já me aguarda.
— Vamos, Meritíssimo... —
Celso provoca.
— Seu rabo. Pisa firme no
acelerador, Celso, hoje o Leão aqui vai
abater muitas presas. — Sorrio com
cara de lobo. Celso me olha
profundamente, mas não diz nada.
Homem sábio esse.
Saímos da mansão Savage, fico
apreciando a noite e árvores que passam
como um borrão, conforme Celso se
dirige para o clube exclusivo. É bem
afastado da cidade. Como disse, sou
bem discreto.
Chegamos quase uma hora
depois, na portaria temos que apresentar
o cartão de membros.
Celso mostra e eles abrem os
portões. Vejo que tem bastante carro
aqui hoje, significando que há muitos
conhecidos também, advogados, juízes
como eu, promotores, citei esses, porque
conheço a maioria. Mas tem médicos,
políticos...todos que querem se divertir,
mas com discrição.
Celso estaciona e saio. Olho
mais dois carros que nos seguem, meus
seguranças.
— Vai, Meritíssimo, abater suas
presas, estaremos aqui esperando-o.
— Obrigado, Celso. — Não
tenho consciência pesada por meus
seguranças ficarem aqui, eu os pago de
meu bolso. Penso que isso é mais justo...
vocês me entenderam, né? Minhas
despesas o estado não paga, somente eu,
é o correto em meu ponto de vista.
Entro e meus olhos passeiam
pela imensa sala. Vejo mulheres nuas
andando e sorrindo. Casais já estão
transando logo na entrada. Vejo uma de
minhas presas sendo comida por outro
homem. Foda-se se ligo. Pelo contrário
aprecio.
Pego um drink e viro todo na
boca de uma vez. Sento-me e observo a
minha volta.
Vejo mais de minhas presas
devassas e nada discretas em atividade
plena em sexo grupal. Meu pau está tão
duro que dói.
Levanto-me e olho em volta,
vejo uma morena me olhando com
luxúria. Sorrio e abro meu zíper, meu
pau rosado e gigante pula para fora
como uma grande cobra pronta para o
bote.
— Gostou? — balanço meu pau
com safadeza.
Ela sorri e corre em minha
direção, a porra da mulher desliza até
meu pau ajoelhada de tanta gana por ele.
Parece a porra de um filme que já vi
Pâmela assistindo, Ritmo Quente, acho
que é isso. Sorrio de lado.
A mulher cai de boca e chupa
que é uma maravilha. Não duro um
segundo e encho sua boca com meu
gozo. Ela continua chupando esganada.
— Calma. Está me machucando,
porra! — Puxo seu cabelo com força.
Que caralho ela pensa que está
fazendo?
— Quero mais... — diz
lambendo a cabeça de meu pau, agora
mais calma e apertando seus seios
gigantes.
— Me dá um tempo, caralho. Vai
circular, depois te acho por aí... — falo
olhando uma ruiva e meu pau começa a
dar sinal de vida novamente.
A morena bate palmas.
— Quero você dentro de mim
agora. — Olho com raiva para essa
infeliz.
— Já mandei circular, porra! Já
teve seu quinhão, agora quero variar,
some daqui! — Ela arregala os olhos e
me olha com raiva.
— Maldito! Ainda pagará por
tanta arrogância. Tomara que encontre
uma mulher que o faça enfiar essa
arrogância e soberba na sua bunda —
bufa e sai irada sendo agarrada por um
juiz gordo como um elefante.
Vou até à ruiva que acabou de
ser comida por um colega meu, o
delegado Vilela, e sorrimos cúmplices.
— Pode levar, Meritíssimo, essa
é gostosinha, mas tem uma aqui que
quero dividir com você mais tarde.
Caralho, é a mulata mais linda que já vi
em toda minha vida. Come essa e depois
me procura, quero fazer um ménage.
Juiz Savage, você é meu convidado de
honra. — Sorrio. Sempre que estamos
aqui, fazemos trio.
No tribunal, ninguém sonha que
somos esses pervertidos do caralho.
Pego a ruiva que me olha com
luxúria.
— Me chupa devagar, e depois
coloca a camisinha com a boca. — Ela
sorri e faz como mandei. Quando estou a
ponto de explodir, a viro de costas e a
como por trás. Vejo um homem chegar e
começar a chupar seus peitos imensos e
brancos. Isso me deixa louco e meto
com mais força. Outro chega e coloca o
pau na boca dela, ela geme chupando
com força.
Estou prestes a gozar quando ela
é arrancada de meu pau inchado pelo
mesmo delegado que a comeu a poucos
minutos.
— Porra, Leon, que cena. Vamos
dividi-la. — Sorrio de lado. Ele deita a
mulher mais que usada e mete em seu
ânus e deixa a boceta para mim. Não me
faço de rogado e entro com força. O
delegado espera e pegamos o ritmo, eu
entrando e ele saindo, sintonia perfeita.
Tem vários homens chupando essa
mulher. Porra!
A cena é luxúria pura. Gemo
rouco e o delegado também.
Olhamos um para o outro e
gozamos juntos, enchendo a camisinha
com nosso gozo.
Fecho os olhos e abro
novamente. Saio da mulher e vou para o
banheiro sem conversar com ninguém.
Quando volto para a sala onde
trepei, vejo a mesma ruiva sendo
comida por mais quatro homens
diferentes. Caralho, a mulher só pode
ser ninfomaníaca e de ferro. Como
aguenta?
Olho por todo o salão e vejo
minhas presas em verdadeiros bacanais.
Orgia pura. Me bate uma certa nostalgia,
mas só dura até eu ver uma mulher
maravilhosamente nua.
Uma linda, plus size faz meu pau
ganancioso estremecer. Minha boca
enche de água. Gostosa pra porra.
Vou até ela, não dizemos nada,
ela se vira e vejo sua boceta vermelha,
já fizeram festa por aqui e serei o
próximo a me banquetear.
A pego de jeito e, quando
terminamos, estou suado e cansado.
Levanto-me, tomo várias doses
de uísque e volto para a luta.
Pego várias outras e quando está
amanhecendo e eu de pau dolorido, tomo
um banho descendo para ir embora.
Estou quebrado. Daqui a pouco tenho
audiência.
Celso e meus seguranças me
aguardam
Não dizem nada, mas vejo o
sorrisinho em seus olhos. Caralho.
— Algum problema? —
pergunto e vejo todos se encolherem
menos Celso.
— Não, Meritíssimo. — Um
deles abre a porta e entro, vou sozinho
com o Celso, vejo eles entrarem nos
outros carros logo atrás do nosso e
saímos em um pequeno comboio.
Quando chegamos, subo
arrastado para meu quarto e tomo um
banho demorado. Tombo na cama
desmaiado de tanto cansaço.
Chegando ao tribunal vou direto
para a minha sala. Espero dar minha
hora. Precisava vir mais cedo, para ver
com calma outra ameaça que chegou até
mim. Caralho, se não fosse um homem
corajoso estaria cagado de medo. As
ameaças chegam de todo lado. Parecem
pipocas saltando em todas as direções.
Arrombados!
Recebo inúmeras por telefone
diariamente. Chega até mim, ameaças à
moda antiga, cartas, recortes de jornal,
fotos de membros decepados, fotos de
minha falecida esposa, coberta de
sangue. Sempre me dizendo que serei o
próximo.
Cansei dessa porra toda e
contratei um dos meus amigos hackers[1],
descobri que a maioria das ameaças
vem do Dentes de Ouro, o desgraçado
que cumpre prisão. O mesmo que matou
Pâmela, e inúmeros outros inocentes.
Tem várias pessoas aqui fora, que
trabalham para Dentes de Ouro, mas tem
um que faz a parte mais suja. Quero e
vou descobrir quem é o miserável.
Malditos desgraçados.
Poderia acabar com Dentes de
Ouro em um único estalar de dedos. Mas
deixa quieto, ele está em uma prisão,
onde ficam somente os piores. Ele terá o
que merece, não demora muito. Conheço
o sistema, trabalho nele há vários anos.

***

Meses depois...

Estou saindo do tribunal, hoje


sentenciei um rival de Dentes de Ouro e
ele vai para a mesma prisão que seu
adversário. Não preciso mais me
preocupar com o maldito Dentes de
Ouro, Caveira vai cuidar dele e depois
outro cuida do Caveira. É a vida em uma
penitenciária de máxima segurança.
Caminho para minha sala ainda
de toga, quando entro, a tiro e coloco em
um cabide e a levo para o armário.
Ajeito meu terno, pego minha
maleta de couro e saio. Quero descansar
hoje, estou exausto.
Quando chego a porta, vários
seguranças fazem minha escolta até
Celso, que me aguarda ao lado do carro.
Estou distraído, quando ouço
Celso gritando algo, olho rapidamente
para ele e para os lados. Vejo homens
atirando, meus seguranças rapidamente
me cercam e me fazem deitar. Fico
quieto, escutando o tiroteio sem fim.
Tento me levantar, mas eles me
empurram e obedeço. Vejo sangue
descer pelos degraus, mais uma vez
tento ficar de pé.
Quando enfim consigo me
levantar, olho o estrago em frente ao
tribunal. Olho para baixo, Celso está
caído, seus olhos sem vida estão abertos
e parece que me olha fixamente,
estremeço de angústia. Fecho meus
olhos e lágrimas descem.
Suspiro e olho para meus
seguranças, a maioria morta, outros
gemendo em agonia.
Policiais cercam o tribunal.
Levanto-me, anestesiado e caminho até
Celso. Agacho-me e o pego no colo.
Choro, baixinho e o abraço com meu
mundo quebrado. Mais um...

***

Depois disso, não me lembro


bem das coisas... Só sei que no enterro
de Celso eu enterrei o restinho de vida
que havia em mim. Quero largar tudo
isso e sumir... e é exatamente o que
farei. Chega dessa vida miserável. Vou
dar-me o tempo que for preciso. A partir
de hoje, esse juiz ficará sumido por
tempo indeterminado. Juiz Leon Savage,
se retirará sem tempo para voltar... se
voltar, foda-se. Talvez, abandone a
carreira, sei que perderei muitos
benefícios, mas foda-se se me importo,
tenho dinheiro para viver minha vida
inteira no luxo e se não quiser trabalhar
um único dia não preciso.
Arrumo tudo, comunico minha
decisão e vou para um casarão que tenho
perdido nas montanhas entre vales e
colinas em Minas Gerais por tempo
indeterminado. Não sei se volto mais...
Quis fazer essa viagem de carro,
sem seguranças, livre, sozinho. Quero
paz e tranquilidade. Esse lugar para
onde estou indo, poucos sabem que
possuo. Para onde estou a caminho,
serei somente Leon... um lenhador,
fazendeiro, matuto, caipira, a porra que
quiseram me chamar. Foda-se se me
importo com a opinião de alguém.
Cansei de fazer o que queriam de mim.
Foda-se, mil vezes. Sorrio de lado, é
maravilhoso xingar.
Neste paraíso perdido na
imensidão dos vales e montanhas terei
paz, assim espero. Por que demorei
tanto a vir aqui? Tem horas que sou
mesmo um pedaço de merda. Comprei
esse vale como um bom investimento.
Jamais me imaginei vindo com intenção
de ficar por tempo indeterminado.
Preciso disso... Estou dirigindo devagar
e apreciando cada detalhe dessa viagem
que, para mim, é novidade e das boas.
Nunca fiz uma viagem tão longa de
carro. Somente aviões. Cacete imaginar
que perdi essa vista e sensação de
liberdade... Juiz cabeçudo! Sim, sou
eu... sorrio. Estou conversando comigo
mesmo e xingando. Perfeito!
Atravesso colinas, campos,
montanhas verdejantes. Vejo casinhas
brancas espalhadas pelas colinas,
parecem pequenas pedras brancas.
Respiro e inspiro o ar puro. Olho o céu
azul reluzente. Meu Deus, estava
perdendo isso tudo, enfiado em um
tribunal, e sendo constantemente
ameaçado de morte?
Quão burro o ser humano é, às
vezes, não?
É ótimo, viver assim,
despreocupado e sem ter que andar com
uma escolta atrás de você. Com medo
até de cagar e morrer em uma situação
constrangedora... Falo alto e explodo em
uma gargalhada que soa estranha para
mim. Nunca ri assim, caralho!
Vejo um rio cristalino logo à
frente e resolvo parar.
Desço e caminho devagar até
ele. Sento-me em uma pedra lisa e tiro
os sapatos, mergulho meus pés nas águas
frescas que correm suavemente e passam
com delicadeza pelas pedras lisas e
arredondadas. O canto dos pássaros me
enche de prazer.
Fecho os olhos e sinto o calor
suave do sol banhar meu rosto. Suspiro
de contentamento. O prazer que estou
sentindo agora é mil vezes melhor que
trepar. E olha que adoro uma boa
trepada.
Depois de um tempo, imerso em
uma paz infinita, me levanto, pego meus
sapatos e volto para o carro. Ligo o som
e recomeço o caminho, para a minha
pequena fazenda, sítio, chácara, sei lá
como chamar esse lugar.
Olho para o vale entranhado em
meio às montanhas, enquanto desço
devagar a estrada de terra estreita e
pedregosa. Vejo um pontinho branco, o
casarão. Minha fazenda é somente uma
gota em meio a essa imensidão
verdejante de quilômetros de mata. O
mais interessante é que não vejo outros
pontinhos brancos perto do casarão,
significando que não tenho vizinhos.
Sorrio de satisfação. Esse foi um dos
motivos que me levaram a comprar esse
lugar.
Continuo descendo o carro pela
estrada estreita, que parece agora uma
trilha, está afunilando. O cheiro de lírio
e folhas frescas enchem meu carro.
Inspiro com prazer.
Sorrio com uma paz que nunca
senti em todos os meus 48 anos de vida.
O quê? Sou um senhor de quase meio
século, qual o problema? Sorrio, com
minhas sandices.
Está tocando uma música, me
empolgo tanto que começo a cantar
desafinado... cantar não... estou
berrando feito um louco. Sinto a
liberdade varrer meu corpo e canto
ainda mais alto. Se alguém do meio que
vivi tanto tempo, me visse nessa
situação, com certeza ficaria
assombrado. Hipócritas!
Leon Savage, cantando? Sério?
O juiz, o Leão dos tribunais?
Se me dissessem isso há algumas
semanas atrás, até eu iria rir da cara de
quem ousasse dizer uma merda dessas e
provavelmente daria um cacete no
infeliz. Ok, não sou um juiz muito
convencional, vocês já viram... Tenho
mostrado isso gradualmente para não se
assustarem, sou louco, boca suja...
Foda-se, vocês, falsos moralistas!
Agora estou livre e posso cagar pela
boca. Sorrio tomado pela euforia.
Livre!!!
Continuo cantando aos berros,
totalmente desafinado... dando
palmadinhas no volante. Adoro músicas
antigas. Pelo menos esse prazer eu me
permitia ter, sem imposição de meus
progenitores... Que Deus os tenha!
Sorrio disfarçadamente. Empolgo-me de
novo quando começa a tocar uma música
que conta um pouco de minha vida
fodida. Começo a cantar baixinho,
quando dou por mim, já estou berrando,
sensação libertadora, boa pra caralho.
Biquíni Cavadão — Livre. Letra
maravilhosa, e reflete o que estou
passando justamente agora. Desço a
colina balançando a cabeça e dando
socos no volante. Cantem comigo, vocês
irão amar... Livre!
Livre para amar, para viver, para
sorrir...livre!!!
“Em verdades tão veladas, em mentiras
descaradas
Quando a liberdade é poder
Livre, pra pensar e pra poder dizer
Livre, pra você amar quem quiser
Livres, é o que nós precisamos ser
Temos tanto pra sonhar, pra viver
Entre nós não há mais tempo pra se perder
Vou pra rua, vou mostrar o meu desejo de
mudar
Vou usar a minha voz que não sabia mais
gritar
Temos sempre que lembrar
Liberdade não é só pra ter,
Liberdade é também pra se dar
Livre, pra pensar e pra poder dizer
Livre, pra você amar quem quiser
Livres, é o que nós precisamos ser
Temos tanto pra sonhar, pra viver
Entre nós não há mais tempo pra se perder
Temos sempre que lembrar
Liberdade não é só pra ter
Liberdade é também pra se dar
Livre, pra pensar e pra poder dizer
Livre, pra você amar quem quiser
Livres, é o que todos queremos ser...
Temos tanto pra sonhar, pra viver
Entre nós não há mais tempo pra se perder”

Quando termino de gritar, me


sinto bem pra caralho. Sinto-me leve e
quero fazer mais isso. Gritar. Quero
parar de ter que ponderar tudo que falo,
muitas vezes dizer e fazer o que não
quero, quero ser LIVRE!
Ter liberdade inclusive para
sonhar, os meus sonhos e não os dos
outros. Sociedade recheada de falsidade
e hipócrita, corto meus laços com você.
Livre!
Sorrio finalmente chegando ao
vale que me conduz ao casarão com a
certeza de estar chegando ao paraíso.
Sensação boa da porra!
Quando chego, entro por uma
trilha de lírios sentindo o perfume que
me deixa inebriado. A entrada é um arco
feito de trepadeiras floridas. Mantenho o
caseiro e a cozinheira aqui. Eles são um
casal de vovozinhos simpáticos. Eles
mantêm tudo limpo e arejado. Moram
em uma cabana embrenhada entre as
árvores de minha fazenda. Não fica
muito longe, uns 20 minutos nos levam a
cabana. Cabana é maneira de dizer, é
uma bela casa. Quando comprei aqui,
conversei com eles e pedi para ficarem.
Eles aceitaram felizes, pois não tinham
para onde ir. Comentaram terem uma
neta, que a criaram depois da morte dos
pais da menina. Não me falaram mais
sobre ela e nem eu quis saber.
Avisei-lhes que viria e não tinha
data para partir da fazenda Leão
Selvagem. Essa é a placa que indica
meus domínios logo na entrada.
Passo pelo arco de flores, e vejo
a grama podada, as roseiras floridas e
uma imensa horta. É uma visão digna de
um filme. As árvores estão contornando
o imenso casarão branco, como um
casulo.
Estaciono debaixo de uma
árvore gigantesca e desço cansado, mas
feliz. Olho tudo ao redor, que lugar
maravilhoso!
Olho para a porta e vejo o casal
de velhinhos me olharem com carinho e
ansiosos.
— Seja bem-vindo, meu filho.
— A Sinhazinha, como prefere ser
chamada, me cumprimenta e sorri com o
rosto coberto de rugas e suavidade. Seu
nome é Antônia e o de seu marido
Pedro. Eles não gostam que ninguém os
chame pelo nome.
— É um prazer tê-lo aqui meu
rapaz — Sinhozinho me diz com voz
mais rouca, apesar do rosto riscado de
rugas. Um casal lindo, que conseguiu
vencer a barreira do tempo, sem perder
a suavidade. Ando até eles e os, abraço,
sinto cheiro de pães caseiros em ambos.
Sorrio.
— Que cheiro bom... pães de
canela? — pergunto com a boca cheia
de água.
Eles sorriem cúmplices.
— Sim, você nos disse que gosta
de tudo que tem o condimento canela,
lembra? — fala Sinhazinha. Sorrio,
lembro sim. Ela me perguntou meu tipo
de comida preferida e me lembro
vagamente de ter citado canela.
— Eu disse mais coisas que
gosto? — Sinceramente não me lembro.
Eles sorriem e olham um para o outro.
Quero uma parceira assim, parece
loucura com o estilo de vida que tive.
Vendo esses dois aqui, parece bom pra
cacete. Uma cumplicidade palpável.
— Disse sim, filho, e vamos
fazendo aos poucos, você verá que
mesmo sendo velhos, ainda temos boa
memória. Começamos pela canela. —
Sinhazinha pisca para mim e para o
marido, que sorri largamente.
— Sinhazinha, minha velhinha
tem a memória de uma menina, a mesma
de quando nos casamos sessenta anos
atrás — fala com orgulho e Sinhazinha
cora. Que cena linda de se ver, a
cumplicidade dos dois é contagiante.
— Agora, Leon, entra, tome um
banho e deixa o resto conosco. Estamos
terminando o almoço. Enquanto arrumo
a mesa, Sinhozinho levará sua mala e...
Corto, claro que a levarei, afinal
eles estão mais velhos e...
— Eu levo, e não aceito um não
como resposta. Vai, meu filho, tomar seu
banho, senão sua comida esfria. —
Sinhozinho caminha para pegar minha
imensa mala.
Não permito, faço igual criança
a pego e subo correndo a escada de
madeira polida.
— Menino bobo, podia ter
deixado meu velho carregar... — ouço
Sinhazinha falando.
— Deixa de ser má, minha
velha... — eles continuam brincando e
sorrio. Aliás, estou sorrindo demais
aqui, parece que virei o bobo da corte.
Estremeço... corte... tribunal... Balanço a
cabeça para afastar tudo que me lembra
essa fase de minha triste vida...
Quando chego no topo da
escada, olho para eles me olhando com
um sorriso. Sorrio e vou para meu
quarto assobiando. Conheço pouca coisa
aqui, vim somente duas vezes, uma para
conhecer e comprar o casarão, outra
para resolver alguns problemas mais
sérios no telhado e encanação. Resolvi e
nunca mais voltei.
Prometi a Sinhazinha e
Sinhozinho voltar, mas o tempo foi
passando e me esqueci da promessa. Só
me lembrava desse lugar quando me
ligavam, contando alguma novidade ou
perguntando se poderiam fazer
mudanças no casarão. Fiz uma conta e
transferia dinheiro, para o pagamento
deles e manutenção da fazenda. Coisa
boa que fiz, isso aqui cheira a cuidado e
amor.
O tempo passou e minha carreira
tomava todo meu tempo. Lembro-me de
que uma vez chamei Pâmela para
conhecer a fazenda e a mulher faltou
surtar. Me disse que não era bicho e
nunca mais chamei. Mulher maldita! Que
Deus a tenha! Seguro o riso de
satisfação por ela já ter feito a travessia,
ainda que de forma covarde. Coitada
não merecia a morte que teve. Mas
nunca me ouviu... Queria viver enfiada
em coquetéis sem fim... Ela era como
meus pais, viviam preocupados com o
que os outros iriam dizer. Balanço a
cabeça, quero pensar agora em coisas
boas. Quero meu passado de merda,
longe de mim, no lugar dele: no passado.
Entro em meu quarto e vejo os
móveis, todos de madeira de demolição,
minha cama um imenso dossel. Parece
cama de um sheik ou príncipe. Estou no
lugar certo, sorrio.
Vou para o banheiro e tomo um
banho demorado, estou realmente
cansado. Deito-me na cama, a janela
aberta parece um quadro vivo. Vejo a
copa das árvores floridas e o canto dos
pássaros. Meu Deus, como eu preciso
disso. Penso em meu amigo Celso e meu
coração aperta. Quantas vezes insistiu
para eu vir para cá, mudar de vida,
deixar o tribunal?
Precisei perdê-lo para aceitar
sua sugestão... Eu odiava a vida que
vivia, mas mesmo assim insistia nela.
Falava de meus pais, mas estava
trilhando o mesmo caminho. Sinto meus
olhos arderem por Celso. Acabo
adormecendo, porque quando acordo
ouço somente os grilos e bichos
noturnos. Minha janela continua aberta,
tem tela em todas.
Sinhozinho me pediu autorização
para fazer isso. Me disse que se não o
fizesse quando viesse para cá não
conseguiria dormir. Pernilongos e outros
bichinhos inoportunos. Graças a Deus,
assim não perco a visão da lua cheia e
as estrelas cintilantes no céu.
Levanto-me e desço sem fazer
barulho, ouço o barulho de talheres. Vou
direto para a cozinha. Quero jantar com
eles.
Quando chego, eles estão
parados conversando e rindo de algo.
— Boa noite. Desculpem-me,
tomei banho e deitei para descansar um
pouco e acabei pegando no sono.
— Sem problemas, senhor
Savage.
— Leon, por favor, senão os
chamarei pelo nome — corto-os
suavemente, sorrindo e me sentindo
outra pessoa.

***

Dias depois...
Estou na sala, lendo um livro,
satisfeito após andar um pouco pela
fazenda. Estou explorando tudo com
muita calma, não quero fazer nada com
pressa e...
— Vovó! Vovô! — Ouço uma
voz feminina e suave gritar, me levanto e
olho de onde vem o som. Sinto um calor
tomar meu corpo de maneira única e que
nunca senti.
Vejo uma mulher belíssima
entrar correndo com um imenso buquê
de lírios. Pequena, loira, cabelos longos
cacheados e soltos. Está com um vestido
longo amarelo. Um anjo vivo em minha
frente.
Essa imagem ficará gravada para
sempre em minha memória. De onde
surgiu essa beleza de mulher? Então,
não estamos tão isolados assim, penso
malicioso. Eles não comentaram nada
sobre a neta estar morando com eles. Já
sabia que a criaram, pois, a menina
perdeu os pais ainda muito nova. Só não
imaginava que estaria aqui, surpresa
boa.
Sinhazinha e Sinhozinho olham
para ela e para mim receosos.
— Desculpe, senhor Savage,
esquecemos de mencionar que nossa
neta veio morar conosco. Ela teve
alguns problemas... — eles hesitam. —
Mas ela quase não vem aqui no casarão,
só fica em nossa cabana e...
Continuo olhando para essa
pintura viva em minha frente, semelhante
às obras dos pintores Claude Monet[2] e
Sandro Botticelli[3]. Belíssima!
— Parem já com isso! — Volto
meu olhar para eles. — Ela é muito
bem-vinda aqui, assim como vocês. Já
falei que podem trazer seus familiares
aqui quando quiserem — repito o que
sempre digo a eles. Não me aborreceu
em hipótese alguma que se esqueceram
de mencionar a menina... mulher. Porra,
e que mulher!
— Foi exatamente por isso que
permitimos que Estela viesse para cá. Já
tínhamos sua autorização, somente
esquecemos de dizer que ela já estava
morando aqui. Peço que nos perdoe,
senhor Leon. Estela está passando por
uma fase difícil e...
Ela caminha até eles e os corta.
— Vovô, por favor, o senhor
Savage não quer saber nada de minha
vida. — Vira para mim e estende a mão
delicada. — Prazer, senhor, meus avós
falam muito bem do senhor. — Quando
ela me chama de senhor me sinto um
ancião. Quantos anos ela deve ter? Vinte
e poucos... no máximo uns vinte e cinco.
Caralho, sinto que estou fodido!
— Por favor, Estela, não é isso?
Pode me chamar de Leon, nada de
tratamentos diferenciados entre nós,
combinado? — falo, segurando sua mão,
não querendo soltá-la nunca mais.
Porra, macia e delicada, fico
imaginado outras partes... Salivo.
Ela puxa sua mão com mais
força e me dou conta de que estava
apertando-a.
— Vamos jantar? — Tento
consertar a gafe que cometi.
Eles me olham e sorriem, menos
Estela.
— Já jantamos, querido,
estávamos esperando somente você,
para podermos ir para casa —
Sinhazinha fala suavemente.
Sinto-me decepcionado.
— Casa? Por que não dormem
aqui? — Não quero ficar sozinho, mas
por Deus se falarei isso em voz alta.
Eles sorriem, mas se
encaminham para a porta.
— Meu filho, temos nossos
bichinhos para tratar, nossa horta e a
casa — Sinhazinha diz e puxa seu
marido e a neta pela mão.
— Vamos, família. — Olho essa
cena e sinto um vazio absurdo preencher
minha alma, perco a fome.
— Boa noite, senhor, amanhã
chegaremos bem cedinho para preparar
seu café com a broa de milho, as espigas
foram colhidas em nosso milharal.
A moça me olha estranho.
— Boa noite — digo sem
vontade de fazer nada. Minha vontade é
de ir com eles.
— Tem bife grelhado com arroz
e pequi. A última vez que veio aqui
disse que adorou e me lembrei de fazer
para você, meu filho.
Olho para ela e minha vontade é
de chamá-la de mãe e pedir para
ficarem. Não sabia que meu nível de
carência estava nesse patamar tão
elevado. Faltava pouco para me ajoelhar
e implorar para ficarem aqui e jantarem
comigo. Carência ao nível hardcore[4].
— Obrigado — agradeço e os
vejo irem embora, sem poder fazer nada,
somente olhar a alegria deles e me
afundar na tristeza.
Caminho até a porta e me
encosto nela e os vejo irem rindo e
brincando. Por que dinheiro não compra
essas coisas? Teria tanto disso se
pudesse comprar...
Volto para a cozinha, olho dentro
das panelas e não tenho fome. Ando pela
casa e vejo que está sem uma grama de
poeira, tudo brilha e está tão cheirosa.
Nem isso me anima. Caralho dos
infernos!
Eles são formidáveis, família
linda.
Subo para o meu quarto e me
deito, mas uma noite de insônia me
aguarda. Puta que pariu! Solidão da
porra, nem uma cartela de Diazepan me
faz dormir. Porra mil vezes.
Quando amanhece, tomo um
banho rápido e desço, cansado, com a
cabeça doendo e olheiras profundas.
Meu rosto está uma merda.
Vejo Sinhazinha terminando de
tirar uma fornada de pão de queijo do
forno e uma forma com a broa de milho.
Minha barriga ronca. Hoje vou
comer, terei companhia.
— Bom dia, querida —
cumprimento e ela sorri, terminando
agora de passar o café.
Sento-me à mesa e ela me serve.
— Vai comer aqui na cozinha,
filho? Arrumei a mesa na sala de jantar
para você e... — Sorrio já me sentindo
melhor, a carência ainda vai matar o
velhote aqui. Sirvo-me logo de um pão
de queijo quentinho. Delicioso.
— Não quero fazer minhas
refeições lá, quero fazer aqui com
vocês. Aliás, onde estão Sinhozinho e
Estela? — pergunto como quem não
quer nada, picado de curiosidade sobre
a neta deles.
— Ele está cuidando da horta,
ela fazendo e testando seus perfumes e
sabonetes.
— Perfumes e sabonetes? —
pergunto em entender.
— Sim, em uma de suas viagens
a Europa, aprendeu com uma amiga a
fazer sabonetes, xampus e essências
para perfumar a casa. Aqui ela
descobriu uma gama de flores e folhas
perfumadas e veio para cá desenvolver
várias receitas. Ela as cria, faz e testa
uma por uma de suas receitas. Os
sabonetes e xampus feitos com lírios,
são os que mais vendem. Tem um
perfume extraordinário. Fora a
quantidade de flores exóticas que tem
aqui, minha neta adora viver neste lugar.
Paraíso, como costuma chamar a
fazenda. — Sorrio. — Mas, como já te
disse, ela quase não vem aqui, fica
somente em nossa cabana ou na mata,
colhendo espécies de flores e folhas
para as suas experiências e testes. Ela
tem muitas encomendas e vive disso. —
Ela se cala e me olha pálida. — Meu
Deus! — Coloca a mão na boca e vejo
receio e constrangimento nela.
— O que foi, Sinhazinha? — Ela
me olha ainda mais pálida.
— Ela... está usando coisas de
sua propriedade... meu Deus! Vou pedir-
lhe para parar e... — Me levanto e
aproximo dela, olho em seus olhos.
— Para de falar bobagens,
Sinhazinha! Claro que ela pode usar o
mato que precisar aqui. Aliás, quero ver
esses cosméticos artesanais — falo
sorrindo para ela, que volta a suspirar
mais calma.
— Desculpe, Leon, nunca me
ocorreu te pedir isso... Jesus! Estela nem
imagina que não falamos com você,
sobre ela usar coisas de sua
propriedade. Ela é muito sistemática, se
souber que você não sabia, irá parar de
mexer em suas plantas, na hora — diz
triste.
— Então vamos fazer de conta
que essa conversa nunca existiu. — Eu
me sento para comer. — Depois quero
andar por aí.
Sinhazinha sorri.
— Talvez encontre Estela
embrenhada em algum lugar florido, é
geralmente onde a encontramos quando
some. — Sorri cheia de amor pela neta.
— Geralmente fica no campo de lírios, a
menina tem fascinação por esse lugar.
— Ela morava sozinha? — ouso
perguntar.
— Não, morava com o
namorado, mas terminou, quando chegou
do trabalho e o pegou traindo-a com sua
melhor amiga — responde com raiva. —
Maldito homem, fez minha menina sofrer
horrores e agora vive querendo que ela
volte. Não dá sossego para a minha neta.
Já fez mil promessas jurando mudar,
liga, manda mensagens... um verdadeiro
inferno. Foi isso que a fez vir para cá,
sua traição. Já tem quase um ano que
está aqui conosco. Acredita que o
pilantra já tentou de tudo, até mandou um
helicóptero sobrevoar a área jogando
pétalas de rosas e uma imensa faixa
pendurada, pedindo perdão? — fala com
desgosto.
Fico imaginando como um
homem consegue trair, porra, se está em
um compromisso honra a merda,
caralho. Se não quiser pula fora, antes
de ser um filho da puta.
Pâmela era uma mulher terrível,
mas nunca a traí, vontade não me faltou,
mas desprezo pessoas que não tem
caráter. Traição para mim, é falta de
caráter e ponto. Abomino essa categoria
de pessoas.
Estela é uma mulher de parar
trânsito, delicada, uma loira de imensos
olhos azuis, perfeita.
Porra, a mulher parece uma
pintura. Como essa merda trai uma
mulher dessas?
Homens! Pensam mais com o
pau... eu que o diga, nesse momento o
meu está duro como pedra e tenho que
disfarçar. Se Sinhazinha ver isso,
levarei colheradas até aprender a domar
minha serpente. Lembro de minhas
presas e não sinto porra nenhuma. Penso
em Estela e meu pau traiçoeiro sacode,
totalmente duro e alerta. Estou
precisando afogar o ganso, molhar o
biscoito... tem muito tempo que não sinto
a maciez de uma mulher... Caralho!
Depois do assassinato de Celso,
não fiquei com mulher alguma. Me perdi
de vez...
Meu pau não subia nem fodendo.
Confesso que tentei, várias vezes, fui ao
médico, ao psicólogo e eles me
disseram ser algum bloqueio, trauma, o
inferno que fosse, era que meu pau se
recusava a subir. Me recomendaram um
descanso urgente e como já queria
mandar tudo para o inferno, larguei tudo
e vim para cá. Nunca imaginaria que
uma moça simples, muito mais nova que
eu, mexeria comigo tão rapidamente e
com o finado pau Leon comedor de
todas. Acredito que ele faleceu de tanto
trabalhar, penso com ironia.
Agora vejo ele animadíssimo,
para a minha alegria. Ressuscitou,
aleluia. Pensei que carregaria uma cobra
morta entre as pernas até morrer, como
castigo por tê-lo usado tanto. Mas olha
só, o pilantra dando os ares de safadeza
novamente. Porra, justamente com a
neta de meus caseiros? Eles vão
arrancar meu pau, que está começando a
vicejar novamente. Filho da puta.
— E como ela reagiu? —
pergunto curioso e com muita raiva do
traidor.
— Com ódio, ela o odeia e já
disse isso a ele mais de mil vezes, mas o
homem não se emenda, parece que não
entende... — fala com raiva também. —
Diz que a ama... uma merda que ama
minha neta, quem ama não trai. — Bate a
colher na pia. Estremeço. Protejo meu
recém-ressuscitado pau.
A entendo e concordo com ela.
Sou muito rigoroso em relação a
mentiras, odeio pessoas sem caráter.
— Ela vai superá-lo e achará um
que lhe dê o valor merecido — falo para
consolar Sinhazinha, mas não gosto da
maneira que me sinto, quando a imagino
com outro. Realmente ficar muito tempo
sem trepar está me prejudicando, minha
porra subiu toda para a cabeça!
Termino o café da manhã e saio
para andar ao redor do casarão. Preciso
muito disso, quem sabe não encontro
Estela por aí? Meu pau se anima
novamente e dou um tapa nele. Parece
mágica... o nome Estela o faz subir na
hora... É isso aí, campeão, tanto tempo
fora de combate... pobre pau...
Mas o repreendo, quando me
lembro de que é a neta do casal de
velhinhos mais doce que já conheci:
— Não, senhor, essa não é para
seu bico, ou melhor, cabeça... Teve
inúmeras oportunidades e me
envergonhou em todas, agora quem vai
te ignorar sou eu. Safado! — ralho com
ele, realmente, estou ficando louco.
Um juiz, renomado,
conversando e dando tapinhas em seu
pau duro? O mundo está acabando
mesmo. Leon Savage, você está virando
uma piada. Sorrio e me embrenho pelas
trilhas à procura de Estela. Vou
assobiando e parabenizando meu pau
recém-vindo do mundo dos mortos.
Hoje precisava colher mais
flores em meu campo de lírios, usei
todas ontem. Venho aqui com prazer,
amo esse lugar. Sinto uma sensação de
paz imensa aqui, o perfume que os lírios
deixam no ar é indescritível. Minha
linha de sabonetes artesanais é feita com
essa flor tão perfumada e única.
Essa é minha linha top, faço com
as flores frescas colhidas aqui. Meu trio
Pérola, um kit, vem com sabonete,
xampu e essência de lírio. O mais
vendido. Faço e forneço todo meu
estoque para uma linha de cosméticos
muito famosa. Eles vêm aqui uma vez
por mês e levam tudo que fabrico. Me
pagam muito bem pela exclusividade,
optei por ficar somente com eles, porque
buscam os kits e são pontuais no
pagamento. Fazia outras essências, mas
como o Kit Pérola deslanchou, parei de
fazer os outros e me concentrei somente
nele. A demanda por meu Kit Pérola é
imensa. Agradeço a Deus por isso,
diariamente.
Meu cesto já está cheio, as colhi
mais cedo. Meus bolsos também, tenho a
mania de enchê-los de lírios. Aproveito
e levo mais lírios, toda vez que venho
aqui procuro alguma roupa com bolsos
grandes. Sorrio, com essa mania de
carregar flores até nos bolsos. Meus
avós dizem que por isso tenho o cheiro
de lírios impregnado em mim.
Hoje estou muito aborrecida e
meio desanimada. Quando estou assim
gosto de vir para cá e pensar um pouco.
Volto sempre renovada. Ontem o maldito
do meu ex, o traidor, me ligou. Claro
que não atendi, não sei como descobriu
meu novo número. Ele sempre consegue
e eu sempre mudo o número ou
bloqueio.
Sento-me debaixo de uma árvore
frondosa, coloco minha cesta de flores
do lado e fecho os olhos. Lembro-me
com clareza o dia que meu mundo, que
considerava perfeito, caiu por terra.

***

Passado...

Estava ansiosa para contar as


novidades para o meu namorado.
Finalmente havia conseguido marcar
uma reunião na empresa famosa de
cosméticos que batalhava por uma
oportunidade há meses. Iria apresentar
minha linha top: o trio Pérola.
Estava chovendo e liguei para
ele dizendo que chegaria mais tarde em
casa. Ele concordou tranquilamente.
Mas uma senhora que trabalha nessa
empresa me ofereceu carona e claro
que aceitei. Não precisaria ficar horas
no ponto, esperando ônibus ou mesmo
gastar com Uber. Estava ansiosa para
compartilhar com Sandro minha
conquista.
Ele sempre foi doce comigo,
apesar de viajar muito e, às vezes, ficar
semanas fora. Isso me deixava ansiosa.
Lembro-me de ter perguntado a ele uma
vez porque tinha que viajar tanto e
demorar semanas fora. Foi a primeira
vez que Sandro foi grosseiro comigo.
— Por acaso pensa que essa
cobertura que moramos, sua
manutenção, carro e todas as despesas
que tenho, o dinheiro vem de onde? De
alguma árvore no fundo do
condomínio? Cai do céu?
Me encolhi com tanta
brutalidade. Ele percebeu e se
arrependeu na hora. Me abraçou,
murmurando sem cessar:
— Perdão, amor, você não
merece isso de mim... perdão...
pombinha... tão pura e doce... — Ele
me chamava de pombinha e, quando o
fazia, sentia algo ruim apertar meu
peito. Seu olhar mudava e ele ficava
muito estranho.
Depois disso nunca mais
perguntei nada sobre o seu trabalho.
Mas fiz questão de dividir todas as
nossas despesas, sempre ajudava, mas
não pagando a metade como fazia
agora. Ele brigou, esbravejou, mas o
ignorei. Nunca mais ele me humilharia
novamente por dinheiro.
“Mal sabia eu que seria
humilhada de outra forma, ainda mais
doída e perversa que a primeira.”
***

Quando cheguei em nossa


cobertura, estava molhada, cansada e
com muita fome. Abri a porta e vi
somente a luz do quarto acesa.
Estranhei, porque ele costumava deixar
todas as lâmpadas da casa acesa, pois
dizia odiar lugares escuros. Ouvi
gemidos e me arrepiei da cabeça aos
pés... meu estômago revirou e senti uma
ligeira tontura.
— Isso... mete gostoso! Adoro a
sensação de ter seu pau entrando e
saindo... Adoro saber que divido você
com aquela sonsa... — Ouço um tapa
forte e um grito. Nesse momento estou
escorada na parede e meus olhos
vertem cachoeiras de lágrimas. Meu
coração arde no peito, sangra.
— Não mencione o nome dela...
você não é digna de pronunciá-lo, sua
puta... Você só serve para trepar, minha
pombinha é pura, perfeita, feita para
casar... comigo! — Ouvi outro tapa com
mais força.
— Awwwww... que delícia,
Sandro. Mete com mais força e fala
mais dela, adoro saber que ela é uma
chifruda, que transamos há muito
tempo e a infeliz nunca percebeu. —
Escuto mais um tapa forte. Era ele
batendo nela? Esse homem era meu
namorado? Arrepio de asco.
— Não fale a porra do nome de
minha pombinha. Se falar mais uma
vez, encho de porradas essa sua cara
de puta e te dou uma surra tão grande
que não andará tão cedo, sua piranha!
— O desgraçado a ameaça, bate nela e
continua comendo a cachorra.
Fico aqui, quero ouvir tudo,
para nunca mais fazer papel de otária.
Cada palavra que os miseráveis dizem,
ergo uma camada de pedra ao redor de
meu coração.
— Agora você me bateu no
rosto, seu fodido, e ardeu! Adorei!
Bate-me mais! Mais! — ela grita e
ouço estalos de tapas, penso que estão
agora se agredindo, os dois cachorros.
— Me bate o tanto que quiser, mas me
faz gozar, Sandro... — ela geme como a
grande puta que é.
— É isso que quer, puta? Pau?
Então tome...
Começo a ouvir a cabeceira de
nossa cama bater na parede e os dois
gemerem alto quando gozam. Fico
parada estática, gelada.
Quando terminam, me levanto e
vou para onde os vermes estão.
— Oi, traidor, oi, puta... — falo
com calma, mas por dentro choro e
sangro. Ele fica pálido e ela sorri
largamente.
— Oi, chifruda. — Abre as
pernas e vejo sua boceta vermelha...
Desgraçada.
Sandro pula da cama pelado e
com o pau ainda vermelho e úmido, sua
camisinha cheia.
— Amor, posso explicar, essa
mulher me dopou... ela colocou algo em
minha bebida e acredito que desmaiei...
Não aguento tanta mentira e
dou um tapa na cara do desgraçado
com tanta força, que ele vira de lado.
Volta o rosto para mim lentamente e o
olhar que me lança me faz dar dois
passos para trás. Vejo um demônio me
olhando feio. Seus olhos vermelhos
brilham de maldade e cólera. Ele sorri
sem mostrar os dentes. Balança a
cabeça e, quando me olha novamente,
vejo o homem que conheço. Doce.
— Amor? — Ele vem até onde
estou, com a merda do pau balançando
e sujo da puta que está sorrindo na
cama.
— Sandro... chega de mentiras,
seu desgraçado! Seja homem ao menos
uma vez na vida. Eu ouvi tudo, tem
vários minutos que cheguei, seu
desgraçado. Miserável... — Enxugo
minhas lágrimas. — Há quanto tempo
vocês me traem? — pergunto calma,
por fora, mas por dentro quero morrer.
Ele passa as mãos no rosto,
seus olhos estão vermelhos, não sei se
de raiva ou remorso pelo que fez.
— Querida por favor... — Tenta
se aproximar novamente.
— NÃO TOQUE EM MIM, SEU
PORCO!
Ele se assusta e afasta,
lentamente, sem tirar os olhos dos
meus. Esse homem está me assustando.
— Tem meses... — responde à
víbora que antes chamava de amiga.
— Por que, Soraia? — pergunto
sem entender. A mulher ficava com
qualquer homem, por que o que
escolhi?
— Porque quis, porque quero
sempre o que é seu... — Levanta-se e
caminha pelada pelo quarto recolhendo
suas roupas. — Agora que descobriu
perdeu a graça, pode ficar com esse
traste — fala se vestindo e sai sorrindo
com maldade e deboche.
Quando a porta bate, Sandro se
ajoelha e pede perdão. Não sinto um
pingo de sinceridade na voz desse
traste.
— Eu tenho nojo de você,
Sandro, nojo. Espero de todo coração
nunca mais ver essa cara asquerosa em
minha frente. Eu te odeio com toda
alma, seu desgraçado. — Falo calma,
mesmo estando quebrada, arrasada.
Ele se arrasta e chora alto, com
as mãos postas, como se rezasse,
implorasse.
— Perdão... me perdoa,
pombinha, juro que vejo agora a merda
que fiz. Perdão... sem você me perco...
— Olho com ranço e asco para esse
homem, o ignoro e saio desse lugar
amaldiçoado sem olhar para trás. Ouço
os gritos do maldito, mas agora é tarde
demais. Pensasse antes de me trair,
antes de fazer merda.
— Eu vou te buscar, pombinha...
você é minha...
Ouço o barulho de vidros sendo
quebrados e coisas sendo arremessadas
na parede. Mais uma vez
desconhecendo esse homem com quem
morei por quase um ano. Vejo que
nunca o conheci na realidade... Saio o
mais rápido que posso desse lugar
maldito.

***

Voltei alguns dias depois,


quando soube que mandaram o
miserável viajar para resolver
problemas da empresa que trabalhava.
Peguei minhas roupas e documentos.
Fui para a casa de meus avós.
Eles me acolheram com amor.
O imprestável me mandava
mensagens e ligava diariamente sem
parar. O homem virou um demônio me
perseguindo.
Não me dava sossego. O ignorei
completamente. Por fim me cansei e
troquei o número de meu celular.
Nos primeiros meses, estava
acabada, sem vontade de viver e sem
ânimo para nada. Meus avós me
ajudaram a sair da depressão que me
encontrava. Me animaram a voltar a
fazer meus perfumes e entrei em
contato com a firma de cosméticos
novamente. Me deram uma nova
oportunidade e apresentei-lhes meu
trio, o kit Pérola.
Aprovaram na hora e fechamos
contrato. Voltei feliz demais e comecei
a produzir, isso foi tirando o traste de
minha cabeça e hoje simplesmente
tenho ranço dele, indiferença e pena
desse ser.
E o imprestável não me dá
sossego, é um verdadeiro inferno o
quanto esse lixo me persegue.

***

Abro meus olhos e admiro com


deleite o céu azul, sorrio em sintonia
comigo mesma, esse lugar é lindo. E
aqui no paraíso não tinha
homens...perigosos... agora apareceu
um... e o danado é lindo, parece um
Adônis. Ele é um juiz renomado. Quem
nunca ouviu falar no Leão dos tribunais?
Impiedoso? Cruel? Leon é um homem
maduro, deve ter mais de quarenta. Mas
que tio lindo! Quero um desses... Dou
um tapa na testa e me repreendo. Quer
levar mais chifres, sua tonta, homens são
todos iguais! Mas ele é tão lindo e só
admirar não corro o risco de ganhar
chifrinhos... Penso divertida.
Leon tem cara de homem de
verdade, másculo, grande e passa uma
aura de poder que dá vontade de
avançar e abusar do homem...
Pessoalmente ele é ainda mais
lindo. As revistas e a internet não fazem
justiça a tanta testosterona. Olho com
desgosto para o céu agora e me
recrimino novamente. Pare já de pensar
nesse homem, sua maluca!
Verdade, Estela sensata, já
parei!
Fechei meu coração para essa
raça safada e traidora e para um homem
entrar aqui novamente vai ser bem
difícil. Terá que trabalhar muito duro e
olhe lá!
Mas é claro que o poderoso
Leão não vai olhar duas vezes para a
neta dos caseiros. Sorrio aliviada,
graças a Deus, tomara que me torne
invisível aos olhos daquele belo
exemplar masculino... mas que, no
fundo, são todos grandes traíras. Pego
um lírio da cesta e cheiro, é maravilhoso
esse perfume, nunca me canso desse
aroma suave. Sorrio extasiada.
A paz que estou sentindo nesse
lugar é impagável, me pergunto por que
demorei tanto a voltar para esse
pequeno paraíso?
Lembro-me da música composta
e cantada por Almir Sater, Tocando em
frente, e essa canção nunca fez tanto
sentido para mim como nesse momento.
Começo a cantarolar baixinho,
acompanhado pela brisa suave, o canto
dos pássaros e o barulho de algum rio
aqui por perto.

“Ando devagar porque já tive pressa


E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós…”

Sorrio e contemplo a natureza


tão perfeita, que trocamos por uma selva
de pedras sem remorso algum. Humanos
correndo literalmente atrás do vento,
entendam poder e glória.
A vida é tão simples, caralho!
Juiz Leon Savage, se alguém
sonhar que você tem a boca tão suja, sua
reputação vai para o inferno.
Sorrio de lado, e o foda-se que
envio com carinho para todos esses
hipócritas? Sou boca suja mesmo e me
cansei de passar uma imagem de ser
correto até para cagar. Devem pensar
que não uso o banheiro. Gargalho alto,
penso que estou ficando louco no meio
de tanto silêncio e paz.
Estou procurando a mocinha
sumida. Sigo o cheiro de lírios. Quando
descia para o vale, vi uma grande
extensão dessas flores. Sei que estou no
caminho certo, pois o cheiro fica mais
forte conforme me aproximo do campo
de lírios.
Passo pelo trilho ainda fresco
pela névoa da manhã, em alguns pontos
ainda têm neblina. Caminho mais um
pouco e a imagem que vejo logo à frente
me deixa paralisado.
Fico contemplando o quadro à
minha frente por um bom tempo. Mas a
vontade de falar com ela é maior. Estela
está sentada debaixo de uma árvore
frondosa, com uma cesta cheia de lírios.
Está encostada e cheirando uma flor
branca com prazer. Ela usa um vestido
rosa de alcinhas, parece uma bonequinha
de porcelana. Seus longos cabelos
loiros cacheados estão presos no alto da
cabeça por uma fita rosa. Seus sapatos
estão do lado e seus pezinhos são
minúsculos e branquinhos. Minha boca
enche de água. Ela é toda delicada, puta
merda! Meu parceiro de farras dá um
pulo. Pau sem controle esse ser
ressurgido do mundo dos mortos.
Nunca gostei de mulheres
aparentemente frágeis, mas essa coisinha
deliciosa está me confundindo.
Saio do transe e vou até ela,
afinal eu sou o leão aqui e leões caçam
suas presas. Bom, na verdade, no reino
animal quem caça é a leoa, mas em meu
território eu faço as regras. E aqui eu
irei à caça, mas garantirei a proteção.
Sorrio de minha piada interna, ruim pra
merda! Foda-se!
Dou um tapa em minha testa. O
que você está pensando aqui, Leon?
Além de ser um péssimo piadista, ainda
está cobiçando a neta dos vovozinhos,
seu lobo mau do caralho. Porra, ela é
neta de Sinhazinha, aquela vovozinha
doce... e ainda tem idade para ser minha
filha. Caralho, filho de uma égua manca,
se manca! Trocadilho horrível.
Realmente, estou meio surtado, tudo que
foi retido durante minha vida, está
saindo de uma vez. Cago pela boca aos
montes. As bobagens que falo me
deixam cada vez mais leve... Estou
adorando!
Balanço a cabeça e vou
conversar com a moça das flores.
— Bom dia. Sua avó disse que
iria encontrá-la aqui no campo de lírios
— falo para não se assustar, e saber que
sua avó que me disse onde estaria. Aqui
é um lugar ermo.
Ela me olha assustada e, se
possível, seus olhos azuis ficam ainda
maiores. Sua pele tinge de vermelho e
ela se levanta sem graça. Seu nariz é
coberto de sardas... mimosa!
— Senhor Juiz...
Mas que porra é essa que nem
aqui fico livre desse estigma maldito?
Ser juiz está se tornando um peso em
minha vida, aliás sempre foi. Nunca fui
um juiz de fato, essa é a grande verdade.
— Leon, por favor... — corto-a
com raiva. — O juiz está off-line por
tempo indeterminado, Estela... — Não
sei se voltarei para minha antiga vida,
confesso que não tenho a mínima
vontade, mas por enquanto ainda é cedo
para decidir isso.
Ela se levanta e pega sua cesta
de flores, parece um anjo carregando
essa cesta.
— Ah... desculpe senhor... quer
dizer Leon... tenho que ir... — Tenta
passar por mim. E quando passa perto,
vejo o quanto é pequenina.
— Por favor, fique. Me mostre
um pouco da fazenda. Vim duas vezes
apenas e não conheço nada por aqui —
peço com a maior cara de pau.
— Meus avós podem... — ela
tenta dizer.
— Ele já é um senhorzinho, além
de preferir, cuidar da horta e jardim.
Sinhazinha a mesma coisa. Por favor,
Estela... — peço e faço cara de
necessitado. Sou bom em máscaras,
afinal vivi usando uma por muito tempo.
Ela me olha profundamente e
vejo que a ideia de sair com um homem,
mesmo em uma rotina corriqueira, a
incomoda. Minha profissão me faz ler
bem as pessoas, suas expressões e
gestos, com facilidade.
— Não posso, tenho que fazer
minhas essências e tenho data para
entregar. — A matreira consegue mais
uma desculpa. Sorrio por dentro. Adoro
um desafio.
— E se eu te ajudar a colher as
flores? Assim poderá me mostrar tudo
enquanto trabalha. — Olho com cara de
inocente para ela, sei que a cerquei e ela
terá que sair comigo, afinal tem que
colher material para fazer seus
perfumes.
— Bem... tem certeza, senhor?
Caminhar nesse mato para quem não está
acostumado pode ser muito incômodo,
fora os pernilongos... — Menina
ardilosa essa. Me colocou no lugar me
chamando de senhor.
— Tenho. Acostumo-me, afinal
você não se acostumou? — Jogo a
cartada final. Ela cora, eu e meu pau
estremecemos.
— Sim, me acostumei. Bom... se
o senhor faz tanta questão... mas não
tenho horário para sair, colho meu
material quando acaba e... — Tenta me
enrolar outra vez.
— Sem problemas, quando for
novamente me liga — falo e pego o
cesto de sua mão. — Por favor, deixe-
me levar sua cesta de flores, enquanto
isso você vai me contando como faz
seus perfumes. E me mostrando no
caminho as plantas que costuma usar,
além das flores de lírios. — Sorrio
sedutor para ela. Sei bem o que meu
sorriso faz com as mulheres.
Ela baixa a cabeça vermelha e
fica sem ação.
— Vamos, Estela. — A puxo
suavemente pela mão e sinto um calor
gostoso invadir meu corpo. Caralho,
estou sentindo coisas estranhas, que
nunca senti... e se não é bom para cacete
essas novas sensações, já não sei mais
de nada.
Passamos por vários trilhos, com
toda variedade possível de flores,
árvores e trepadeiras. Nossa fauna e
flora é realmente incrível. Estela sabe o
nome de quase todas as plantas que
pergunto... incluindo também o nome de
vários animais que vemos pelo caminho.
Sorri ao falar deles.
— Você fez paisagismo, Estela?
— pergunto curioso com a quantidade de
informações que ela me passa.
— Não, aprendi tudo
pesquisando na internet e comprando
livros relacionados a plantas e animais
— responde com simplicidade e isso me
encanta, geralmente as mulheres querem
me impressionar.
— Parabéns, Estela! Estou
impressionado com seu conhecimento
acerca da nossa fauna e flora — digo
com sinceridade.
Ela cora com facilidade,
acredito que é por ser muito clara.
Caminhamos em perfeita
sintonia, até chegarmos à cabana de seus
avós e onde ela mora.
Digo cabana por ser afastada da
casa grande, mas é uma casa espaçosa
com varanda imensa e ampla por dentro.
Vejo o cuidado que eles têm com
tudo. A grama está aparada, as árvores
com frutas e flores, a grande horta
viçosa. Como eles conseguem manter
tudo tão limpo e cuidado? Os três têm
meu respeito. Ouço o barulho do riacho
que passa perto do casarão e contorna
uma pedra em frente à cabana. O som da
água é calmante. Aqui tudo é tranquilo.
— Obrigada por trazer a cesta,
senhor... Leon — agradece com a voz
baixa pegando a cesta de minhas mãos.
— Foi um prazer, Estela.
Amanhã estarei esperando para
conhecer tudo aqui com você,
especialista em fauna e flora. — Pisco
para ela.
Estela cora novamente e
confesso a vocês, isso está me deixando
aquecido por dentro e por fora. Tenho
que conversar com ela, com as mãos na
frente de minha calça, o indisciplinado
ex-defunto, ressuscitou e quer provar
sua vivacidade e reviver momentos de
glória.
Despeço-me e viro rapidamente,
me embrenhando na mata.
Cacete, preciso mergulhar no rio
ou tomar um banho gelado.

***
Caminho pelos trilhos, tranquilo,
não conheço bem aqui, mas jamais me
perderei, é somente seguir o rio. Além
disso, meu senso de direção é excelente.
Claro que não falei nada com Estela.
Vou direto para casa, quando
chego, sinto o cheiro do almoço sendo
preparado por Sinhazinha. Sorrio de
prazer.
Vou para a cozinha e beijo sua
cabeça branca.
— O que tem aqui que cheira
tanto? — Destampo uma panela e vejo
um molho delicioso fumegando.
— Frango com quiabo, Leon.
Você já comeu? — diz enfiando a colher
na panela e tirando um pouco do caldo
grosso. — Experimente.
Abro a boca e recebo molho com
prazer, o sabor explode em minha língua
e quase me põe de joelhos.
— Puta merda! Isso é
maravilhoso! Já posso almoçar? —
pergunto olhando com cobiça a panela
cheia dessa delícia.
— Se quiser, já está quase
pronto — fala sorrindo e me sento na
cadeira, igual menino esperando ganhar
seu doce preferido. Ela sorri. Meu pau
duro foi descansar, ele só dá os ares da
graça quando Estela está por perto,
safado!
Almoçamos, os três, e fico
intrigado com Estela, sinto sua falta.
— Ela não vem almoçar? — não
resisto e pergunto.
— Não, ela só almoça na
cabana. Minha neta é muito sistemática.
Já acredita que está explorando ficando
aqui conosco. Menina boba —
Sinhozinho fala com carinho da neta.
— Chame-a para almoçar
conosco, diga que a convidei... — digo,
já pensando em um jeito de trazê-la para
almoçarmos os quatro juntos.
— Não adianta, filho. Já
tentamos de tudo — arremata
Sinhazinha.
É o que veremos, penso com
determinação. A filhotinha despertou o
interesse desse velho Leão aqui ou seria
Lobo?
Passo a tarde em minha
biblioteca lendo um bom livro. Nem
uma linha de livros jurídicos, me sinto
um pouco mal por isso. A mania de
fumar cachimbo, põe nossa boca torta é
isso. Afinal é uma vida nesse ritmo,
nunca tendo tempo de ler quase nada que
não falasse sobre direitos e leis.
Penso em Estela, o que será que
estará fazendo, perfumes ou colhendo
mais flores?
O dia arrasta e me deito cedo.
Fico escutando os cantos noturnos. Em
pouco tempo adormeço.

***
Acordo com o canto dos
pássaros e o cheiro delicioso de café e
biscoitos assados. Levanto-me rápido,
tomo um banho. Visto uma bermuda
cargo e uma camiseta básica branca.
Desço as escadas rapidamente.
Sinto-me como um adolescente, apesar
de nunca ter sido e vivido essa fase de
minha vida... estou ansioso e pensando
em Estela sem parar.
— Bom dia, Sinhazinha. — Vejo
a mesa pronta e me sento.
— Bom dia, meu filho, dormiu
bem? — pergunta, enquanto enche minha
xícara de café.
— Sim, como uma pedra. Como
não durmo há anos — respondo
satisfeito, bebendo o café fresco.
— Cadê todos? — pergunto
como quem não quer nada. Meus olhos
fazem a ronda, procurando Estela em
algum lugar.
— Sinhozinho está podando a
grama hoje e Estela foi buscar mais
flores, hoje ela saiu cedo. Menina
danada aquela — fala e olho para ela
com sangue nos olhos.
Caralho de menina traidora,
não combinamos de sair juntos?
Combinaram não, você a
pressionou, minha consciência não bem-
vinda, vem me incomodar com detalhes
bestas.
A menina quer brincar? Veremos
quem é mais forte, prepare-se, coisinha
linda, o papai vai te pegar.
Levanto-me com calma e me
despeço de Sinhazinha, depois do farto
café da manhã.
— Vou dar uma volta. Bom dia,
Sinhazinha. — Falo já na porta.
— Bom dia, meu filho. Quando
chegar, o almoço estará pronto.
Ouço-a dizer, mas já estou na
trilha para a cabana. Vou esperar o
passarinho fugitivo lá. Afinal, eles
sempre voltam para o ninho, certo?
Sorrio sinistro.
Depois que Leon foi embora,
repassei nossa conversa o dia todo e
resolvi que seria uma má ideia deixá-lo
se aproximar de mim. Homens como ele
estão acostumados a terem tudo que
querem, sem esforço algum e, quando
conseguem, desprezam.
Não vou chamá-lo para irmos
juntos. Não quero e não sou obrigada.
Tenho cara de anjinho sim, mas
não sou essa pessoa tão frágil como
pensam, sei ser teimosa. Quando digo
não é não. Sandro, o traidor, é prova
disso. O quanto esse traiçoeiro tem
insistido para voltarmos é entediante.
Nojo desse ser sem caráter!
Vou correr do juiz Leon, o mais
longe que puder. Com a decisão tomada,
trabalho o resto do dia feliz e uso todas
as flores que trouxe, vou ter que buscar
mais.
Amanhã sairei cedo e se o
senhor Leon ligar, não me achará, pois,
não atenderei, espero que entenda meu
recado. Não quero aproximação.
À noite, vovó me conta que ele
perguntou por mim. Confesso que sinto
um calor gostoso me tomar. Puta merda,
ele perguntou por mim...
Aquele homem, que parece
inalcançável, me notou. Confesso que
fico envaidecida, quem não ficaria? Mas
sei bem que esses senhores gostam de
aprontar!
Balanço a cabeça e finjo que não
estou interessada.
— Perguntou, é? — falo
despetalando uma flor.
— Sim, parece interessado em
você, filha. Mas tenha cuidado. Homens
como ele, ricos e poderosos, estão
acostumados a terem tudo o que querem,
inclusive mulheres aos seus pés — me
avisa vovó.
— Eu sei, vovó, eu quero
distância de homens como ele em minha
vida. Já bastou o que sofri nas mãos de
um traste, não quero outro.
Ela sorri e balança a cabeça.
— Filha, homens como ele
quando querem transformam-se em
príncipes... assim como o traste... — ela
diz me olhando fixamente.
— Pode ficar tranquila, vovó, se
tem alguém que quer distância de
homens, esse alguém sou eu.
Vovó sorri e me beija indo
dormir.
— Não precisa ser tão radical,
filha, só tome cuidado, pondere... sabe
que estamos aqui sempre por você —
fala antes de abrir a porta de seu quarto.
Vovô já está deitado.
— Vovó! — chamo, ela para e
me olha. — Amanhã vou sair cedo, vou
buscar mais flores, mas agora são flores
estrelas, essas quero para decorar meus
sabonetes.
Ela sorri com ternura.
— Claro, meu anjo. Tem bolo e
biscoitos que fiz hoje fresquinhos na
cesta. Não saia sem tomar café. —
Fecha a porta do quarto com suavidade.
Levanto-me e vou até à janela,
olho a lua e penso em Leon. O que será
que ele está fazendo agora?
Balanço a cabeça e ralho comigo
mesma. Não é de sua conta, atrevida!
Vou para meu quarto, tomo um
banho gostoso e caio na cama. Ansiosa
para o dia seguinte chegar e ver o que
acontecerá quando Leon descobrir que
fui sem chamá-lo. Sorrio com o coração
disparado.

***

Assim que amanhece, levanto


rápido, tomo meu banho. Desço, faço o
café para deixar pronto para os meus
avós, tomo e saio rapidamente.
Colho as flores estrelas e volto
quase correndo. Elas são raras e
florescem somente no verão. São
amarelas e parece serem envernizadas
de tanto que brilham. São lindas e
perfumadas. Essas uso somente para
decorar meus sabonetes, coloco no
máximo duas em cada um. Fica um
sabonete com perfume de lírio e a
transparência deixa ver as flores
estrelas. Fica uma obra artesanal divina.
Quando Leon for me procurar no campo
de lírios ou em qualquer lugar que tenho
costume de ir, claro que vovó contou a
ele onde costumo ir com mais
frequência, ele terá uma surpresa. Não
estarei lá, já estarei fazendo meus
perfumes.
Sorrio maliciosa. Às vezes, sou
uma garota esperta, só às vezes. Porque
levar chifre quase um ano e não
perceber é ser muito lerda. Penso com
desgosto.
Corro pelo caminho estreito e,
quando estou próxima à cabana, meu
coração dispara em choque. Vejo um
homem gigante e maravilhoso, encostado
na parede da varanda, com os braços
cruzados me esperando e sorrindo:
Leon. Um sorriso de desafio enche seu
belo rosto. Ele é lindo. Alto, moreno
claro, cabelos curtos nas laterais e um
topete muito liso, seus olhos têm um
lindo tom esverdeado. Barba cerrada e
bem-feita com alguns fios grisalhos,
dando-lhe um charme único. Seus braços
são musculosos e suas mãos imensas.
Aliás, tudo nele deve ser imenso. Babo
em dois lugares. Meu Deus! Socorro!
Ele começa a caminhar até onde
estou com passos lentos e calculados,
como um leão cercando sua presa. Sinto
um calor no estômago e em outra parte
de meu corpo que está negligenciada há
muito tempo. Está me avisando, dando
sinais claros de que precisa de cuidados
especiais... Desde que me separei do
traste, não tive mais nenhum
relacionamento. Aliás, o traste foi meu
primeiro namorado e homem. Maldito!
Vejo um pequeno passarinho
chegando, batendo suas asinhas com
rapidez. Estela, linda e etérea. Mas para
de repente quando me vê. Sorrio de
satisfação e caminho com calma para
cercar essa coisinha arisca.
— Ora, ora... se não temos uma
pequena mentirosa aqui! — sussurro a
cercando, e impondo minha presença,
usando sem pudor algum, meus quase
dois metros de altura.
Olho para baixo e sua delicadeza
me surpreende mais uma vez. Ela vira o
pescoço para me olhar e seus olhos
azuis são incríveis, nunca vi esse tom
azulado antes... Linda!
— Leon! — fala e vejo que tem
uma pequena cesta com flores amarelas
em formas de estrelas, dessa vez.
E tem uma em sua pequena
cabeça, estendo a mão para pegar e ela
dá um pulo para trás.
— Calma... tem uma flor no topo
de sua cabeça, Estela.
Ela se acalma e pego a flor com
cuidado.
— Estela, parece uma estrela, e
as pétalas são duras! Estranha, mas
bela... — Levo-a ao nariz e sinto o
perfume. Delicioso. — Com se chama
essa flor? — pergunto para acalmá-la,
vejo que está muito agitada.
— Estrela — murmura me
olhando com seus imensos olhos azuis.
— Estrela... Estela... Hummm!
Gostei e a chamarei a partir de hoje de
estrela... — penso em voz alta.
— Meu nome é Estela, senhor.
Agora se me dá licença preciso
trabalhar, e me devolve a flor, elas são
raras... — Tenta pegar a flor de minha
mão. Sorrio.
— Confirmou minha impressão...
bela, rara e perfumada como você...
aparenta fragilidade, mas é dura... —
mais uma vez, penso em volta alta. Mas
que caralho está acontecendo comigo?
— Você é maluco, Meritíssimo,
com todo respeito — fala com raiva,
passando igual um pequeno foguete por
mim.
Sorrio e a sigo com calma,
realmente fiquei louco de vez. Mas
adivinhem? Sou um maluco feliz. Sei
que estou sendo um pé no saco. Mas
estou adorando viver isso tudo. Caralho,
nunca em minha vida tentei conquistar
alguém e fui rechaçado. Todas caíam em
meu colo como frutas maduras!
— Estrela... Meritíssimo é o
caralho! Me chame de Leon, cacete! —
falo com raiva.
— Leon Cacete... — A atrevida
zomba de minha cara. Gostei. Volta a
falar: — Meritíssimo sim e perseguidor,
vou te denunciar... — Vejo um pequeno
sorriso disfarçado em seu rostinho.
Então ela está gostando, hein? Bom.
— Vai me denunciar para quem,
Estrela? — pergunto divertido. —
Acabou de reconhecer que sou juiz...
Ela para e me olha com
inocência. Vontade louca de beijar essa
mulher. Tem muito tempo que não fico
com uma, cacete.
— Para a Sinhazinha e
Sinhozinho! — Porra, ela me pegou
desprevenido e pegou pesado também.
— Ponto para você! Puta merda,
me nocauteou. Por favor, não fale nada
para eles. — Vou tentar uma cartada
final que pode me foder.
Se ela cair, continuo e se ela
perceber a deixo em paz, pelo menos
vou tentar...
— Tudo bem, Estrela, já percebi
que você não quer minha presença,
ainda que seja somente para conhecer a
fazenda e ver como faz seus perfumes.
Vou te deixar em paz. Me perdoe por
insistir, mas sinceramente? Vivi tanto
tempo isolado e com tanta desconfiança
de todos, que cheguei aqui disposto a
abrir meu coração. Mas entendo você.
Obrigado pelo tempo que ficamos
juntos. Apesar de ser pouco, aprendi
muito sobre plantas. Bom dia, Estrela.
— Me viro, e começo a andar devagar,
sei que vai me chamar. Já disse que
conheço bem expressão corporal e ela
me deseja por perto. Só tem medo.
Continuo andando. Mas que
porra é essa? Será que me enganei
tanto assim, dessa vez? Nunca errei...
ao menos com mulheres. Minha vontade
é de voltar e sacudir essa teimosa. Que
mal há em passarmos um tempo juntos?
Estou chegando no início da
trilha que me leva para o casarão e
confesso que meio desanimado. Ela é
durona. Apesar de estar aborrecido com
ela, tenho que tirar o chapéu. Ela foi a
única que teve minha atenção e saí com
o rabo entre as pernas.
Entro na mata e tenho que aceitar
que perdi… Cacete, nunca me interessei
tanto por alguém como Estrela e agora
ela mete o pé na minha bunda e
massacra meu ego, me rejeitando. Esse
negócio de ser rejeitado, dói pra porra.
Estou adorando poder expressar como
sempre gostei, sem me policiar. Caralho,
é bom demais! Apesar do chute nos
colhões.
Continuo andando, pelo menos
tem um almoço gostoso me esperando.
Consolo-me com desgosto.
Vejo Leon se afastar e confesso
que tenho que usar muita força de
vontade, para não chamá-lo de volta.
Aperto tanto minhas mãos que doem.
Penso no traíra do Sandro, e que os
homens são todos iguais, isso me dá
forças para ficar calada. Fico admirando
seu corpo imenso e musculoso, andar
com elegância até sumir entre as
árvores.
Entro quase correndo e meu
cesto de flores cai. Puta merda, estou
tremendo. Agacho as pegando com
cuidado. Estrela... todas às vezes que
ver uma flor dessa, me lembrarei desse
dia. Ele me chamou de estrela... e as
coisas que disse?
Balanço minha cabeça para ver
se entra um pouco de juízo e termino de
pegar as flores restantes espalhadas pelo
chão. Me levanto e vou trabalhar.
Passo o dia tentando esquecer o
juiz gostoso. Tarefa quase impossível...
Quando vejo já anoiteceu e meus
avós chegam, rindo muito de algo. Eles
são um casal maravilhoso, é aparente o
quanto se amam. Meus pais morreram
quando eu ainda era pequena, fui criada
por eles. Fui para a cidade e lá me
envolvi com o maldito e me ferrei. Eles
me alertaram tanto. Mas estava cega e
paguei caro por não os ouvir. Mas eles
nunca jogaram a má escolha que fiz em
minha cara. Eu os amo ainda mais por
isso. Quando fazemos merdas, todos
querem pisar mais um pouquinho e nos
acusar sem empatia alguma.
— Oi, minha neta preferida —
vovô fala sorrindo.
— Eu sou a única! — Sorrio e
os abraço.
— Boa noite para os melhores
avós do mundo! — falo de coração. Eles
me abraçam e entramos.
— Fiz uma sopa deliciosa e
vocês podem jantar depois do banho! Já
os dois para o banheiro.
Meu avô sorri malicioso.
Safadinho.
— Vamos, minha Sinhazinha,
venha esfregar minhas costas e prometo
retribuir o favor. — Ela cora, minha
avozinha corou! Vejo eles irem tomar
seu banho, entre risinhos que conta o que
irão fazer. Danadinhos.
Vou para a cozinha e espero eles
voltarem. Já tomei banho e estava
esperando-os ansiosa. Quero saber do
juiz, boca suja. Algum tempo depois,
chegam corados e sorrindo de orelha a
orelha.
— Hoje vocês demoraram
demais! — ralho, sabendo perfeitamente
o que esses dois velhacos estavam
fazendo. Preciso disso também. Que eles
nunca saibam de meus pensamentos
impuros e desrespeitosos com eles.
Sorrio de lado.
— Estávamos tomando banho!
— fala o descarado de meu avô.
— Como foi o dia de trabalho
hoje? — pergunto ansiosa, para saber
algo sobre Leon.
— Ele estava inquieto a tarde
toda, Estela, se é isso que quer saber. —
Vovó sempre direta.
— Vovó! Não quero saber nada
sobre ele... espera... como assim
inquieto? — Eles sorriem cúmplices.
— Inquieto, sem lugar, agitado...!
Comeu pouco, conversou pouco e ficou
o dia todo na biblioteca. Disse que vai
chamar alguém para lhe mostrar a
fazenda. Pediu a você e se recusou,
alegando trabalhar muito. — Congelo.
Pedir a alguém? Mas quem? Aqui não
temos vizinhos.
— Vovó, vai pedir a quem? Aqui
não temos vizinhos — falo confiante, vai
ter que ser eu mesmo, pelo jeito.
— Ele me perguntou se tinha
alguém aqui nas proximidades que
poderia ajudá-lo, e dei o número do
telefone da fazenda mais próxima. Mais
especificamente do telefone da filha do
fazendeiro Tenório, ela mostrará tudo a
ele com prazer. — Essa conversa da
vovó tem duplo sentido... me sinto
perdida.
— Vovó! Por que foi dar
justamente o número do telefone dela
para ele? Sabe muito bem que aquela
maluca da filha de seu Tenório é uma
peste... ela me detesta! — falo com
mágoa. Vovó traidora.
— Minha filha, Leon estava tão
perdido que fiquei com dó. Ele é homem
de cidade grande, não conhece nada por
aqui e, como você não pode, pensei...
— Puxa vida, vovó! — corto-a.
— Vovô, como deixou ela fazer isso? A
filha de seu Tenório me odeia. Estou
chateada com vocês! — falo com raiva,
emburrada.
Vovô levanta meu queixo e diz:
— Simples de resolver isso,
minha princesinha, liga para o Leon e
diz que você mostrará a fazenda a ele e
será sua guia. E quer um conselho? Seja
rápida, porque a filha do Tenório, a
Ritinha, não é boba... Quando ver o
Meritíssimo, mostrará não só a fazenda,
mas todo o resto...
— Sinhozinho! — minha avó o
corta indignada. — Como fala assim
com nossa menina?
Sorrio, esses dois não têm jeito
mesmo.
— O quê, Sinhazinha? A Ritinha
é uma oferecida! Nossa menina é mais
ajuizada! — Levanto e abraço vovô.
— Obrigada, vovô. E vovó?
Você fez maldade comigo! — Olho
brava para ela, mas só tenho amor por
esses dois.
— Nada minha filha, um dia, irá
me agradecer por isso. Tem pessoas que
só pegam no tranco! — fala a velhinha
mais fofa e moderna que conheço.
— Vovó! — grito e corro para o
meu quarto. Vou arrumar isso agora,
faltava somente esse empurrãozinho de
meus avôs.
Depois que fui despachado e
chutado sem piedade por Estela, fiquei
vagando igual cachorro sem dono pelo
mato. Quando a fome apertou fui para
casa.
O quê? Acharam mesmo que
preciso de guia aqui? Se pensaram isso,
se enganaram vergonhosamente.
Muitas dirão, um homem com
quase meio século de vida, um juiz
renomado, experiente, agindo como
moleque... mas quer saber? Um grande e
gostoso foda-se para vocês.
Ninguém sabe a porra de vida
controlada que tive. Meus pais não
largavam da merda de meu pé, me
obrigaram a seguir a carreira deles.
Nunca tive tempo para viver uma vida
pautada no que queria realmente.
Estudei a minha vida toda para eles, e
casei com a porra da mulher que eles
escolheram!
Caralho! Fui um bundão? Pode
ser... mas quando somos criados e
ensinados desde pequenos certas coisas,
para quebrar os grilhões, é difícil, quase
impossível... Então não me julguem e se
querem julgar vão todos se danarem,
tomar no rabo! Sorrio aliviado com meu
desabafo solitário.
Claro que trepei com dezenas de
mulheres, era bom. Minha relação íntima
com Pâmela era morna, mas nunca tive
esses sentimentos que estou tendo e
vivendo agora. Sensação gostosa da
porra! Cacete!
Escolhi uma mulher e quero
muito conhecê-la, conversar... claro que
quero muito transar com ela. Mas o
sentimento maior com Estela é de
cumplicidade... um sentimento de
preenchimento da alma. Vocês me
entendem? Sim? Obrigado pelo apoio.
Não? Então fodam-se!
Essa sensação de calor,
acolhimento, pertencimento, foi logo na
primeira vez que a vi, nunca senti isso
por mulher alguma. Assusta-me um
pouco a intensidade de tudo que estou
sentindo por ela.
Volto chateado e Sinhazinha está
assando uma fornada de biscoitos de
queijo que adoro. Mas nem isso me
anima.
Sento-me à mesa calado.
— Aconteceu algo, Leon? —
Levanto a cabeça e resolvo contar tudo
para ela, quem sabe me dá uma luz, ou
chuta minha bunda magra também.
— Sua neta. Pedi para me
mostrar a fazenda e como faz seus
perfumes. Ela não quis. Arrumou um
monte de desculpas. Porra! — Passo a
mão no cabelo, meu topete vem todo
para a minha testa, porra de cabelo liso
esse. Sinceramente, não estou me
entendendo, estou mais perdido que
cego em tiroteio.
— Você precisa de alguém para
te mostrar a fazenda? — pergunta com
inocência.
— Sim... ela conhece os lugares
aqui melhor que eu... — minha desculpa
é tão esfarrapada que até eu fico
envergonhado.
— Bom... minha neta ficou meio
arredia, desde que pegou o namorado
com a melhor amiga... — fala com
tristeza. — Estela não merecia isso, a
menina é tão esforçada.
— Imbecil sem caráter, maldito!
— falo com raiva.
Ela me serve, adoro seu cuidado
comigo.
— Mas se quiser, posso te dar o
telefone de uma fazenda vizinha e a filha
de Tenório poderá te ajudar... — ela
oferece e fico desconfortável. Não
quero ninguém estranho aqui. Somente
nós quatro e quero somente Estela para
sairmos juntos...
— Não, Sinhazinha, obrigado...
— falo com receio de magoá-la. Mas
vejo-a pegar uma agenda e procurar um
nome. Pega uma caneta e escreve em um
pedaço de papel e me entrega. Eles
odeiam celulares.
Sorrio e aceito, claro que não
ligarei... ou melhor posso ligar... acho
que Estela não vai gostar. Sorrio cheio
de ideias.
Terminamos, e subo para o
quarto. Escovo os dentes, pego um livro,
me deito e passo a tarde lendo. Sinto-me
muito bem, mas sei que em breve terei
que arrumar algo para fazer. Não gosto
de ficar parado.
Quando percebo já anoiteceu.
Sinto o cheiro de algo delicioso e desço.
Vejo Sinhazinha e Sinhozinho se
arrumando para irem embora.
— Vocês poderiam tanto dormir
aqui, enquanto fico na fazenda. Seria
melhor para vocês... O caminho que
fazem para irem para casa é muito
escuro e não tem como levá-los de carro
— digo chateado por saber que irão a
pé. Eles sorriem.
— Filho, fazemos isso por anos,
mesmo quando você não está aqui
cuidamos de tudo com carinho e muitas
vezes por semana, vamos nesse mesmo
horário. Não se preocupe, adoramos ir
conversando a luz do luar. — Pisca para
Sinhazinha, que sorri encabulada.
Invejo o amor entre esse casal, é
lindo de se ver.
— Seu jantar está quentinho,
Leon. Não quis te incomodar, achei que
estava dormindo — Sinhazinha fala e
aponta para a mesa arrumada.
— Obrigado, vocês são
maravilhosos, uma raridade nesse
mundo — falo realmente o que sinto.
Eles sorriem e saem abraçados
conversando.
Sinto-me perdido, o casarão é
imenso e, de repente, sinto falta de
alguém ao meu lado. Logo me vem à
cabeça Estela...
Janto e subo. Tomo um banho e
me deito. Fico olhando as estrelas que
brilham no céu. Na cidade, você não as
vê com tanta nitidez, as luzes apagam um
pouco do brilho real das estrelas e lua.
Estrela...
Amanheço com o alarido dos
pássaros e o cheiro de café. Sorrio,
estou me acostumando a essa vida com
muita facilidade.

***

Converso com Sinhazinha, mas


me forço a não perguntar por Estela. Ela
me pergunta se já liguei para a filha do
tal fazendeiro e digo que ligarei mais
tarde.
Saio e vou para um lugar
tranquilo pensar e aproveitar a paz e
silêncio do lugar.
Quando me dou conta, estou
olhando a cabana e vejo Estela
despetalando suas flores sentada em um
banco de madeira na varanda. Está
linda. Parece que a luz do sol derreteu
seus cabelos e viraram uma cortina de
ouro... Meu Deus! A que ponto cheguei?
Espionar a moça e fazer poemas...
cacete!
Ela pega o celular e olha...
coloca novamente no lugar. Vejo que
está ansiosa. Pega o telefone novamente,
fecha os olhos e parece tomar uma
decisão.
Digita rapidamente um número,
coloca no ouvido e fecha os olhos.
Meu telefone vibra no bolso de
minha bermuda.
Será? Não!
Pego rapidamente e vejo que é
um número estranho. Saio rapidamente
de perto da cabana, para ela não me ver
ou ouvir algum barulho.
Meu celular continua tremulando
em minha mão. Quase corro, para não
correr o risco de Estela desligar.
— Alô! — Atendo com o
coração disparado. Quarenta e oito
anos, um juiz temido... caralho, e estou
tremendo feito vara verde.
Silêncio.
— Estrela? — falo suavemente
para encorajá-la.
— Leon... eu... quer dizer... me
desculpe! — Desliga e fico olhando
para o celular abismado.
Porra de mulher maluca essa!
Sou eu quem vai ligar para ela
agora. Estela me ligando, acabou
encorajando-me.
Ligo de volta, mas chama até
desligar.
Foda-se! Mulher teimosa do
caralho, essa coisinha linda. Caminho
rapidamente para a cabana. Vamos
resolver essa porra agora, aqui não tem
moleque, tem um homem! Caralho mil
vezes!
Chego quase correndo e bufando
de raiva. Se não quer nada comigo para
de me incomodar, porra!
Quando ela me vê, fica alarmada
e tenta correr, sou mais rápido e a pego
pela cintura.
— Vem aqui, pequena covarde!
— Ela tenta se soltar e a aperto com
força, meu pau pula junto com a
cabritinha.
— Me solta, Leon! — fala com
raiva e desejo ao mesmo tempo.
— Não! Por que me ligou? Por
que recusa minha companhia? — falo
com raiva.
Ela para de tentar sair de meu
agarre e me olha nos olhos.
— Liga para a Ritinha! — fala
emburrada.
— Quem porra é Ritinha? —
falo mais emburrado ainda.
— A mulher que você ligará
para te mostrar tudo, as coisas... — fala
mais baixo, ainda emburrada.
— Quero que você me mostre
tudo, as coisas... — Não digo que
coisas, pois pode ser muito para ela, que
é tão arredia com homens. Estela me
olha com intensidade.
— Você quer que seja eu
especificamente? — pergunta como se
fosse demais alguém querer sua
companhia.
— Pois não é o que estou
falando desde o dia que te vi no campo
de lírios, mulher maluca? — Ela sorri e
vejo que derrubei um dos muitos muros
que construiu para se blindar.
— Bom, nesse caso, vou te
mostrar a fazenda, todos os cantos
lindos que tem aqui! — fala mais
confiante. Penso com desejo, quero
muito ver tudo... todos os cantos e entrar
na caverna... não com ela, mas nela.
Estremeço! Parece que nunca trepei
nessa minha longa vida de merda.
Puta merda, fui um devasso,
deixando claro que as maiores
devassidões foram quando perdi meus
pais e a ex, que Deus os tenha. Já fiz de
tudo que um homem perdido e safado
pode fazer na vida, experimentei de
tudo. E tudo junto não chega nem perto
da emoção que estou sentindo agora, em
imaginar um simples passeio com Estela
pela fazenda.
Olho para ela e seus lábios
rosados me deixam maluco.
— Estrela... vou te beijar e foda-
se o resto — digo com o pau tão duro
que arde.
Ela inclina a cabeça e avanço
com tudo. Ela abre os lábios macios e
enfio minha língua em sua boca doce e
macia. Gememos juntos e ela chupa com
força minha língua afoita, cada chupada
é uma fisgada dolorida em meu pau.
A carrego e me sento no banco
onde estava e ajeito-a em meu colo.
Seguro seus cabelos e continuo
beijando-a com fome.
Levanto minha mão e enfio
debaixo de sua blusinha soltinha e
alcanço um de seus seios, pequenos e
macios. Gemo com força.
— Porra, Estela, você é perfeita.
Toda macia... sua pele parece uma
pétala de lírio... — digo a beijando e
chupando seus lábios macios.
— Leon... — geme.
— Sim, amor... diga... o que quer
de mim? — falo levantando sua blusa e
vendo seus seios pequenos com bicos
pontudos e rosados. Minha boca saliva.
Olho em seus olhos azuis e estão
embaçados de desejo.
A pego pela cintura e trago-a
com facilidade para cima. Aproximo
seus seios de minha boca e chupo com
força. Ela estremece e meu pau sacode
junto.
Estela e eu gozamos juntos,
somente com beijos.
— Caralho de mulher gostosa!
— falo enquanto molho minha calça com
meu gozo e sinto-a estremecer em meus
braços, gemendo alto.
— Leon! — soa divinamente
bem meu nome em sua boca enquanto
goza.
— Linda! — Quando terminamos
continuo beijando-a e noto que começa a
ficar rígida.
— Leon... por favor... o que
fizemos? — pergunta de cabeça baixa.
— Transamos a seco, amor e
gozamos como dois adolescentes, foi
isso que fizemos. E porra, foi bom pra
cacete! — falo sorrindo satisfeito.
— Para um juiz, o Sr.
Meritíssimo tem uma boca muito suja —
fala mais tranquila.
— Você ainda não viu nada, sua
gostosa! — Ela cora e me lembro de
Sinhazinha corando com as ousadias de
Sinhozinho. Ela cora até hoje quando ele
brinca com ela. — Preciso de um banho
urgente, que tal começar me mostrando
seu quarto? Se chegar assim no casarão,
sua avó vai querer me dar uma sova de
cabo de vassoura ou suas colheres de
pau — brinco e ela sorri.
— Pode tomar banho no rio,
logo ali. — Aponta o dedinho para o rio
que passa pertinho da cabana.
— Não acredito que depois de
correr tanto atrás de você, deixar de
ligar para a Ritinha e te dar preferência,
ainda vai me tratar tão mal, mulher sem
coração!
Levo um tapa no peito e ela sorri
com timidez.
— Leon, você está me
surpreendendo e positivamente. Quando
via alguma notícia sua nas revistas,
jornais e internet, pensava ser um filho
da puta arrogante, mulherengo por trás
da aparência de juiz perfeito... —
quando percebe o que diz tapa a boca e
arregala os olhos.
— Isso mesmo, Estrela do meu
céu, gosto de pessoas honestas. E serei
honesto com você. Fui tudo isso que
citou e muito mais. Arrogante,
mesquinho, orgulhoso, colérico,
mulherengo, mas me cansei disso tudo.
Quando me dei conta, apesar de possuir
muito dinheiro, e pessoas ao meu lado,
estava sozinho. As pessoas não eram
amigas, ou estavam com Leon, o homem.
Elas queriam meu dinheiro, prestígio e o
juiz. Me cansei de tudo. Mataram minha
esposa, um detento que coloquei na
cadeia. Já estava esgotado e a ponto de
surtar com tantas cobranças e ameaças
de morte. Mas o estopim veio com a
tentativa de me assassinarem, o que
levou meu melhor amigo, Celso — falo
e me engasgo quando lembro dele.
Ainda dói muito.
Ela segura meu rosto com
carinho.
— Leon, sinto muito por tudo.
Ainda bem que você resolveu dar um
tempo e vir para cá, se refazer de tudo
que passou. Mas... você pretende voltar,
quero dizer... juiz... — murmura e vejo
lágrimas em seus belos olhos.
— Não resolvi ainda, querida,
se voltarei ou não. Não quero pensar
nisso agora, Estela, quero me lavar e
namorar você e muito! — falo me
esquecendo de minha idade. Sinto-me
revigorado e vivendo minhas escolhas
pela primeira vez na vida.
— Namorar muito? — Cora e
sorri.
— Sim, namorar muito, mas se
não quiser tem a Ritinha e...
Ela tapa minha boca sorrindo
largamente.
— Se falar nessa mulher
novamente, vou embora daqui e nunca
mais saberá de mim... — ameaça
brincando.
— Veremos... a Ritinha é meu
trunfo... — falo me levantando com ela
nos braços, uma pena pesa mais. —
Levinha como uma pétala de lírio... —
sussurro em seu ouvido.
Ela se vira e morde meu
pescoço.
— Mas posso morder... assim
como você, grande Leão.
— Porra, Estrela, judia não!
Entramos conversando e rindo
muito, ela me mostra onde fica seu
quarto.
Nunca imaginei que meu dia
seria assim quando tomei meu café da
manhã decidida a ligar para Leon. Mas
minha grande covardia me fez desligar
quando ouvi sua voz máscula.
Tremia como gelatina quando ele
retornou e não tive coragem de atender.
Realmente, o medo de levar outro chifre
é grande!
Ouvi passos e Leon caminhando
até mim com um olhar predador, me
sentia exatamente como uma presa.
Quando me agarrou, fazendo-me gozar
somente beijando e chupando meus
seios, me senti no céu. Somente
beijando? Imagina o que esse homem
não faria usando todo o resto?
Estremeci, aquecendo-me da cabeça aos
pés. Decidi naquele momento viver um
pouco a vida... Cansei de me travar
devido ao Sandro, traste malandro e sem
caráter. Resolvi arriscar e me deixei
levar, ainda que com algumas ressalvas.
Leon foi muito honesto comigo e gostei
dessa faceta dele também.
Ele queria tomar banho comigo,
o grande safado, mas neguei é claro.
Estava muito cedo ainda. Deixei-o
tomando banho em meu banheiro e fui
tomar o meu no banheiro de meus avós.
Quando entro em meu quarto,
Leon está olhando alguns sabonetes que
faço.
Levanta a cabeça e sorri.
— São cheirosos, assim como
você, Estrela. E todos tem uma ou duas
flores estrelas... Ficou diferente, muito
bonito e original — elogia e coro de
satisfação, porque adoro o que faço.
— Pode levar um para você. —
Ele pega um sorrindo, e coloca no bolso
da bermuda. Vejo que ele a lavou, está
úmida.
— Obrigado, querida, quando
esfregar em meu corpo, vou imaginar
serem suas mãozinhas... e quando me
deitar e sentir o perfume de lírio, me
lembrarei de você... — Meus olhos se
enchem de lágrimas. Ele é assim mesmo,
ou está querendo me enganar, somente
para transar comigo?
— Leon... — murmuro e ele
chega e me ergue pela cintura. Beija-me
profundamente e retribuo, claro. — Sua
bermuda, está úmida... não faz bem e...
— Posso ficar nu ou de cueca se
preferir, querida... — Sorri devasso e
começa a tirar a bermuda.
— Não, Meritíssimo, comporte-
se! Vou pegar uma bermuda do vovô, ele
é tão alto quanto você... apesar de ser
mais magro.
Ele gargalha e corro para o
quarto de meus avós, pego uma bermuda
do vovô, escolho a mais larga que ele
tem.
Levo para Leon, que a olha com
um olhar estranho, mas a veste assim
mesmo. Acredito que cometi um engano
aqui. Coro. Fica muito justa e vou falar
para vocês, a bunda dele é espetacular, e
a frente? Bom, na verdade, a frente dá
um pouco de medo... O que ele tem ali
no meio das pernas não é normal... Coro
e viro o rosto, envergonhada. Ouço um
movimento e o sem pudor coloca as
mãos na cintura e me olha com um
sorrisinho travesso e devasso.
Sinto meus óvulos brigando para
serem fecundados por esse belo homem
à minha frente. Dar continuidade a uma
genética tão perfeita.
— Estou bem com a bermuda de
seu avô, pequena devassa? Pelos seus
olhos gananciosos, e rosto muito corado,
creio que gostou bastante do que vê,
acertei? Estrela, pare de me olhar com
esses olhares luxuriosos, senão não me
responsabilizarei por te comer aqui e
agora... e com a fome que estou de você,
pequena safadinha, vou entrar rasgando
e...
Jamais imaginaria Leon, o Leão
dos tribunais, o Leão implacável,
falando essas coisas tão… tão devassas.
Meu Deus! Ele me surpreende a cada
minuto que ficamos juntos.
— Leon! Meu Deus, está louco?
— corto-o ainda sem acreditar que o
juiz e esse homem aqui em minha frente
são as mesmas pessoas.
— Sim, amor, louco para te
comer, louco para te fazer gozar gritando
até ficar rouca e não querer outro pau,
além do meu! Quero bater meu martelo
em você, deliciosa, e te sentenciar a
gozar sem parar.
Ele me olha com luxúria. Corro
para a porta.
— Volta aqui, pequena covarde!
— grita sorrindo e me perseguindo.
Pega-me e me beija com fúria.
— Leon... — falo entre beijos.
— Quero te mostrar como faço meus
sabonetes... você não queria ver? —
Ainda acho cedo para transarmos.
— Estrela, por favor...
sabonetes? — fala com desgosto.
— Sim, sabonetes, juiz. — Ele
me solta a contragosto e sorri
desconsolado.
— Porra, sua pestinha, não tem
dó de um homem que tem um martelo de
Thor entre as pernas? — Aponta o dedo
e me assusto com o tamanho de seu pau,
ficou ainda maior, se possível.
— Leon... — arfo, mas resisto.
— Sabonetes, sabonetes... — repito
como um mantra e desço as escadas
correndo, ouvindo o som delicioso de
sua risada.
Estou descobrindo que, por
baixo de um homem severo, existe um
muito gentil e sensível. Ele esconde sua
natureza doce, e mostra somente o seu
lado rude e grosseiro. Ele me faz bem e
eleva minha autoestima, tão
esmigalhada, por tudo que passei com o
miserável.
Passamos um dia maravilhoso e
meus avós ligaram perguntando sobre
Leon. Disse que estava comigo,
aprendendo a fazer sabonetes. Riram e
desligaram.
Até eu e Leon rimos. Nos
beijamos a cada momento que dava e,
quando disse a ele que precisava ir
embora, o homem emburrou.
— Não vou, quero ficar aqui. Lá
no casarão me sinto muito solitário, fico
perdido naquela imensa casa. Porra,
Estrela, me deixa dormir aqui hoje, sei
que tem vários quartos aqui — fala me
beijando. Meus seios estão ardendo,
Leon, o degenerado, não perdia uma
única oportunidade de chupá-los até me
fazer gozar.
— Não, meus avós ficariam
encabulados.
Ele fecha a cara, mas se arruma
para ir trocando de bermuda, a sua já
está seca.
Vou com ele até a porta e ele me
agarra.
— Então vamos comigo, amor...
deixa de ser má... — Tenta novamente,
me beijando com luxúria.
— Não... — gemo.
— Caralho de mulher teimosa
essa que arrumei nas montanhas de
Minas Gerais! — fala sorrindo, saindo
para a noite fresca. Meu coração grita
para ele ficar ou para eu ir com ele.
Leon me olha fixamente, beija
meu rosto e se afasta devagar, como se
esperasse que eu mudasse de ideia e o
chamasse de volta. Abro a boca para
fazer exatamente isso, mas a fecho em
seguida, vendo-o desaparecer na mata.
Já passamos por isso uma vez...
Fico na varanda pensativa, até
meus avós chegarem. Eles me olham
com cara de conhecimento pleno de tudo
que está acontecendo. Mas são discretos
o bastante para não me constrangerem.
Conversamos e nos despedimos.
Subo a escada arrastada, queria tanto
estar com Leon. Vou até à janela e vejo o
céu estrelado, encosto a cabeça na
janela e penso em tudo que aconteceu
hoje, e em minha vida. Estremeço.
Balanço a cabeça para espantar o desejo
que me corrói e vou tomar um banho.
Quando entro no quarto enrolada em
uma toalha branca, tomo uma decisão.
Sorrio de orelha a orelha.
Desço a escada suavemente.
Abro a porta com cuidado, fecho e a
tranco sem fazer barulho.
Olho para o céu. A lua está cheia
e o caminho que leva para a casa de
Leon está bem iluminado.
Ando rápido pelo caminho
estreito, ouvindo e apreciando o canto
dos bichos noturnos. Adoro tudo isso, é
calmaria pura.
Continuo andando, o casarão fica
a uns vinte minutos da nossa cabana.
Faço o caminho, sentindo o vento suave
bater em meu vestido leve de verão.
Meu tênis macio me faz andar com mais
segurança. O caminho é coberto de
folhas e pequenas pedras arredondadas.
Decidi ficar com Leon, já tem
mais de um ano que não me permito
sentir o toque de um homem. E
continuaria mais tempo com certeza, se
Leon não tivesse insistido tanto, bendito
juiz.
Sorrio e sinto o sabor de seus
beijos e força de sua pegada até agora.
O homem parece um gigante, feito de
pedra. Sinto um calor gostoso me
percorrer de baixo para cima. Prendo
meus cabelos em um coque frouxo.
Calor demais! Efeito Leon.
Quando vejo o casarão e suas
luzes acesas fico eufórica e um pouco
insegura.
Paro e fico estática. Será que
estou fazendo a coisa certa? E se ele for
um puto como Sandro?
Dou meia-volta e começo a
retornar para a cabana. Paro novamente.
O que faço, meu Deus?
Vai dar para esse homem
gostoso, sua tola! Ouço minha
consciência pecaminosa falando.
Não, ele vai te machucar... Meu
lado sábio fala.
Você viu o tamanho do pau do
homem? Vai perder?
Nem tudo na vida é pau, tem o
caráter e...
— Caráter? Sai para lá,
consciência certinha, sua falsa puritana!
Quero o pau dele e pronto! Andei
certinha demais e só tomei na cara!
Agora quero tomar em outro lugar.
Dane-se. — Me viro revoltada e quase
corro até o casarão. Olho para cima e
vejo a luz de seu quarto acesa.
— Leon... — chamo, mas ele não
atende. — Leon... — tento novamente.
Será que está dormindo?
Pego uma pedrinha no chão,
pequena somente para fazer mais
barulho e não quebrar o vidro. Hoje ele
levantou a tela que impede a entrada de
bichinhos atraídos pela luz.
Jogo a pedrinha com suavidade.
Espero e nada.
Puta merda, cadê esse juiz?
Pego uma pedra maior... Jogo e ouço o
vidro rachar.
— MAS QUE PORRA É ESSA?
CARALHO, NÃO POSSO TER PAZ
NEM A NOITE EM MINHA PORRA
DE CAMA? VOU ARRANCAR AS
TRIPAS DO MALDITO SEM
EMPREGO QUE FICA
AZUCRINANDO QUEM SOMENTE
QUER DORMIR! — Ouço o berro e
fico sem graça. Corro para me esconder,
ele está realmente muito puto.
Mas ele me vê antes de me
embrenhar no caminho de volta para a
cabana.
— ESTRELA?! — berra.
Olho para trás e paro, agora já
era, me fodi... ou melhor, espero ser bem
fodida. Está sendo difícil para eu vir
aqui e me oferecer de bandeja, ainda
mais com o histórico que tenho de ter
levado um belo par de chifres.
— Jesus! Estrela, espere! Estou
descendo... — fala já batendo a porta do
quarto, minha vontade é correr. Mas fico
pregada no chão.
A porta da frente se abre de uma
vez e Leon desce a rampa de pedra
correndo.
Chega em segundos e me agarra.
— Meu Deus! Achei que estava
sonhando, minha Estrela! Porra, mulher,
estava no banheiro terminando de bater
uma pensando em você! Caralho,
desperdicei minha semente. Teria
guardado para você se soubesse que
viria — fala já cheio de malícia, depois
de se recuperar da surpresa.
— Leon! Deixa de ser safado e
desbocado. Senão vou embora...
Ele me ergue do chão e quase
corre comigo para dentro de casa.
— Ir embora? Querida, você não
vai embora nem por cima de meu
cadáver... ressuscito antes! Porra, não
acredito, você veio... PERA AÍ!
CACETE! VOCÊ VEIO SOZINHA,
ESTRELA?
Esse homem além de lindo,
gostoso e pauzudo ainda é bipolar.
Cruzes!
Olho inocente para ele.
— Vim sozinha, aliás não... vim
com os grilos, corujas e outros bichos
mais... — tento fazer piada, mas ele me
olha feio e fica muito vermelho.
— Caralho de mulher maluca!
Como ousa andar sozinha por esse
matagal à noite? De dia, tudo bem, mas à
noite? Quer o quê? Que uma cobra te
pique? Alguém mal-intencionado? Aliás,
veio no lugar certo... tem uma cobra aqui
louca para dar o bote... — fala me
apertando tanto que estou sem ar. Leon
fica bravo, mas não perde uma única
oportunidade sequer de fazer piada.
— Não precisa se preocupar,
Meritíssimo, nesse fim de mundo não
vem ninguém. Aqui temos somente
animais e esses são indefesos. Os
perigosos são as pessoas, e aqui não
temos muitas... somente nós dois e meus
avós! — Sorrio inocente e ele fica me
olhando com desgosto.
— Meritíssimo é a porra! Leon,
caralho! — fala e me beija com luxúria.
Sua língua entra em minha boca com
desespero e ele me esfrega em seu corpo
gigante. Aliás, sinto tudo gigante por
aqui... inclusive seu pau. Dá medo!
Mentira! Dá gosto!
Ele chupa meu pescoço e sei que
está deixando uma marca proposital.
— Não marque meu pescoço,
Leon!
Ele sorri.
— Já era amor, e a marca ficou
grande pra caralho! Linda! — Sorri e
sobe a escada correndo comigo em seu
colo.
— Leon me coloque no chão! —
peço segurando seus bíceps e minha
calcinha já está alagada. Estou prontinha
para receber o martelo do juiz.
— Nunca! Minha cama... agora!
Entra disparado para seu quarto
e me joga na cama sem cuidado, arranca
sua bermuda de seda e, quando vejo seu
pau, me arrasto para o canto da cama.
— LEON! — grito horrorizada...
não... grito encantada. Gigante, rosado,
grosso e lindo. As veias o deixam ainda
mais inchado.
O safado coloca as mãos na
cintura e mexe os quadris. Seu pau bate
em seu umbigo, nunca vi um gigante
desses ao vivo e a cores. Sandro tinha
uma minhoca no meio das pernas,
nojento!
Volto meu olhar brilhante para
esse espetáculo e Leon avança, como um
leão... meu Deus! Venha meu leão, sua
leoa está prontinha. Estou produzindo
óvulos em massa. Sinto eles brigarem
em meu útero.
Ele me puxa pelos pés, arranca
meus tênis e sorri maligno.
— Depois de ter meu pau em sua
boceta, Estrela, nunca mais irá querer
outro, vou te deixar viciada nele... —
Sorri maliciosamente e parece um lobo.
Só falta babar. — Só não estou babando,
Estrelinha, porque engoli toda a saliva...
— Devo ter dito em voz alta.
Dane-se! Será que ele vai
demorar para me deixar sentir sua força
e espessura?
— Não, amor, vou somente tirar
esse empecilho de nosso meio... — diz e
rasga meu vestido. Olho horrorizada,
agora fiquei mesmo. Como vou em
embora amanhã?
— Meu vestido... como vou
embora?
Ele sorri.
— Daremos um jeito...
Ele se deita em cima de mim,
sem deixar seu peso me esmagar. Geme
alto. E eu ovulo mais ainda.
— Puta merda, você é macia
demais... imagina quando entrar nessa
doce bocetinha? — sussurra em meu
ouvido. Arrepio-me toda.
Ele chupa minha orelha,
gememos juntos. Sopra e estremeço.
— Minha menina, quer meu pau?
— pergunta se esfregando em mim.
— Sim, por favor, por favor... —
falo sem nem saber direito o que digo,
agora sou só sensações. Esse homem é
delicioso, e cheira tão bem.
— Bem, então vamos cuidar
dessa menina, desesperada e
desamparada... Sou um juiz justo e vou
te dar o que merece e deseja... — Sorri
com devassidão e me beija com luxúria
e desejo.
Horas antes...

Volto para casa aborrecido e de


pau duro. Quando chego, os avós de
Estela já estão de saída.
Me olham com olhos
especulativos, mas faço cara de
paisagem.
— Seu jantar está no forno,
Leon, quentinho. Agora já vamos, até
amanhã, meu filho. — Se despedem e
vou para a cozinha.
Como pouco, estou sem fome.
Tenho fome de outra coisa. Estela, minha
Estrela arredia, que quer me iluminar
somente de longe.
Ajeito meu pau, é somente
pensar nela, que ele fica ainda mais duro
do que já está. Imagina ter que andar
de pau duro? Sofri quando voltava da
cabana, aliás fiz merda... Abri o zíper e
vim com ele tomando uma brisa. A porra
ardia mais que pimenta, quando estava
confinado. Sorrio de desgosto, tem que
rir às vezes para não chorar.
Não queiram saber a merda que
é, e o quanto dói! Claro que, quando fiz
a merda de libertar o dragão, fiquei de
olhos nos bichos noturnos... Já pensou se
algo pica, minha pica? Estremeço só
com o pensamento. Machucar ou ferir
meu pau está fora de cogitação. Preciso
dele saudável e cheio de vitalidade para
Estela. Camarão...acho que são meus
descendentes, só tenho merdas em minha
cabeça. Sorrio satisfeito, como nunca
estive em minha vida.
— Caralho dos infernos! — grito
sorrindo e saio andando e conversando
sozinho com meu pau, balançando e
duro.
Chego ao casarão e tento parar
de pensar merdas, tarefa quase
impossível. Subo as escadas com
cuidado, pau duro lembra? Tomo um
banho. Aproveito e bato uma punheta,
desesperado. Nem isso aplaca meu
desejo. Já saio de lá a meio mastro.
Estou fodido, meu pau resolveu que tem
mente própria. Estela foi uma menina
má. Me deixou louco e me despachou.
Quando a pegar, vou tirar a barriga da
miséria. Vou esperar o tempo dela,
afinal ela sofreu muito com um maldito
que não a valorizou.
Estou pensando quando ouço um
barulho de vidro quebrado. Caralho, é
sério essa merda? Salto da cama irado,
nem nesse fim de mundo tenho
sossego?
— MAS QUE PORRA É ESSA?
CARALHO, NÃO POSSO TER PAZ
NEM À NOITE EM MINHA PORRA
DE CAMA? VOU ARRANCAR AS
TRIPAS DO MALDITO SEM
EMPREGO QUE FICA
AZUCRINANDO QUEM SOMENTE
QUER DORMIR — berro colérico.
Realmente liberei geral minha boca suja.
Nem eu sabia que tinha a boca tão
imunda. Cacete, já falei que adoro?
Olho pela janela, pronto para
pular daqui mesmo e destripar o maldito
que quebrou meu vidro, quando vejo o
luar refletido em um vestido branco e
um ser mítico correndo pelo caminho
que leva à cabana.
Meu coração dispara. Será
possível? Estrela?
Grito igual um alucinado, pode
ser uma visão, tarado como estou por
ela...
— ESTRELA?! — Quando
berro, ela para olhando para trás, meu
mundo entra em frenesi. Corro para a
porta, em franco desespero. — Jesus!
Estrela, espere! Estou descendo... —
Quando dou por mim já estou descendo
a rampa de pedra correndo feito um
alucinado.
Chego em segundos, a agarro
sentindo seu perfume e maciez. Ela não
me escapa nunca mais.
— Meu Deus! Achei que estava
sonhando, minha Estrela! Porra, mulher,
estava no banheiro terminando de bater
uma pensando em você! Caralho,
desperdicei minha semente. Teria
guardado para você se soubesse que
viria — falo cheio de malícia, sabendo
que tem muito mais de onde saiu a
primeira leva de minha semente, minutos
atrás.
— Leon! Deixa de ser safado e
desbocado. Senão vou embora... —
Ergo-a do chão com rapidez, subo a
escada correndo, como se fosse
perseguido por um bando de assassinos.
A jogo na cama, arranco minha
roupa e noto com satisfação que ela
ficou impressionada com meu pau...
Também quem não ficaria? Até eu me
impressiono às vezes, penso cheio de
orgulho.
Exibo-me para ela e, quando não
aguento mais, rasgo seu vestidinho
branco e a vejo somente de calcinha e
fico com a boca cheia de água. Vou
comer essa mulher até desmaiar, penso
decidido a morrer de trepar. Nunca
desejei tanto uma mulher como desejo
essa. É uma coisa sem explicação essa
necessidade que sinto dela.
Deito-me em seu pequeno corpo,
quero senti-lo. E estremeço gemendo
alto. Ela é tão macia e quente. Porra!
— Puta merda, você é macia
demais... imagina quando entrar nessa
doce bocetinha? — sussurro em seu
ouvido. Estrela se arrepia toda.
Chupo sua pequena orelha, e
assopro, gememos juntos.
— Minha menina quer meu pau?
— pergunto me esfregando nela, estou a
ponto de enlouquecer.
— Sim, por favor, por favor...
Meu pau dói de tanto desejo por
ela e quando ela manifesta esse mesmo
desejo, receio terminar antes de
começar. Caralho, Estela é a mulher de
todas as minhas primeiras vezes.
— Bem então vamos cuidar
dessa menina, desesperada e
desamparada... Sou um juiz justo e vou
te dar o que merece e deseja. — Sorrio
com devassidão e a beijo com luxúria e
desejo. Mostro para ela como a desejo
de todas as formas possíveis.
Cubro seu rosto com beijos.
Chupo sua pequena orelha, e mordo com
suavidade o lóbulo. Beijo seu pescoço
esguio e macio. Volto para sua boca
macia e rosada. Beijo com ardor, chupo
sua língua com fome. E ela retribui a
gentileza, falta arrancar a minha. Gosto
dessa reciprocidade. Mordo seus lábios,
os deixando inchados com meus
cuidados e tara.
Desço e paro olhando seus
seios... caralho! São espetaculares,
pequenos, branquinhos e bicos rosados.
Tem umas sardas que dão um charme
único a eles e minha boca enche de
água. Forço a descer meus olhos. Ignoro
seus seios em uma luta árdua, e meu pau
protesta. Estela também tenta puxar
minha boca para eles. Sorrio. Ainda
não, pequena, deixe... o prazer dobrará
quando os pegar de jeito...
Arranco sua calcinha com os
dentes. Finalmente a tenho nua e em
minha cama. Só para mim.
— Caralho, Estrela, você é
perfeita! Toda rosada... — digo abrindo
suas pernas com suavidade e vendo sua
bocetinha minúscula e seu clitóris me
espiando com timidez. Cacete que visão
é essa?
— Leon... por favor...
Olho para ela e a vejo corada.
Está com vergonha. Caralho, me esqueci
que ela não tem experiência. Tenho que
ir com mais cuidado.
— Perdão, amor, não resisti.
Você é perfeita — falo e volto a beijá-
la.
Ela corresponde, puxando meus
cabelos com força, minha Estrelinha vai
me deixar careca. Mas foda-se, aqui tem
muito cabelo.
Beijo e mordo sua boca até
sentir que uma chupada mais forte em
qualquer parte de seu corpo a fará gozar.
Opto por sua boceta suculenta. Desço e
chupo seu clitóris, com um único puxão
ela goza em minha boca deliciosamente
gemendo como se sentisse dor.
— Leonnn... Leon... — geme
roucamente.
Subo e a beijo novamente, quero
entrar nela. Desço e junto seus seios
pequenos e delicados e chupo com
força, gana e prazer. Chupo e mordo, até
senti-la prestes a gozar novamente.
— Leon, por favor, entra em
mim... por favor... — pede virando os
olhos de prazer quando chupo seu seio
direito. Estão vermelhos e inchados.
Aprumo-me e alinho meu pau em
sua entrada, sua maciez e umidade é
tanta que escorre pelas suas coxas e
banha a cabeça de meu pau inchado.
Afasto o quadril, a olhando
fixamente e arremeto com tudo. Entro
rasgando e sentindo seu calor e maciez
apertar meu pau. Não vejo mais nada,
somente ouço um zumbido delicioso em
meus ouvidos e sinto um calor gostoso
me banhar da cabeça aos pés. Continuo
metendo sem parar e seguro na
cabeceira da cama para melhorar meu
vai e vem. Meto como nunca meti em
quase meio século de vida. Sinto meu
corpo endurecer e o calor se espalhar,
ouço um gemido vindo de longe, não sei
se é ela ou sou eu. Meu fim é quando
sinto o aperto de sua pequena boceta em
volta de meu pau. Meu corpo é sacudido
com força e o calor se espalha por todo
o meu corpo de maneira deliciosa. Sinto
meu pau inchar e derramo toda minha
semente dentro dessa mulher que mexeu
com meu mundo de forma intensa.
Mesmo depois que gozei
continuo, entrando e saindo dessa gruta
quentinha e macia.
— Perfeita, Estrela,
simplesmente... perfeita! — sussurro
satisfeito e saio dela com cuidado. Vejo
minha semente derramar e fico olhando
com orgulho para a Estela deitada e
vazando minha seiva.
— Linda! Quero isso para
sempre... — digo sem filtro e ela me fita
com os olhos brilhando.
— Leon... — Ela acaricia meu
rosto.
— Sim, querida? — Beijo sua
mão.
— Obrigada, foi maravilhoso!
— Sorrio e a puxo para os meus braços.
— Prometo me esforçar para
melhorar cada dia mais, Estela. Lembra
que te falei que não iria querer outro pau
depois do meu? Então, querida, tenho
que me superar cada vez que fizermos
amor.
Ela me olha encantada.
— Sim, fazermos amor... Leon...
você é um juiz muito dos gostosos —
fala e me olha com inocência. Gargalho
e a beijo com carinho e começamos tudo
novamente.
Passamos a noite fazendo amor
e, quando amanhece, dormimos
agarrados um no outro. Não morri, mas
confesso a vocês, estou mais morto que
vivo.
Acordo com um braço forte
enlaçando minha cintura com força.
Olho encantada os músculos, os pelos
fazendo cócegas deliciosas em minha
barriga. Mexo um pouco e sinto uma
protuberância enorme em minha bunda.
Sorrio de lado e me lembro de tudo que
aconteceu e fizemos ontem à noite.
Aperto minhas pernas e minha vagina
tão judiada protesta. Gemo baixinho de
dor misturado com prazer. Ele ressona
baixinho, dorme o sono dos inocentes.
Esse juiz safado.
Mexo minha bunda e sinto seu
pau quente e grosso saltar. Ele geme. E
me aperta com mais força.
— Minha safadinha gosta de
linguiça no café da manhã? Ou prefere o
martelo do juiz? — pergunta o
descarado esfregando seu pau em minha
bunda. Gemo, quando ele chupa meu
pescoço.
Ouço a porta da entrada sendo
aberta, vovó chegou, deve ser umas sete
horas.
— Vovó... — Ele me ignora e
aperta meus seios e acaricia os bicos
salientes e ardidos de tanto serem
chupados por ele.
— Quero comer você
novamente, meu amor — sussurra e
morde meu ombro.
Desce a mão e sonda minha
boceta alagada, para minha eterna
vergonha.
— Hum... molhadinha e pronta
para receber sua linguiça... — Dá uma
risadinha de pura luxúria e o sinto
acariciar meu clitóris. Geme. Esse
homem não sabe conversar sem fazer
alguma piadinha? Sorrio, adoro esse
jeito descontraído dele.
— Gosta que acaricio seu
brotinho, minha pequena devassa? —
Continua acariciando e meu corpo
esquenta.
Ele pega seu pau e alinha em
minha entrada. Gemo em desespero,
esse homem é gostoso demais.
— Vou entrar devagar, amor,
deve estar dolorida e... — Quando ele
termina de falar, eu empurro de uma vez
e vejo estrelas. Gememos juntos e ele
morde meu ombro e começa a estocar.
— Safada! — Volta a beijar meu
pescoço e a meter com força. Sinto sua
força e potência e isso me quebra, o
orgasmo vem com tanta força que grito e
Leon tapa minha boca.
Sou só sensações e sinto ele
empurrar com desespero.
— Porra de mulher gostosa... me
aperta mais, querida, puta merda! —
Segura minha cintura com tanta força,
que parece que vai me partir ao meio.
Quando ele goza, o sinto morder meu
pescoço com força e lançar sua semente
com ímpeto dentro de mim, me enchendo
com seu prazer. Por instantes, fica
quieto. Ouço sua respiração ofegante, o
canto dos pássaros e minha avó
preparando o café da manhã.
— Bom dia, minha Estrela
diurna! — Sai de dentro de mim e me
leva para o banheiro no colo.
Tomamos banho, juntos, entre
beijos e carinho. Fazemos amor mais
uma vez e, quando terminamos, saímos
cansados e ofegantes, mas felizes.
— Leon, como irei embora?
Você rasgou meu vestido e a vovó? —
pergunto realmente preocupada. Ele
acaricia meu rosto.
— Nada que seu juiz não possa
solucionar, querida. Lembre-se sempre,
sou ótimo em resolver questões... — Me
beija os lábios com suavidade e olho
encantada para ele. Perfeito!
Vejo-o se encaminhar para um
armário imenso, todo feito de madeira
de demolição. Ele abre e vejo tanta
roupa que fico impressionada. Será que
ele, algum dia usará metade dessas
roupas? Tem até terno... pra quê? Em
uma fazenda? Penso divertida, realmente
Leon é meio louco.
— Posso saber o motivo desse
lindo sorriso, mas um tanto quanto
debochado? — pergunta chegando com
uma camiseta de malha branca, gigante,
o homem é imenso, claramente suas
roupas também serão.
— Nada... mentira! Estou
pensando em você usando terno aqui na
fazenda, e andando no meio do mato.
Ele sorri largamente, chega e me
ergue colocando-me de pé na cama.
— Coisinha minúscula essa
mulher. Levante os braços, querida. —
Obedeço e ele me veste sua camisa.
Sinto seu perfume. — Quanto ao terno,
nunca se sabe se precisarei de um aqui,
certo? — Pisca misterioso e me coloca
no chão novamente.
— É, nunca se sabe — concordo
com o maluco. — Agora me diz como
farei para sair sem vovó me ver, não
quero assustá-la — falo insegura.
— Calma, querida, um problema
já resolvemos. Sua roupa. — Me
empurra com suavidade e me sento na
cama. Ele pega meu pé e o beija. Pega
meu tênis e me calça com suavidade. Se
levanta. — Agora faremos o seguinte,
Estrelinha, desço e distraio sua avó e
você pode sair. Vou levá-la para onde
está Sinhozinho, na horta. — Sorrio e
me beija. — Te encontro mais tarde no
campo de lírios. Quero fazer amor com
você lá primeiro, depois em cada
cantinho dessa fazenda! — Veste uma
camiseta branca básica, dessa que estou
vestindo, e uma bermuda de sarja
marrom. Calça um tênis. Vira-se de
costas, pega algo e enfia no bolso da
bermuda.
Se volta para mim, sorri me
beijando com fome.
— Para aguentar esperar até
depois do almoço. — Enfia a mão no
bolso e tira meu sutiã branco e balança
como um troféu. — Meu espólio, meu
prêmio! — Vai até o armário e coloca na
gaveta de cuecas. — Quero colecionar
calcinhas e sutiãs de minha Estrelinha.
— Pisca e sai assobiando.
Vocês não têm ideia de como
esse homem é gostoso. Que bunda é
essa? Pernas? Braços? Pau? Perfeito. E
seu senso de humor? Não tem quem
resista a tanto charme e piadas. Ele
nasceu para ser um comediante e não
juiz. Olho para ele, garanto que com
estrelas nos olhos.
Apuro o ouvido e vejo ele
falando com vovó e a chamando para
levá-lo até vovô. Ela o acompanha, e
quando atravessam o jardim, ele olha
para cima sorrindo, e pisca.
Derreto toda, realmente estou
pronta para ser mãe de seus filhos,
ovulei de novo. Desde que o conheci
tenho um festival de ovulação. Sorrio
com minhas maluquices, sou uma mulher
crazy[5] .
Saio de fininho e desço as
escadas quase voando, quando chego ao
jardim o sol aquece meu rosto e corpo.
O dia está belíssimo e muito ensolarado.
Corro pelo caminho em direção à
cabana. Feliz como não me sinto há
muito tempo, ou melhor, feliz como
nunca me senti.

***

Passo a manhã ansiosa, almoço


rapidamente, me arrumo, pego minha
cesta e corro para o campo de lírios.
Quando me aproximo, vejo meu juiz
deitado em uma manta xadrez e uma
cesta de lírios colhidos ao seu lado.
Vejo que está sem camisa. Seu peito é
forte, parece ter quilômetros de tão
largo. Um calor me toma o coração e
outras partes de meu corpo agora tão
salientes.
Quando Leon sente minha
presença sorri e se levanta. Quase caio
dura... o cafajeste está completamente
pelado.
Coloco a mão na boca para
segurar a baba. Realmente, se vocês
pudessem ver o que vejo agora, teríamos
que travar uma batalha de vida e morte.
Disputando tanta beleza!
O homem é um espetáculo,
maravilhoso e não deixaria ninguém
pegar, se aproximar. Meu!!! Viraria uma
troglodita para defender meu homem!
Dai-me forças, meu Pai, porque estou
indo para a batalha.
Ele coloca as mãos para trás e
me olha com safadeza.
— Sou todo seu, querida... —
Ele balança o quadril e seu pau bate
com força em seu umbigo. Parece que
gosta de se exibir, o descarado.
Socorro, alguém me ampare,
estou com tontura!
— Leon! O que é isso? —
pergunto para não avançar nele, assim
me acalmo
— O quê, amor? Um homem de
pau duro, talvez? Ou uma mulher
salivando para tê-lo enterrado até as
bolas em sua doce bocetinha? Me
responda... — fala e continua me
olhando com fome e luxúria.
Foda-se, se vou me fazer de
difícil... Corro e pulo em seus braços,
ele não esperava o ataque, e dá dois
passos para trás, mas me agarra com
força.
— Você sempre me
surpreendendo, minha Estrela! — fala
me beijando com desespero. — Porra,
estava quase gozando relembrando
nossa noite, amor! — diz entre beijos.
Sorrio, e cruzo minhas pernas em
suas costas.
— Então vem, querido, realize
seus desejos e satisfaça os meus. — Ele
sorri e me leva para a manta e me deita
com cuidado.
— Sim... meu sonho. Estou
realizando todos... — diz com voz
rouca e me beija com carinho desta vez.
— Realizando todos... nunca namorei...
acredita? — Ele beija meu pescoço.
Congelo.
— O quê? Mas você já foi
casado e... — Tento falar, sem
acreditar...puta merda, ele nunca
namorou!
— Meus pais que escolheram a
mulher, uma patricinha de nariz
empinado. Eu estudava igual um louco e
fazia a vontade dos juízes Savage em
tudo. O máximo que fazia era algumas
trepadas ocasionais...Na verdade, meu
anjo, fui um covarde. Era mais fácil
deixá-los fazer o que queriam, assim me
deixavam em paz... — Arranca meu
vestido, mas agora sem rasgá-lo. — Não
tem camisa aqui, então tenho que ser
mais cuidadoso... — Sorri com pureza.
Isso me impacta. Esse grande homem
tem uma alma muito pura. Acaricio seus
cabelos castanho-claros e seus olhos
esverdeados me enfeitiçam.
Sua barba, coberta de fios
grisalhos, mexe comigo e sinto um
desejo tão grande por ele, que gemo
somente olhando para esse pedaço
gigante de masculinidade.
— Leon, você é um dos homens
mais lindos que já vi...
Ele sorri.
— Então você deve ter visto
poucos, querida. Onde tem beleza aqui
nesse senhor de quase 50 anos? — fala
me olhando fixamente.
— Vem de dentro e espalha por
todo esse corpaço de viking e...
Ele joga a cabeça para trás e
gargalha tanto que fica rouco.
— Meu Deus! Você não existe,
Estrelinha. Quão sortudo eu sou por
encontrá-la em um lugar tão
improvável? Sinto-me bem demais,
querida. E vou te dizer é uma sensação
boa pra porra essa! O caralho de vida
boa!
— Boca suja! — Puxo-o para um
beijo, preciso desse homem dentro de
mim urgente.
— Que você adora, caralho! —
fala sorrindo de orelha a orelha.
— Adoro, safado! Vem cá, meu
Leão gostoso!
O agarro e beijo com tudo de
mim. E ele? Claro que se aproveita
disso com todo empenho, libertino!
Passei a manhã toda sem lugar.
Sinhazinha perguntou se eu estava bem
várias vezes. Disse que sim. Foi uma
luta esperar o almoço ficar pronto.
Almocei rapidamente, peguei uma manta
e saí quase correndo para o campo de
lírios.
Essa mulher despertou em mim o
jovem rapaz que foi massacrado pelos
pais. Estou me sentindo tão feliz, que
parece que posso voar.
Muitos que estão aí do outro
lado dirão: homem infantil, um cara
com quase cinquenta anos, agindo
como adolescente...
Sabe o que direi? Fodam-se!
Vão cuidar da merda da vida e vocês e
me deixem viver a minha. Caralho de
povo intrometido.
Chego correndo ao campo de
lírios, meu pau me incomoda, de tão
duro que está.
Abro o zíper de minha bermuda
para dar uma aliviada. Mas, de repente,
me vem uma ideia. Infantil, né,
fofoqueiras de plantão? Mas esse pau
aqui é para Estela, sei que muitas o
querem, principalmente as falsas
moralistas, mas morrerão na seca ou
engasgadas no próprio veneno, víboras.
O meu nunca o terão e provavelmente
nenhum outro!
Pego o cesto que trouxe e encho
de lírios para Estela. Coloco na manta
que estendi debaixo de uma árvore
frondosa.
Tiro a roupa e me deito nu, sinto
a brisa me acariciar e meu pau fica
ainda mais sensível e inchado.
Fecho os olhos me lembrando de
como foi bom fazer amor com minha
pequena Leoa. A mulher é uma dinamite
na cama. Porra, deliciosa e com carinha
de anjo. Minha pequena Estrela.
Ouço passos e meu pau dá um
alto, ele a reconhece também, safado e
inteligente ao mesmo tempo, penso
divertido.

***

Levanto-me e exibo para ela meu


pau enorme com orgulho.
Estrela coloca a mãozinha na
boca e fica vermelha. Delicio-me com
essas pequenas coisas. Detalhes que
tornam tudo muito mais belo e singular.
Vejo cobiça e desejo em seus
olhos que percorrem meu corpo, mas
sempre parando em meu pau. Ele dá uma
guinada saudando-a. Aproveito sua
admiração e coloco as mãos para trás,
assim meu pau fica ainda mais exposto,
em evidência. Olho para ela com
descaramento.
— Sou todo seu, querida. —
Balanço o quadril e meu pau bate em
meu umbigo. Realmente é bem grande.
Penso orgulhoso.
— Leon! O que é isso? — a
descarada pergunta com os olhos fixos
em meu guerreiro armado até os dentes e
pronto para o combate.
Quase fecho meus olhos quando
a encaro respondendo:
— O quê, amor? Um homem de
pau duro, talvez? Ou uma mulher
salivando para tê-lo enterrado até as
bolas em sua doce bocetinha? Me
responda... — O desejo me rasga por
dentro.
Ela me surpreende e pega
desprevenido quando avança, pulando
em mim. Meu pau festeja. Festejamos.
— Você sempre me
surpreendendo, Estrela! — A agarro
com força e a beijo com desespero puro.
— Porra, estava quase gozando
relembrando nossa noite, amor! — falo
beijando-a com desejo e deixando-nos
sem ar.
A malandrinha sorri e cruza as
pernas em minhas costas, meu pau sente
sua bocetinha quente e úmida. Estou a
ponto de enlouquecer.
— Então vem, querido, realize
seus desejos e satisfaça os meus. —
Sorrio, num esforço hercúleo para não a
jogar no chão e fodê-la até desmaiar. A
deito com cuidado, estou suando, pelo
esforço de ser um cavalheiro. Caralho!
— Sim... meu sonho. Estou
realizando todos... — Minha voz está
rouca de tanto desejo. Beijo-a com
carinho, me lembro de meus pais. —
Realizando todos... nunca namorei...
acredita? — confesso sem nem ao
menos perceber. Ela me faz sentir assim,
livre para ser eu mesmo. Sinto-a
endurecer o corpo.
— O quê? Mas você já foi
casado e...
Conto a ela como fui criado
pelos juízes Savage. E ela fica me
olhando consternada, arranco seu
vestido leve, mas sem rasgá-lo.
— Não tem camisas aqui, então
tenho que ser mais cuidadoso... — falo
me sentindo livre para ser quem
realmente sou.
Ela me olha fixamente e acaricia
minha barba, cabelos e rosto.
— Leon, você é um dos homens
mais lindos que já vi...
Só me resta sorrir. Onde ela está
vendo tanta beleza?
— Então você deve ter visto
poucos, querida. Onde tem beleza aqui
nesse senhor de quase 50 anos? — falo
olhando-a fixamente.
— Vem de dentro e espalha por
todo esse corpão de viking e...
Jogo a cabeça para trás e
gargalho tanto que fico rouco. Ela é luz
em minha vida. Porra, nunca imaginei
que poderia ser assim entre um casal...
Cacete!
— Meu Deus! Você não existe,
Estrelinha. Quão sortudo eu sou por
encontrá-la em um lugar tão
improvável? Sinto-me bem demais,
querida. E vou te dizer, é uma sensação
boa pra porra essa! O caralho de vida
boa!
— falo com prazer, nunca me
senti tão livre. Podendo escolher, viver
como gosto, falar palavrões que adoro.
Estou no paraíso.
— Boca suja! — fala sorrindo e
me olhando com ternura. Beija-me e
retribuo com todo carinho que tenho.
— Que você adora, caralho! —
falo sorrindo de orelha a orelha, a
felicidade me domina corpo e alma.
— Adoro, safado. Vem cá, meu
Leão gostoso! — Me agarra e beija com
desejo voraz. Empenho-me dando meu
melhor e a devoro com força.
Beijo seus seios macios e
rosados. Chupo com força e ela geme
alto. Desço beijando e paro em sua
bocetinha rosada.
Pego um lírio do cesto e começo
a fazer desenhos em seu pequeno corpo
com a flor. Ela geme, muito arrepiada.
Os bicos de seus seios entumecidos me
chamam para mordê-los e chupá-los
mais.
Jogo o lírio para o lado e caio
de boca nessas delícias gêmeas, os beijo
até minha menina gozar. Quando ainda
está se retorcendo no seu prazer, entro
de uma vez e gritamos juntos.
— Caralho, tão apertada, meu
amor...
Ela me olha com os olhos
vidrados e começo a meter sem parar,
ela geme e estremece. Aperta-me e vejo
que está tendo outro orgasmo e isso é
meu limite. Fecho os olhos e tombo a
cabeça para trás e aumento o ritmo. Ela
está me apertando tanto que sinto meu
pau ser esmagado e gozo com força.
Continuo gozando, metendo sem parar e
ela gemendo, somos uma bagunça
prazerosa.
Quando enfim nos acalmamos a
puxo para cima de meu corpo,
acariciando-a até relaxar e adormecer.
Sorrio e acabo adormecendo
também.
***

Horas depois acordamos e


tomamos banho no rio. Brincamos e nos
beijamos muito, confesso a vocês, esse
foi um dos dias mais perfeitos de minha
vida.
Pego seu cesto abarrotado de
lírios, seguro sua mão delicada e vamos
para a cabana conversando e rindo
muito sobre tudo.
Quando chegamos, ela prepara
um café delicioso, com broa de fubá,
pão caseiro e queijo. Não consigo
entender porque não vim mais cedo para
cá, essa é a vida e o lugar que sempre
sonhei, bem no fundo, de meu coração.
Comemos tranquilamente em um
clima delicioso e aproveito e conto tudo
sobre minha vida para ela e recebo a
mesma gentileza em troca.
Só fiquei puto com uma coisa.
— Como assim, o desgraçado
ainda liga para você? Troca a porra do
número do celular e...
— Já fiz isso várias vezes,
Leon... — ela me interrompe. — O cara
me persegue. Inclusive já veio aqui duas
vezes. Em uma, ele jogou flores de um
helicóptero e tinha uma faixa presa
pedindo perdão. A segunda vez veio
pessoalmente atrás de mim, mas meus
avós o mandaram embora com tiros na
bunda. Ele foi, muito a contragosto.
Pensei que ia me dar sossego. Que nada!
Mas liga sempre, várias vezes na
semana — fala com raiva.
— Maldito, vou cuidar dele, me
passa o número do telefone do
desgraçado — falo com ira.
— Não. Não quero que se meta
nisso, Leon... pode prejudicar sua
carreira e...
— Foda-se minha carreira,
quero o número! — digo acostumado a
ser obedecido imediatamente.
— Mas não vou dar e ponto
final. Se precisar te falo, mas sempre
lidei com isso sozinha, ok? — fala a
atrevida.
— Estela... — falo em tom de
ameaça, sempre funciona.
A coisinha se levanta e coloca as
mãos na cintura.
— Leon... — me afronta e meu
pau endurece, ele aprova essa Leoa
descarada deliciosa.
— Vem cá, sua pequena
insolente, vai levar varadas até aprender
que quem manda é o juiz — provoco e
ela sorri com ousadia.
— Aceito as varadas,
Meritíssimo, mas o número não darei a
você... — provoca o pequeno polegar[6].
A pego e levo para o quarto, fazemos
amor à tarde toda, até escurecer.
Quando saímos de lá estamos
ambos de pernas bambas e satisfeitos.
Ela não nega fogo e meu pau
agradece.
Despeço-me e tento levá-la
comigo, mas a petulante se nega e sorri.
— Não, senhor, já não aguento
nem sentar mais e você ainda quer me
obrigar a ir com você, para ser usada e
abusada mais uma vez, Meritíssimo? —
fala se esfregando em mim. Ela está
querendo mais vara.
— Quer mais uma surra de pau,
sua pequena malandra? — Puxo e tento
beijá-la.
— Não... quero deitar e
desmaiar, dormir, hibernar, descansar,
estou tão cansada, Leão... — fala minha
pobre Estrelinha.
— Está certo, querida, você
realmente precisa descansar, não é
qualquer uma que aguenta o papai aqui...
Ela me dá um tapa no peito e fica
na ponta dos pés para me beijar. Ajudo
erguendo-a e beijando-a com carinho.
Nos afastamos e encosto minha
testa na dela.
— Você está sendo um refrigério
em minha vida, Estrelinha. — A deixo
com essas palavras e vou embora, sem
olhar para trás, senão volto e ninguém
me arranca de seu lado.
Os dias viram meses, meu
relacionamento com Leon está tão
perfeito que, às vezes, tenho medo que
algo ruim aconteça e estrague essa
felicidade que estamos vivendo.
Descobri em Leon um homem
divertido, justo, integro, engraçado e
muito carinhoso. E uma boca tão suja
que, às vezes, fico impressionada como
ele consegue ser tão criativo com
palavrões. O coração de meu leão é
amor puro, apesar de ter a boca tão
depravada.
No mesmo dia que fizemos amor,
no campo dos lírios, contei aos meus
avós e eles sorriram conhecedores e me
deram sua bênção. Me advertindo
severamente, mas agora a favor de Leon.
Disseram que era para eu valorizá-lo e
cuidar do grande leão, porque ele foi
muito ferido e precisava de todo meu
amor, carinho e compreensão.
Sorri emocionada com meu
Leon, que, com seu jeitão largado e
brincalhão, conseguiu conquistar não só
a mim, mas meus avós também. Garanti
a eles que cuidaria dele com todo amor
do mundo. Ele que jamais ousasse
sonhar que tivemos essa conversa, pois,
iria se aproveitar disso e tornar-se pior
do que já era. Um malandro safado,
penso com carinho.
Me alertaram mais uma vez, para
tomar cuidado com o ex traste, Sandro.
Contei a meus avós que o bloqueei. Eles
me contaram que o demente começou a
ligar para eles, depois que o bloqueei.
Vovô me pediu para contar a Leon, que,
com certeza, ele tomaria uma
providência e que surtaria se eu omitisse
dele esses fatos. Sabiam como Leon era
protetor. Fiquei calada.
Não contei nada a ele, pois sabia
que surtaria e poderia prejudicar sua
carreira de juiz. Ele ainda não havia
decidido sobre seu futuro profissional...
Não iria deixá-lo preocupado.
Sandro era somente um covarde, só
ladrava e cão que muito late não morde.
Meus avós me disseram com
cautela e receio que no início suas
ligações eram suaves e amenas. Mas
com o passar dos dias, foram ficando
agressivas e eles estavam ficando
temerosos, por mim, por todos na
fazenda. Os tranquilizei. Conhecia o
fracote.
Os dias passaram e o traste
parou de nos incomodar. Mesmo assim,
resolvi mudar novamente meu número.
Pedi a Leon para me levar a um
pequeno vilarejo distante da fazenda,
mais ou menos umas quatro horas. Ele
concordou entusiasmado. Passaríamos o
dia lá, era um minúsculo povoado, mas
lindo. Aproveitaria e compraria um
novo chip. Odiava esconder isso dele,
mas era para protegê-lo.
Descartei a consciência pesada e
passamos um dia maravilhoso, conheci
ainda mais seu lado brincalhão e
desbocado.
Leon é um excelente parceiro e
faz piada de tudo. Me acostumei a esse
seu lado cômico e adorava quando
contava uma piada ou falava absurdos. E
sabe o melhor disso tudo? Ele era esse
amor somente comigo, com as pessoas
era um ser carrancudo e frio. Minha
possessividade cresceu orgulhosa com
esse fato. Ele, Leon, amoroso comigo e
bravo com os outros. Me senti a última
Coca-Cola no deserto árido e
escaldante.
Vi como olhava com frieza para
as pessoas, ali estava o juiz Leon. Elas
passavam perto dele quase correndo.
Meu ogro Leon. Resolvo cutucar meu
Leão com varão curta.
— Leon, pare de olhar com essa
carranca maligna para as pessoas! Você
está assustando-as — falo divertida.
Ele olha para os lados e seus
olhos esfriam ainda mais, e a carranca
fica mais pronunciada.
— Amor, se não fizer isso, elas
me tomarão de você. Olha como as
mulheres me comem com os olhos... —
fala, fazendo cara de paisagem. Safado!
Olho em volta e vejo as
mulheres despudoradas o encarando e
literalmente babando em meu homem.
Fecho a cara e faço uma
carranca ainda pior que Leon. Olho para
elas e levanto o dedo do meio, sem
erguer o braço, com todo respeito as
crianças, senhores e vovozinhas que
estão no restaurante.
Algumas ficam pálidas e sorrio
de raiva. Claro que Leon, não perderia a
chance de fazer uma piada de
provocação, não seria ele se passasse
batido.
— Querida, pare de olhar com
essa carranca de brava para as pessoas!
Você está assustando-as — fala com
descaramento imitando minha voz e
sorri largamente, para mim.
Semicerro os olhos e falo
entredentes:
— Amor, se não fizer isso, elas
me tomarão você. Olha como as
mulheres te comem com os olhos. E digo
mais, as matarei antes que encoste um
dedo em meu Juiz! — Engrosso minha
voz e repito sua frase com cara de
paisagem.
Leon tomba a cabeça de lado e
solta uma gargalhada que faz com que
todos no restaurante nos olhem. Encolho
encabulada.
— Leon! — falo alto e ele se
levanta, me puxando pela mão e vamos
para o caixa.
— Vamos, mulher, quero ter uns
momentos a sós com você, vou te deixar
de pernas bambas. — Ouço suspiros de
mulheres querendo meu lugar, e de
homens querendo matar Leon. Homem
exibido esse meu.
— Leon! — falo com o rosto
pegando fogo.
— Sim, amor? Tenha calma,
mulher fogosa! — fala alto, olhando com
altivez para todos no restaurante. Ele
não tem jeito mesmo. Sorrio e, quando
ele paga a conta, saímos de mãos dadas
e eu doida para ficar com as pernas
bambas.
Leon me arrasta para o carro
quase correndo.
— Caralho, Estela, quero você
agora, vem! — Abre a porta do carro me
joga dentro e vem com tudo, ouço o
barulho das travas sendo acionadas. Seu
carro é imenso por dentro e os vidros
são escuros.
Ele me olha como um sorriso
torto.
— É agora que a jiripoca vai
piar... a cobra vai fumar... o pau vai
comer... a rola vai descer... — Me puxa
pelo pescoço e me beija com loucura.
Gemo alto e ele me deita no
banco traseiro e se ajoelha no pequeno
espaço.
— Leon... — sussurro enquanto
o vejo abrir seu zíper e seu pau gigante e
rosado pular para fora.
— Olha o que você faz comigo,
querida... — Pega minha mão e a
envolve em seu pau. Fecho-a em volta
dele, não consigo abarcá-lo todo. Sinto
seu calor, maciez e dureza ao mesmo
tempo.
— Estela... me faz ver estrelas,
amor... — sussurra rouco.
Acaricio a glande inchada com
suavidade e vejo a umidade que sai da
fenda rosada. Ele geme. Continuo a
descer e subir minha mão em seu pau.
Ele desce a cabeça e morde
meus seios por cima de meu vestido e
chupa com força. Aperto seu pau de
tanto prazer, ele geme e seus gemidos
alcançam minha boceta com uma
descarga tão deliciosa, que gozo
somente com ele mordendo meus seios.
Ele me olha com olhos vidrados
de desejo e luxúria. Levanta-se de uma
vez, afasta minha calcinha para o lado e
mergulha em mim com força de uma vez,
me pegando de surpresa. Gememos
juntos.
Ele está com os olhos fechados e
os lábios crispados.
Pega minhas pernas e coloca em
seus ombros e estoca com desespero.
Olho para baixo e vejo seu pau grosso e
úmido de meu desejo e gozo mais uma
vez. Leon continua entrando e saindo em
uma velocidade, que me pergunto como
ele consegue dar esses impulsos com
tanta rapidez.
Ele geme grosso.
— Caralho! Porra de boceta
gostosa e apertada! Estrela, vejo
estrelas... deliciosa... — Ele ajeita seu
pau e bate em meu clitóris inchado e
começo a ver estrelas também.
Gemo e acaricio seus ombros e
peito musculoso com frenesi. Ele
continua a estocar, quando sinto o gozo
chegar, ele geme e entra de uma vez e
fica quieto, sentindo meu gozo o apertar,
gemendo baixinho sem parar.
Sinto ele expandir dentro de mim
e sacudir-se, me inundando com sua
semente morna e espessa.
— Se isso não é o paraíso, não
sei o que é. Sua boceta tem mel, só
pode... Porra! — ele fala baixinho e
ainda arfando. Se senta e me ajeita em
seu colo.
Beija meu rosto todo e morde
meus lábios com carinho. Está todo
mergulhado ainda dentro de mim.
— Estela, minha estrela, eu te
amo. Porra, querida, como te amo. Você
entrou em meu mundo de uma maneira
que dói somente de pensar que pode um
dia sair. Te amo, minha leoa — fala me
olhando fixamente, seus olhos estão
úmidos.
Sou pega de surpresa e meu
coração dispara. Meus olhos
lacrimejam, em segundos descem
lágrimas em abundância por meu rosto.
— Leon... meu Deus! Amor...
tem noção de como ouvir essas palavras
de você me deixa feliz? — Acaricio seu
rosto barbudo. Ele sorri, e sinto seu pau
começar a endurecer novamente dentro
de mim.
— Sim, amor, mas não ouvi
essas mesmas palavras saindo de sua
boquinha rosada.
Sorrio e o beijo com todo amor
que sinto por ele.
— Eu te amo, Leon, meu leão
indomável, meu juiz safado, Meritíssimo
comediante, meu homem boca suja, o
mais lindo, desbocado e gostoso de toda
a galáxia.
Ele cora. Puta merda! Ele corou!
— Puta merda, Estrelinha, assim
me deixa constrangido e de pau ainda
mais duro! — Sorri de canalhice, o
momento de timidez indo com a mesma
rapidez que chegou.
— Mas é muito dos safados... —
Começo a me mexer e ele geme.
— Puta merda, você ainda vai
me matar de tanta safadeza, Estrelinha...
tenho quase 50 anos e… — Sorri e me
levanta mergulhando novamente em seu
pau rígido.
Gememos e em pouco tempo
nesse ritmo, gozamos juntos entre
declarações de amor.
— Minha Leoa, a estrela que
ilumina meu céu — murmura com
suavidade.
— Meu Leon, meu juiz, meu
amor — sussurro de volta,
completamente apaixonada por esse
homem especial.
Mal sabíamos que essa paz
seria quebrada pouco tempo depois...
Aquele dia no pequeno vilarejo
foi perfeito, um dos melhores de minha
vida.
Depois que fizemos amor duas
vezes na picape RAM 2500, um carro
bem espaçoso que deu para ser bem
criativo com minha pequena Estela,
voltamos para nosso pequeno paraíso
realizados.
Estou bem-adaptado aqui no
casarão e já fui apresentado a cada
canto dessa mata verdejante por minha
pequena devassa. E a inauguramos de
nosso jeito devasso.
Na verdade, sinto que pertenço a
esse lugar. E a mera possibilidade de
voltar à antiga vida, me angustia. Estou
quase cem por cento decidido a não
voltar a exercer a função de juiz. Quero
uma família com Estela. Achei o lugar
que procurei a vida toda, meu ninho,
minha manada, meu bando. Penso
sorrindo divertido e muito feliz.
Quando não estou ajudando
Sinhozinho, estou com Sinhazinha, mas
fico a maior parte do tempo colado em
minha namorada. Minha namorada...
Meu coração aquece quando penso nela,
dessa forma. Amo demais essa mulher.
Ela está fazendo seus sabonetes
hoje e vendo-a trabalhar com tanto
carinho, me deixa de pau duro. Grande
novidade! Aliás, se ela der piruetas fico
de pau duro. Ela tem esse efeito sobre
mim. Caralho!
Chego por trás e a agarro.
Esfrego-me nela.
— Afaste-se de mim, juiz tarado!
Não estou aguentando mais nem andar
direito, já estou andando dando voltas.
Não aguento e gargalho. Ela está
aprendendo com o mestre a ser boca
suja.
— Você ri, porque não é você o
abusado e...
Mordo seu pescoço cheiroso e
macio.
— Não sou eu o abusado, amor?
Tem certeza? Querida, meu pau está
esfolado. Não posso nem encostar que
arde como pimenta... — Faço cara de
coitado sofredor.
Sorri divertida e parece a dona
da verdade. Toquinho de gente atrevida.
— Exatamente por isso,
devemos dar uma trégua de pelo menos
um dia... — quando fala essa heresia, a
agarro com força e aperto com força
seus deliciosos seios. Ela geme.
— Um dia? Amor, você quer me
ver morto? Agora já entendi seu plano
macabro. Me nega a estrelinha e meu
martelo que se dane... Puta merda, agora
fiquei sem chão e completamente
desmotivado a jantar aquele pernil
delicioso assado que Sinhazinha está
fazendo. Vou morrer... — Coloco a mão
na cabeça com total dramaticidade. Ela
me olha e semicerra os olhos. Tô FO-
DI-DO.
— Leon Savage! Deixa de ser
dramático, seu tarado! Um dia sem sexo!
UM DIA! Você mesmo acabou de dizer
que seu pau está esfolado e dolorido! —
fala batendo os pezinhos no chão.
Olho com ternura para essa
mulher que me tem na coleira.
— Estela... presta atenção aos
fatos, amor. Disse que meu pau está
esfolado, mas minha língua está em
perfeitas condições.
Ela arregala os olhos e começa a
rir sem parar, o som é um bálsamo para
meus ouvidos. Eu sabia que tinha esse
lado tão descontraído em mim, só não
tinha coragem de externá-lo como faço
com minha Estrela. O abafei a vida toda
e está sendo revigorante deixá-lo fluir.
Adoro fazer piadas. O que era
extremamente proibido por meus pais.
Eu não podia nem rir. Diziam que para
impor respeito temos que ser
sempre sérios, carrancudos e frios. Um
pé na bunda deles. Que Deus os tenha...
Livre eu sou!
Mentira da porra. Perdi tantos
anos de minha vida vivendo essa crença
limitante, uma verdadeira merda. Estela
me disse amar esse meu lado e que o
deixasse fluir sem medo. E foi o que fiz.
Acredito que fluiu até demais. Caralho!
Sorrio feliz pra cacete.
Ela corre e pula em meus braços.
— Amor, você não existe, é
perfeito! — Me beija e tenta descer.
— Sou? Então posso usar minha
língua agora em você? — pergunto
esperançoso.
— Não! Somente à noite. Agora
temos que fazer sabonetes.
Olho a quantidade pronta, são
muitos.
— Mas já tem dezenas e...
Ela me olha feio. Encolho,
melhor ficar quieto, senão nem a língua
poderei usar.
— Sim, querido, tenho que fazer
trezentos e só fiz até agora cento e
noventa. Você não me deixa trabalhar!
— ralha comigo, ela tem razão.
Não perco nenhuma
oportunidade de pegar ela de algum
jeito. Sorrio matreiro, vou desviar a
conversa, antes que perca o privilégio à
noite de usar a língua.
— Estela... estou tendo uma
ideia aqui... Vai vender demais! — Ela
presta atenção. Porra, ela é linda
demais! — Por que não faz um sabonete
em formato de pênis? Pode ficar à
vontade e medir meu pau... mas quando
ele estiver pronto para abater a sua
estrelinha e...
Ela balança a cabeça, sorrindo.
— Meu Deus! De onde surgiu
esse homem?
Aproveito a brecha e a agarro
novamente.
— De seus sonhos, querida.
Ela se vira e me beija com amor
e paixão.
— Com certeza, Leon, você é
tudo que sempre quis na vida como
parceiro... ainda que só pense com a
cabeça de baixo... Vou relevar... —
brinca e me beija novamente e aproveito
e tento tirar sua camiseta.
— Não, senhor... — fala
segurando minhas mãos bobas.
— Mas você acabou de dizer
que sou o homem de seus sonhos... —
falo canalha.
— Sim e exatamente por isso,
vou te pedir, homem de meus sonhos,
faça um café para nós, estou com fome!
— fala e pisca, descendo de meu agarre.
Faço uma carranca.
— Tá vendo? Depois diz que
nós homens é que não somos românticos.
Você acabou de jogar água gelada em um
cara que transpirava amor e
romantismo...
Ela me olha com cara feia e saio
quase correndo da sala.
Dias depois...
Estou em minha biblioteca
conversando com um colega, o delegado
Vilela. Ele me diz que Dentes de Ouro
está dando trabalho e Caveira quase o
matou. Mas ele conseguiu se safar mais
uma vez.
Ambos estão feridos e Dentes de
Ouro disse que só morrerá quando me
matar. Está proclamando aos quatro
cantos do mundo que morrerei primeiro,
depois ele fará questão de morrer, para
me caçar no inferno. Imbecil.
Passo a mão no cabelo, irado.
Esse homem que sou aqui, não existe no
mundo de onde vim. Caralho, minha
vontade é eu mesmo ir à cadeia e fazer
justiça com as próprias mãos!
— Porra, Vilela! Pessoas como
essas deveriam ser extintas, sou a favor
da pena de morte! Porra! O cara só dá
prejuízo para o estado e mesmo na
cadeia comanda tudo aqui fora —
desabafo.
— Infelizmente tenho que
concordar com você, Leon. Mas não
podemos ir contra as leis estipuladas,
somente temos que segui-las e, às
vezes, pagar um preço alto demais
como você, perdendo sua esposa, amigo
e vários outros parceiros nossos que se
foram. É uma vida supostamente boa,
mas o preço que pagamos é alto demais
— meu amigo desabafa angustiado.
— Você acredita que realmente
essa ameaça que está me dizendo que
Dentes de Ouro fez, é real? — pergunto
com certo receio. — Me preocupo com
Estela e seus avós. Se a perder,
morrerei.
— Real, Leon, já mandei
checar. Te aconselho a tomar cuidado e
chamar ao menos dois seguranças —
diz e noto seriedade e receio em sua
voz.
— Caralho, quando terei paz?
Porra, nem aqui no fim do mundo
consigo viver tranquilamente? — falo
dando um murro na mesa.
— Sim, meu amigo, a profissão
que escolhemos não é fácil...
Fico ainda mais irado quando
penso que não fui eu que escolhi essa
porra de profissão! Sempre quis ser um
artista, ator, qualquer merda, menos
trabalhar com lei. Ser um homem da lei
é o que menos queria na vida. Mas fui
covarde, deixei meus pais tomarem o
curso de minha vida e paguei um preço
alto, meio século de vida, mal vivida.
Conversamos mais algum tempo
e combinamos de que ele mandaria três
de meus antigos seguranças. Aqueles
que Celso sempre me dizia serem de
extrema confiança. Eles chegariam na
próxima semana.
Despeço-me e agradeço a Vilela
por ter me alertado sobre as ameaças do
condenado e maldito Dentes de Ouro.
Caminho para a janela e fico
olhando o esplender desse lugar, é
realmente lindo e não posso permitir que
aquele desgraçado vagabundo
presidiário, manche esse lugar de algum
modo. Morro antes dele fazer isso.
— Amor? — Ouço a voz que me
faz acordar feliz diariamente. Viro-me e
sorrio para ela, minha menina.
— Oi, minha Estrela querida. —
Caminho e a pego nos braços com
ansiedade. Essa mulher é meu porto
seguro, meu lar. A protejo com minha
vida se necessário for.
— O que foi, querido? Você está
pálido.
Olho seus grandes olhos azuis
inocentes e sinto os meus arderem.
— Problemas com um detento,
amor... — falo, resolvendo ser
verdadeiro.
— Mas ele não está preso? —
pergunta com ingenuidade.
— Sim, meu bem, mas isso não o
impede de continuar sua vida miserável
de crime aqui fora — falo, mas já
pensando em como poderei dar um fim
nisso.
— Mas... Leon, mesmo preso ele
ainda pode prejudicar alguém? —
murmura, agora pálida.
— Sim, amor. Lembra de minha
falecida esposa? O Celso? — Ela
estremece e acena. — Então, foi alguém
que sentenciei e, para me atingir,
mataram os dois — falo e vejo ela dar
um passo para trás e entendendo onde
quero chegar.
— Então você está com medo de
que alguém possa nos machucar? É isso?
— diz já com a mão na boca, tremendo.
Lágrimas descem de seus belos olhos
azuis.
— Sim, meu amor, é isso. — A
abraço com força e sinto seu coração
disparado assim como o meu. — Mas
prometo a você, querida, nada
acontecerá a vocês, morro antes! — Juro
com minha alma.
— Não diz isso! Amo você
Leon, não posso e nem vou perdê-lo.
Mato todos antes! — fala minha Leoa
me defendendo. Isso enche minha alma
torturada de amor e carinho por essa
ferocidade protetora.
— Amo você, minha Estrela.
Você faz meu céu brilhar, minha vida ter
luz. Amo você e quero morrer ao seu
lado velhinho, cheio de filhos e netos —
digo segurando seu pequeno rosto, e
beijando cada pedacinho macio.
— Isso é um pedido de
casamento, juiz? Ou estou ficando
paranoica com esse homem lindo a
minha frente e imaginado coisas?
Sorrio beijando-a com ternura e
todo amor que sinto.
— Sim, amor, e não ouse me
despachar com um chute no traseiro! —
falo emocionado.
— Pensei que ia morrer
desejando me casar com você, homem
maravilhoso! Senhora Leon Savage...
soa bom! — Ela sorri largamente.
— E então, cadê a resposta
clara, precisa e concisa? — falo
acariciando seus cabelos macios, longos
e cacheados.
— Resposta clara e concisa
saindo: claro que me caso com você
meu amor, você é o homem de meus
sonhos, lembra? Me casarei com você
se viver mil vidas, em todas elas o
escolhido será sempre você, Leon. Eu te
amo tanto que, às vezes, chega a doer.
— Fecho os olhos emocionado, e a
beijo mostrando que tenho por ela a
mesma adoração. Por essa mulher mato
ou morro. Minha menina está tremendo e
chorando muito. A consolo e beijo
acalmando-a.
Pego Estela, no colo e me sento
no sofá, onde já fizemos amor tantas
vezes que toda vez que me sento aqui
meu pau viciado endurece.
— Amor, semana que vem virão
três colegas meus passar uns dias aqui.
Quero resolver umas pendências. Eles
são um pouco assustadores e de pouca
conversa, mas são de extrema confiança,
está bem?
Ela acaricia minha barba, e
sorri.
— Seus amigos são meus
também, Leon — diz e se possível, amo
ainda mais essa mulher.
Minha falecida odiava meus
amigos, por isso nunca os levava em
casa. Levei uma vida bem solitária. Ela
gostava de seus coquetéis, mas odiava
pessoas em nossa casa.
Minha Estrela abrilhanta cada
cantinho de minha vida e me surpreende
com seu calor e amor a cada dia que
passa.
— Obrigado, querida, pela
compreensão — digo grato.
— Compreensão? Leon, eles são
seus amigos e a casa é sua, amor. — Me
beija com carinho.
— Nossa, afinal você é a futura
senhora Leon, minha leoa, lembra que
acabou de aceitar meu pedido de
casamento? Já está querendo pular fora,
coisinha gostosa? — falo com a cara
fechada, mas com o coração
transbordando ternura e amor por ela.
Ela já entende que adoro brincar
e me abraça apertado.
— Você que está fodido agora
para se livrar de mim, amor. Vou ficar na
sua cola igual aquelas amantes que
provavelmente você tinha e não te
davam sossego.
Estremeço me lembrando de
algumas.
— Nem brinca com isso, amor,
você está longe disso. É minha
escolhida, meu amor, a mãe de meus
filhos, minha esposa e avó de meus
netos. Somente você, amor, a única
mulher que amei, amo e amarei, porque
fui eu que escolhi, minha Estrela! —
falo cada palavra vinda do fundo do
coração. Amo essa mulher mais que a
mim mesmo.
— Fico feliz em saber que teve
outras mulheres te perseguindo, seu
safado! — Dá um tapa em meu peito.
Congelo, mas quando vejo que está
sorrindo me acalmo. — Amo você,
futuro marido, pai de meus filhos e avô
de meus netinhos.
A agarro ali mesmo e esqueço
dos problemas, fazemos amor o resto da
tarde.
À noite, a levo para a cabana e
ficamos conversando com seus avós até
tarde.
Contamos para eles que
resolvemos nos casar e eles celebram
felizes demais nosso amor.
— Agora que vamos nos casar,
posso dormir com minha futura esposa
aqui em seu quarto? — pergunto na
maior cara de pau. Pelo menos, estou
tentando, quem sabe? Eles sabem que
transamos, mas fingem não saber de
nada, é fofo os dois fingindo que somos
adolescentes virgens.
— Não, senhor, só depois de
casados! — Sinhazinha fala com cara de
brava, acompanhada por Sinhozinho.
— Concordo com minha esposa.
Só depois de casados.
Olho para Estela e sorrimos um
para o outro, cúmplices.
Seguro sua mão e a beijo.
O telefone de Estela começa a
tocar e ela fica pálida. Noto que pega
com as mãos trêmulas.
— Amor? — indago
preocupado. — Quem é? — pergunto já
em modo protetor.
— O maldito, Leon. O ex... ele
não para de ligar, já o bloqueei, troquei
o chip várias vezes... mas agora ele liga
para meus avós os ameaçando. Depois
das ameaças que fez a eles, deixei
desbloqueado, para não os perturbarem.
Só não o atendo. — Ela me diz e vejo as
lágrimas descerem pelo seu rosto
delicado.
Seus avós a abraçam. Estendo a
mão, irado. Mas não demonstro.
— Dê-me o celular. — Ela me
olha e sacode a cabeça negativamente.
— Dê-me a porra do celular Estela,
agora! — Estou a um passo de fazer
merda.
Seu avô o pega de sua mão
trêmula e me entrega.
Olho e vejo dezenas de ligações,
estremeço de ódio desse maldito.
Abro as mensagens e estremeço
com as ameaças que o desgraçado faz a
minha menina e seus avós.
Levanto meus olhos e os três me
olham como se não me conhecessem e
realmente esse Leon que age contra os
bandidos eles não conhecem.
— Desde quando, amor, recebe
essas mensagens e não me disse nada?
— pergunto manso, minha vontade é de
quebrar tudo.
— Não queria te incomodar,
Leon, e sabia que se te contasse agiria
exatamente assim. Por isso evitei — fala
me encarando, ousada. Essa é minha
Leoa. Respiro fundo e fecho os olhos
por segundos.
— Estela, você tem que me
informar essas coisas, querida. — Tomo
fôlego para não surtar e assustá-la e a
seus avós. — Como cuidarei de você e
seus avós, se me esconde coisas tão
importantes assim? — Ela me olha e
vejo que minhas palavras ditas com
calma a desarmaram e ela está mais
tranquila.
— Perdoe-me, meu amor, tinha
medo de te prejudicar, mas prometo
nunca mais fazer isso — fala e abro os
braços para ela, que vem rapidamente e
se aninha entre eles.
— Deixa eu cuidar de você,
querida, sempre, por favor... — falo
acariciando seus cabelos. — Me
promete?
Ela me abraça e sussurra um sim,
abafado em meu peito.
— Sim, prometo que direi
sempre, tudo.
Vejo seus avós saírem e
Sinhazinha dizendo baixinho que me
amava e Sinhozinho deixando escapar
um obrigado, emocionado.
No final das contas acabei
dormindo no quarto de Estela e
passamos a noite fazendo amor.
Quando conseguimos adormecer
já era quase madrugada. Vi Sinhazinha
abrir a porta devagar e sorrir. Fechou
cuidadosamente e foi para o casarão.
Comecei a pensar em estratégias
para proteger minha família, avós e
mulher.
Ligaria e pediria para
adiantarem a vinda dos seguranças, não
iria esperar uma semana porra nenhuma.
O caralho do ex era um doente, e
as coisas que disse para a minha Estela
me deixaram cheio de ódio, repulsa e
cólera. O homem era perigoso. A
ameaçava de maneira cruel e a seus
avós também. Minha pobre menina.
Levanto-me com cuidado para
não a acordar, tomo um banho e deixo
um bilhete para ela.

“Amor, estava tão linda


dormindo que resolvi não a acordar.
Estou indo para o casarão. Quando
acordar me liga que te busco, não
quero que ande mais sozinha, até
pegarmos o desgraçado.
Te amo.
Meritíssimo, rendido aos seus
pés.”

***

Chego no casarão tremendo


como um lunático. Minha vontade era
viajar e pegar a porra do maldito que
está ameaçando minha família e picar
em pedaços.
Ligo para meu amigo delegado e
peço para fazer uma varredura na vida
do desgraçado.
Peço urgência e fico aguardando,
sei que Vilela tem fontes tão boas quanto
as minhas e em pouco tempo chega a
ficha, do desgraçado.
Pego e olho, a extensão de
crimes que esse desgraçado já cometeu
me deixa mais colérico ainda. Minha
menina conviveu com esse lixo e jamais
sonharia com a extensão de suas
maldades.
Porra! Só de pensar nela sozinha
com ele, estremeço. Caralho!
Ligo para Vilela novamente.
— Porra, cara, a ficha desse
homem é mais extensa que a de Dentes
de Ouro! — falo ainda abismado
pensando no perigo que Estela correu
quando estava com esse monstro.
— Ele trabalha para quem paga
mais, e os presidiários mais perigosos
contratam esse homem. Não sei como
conseguem, mas ele faz todo o serviço
sujo para eles. É um bandido de alta de
periculosidade...
Uma ideia maluca me vem à
cabeça. Caralho dos infernos!
— Vilela! Porra, você está
pensando o mesmo que eu? — pergunto
suando frio.
— Sim... — responde baixo,
como se estivesse tão assustado como
eu.
— Será...? Caralho! — Eu me
sento e fecho os olhos.
— Provavelmente, amigo... —
sussurra.
— Ele tem muitos crimes nas
costas, e todo tipo de delito... Será que
terá mais esses? Matar Pâmela e Celso?
Pâmela foi um juramento do vagabundo,
Dentes de Ouro quando o sentenciei...
mas quando mataram o Celso era a mim
que queriam... Porra, porra! — falo
completamente irado e coberto de uma
fúria que me faz suar gelado. Tenho
verdadeiro ranço de criminosos. Esse
desgraçado em especial.
— Vou tentar descobrir e, se
souber de algo, te comunico
imediatamente.
— Combinado, outra coisa,
mande os seguranças no máximo até
amanhã, quero-os aqui o mais rápido
possível — falo com severidade.
— Pode ficar tranquilo, juiz,
amanhã eles estarão aí. Se cuida,
amigo. — Despede-se e fico olhando
para o telefone completamente
paralisado. Mas minha mente fervilha de
cólera e possibilidades.
Depois de ficar por mais de uma
hora pensando, desço e tomo café.
Decido não dizer nada para Estela e
seus avós sobre o quão perigoso é o
homem que foi namorado de sua neta.
Namorado... Estremeço de ódio quando
penso nesse desgraçado maculando
minha menina, com suas mãos imundas.
Estou tremendo e suando frio de tanta
fúria.
Tomo meu café sozinho,
Sinhazinha deve estar com Sinhozinho. É
melhor, não estou nada bem hoje.
Meu celular toca. Olho e sorrio.
Minha menina. Levanto-me e vou buscá-
la. No caminho decido contar tudo a ela,
é melhor saber por mim. Prometemos
nunca esconder nada um do outro.
Contarei logo...
Lembro-me perfeitamente o dia
que os amigos de Leon chegaram. Veio
três ao invés dos dois que havia dito que
viriam. Estranhei, mas não quis
perguntar. Se eram seus amigos, seriam
meus também. Os tratei bem e confesso,
dava medo de olhar para eles, mas Leon
já havia me alertado. Homens sem
brilho nos olhos e todos vestidos de
preto. Leon me abraçou, me
apresentando como sua noiva. Eles
balançaram a cabeça como se entrassem
em um acordo tácito, o que eu não
compreendi muito bem.
Depois das apresentações,
raramente eu os via. Sempre estavam
separados, atentos e vasculhando o
local. Sabia bem que eram... Meus avós
diziam que pareciam seguranças de
filme de mafiosos. Sorri da inocência
deles. Apesar de estranharem esses
“amigos” de Leon, não perguntaram
nada. Meus avós eram muito discretos.
Depois que eles chegaram, notei Leon
mais tranquilo e isso me deixou mais
tranquila também. A angústia de Leon
estava me afetando, não gostava de ver
meu Leão abatido. Depois do fatídico
dia que Leon descobriu que meu ex
estava me ameaçando e aos meus avós,
o homem não me deixa nem um segundo
sequer... Essa é explicação para “seus
amigos” estarem aqui com cara de
malvados e nos vigiando como falcões.
Esse meu juiz é muito protetor!
Sandro usou ameaças horríveis,
mas ele é um covarde para executá-las.
Tentei dizer isso a Leon, o que o deixou
ainda mais irado, não comigo, mas com
Sandro.
— Querida, esse homem é um
desgraçado... Quero ver todas as
mensagens que ele te mandar.
Leon está pálido.
— Amor, tem algo que preciso
saber? — Ele me olha fixamente e baixa
a cabeça. Aproximo-me. — Leon?
— Sim, tem. Vamos para o
campo de lírios, te conto tudo lá, amor.
Ele está nervoso e muito pálido.
Seguro sua mão trêmula e andamos
devagar. Os olhos de Leon percorrem
cada canto da fazenda e seus amigos nos
acompanham de longe muito atentos.
Vejo com o canto dos olhos os
seguranças em pontos estratégicos. Leon
caminha como um rei e me leva para o
nosso cantinho. Campo dos lírios.
Se senta debaixo de uma árvore
florida e me puxa para o seu colo.
Sento-me com prazer e sinto seu calor e
proteção. Sinto-me segura aqui.
Ele enfia a cabeça em meu
pescoço e cheira. Mordendo com
carinho.
— Porra, amor, você sempre tão
cheirosa. Até sua bocetinha cheira lírios
também! Porra mil vezes! — fala e sinto
seu pau me cutucar.
— Querido, me conta o que está
acontecendo. Por favor, está me
deixando com medo e muito preocupada.
Esses homens aqui, são na verdade
seguranças, certo? — indago
apreensiva.
Ele apoia o queixo em meu
ombro e me abraça bem apertado.
— Estela, fique calma que vou te
contar tudo, e garanto que está tudo sob
controle, amor. Vou cuidar de você e de
seus avós. Prometo. — Tento me virar,
mas ele me segura firme. — Calma,
querida, confia em mim?
Confirmo, e ele acaricia meu
rosto.
— Estela, esses três homens são
meus amigos sim, mas também são
seguranças. Os conheço há vários anos.
São de inteira e extrema confiança —
começa e acaricia meu braço me
tranquilizando. — Os chamei depois que
vi as ameaças de seu ex-namorado... —
Noto que fica rígido ao falar do traste.
Aperto seu braço, viro o rosto e beijo
seu queixo barbudo. — Liguei para um
delegado amigo meu, e mandei checar a
vida toda do maldito desgraçado do seu
ex. A descoberta que fizemos nos deixou
estarrecidos.
Congelo e meu coração dispara.
— Leon? Você está me
assustando... — murmuro.
— Está tudo sob controle agora,
querida. Descobrimos que ele tem uma
ficha criminal extensa... rouba, mata,
tortura, estupra, além disso, ainda é um
assassino de aluguel. Esse homem é um
dos assassinos mais perigosos que já vi
em minha longa carreira e olha que
tenho muita bagagem. A maneira que ele
pratica seus crimes é doentia.
Levanto-me com o estômago
embrulhando e falta de ar. Ele me deixa
ir, se levanta e pega em meu queixo com
carinho. Meus olhos estão alagados. E
tento respirar sem conseguir, estou em
pânico.
— Calma, querida, respire
fundo.
Respiro.
— Isso, continua respirando
devagar e olhando em meus olhos...
Obedeço e em pouco tempo me
sinto melhor. Engulo em seco e pergunto
trêmula:
— Leon, você está me dizendo
que namorei um criminoso, assassino e
estuprador? — digo tremendo dos pés à
cabeça. Ele acena.
— Sim, querida, um dos mais
perigosos que já vi. Repito: sua ficha é
extensa com todo tipo de crimes
hediondos... e o pior, ele trabalha para
criminosos de alta periculosidade. Você
sabe que muitos presidiários controlam
tudo aqui fora, mesmo confinados, não
sabe?
Nego apavorada.
— Mesmo presos? Como...? —
gaguejo assustada demais.
— Através de pessoas como seu
ex-namorado, querida. Claro que tem
muitos policiais, delegados e juízes
corruptos. Mas precisam de pessoas
como seu ex, para fazerem o trabalho
sujo. Estela, olha para mim, querida. Foi
seu ex que matou Pâmela, e foi ele que
tentou me matar... Só não morri, porque
Celso me defendeu... Morrendo em meu
lugar. Escapei de ser morto por Sandro
Novaes somente porque Celso, viu e
correu para me ajudar, isso fez com que
Sandro desviasse a atenção de mim...
Ele deu a vida para me proteger — fala
tudo de uma vez, minhas pernas ficam
bambas e teria caído se Leon não tivesse
me sustentado. Vejo dois seguranças
surgirem do nada.
— Precisa de ajuda,
Meritíssimo? — perguntam baixo e
respeitosos.
— Não, está tudo bem, fiquem
atentos — Leon fala sem olhar para eles,
seus olhos estão fixos em mim. — Está
melhor, pequena? — Me olha
preocupado.
— Não...
Claro que não estava bem,
descobri que, além de traidor, meu ex-
namorado é um bandido perigoso.
Estremeço quando me lembro de suas
ameaças por telefone... Por isso eram
tão detalhadas... Ele é um assassino. E
eu pensando que ele era um covarde.
Arrepio de pavor, quando penso no
perigo que corri... Viro e abraço Leon,
que me ergue nos braços. Choro sem
parar.
— Eu namorei um assassino...
Leon... ele pode machucar meus avós e
você... Leon... — murmuro em
desespero.
Ele me acalma falando baixinho
em meu ouvido:
— Ele não chegará perto de
você, amor, o mato antes — fala
enquanto me aperta com força. Embala-
me com carinho até me tranquilizar.
Ficamos quietos, ele me deixa acalmar,
sempre me acariciando.
— Melhor agora, amor?
Balanço a cabeça, meus olhos
ardem.
— Acredito que uma boa
pirocada vai te animar, o que acha? —
solta suas pérolas, sei que está tentando
me animar.
— Não... quero colinho — falo
soluçando novamente. Estou acabada.
— Ô, meu amor! Não faz isso
com seu Leon... Mata-me ver você
chorando assim... vou cuidar de tudo.
Prometo, minha vida — fala me
carregando de volta para o casarão.
Toma um banho comigo, me seca, me
entrega um analgésico e tomo angustiada
e ainda soluçando.
— Você vai dormir e quando
acordar vai estar melhor, amor, prometo
— fala me cobrindo e fica comigo,
acariciando meu cabelo, até que
adormeço.
Desde cedo, nunca prestei.
Sempre fui rebelde, uma pessoa má.
Tive pais bondosos e não posso dizer
que fui vítima de maus-tratos.
Sou uma pessoa ruim mesmo,
tenho prazer na maldade.
Desde que me lembro, matava
meus bichinhos de estimação. Tremia de
prazer em vê-los gotejarem sangue sem
parar e dar a última estremecida mortal.
Isso era um êxtase para mim.
Matava todos que ganhava e
sempre mentia, dizendo que morriam de
algum problema. Enterrava antes de
meus pais desconfiarem, é claro. Mas
teve um dia que mamãe começou a
desconfiar e tive que mudar a tática.
Aprendi a dar veneno para matá-los e
não deixar pistas.
Mas meu prazer mesmo era
matar e ver o sangue gotejar. Assim
aprendi a pegar os bichinhos de alguns
vizinhos, os levava para um beco que
tinha próximo à minha casa e lá os
estripava.
Passou o tempo, cresci e meu
primeiro estupro foi na escola, quando
estava com quinze anos. Peguei a menina
que me dava bola e a levei para o beco.
A estuprei e ameacei, se contasse para
alguém a mataria. Ela deu com a língua
nos dentes e a matei claro, mas nunca
suspeitaram de mim. Fomos em uma
excursão e ela se afogou...
acidentalmente. Foi bem mais fácil que
imaginei.
A partir daí o prazer de matar
bichos acabou e direcionei esse vício
para as pessoas, era muito mais
prazeroso.
Perdi a conta de quantas
mulheres estuprei e matei. Perdi a conta
de quantas pessoas assassinei por
dinheiro ou por prazer mesmo.
Trabalhava para criminosos
conhecidos, e também para pessoas
influentes.
Sou milionário, mas dinheiro
para mim não faz diferença, meu prazer
é matar.
Nunca entendi esse fascínio que
tenho com a morte. O único luxo que
tenho é uma ampla cobertura, um carro e
uma Harley-Davidson. E gasto muito
com armas também e putas.
Um dos clientes que mais me
encomenda assassinatos é Dentes de
Ouro, um traficante, barra pesada. Ele
foi condenado por um juiz conhecido na
mídia por sua frieza e severidade,
Dentes de Ouro, o odeia de corpo e
alma. O mesmo que o sentenciou a
morrer no presídio de máxima
segurança, somando todas as suas penas
o cara ficará 257 anos preso. Nem se
fosse vampiro conseguiria sair, penso
com deboche.
Ele sempre dá um jeito de
mandar instruções para mim quando
quer executar alguém ou algum serviço.
Ele tem juízes, delegados e guardas
comendo em suas mãos, todos corruptos.
Tem vários desses que trabalham para
Dentes de Ouro, que são seus brothers
chegados. Corruptos até a alma.
Ele me contratou para matar a
esposa desse mesmo juiz. Queria que o
poderoso Leon Savage soubesse que,
mesmo preso, era ele, Dentes de Ouro,
que mandava na porra toda. E conseguiu
seu ponto.
Matei sua esposa com
facilidade. Ela era relapsa demais,
metida demais. Andava de cabeça
empinada e sempre humilhando seus
seguranças. Os mantinha afastados, por
burrice, e arrogância. Mereceu cada
bala que levou na fuça. O juiz Leon
ficou bem baqueado na época. Deveria
era me agradecer por livrá-lo de um
encosto como aquela mulher.
Tempos depois, Dentes de Ouro
me deu uma nova missão: matar o
próprio juiz Leon Savage. Sabia que
seria mais difícil, o homem andava com
uma verdadeira escolta. Era mais
esperto que a defunta.
E assim como pensei aconteceu.
Armei tudo com cuidado, não tinha
como falhar... mas infelizmente não
consegui matar o maldito juiz e seu
motorista se fodeu no lugar. Cravei de
balas o velho intrometido e acertei uns
seguranças, mas não consegui acertar o
maldito. Ele deitou-se e seus seguranças
o cobriram. Desgraçado!
Depois desse dia, não ouvi mais
falar do desgraçado do juiz. O homem
sumiu, evaporou e foda-se se estava
preocupado. Não queria nunca mais
ouvir falar desse juiz de merda. Mas
Dentes de Ouro não pensava da mesma
forma. Ainda o queria morto e já havia
arrumado um jeito de me dizer que
queria falar comigo. Mas estava
evitando encontrá-lo. Não iria devolver
o dinheiro que ele me pagou adiantado
para matar o juiz Leon nem fodendo.
Mesmo tento falhado. Tive que gastar
com várias pessoas, armas e puta merda
se ficaria no prejuízo.
Passado...
Ontem terminei a noite em uma
boate cercado por putas. Comemorei
tudo que tinha direito. Mais uma
encomenda entregue com sucesso,
dessa vez uma pessoa bem famosa na
mídia. Queria ficar livre da pedra no
sapato, como ele mesmo disse. A oferta
foi irrecusável e agora ele está livre... e
eu um milhão mais rico.
Quando amanheceu, me
levantei, vesti minhas roupas e saí
pulando as mulheres nuas espalhadas
pelo chão do quarto.
Peguei minha carteira, abri e
joguei um punhado de notas de
duzentos reais nessas porcas.
Saí de lá e, quando cheguei na
rua, o ar puro bateu em meu rosto e
sorri de satisfação.
Olhei para uma cafeteria
próxima e fui para lá tomar um café.
Precisava, bebi demais ontem e meu
estômago ardia.
Entrei, sentei e fiz meu pedido.
Estava distraído, olhando se o restante
do dinheiro caiu em minha conta.
Quando levantei os olhos, vi entrar a
mulher mais maravilhosa e linda que já
vi em toda minha vida. Parecia um
anjo.
Fiquei paralisado, nunca senti
isso. Estava vidrado. Ela sorriu e
cumprimentou a todos. Quando passou
por mim, senti cheiro de lírios. Fechei
os olhos e inalei.
Decidi nesse momento que essa
mulher seria minha.
Fiquei sentado, a observando
discretamente. Quando saiu, a segui e
vi que morava perto dessa cafeteria. A
vi parar em uma floricultura e comprar
vários buquês de lírios. Me pau usado
inchou, nem parecia que trepei a noite
inteira.
Observei-a entrar no prédio
residencial. Conhecia o porteiro.
Voltei, entrei no meu carro e fui
para a minha cobertura.
Chegando, tomei um banho, me
deitei pensando na loira cheirosa.
E assim, diariamente, estava na
lanchonete, no mesmo horário, ela era
pontual. Tinha dias que ela não ia, mas
eu não falhava em nenhum.
Quando decidi que já estava na
hora de pegá-la, dei o primeiro passo.
Esperei ela entrar e aguardei do
lado de fora, quando ela voltou, entrei
de uma vez. A trombada foi inevitável.
— Desculpe, mil perdões,
senhorita... — falei com educação.
Ela me olhou e seus olhos eram
espetaculares. Azuis inocentes.
Quando sorriu e vi duas
covinhas fundas se formarem, senti que
estava apaixonado pela primeira vez
na vida.
— Sem problemas. — Tentou
passar, mas barrei sua saída.
— Me deixa pagar um café, por
favor?
Ela me olhou e sorriu.
— Fica para outro dia, hoje
tenho muita coisa para fazer e...
Estava hipnotizado.
— Você é linda. — Saiu sem eu
me dar conta.
Ela corou e isso me levou à
loucura. Essa mulher é minha.
— Posso te acompanhar até
onde mora então?
Ela me olhou assustada.
— Melhor não.
Suas negativas já estavam
ficando chatas. Mas me controlei, ela
era diferente das outras que estava
acostumado a lidar. Recuei. Iria
devagar.
— Desculpe, você tem razão,
mas estou aqui diariamente, não sou
perigoso... — Tentei brincar com ela.
— Não sequestro meninas lindas como
você... — Somente as estupro e mato,
penso sem controle. Meu pau sacodiu e
coloquei a mão na frente.
— Fica para outro dia então —
falou tentando passar, minha vontade
foi segurá-la e comê-la aqui e agora.
— Sandro Novaes... e você? —
perguntei querendo realmente saber
seu nome, assim podia pesquisar tudo
sobre ela na internet.
— Estela Cali... — A tola me
deu seu nome completo.
Sorri de satisfação.
— Lindo nome... assim como a
dona. — Me afastei e deixei-a passar.
Passado...
Pesquisei tudo sobre a moça
que não estava me deixando dormir.
Estava obcecado por ela.
Foi criada por seus avós que
moravam no final do mundo e mais um
pouco, ela veio tentar a sorte aqui na
cidade grande. Trabalhava fazendo
perfumes e essências. Estava tentando
vender seus produtos artesanais para
uma grande empresa de cosméticos,
mas estava difícil.
“Se for boazinha posso ajudar,
quem sabe?”
Aluguei um apartamento perto
de Estela e a vigiava diariamente. Ela
era uma boa menina. Não era igual às
putas que trepei ontem. Era uma
menina pura e merecia minha atenção.
Trepei com várias para tentar
esquecer um pouco Estela, mas foi
impossível e isso me irou tanto que
acabei batendo tanto nelas que uma
morreu. A cabeça explodiu quando a
joguei na parede com força.
Puxei uma das que ainda
estavam vivas e trepei com ferocidade.
Elas eram umas putas, não chegavam
aos pés de minha Estela, pura e santa.
Com ela teria que ser
cuidadoso, ela era especial.
A vi abrir a porta e receber o
buquê de rosas que mandei entregar a
ela. Prefiro rosas, e com o tempo ela
também irá gostar mais de rosas.
“Vou ensinar tudo para Estela.
E ela será obediente, minha menina.”
Vi-a sorrir e fiquei feliz. Leu o
cartão e cheirou as rosas.
Claro que coloquei meu nome.
Ela tinha que saber que era somente
eu, que queria seu bem e adivinhava
seus desejos.
E assim os dias passaram e
continuei mandando flores.
Até que um dia, bati em sua
porta com um buquê das benditas
rosas.
Ela abriu e sorriu, já baixou
guarda.
“Gosto assim, pombinha.”
— Posso entrar, moça bonita?
— perguntei jogando meu charme.
Ela sorriu e afastou, entrei e
olhei tudo com cuidado. Eu era assim,
gostava de analisar o ambiente.
— Obrigada pelas flores,
Sandro. Você é muito gentil... — falou e
pegou as rosas.
— E você é linda. — Puxei-a
para perto, a beijei e vi que era
inexperiente, aliás já sabia, somente
comprovei e fiquei ainda mais
obcecado.
Vibrei, essa aqui era minha e se
alguém tentasse tirá-la de mim o
mataria.
“Ela será meu bichinho de
estimação, minha pombinha. Essa não
matarei. Conservarei. Farei isso em
outros lugares. Ela não. Ela é para
proteger.”
Depois desse dia, passamos a
sair juntos para todo lado, e confesso
que me sentia verdadeiramente feliz.
Dei um tempo nas matanças e
putas e me dediquei a ela, minha
bichinha.
Tentei transar com ela e me
disse que era virgem, já sabia, mas
adorava saber disso através da
boquinha virginal dela. Minha
bichinha era muito recatada.
Comemorei por dentro sua virgindade,
toda vez que mencionava algo sobre
sua pureza eu comemorava, apesar de
saber... isso era como um troféu para
mim, me tornando ainda mais
possessivo com ela.
Depois de vários meses saindo
juntos, consegui finalmente transar
com ela. Porra, a mulher era virgem
mesmo.
Adorei saber que fui o primeiro
e tentei ser gentil. Mas, quando
terminamos, sentia ainda vontade de
trepar, gostava de sexo bruto. E com
ela não podia ser bruto e nem a
machucar...
Desci e preparei um sonífero
para minha pombinha. Ela tomou e
esperei que apagasse. Quando o fez, a
deixei dormindo e fui para uma das
casas de prostituição que conhecia,
precisava trepar com brutalidade e com
urgência. Senão iria fazer uma
besteira.
Trepei com brutalidade, como
eu gostava, e quando estava exausto e
algumas mulheres machucadas, saí de
lá satisfeito, pronto para voltar para a
minha pombinha pura. Ela merecia o
melhor de mim, sempre.
Com o tempo, voltei a matar e
passar noitadas nas casas de
prostituição. Dizia a Estela que estava
viajando a serviço, às vezes era mesmo,
tinha que matar alguém em outro
estado.
Pedi para morarmos juntos e
ela aceitou, estava no papo,
completamente apaixonada por mim e
eu obcecado por ela. Se isso era amor,
então eu estava apaixonado. Nunca
bati nela, nunca a machuquei. Ela era
minha para proteger.
Morando juntos, ficou ótimo
que tinha mais controle sobre ela, mas
ruim, porque ela ficava mais ciente de
minhas saídas frequentes.
Mas ela sempre foi doce e não
desconfiava de nada.
Estava tudo certo e sob controle
até uma amiga dela aparecer. A mulher
era o demônio encarnado e gostosa pra
caralho. Evitei essa porra até o dia que
não deu. Estela estava trabalhando e a
porra da mulher estava me esperando
pelada em nossa cama.
— Como entrou em minha casa,
sua piranha? — falei com raiva, mas
de pau duro.
— Peguei a chave de Estela
enquanto fui a padaria e fiz a cópia,
simples assim. Quero você, Sandro. Sei
que tem sangue nas veias, gosto de
apanhar, vem... — Arreganhou as
pernas e não resisti, a maldita brilhava
de desejo.
Arranquei minhas roupas e
pulei na cama. Bati na cara da puta
com força. Ela gemeu. Peguei uma
meia e passei em volta de seu pescoço,
apertei até deixá-la roxa.
— Gosta de apanhar, né? — Dei
um nó na meia e a deixei esperneando
sem ar, abri suas pernas, coloquei a
camisinha e meti com toda força que
tinha, ela tentou gritar. Apanhou até
quase desmaiar. Quando terminei, saí
dela e a arrastei pelo cabelo. A mulher
estava deformada. — Vaza daqui,
piranha imunda.
Ela saiu arrastando e vi sangue
em sua boceta rodada.
— Fora daqui logo, se Estela te
ver aqui, juro que te mato. Você não
chega aos pés de minha pombinha.
Vagabunda!
Ela se levantou com
dificuldade, se vestiu e saiu chorando.
Pediu, ganhou.
Tomei um banho demorado
porque queria estar limpo para a
minha pombinha.
Passado...
Havia quase um ano que
estávamos morando juntos, essa fase de
minha vida estava me deixando mais
calmo. Adorava saber que depois que
matava alguém, estuprava ou passava a
noite em algum clube podia voltar,
sabendo que tinha uma pombinha doce
e meiga me esperando em casa. Claro
que a recompensava, nunca bati nela,
isso não!
“Ela é perfeita. Merece um
altar, é uma santa.”
Pensei que depois da surra que
dei na vaca de sua amiga, Vanda, ela
nunca mais me procuraria. Me enganei
profundamente, depois da surra a
mulher queria apanhar todo dia, dava
trabalho sossegar o fogo dessa
rameira.
Se ela queria apanhar, e eu
estava aqui disposto a surrá-la, nada
melhor que começarmos um caso.
Quando queria trepar e machucar
alguém e não estava com ânimo para ir
para algum puteiro ia para o seu
apartamento e deixava a mulher quase
morta de tanto trepar e apanhar.
Agora ela estava ousada,
ocasionalmente vinha aqui em casa, e
como eu era fraco, não resistia e
trepávamos aqui mesmo. Mas ficava
sempre alerta, com os horários de
minha pombinha chegar. Não queria
que visse essa prostituta em ação,
porque poderia macular seu espírito
puro.
Hoje matei um e precisava
trepar. A adrenalina estava a mil, e
nunca jamais transava com a pombinha
depois que eliminava alguém, podia
machucá-la sem querer. Era um
sacrilégio pensar em machucar minha
doce pombinha.
A rameira chegou na hora
certa. A arrastei pelo cabelo e a joguei
na cama. Subi e dei tanta tapa em sua
cara de merda que sangrou. Ela sorriu
e gemeu. A mulher era mais doente que
eu. Arranquei sua roupa e a mordi com
força, tinha lugares que sangravam.
Ela gemeu alto e choramingou. Meu
pau ardeu, coloquei a camisinha e meti
com força, sem dó, queria machucar
mesmo.
— Gostoso! Com mais força! —
A doente gritou por mais. — Mais...
Morde com mais força, me bate... —
Sentei a mão sem dó. Pediu, ganhou.
Ela começou a falar merda sem
parar. Isso começou a me irar, e não
era bom.
— Isso... Mete gostoso! Adoro a
sensação de ter seu pau entrando e
saindo... Adoro saber que divido você
com aquela sonsa...
“Ela chamou minha pombinha
de sonsa?” Isso jamais permitirei. Dei
um murro com força em sua cara de
merda.
— Não mencione o nome dela.
Você não é digna de pronunciá-lo, sua
puta! Você só serve para trepar, minha
pombinha é perfeita, feita para casar...
— Dei outro tapa.
— Awwww... Que delícia,
Sandro, mete com mais força e fala
mais dela, adoro saber que ela é uma
chifruda, que transamos há muito
tempo e a infeliz não percebeu.
Peguei sua cabeça e bati na
parede com força, apertei seu pescoço,
queria matá-la agora.
“Desgraçada, quem é ela para
falar de Estela?”
— Não fale a porra do nome de
minha pombinha. Se falar mais uma
vez, te encho de porradas nessa cara de
puta e te dou uma surra tão grande,
que não andará tão cedo, sua piranha!
— falei colérico.
— Foda-se! Quero gozar, me
bate mais, sabe que adoro! — ela
gritou, meti murros em sua cara, além
de tapas tão fortes que minha mão
ardeu, a puta gostou. O rosto estava
coberto de hematomas, mas a doente
sorria largamente.
— Me bate o tanto que quiser,
me mata se te dá prazer, meu homem,
mas antes me faz gozar, Sandro... —
Ela gemeu como a grande puta que era.
— É isso que quer, puta? Pau?
Então tome... — Comecei a ouvir a
cabeceira de nossa cama, bater na
parede e gememos quando gozamos.
Quando terminamos, meu
mundo foi ao chão quando vi minha
pombinha arrasada na porta nos
olhando.
— Oi, traidor. Oi, puta.
O sangue fugiu de meu rosto,
machuquei minha pombinha mesmo
sem bater nela. A puta que comia
minutos atrás sorriu largamente. Ela
podia sorrir à vontade, seus dias de
vida estavam contados, não chegaria
viva até o final da semana. Ela estava
fazendo Estela sofrer. Me fez trair
Estela sem tomar os cuidados
necessários, para ela não descobrir e
se machucar. Maldita desgraçada!
— Oi, chifruda. — Abriu as
pernas humilhando ainda mais minha
pombinha, a vadia sangrava por todo
lado. A coça foi feia.
Eu era um monstro, sabia disso,
mas Estela não, era meu segredo.
Estremeci, a olhei assombrado, se ela
me deixasse, teria que machucá-la e
isso eu não queria...
Pulei da cama pelado e com o
pau semiereto, a camisinha cheia de
meu prazer. Vi nojo no rosto de Estela e
isso me deixou puto com Vanda. Ela me
induziu a ser descuidado. Tentei usar a
compaixão de minha pombinha, agora
tão sofrida.
— Amor, posso explicar, essa
mulher me dopou... ela colocou algo em
minha bebida e acredito que desmaiei.
Minha menina me surpreendeu
quando me deu um tapa tão forte no
rosto que virei a cabeça com força.
Senti vontade de bater nela e arrancar
seu sangue pela primeira vez nesse
tempo todo que estamos juntos. A
escuridão me tomou e se não tomasse
cuidado poderia até matar minha
pombinha. Afastei-me por precaução.
Estava cego de raiva.
— Amor? — Tentei mais uma
vez, mas queria apertar seu doce
pescoço.
— Sandro, pare de mentiras, seu
desgraçado. Seja homem ao menos uma
vez na vida. Eu ouvi tudo, tem vários
minutos que cheguei, seu desgraçado.
Miserável... — Enxugou suas lágrimas.
— Há quanto tempo vocês me traem?
— perguntou calma.
Meus olhos ardiam, minhas
mãos coçavam para matar alguém.
Passei a mão no rosto.
— Querida, por favor... —
Tentei me aproximar, ser carinhoso.
— NÃO TOQUE EM MIM, SEU
PORCO!
Enrijeci e me afastei, olhei para
ela de cima a baixo e meu coração
tremulou de vontade de bater nela até
deixá-la desmaiada.
— Tem meses... — respondeu à
desgraçada que comi há pouco.
— Por que, Vanda? —
perguntou com os olhos cheios de
lágrimas.
Ela estava sofrendo, minha
pombinha estava sofrendo... “Vanda
sua maldita, vou te matar com tanta
crueldade que vai pedir para acabar
logo com seu sofrimento”, penso
tremendo de fúria.
— Porque quis, porque quero
sempre o que é seu... — Se levanta e
caminha pelada e sangrando pelo
quarto enquanto recolhe suas roupas.
— Agora que descobriu, perdeu a
graça, pode ficar com esse traste.
Sorrio de pura maldade, esse
“traste” vai sair caro para você
piranha.
Olhei para Estela e a vi
chorando e tremendo.
“Entendo seu desgosto, mas
precisa disso tudo? Vou matar a mulher
e pronto. Vanda não verá amanhecer.
Problema resolvido.”
Não vou esperar até o final da
semana...hoje mesmo, acabo com essa
puta dos infernos.
— Eu tenho nojo de você, nojo.
Espero de coração nunca mais ver essa
cara asquerosa em minha frente. Eu te
odeio com toda alma, seu desgraçado
— falou calmamente.
“Ela pensa que a deixarei ir
com tanta facilidade?”
Posso dar um tempo, mas ela é
minha e a buscarei quando quiser.
Aliás, será ótimo dar um tempo, essa
porra de vida de morar juntos me
cansou. Vou dar um tempo, novos ares e
depois a buscarei, sempre a buscarei.
Ela é meu bichinho de estimação e
ponto final.
Vou dar meu show, sou bom
nisso, depois vou atrás de Vanda.
— Perdão... me perdoa,
pombinha, juro que vejo agora a merda
que fiz. Perdão... sem você me perco...
— A vi me olhar com desprezo, me
controlei e tentei entender esse show,
mas sinceramente não compreendi. Ela
saiu sem olhar para trás... Quebrei
tudo em um acesso de fúria. Gritei para
ela ouvir:
— Eu vou te buscar, pombinha...
você é minha...
“Vou acabar com a responsável
por machucar você, minha santa.”
Estou engolindo em seco de
tanta ira da puta que destruiu meu
relacionamento.
“A maldita machucou minha
pombinha, a fez chorar. Estou indo
pegá-la.”
Liguei para Vanda e disse que
queria vê-la. A puta se animou. Ótimo.
A ira me corroía por dentro...
Naquela noite, peguei a mulher
que fodeu minha vida, a levei para um
lugar ermo e a torturei a noite toda.
Pela manhã, ela era uma massa de
sangue e carne. Tinha pedaços de
carne por todo lado. Espalhei gasolina
e ateei fogo. Vi o fogo se alastrar e o
cheiro de carne queimada infestar o ar,
fiquei lá até restar somente cinzas, essa
aí nunca mais atrapalharia minha vida
e de minha pombinha.

***
Resolvi dar um tempo para a
minha pombinha esfriar a cabeça e
tirei umas férias de ser um bom
parceiro. Deixarei fluir toda a maldade
que habitava em mim e voltarei mais
tranquilo para a pombinha. Depois
daria para aguentar mais uns meses,
sendo bonzinho com Estela. Irei liberar
a fera em mim e voltarei apaziguado
para a pombinha.
Sorri feliz com minha
consideração por Estela e parti para
uma viagem longa, sem data para
voltar. Queria espairecer, viver uma
vida louca. Precisava disso, minha cota
de santo durou quase um ano com a
pombinha. Quando me cansar da vida
desenfreada que estou acostumado,
voltarei para reivindicar minha santa;
e se ficar com outro homem, o matarei
e logo em seguida ela. Estela é minha.
Sabia que estava com seus avós.
Monitorava meu bichinho.
Depois de viver regaladamente
por meses, me cansei mais rápido do
que imaginei, e resolvi que queria
Estela de volta. Mas a maldita recusou
todas as minhas tentativas. Até
helicóptero, jogando pétalas de flores
naquele buraco que vivia, eu mandei.
Uma faixa gigante pedindo perdão e
nem assim... Fiquei irado. “Quem ela
pensava que era? Ela não entendeu
ainda que é minha?”
Mandava mensagens e ligava
sem parar. Estela me bloqueou, a
maldita trocou os chips de seu celular
várias vezes. Mas o que ela não
entendia era que não adiantava
rebelar. O que era meu tinha que vir
para as minhas mãos.
Quando não tinha mais acesso a
ela, comecei a ligar para os velhos e os
ameaçar, assim ela desbloqueou o seu
telefone e passei a mandar mensagens
diretamente para ela. Quando percebi
que não adiantava ser carinhoso,
comecei a ameaçá-la. Para meu
desgosto e decepção, percebi que ela
era igual a todas as outras putas e
merecia apanhar até aprender a me
obedecer.
Presente...
Estou ficando mais louco que já
sou sem minha pombinha. Estou perdido
e fazendo merda atrás de merda. Toda
mulher que trepo acabo matando. Perdi
o controle total de minha vida.
Estou bêbado em um puteiro
qualquer, quando meu celular toca. Pego
e olho o número. Privado.
— Fala, caralho! — falo
engasgado, estou vomitando todo o
álcool que bebi ontem.
— Fale comigo nesse tom mais
uma vez na vida, e pode se considerar
morto, miserável, com quem pensa que
está falando? — Estremeço quando
ouço a voz do outro lado. Dentes de
Ouro.
— Me desculpe, estou tendo uns
meses do caralho...
— Foda-se se me preocupo com
a merda de sua vida. Venha aqui agora,
preciso conversar com você. E dessa
vez se falhar, já tenho alguém para te
eliminar, seu merda.
Estremeço, se tem um homem
que temo é esse, ele não tem alma.
— Eu...
O maldito desliga o telefone,
esse homem ainda terá uma morte justa,
é o próprio mal encarnado. Penso, como
se eu fosse um santo. Ela me faz melhor,
minha pombinha. Preciso tanto dela.
Levanto-me cambaleando e vou
para o presídio.
Chego e entro com facilidade,
Dentes de Ouro manda nessa merda toda
aqui.
Ele sorri quando me vê e sinto
asco em ver como esse homem é doente
e mal-encarado.
Seu sorriso é dourado, todos os
seus dentes são de ouro, uma aberração.
Careca e musculoso. Tem o corpo
coberto de tatuagens, inclusive o rosto.
Parece um demônio.
— Gosto de pontualidade, ainda
que para cumprir a palavra seja um
merda — provoca olhando-me em
desafio, os dois guardas trabalham para
ele. Malditos.
— Qual a urgência, Dentes de
Ouro? — Ele sorri mais uma vez, parece
que o sol brilha na porra dessa boca
porca.
— Quero que termine o trabalho
que falhou da última vez, sua porra! —
grita e dá um murro na mesa. — Quero o
juiz morto. Leon Savage tem que morrer.
O desgraçado me afrontou ainda mais...
Colocou aqui nesse presídio, um dos
poucos homens que podem me matar. E
ele quase conseguiu, porra! — Levanta a
blusa e mostra os buracos das facadas.
“Pena que não conseguiu, velho
maldito. Mas torço para ter êxito da
próxima vez”, penso com ódio desse
homem.
— Quero que o mate e vou te
avisar: se falhar dessa vez, tenho três
homens prontos, contratados e pagos
para matar você. Seu monte de merda!
— Vomita o verme asqueroso. — Pode
se considerar um homem morto se não
matar Leon Savage, seu infeliz perdedor.
Paguei uma fortuna, você falhou e não
me devolveu o dinheiro, então me deve
a morte do juiz Savage. Ah...me
lembrei... tem a puta também... — Sorri
com maldade e passa a língua nos
Dentes de Ouro.
Encara-me em desafio, me
afrontando e seu sorriso se torna mais
amplo, mais malvado, doentio... Que
puta esse infeliz está falando?
— O juiz Leon Savage, está
comendo sua ex-namorada. Sei que irá
querer se vingar, afinal é de sua mulher
que estamos falando, ou será ex? —
Solta a bomba que acaba com meu
mundo. Dou um salto e o agarro pelo
colarinho.
— Desgraçado, lave a boca para
falar dela... — Vejo tudo vermelho, fale
de quem quiser, menos de minha doce
pombinha. Ele sorri e os guardas me
pegam com força e me arrebentam de
pancadas.
Acredito que desmaio, porque,
quando abro os olhos, vejo somente
Dentes de Ouro trepando com uma
mulher.
Tento me levantar e gemo alto,
ele para e joga a mulher longe.
— Guardas! — grita como se
fosse o dono dessa porra corrompida.
— Leva essa puta, vou terminar gozando
no rabo desse vagabundo aqui. —
Arregalo os olhos e tento me afastar. O
desgraçado me pega pelo pescoço e
vejo que estou algemado.
— Presta atenção, seu
desgraçado, vou te arrombar para nunca
mais ousar levantar a mão para mim. —
O pavor me enche o peito.
— Nãooooo! Você está maluco?
Que porra é essa? — Ele sorri me
olhando com desejo, mijo na calça
ensanguentada. — Por favor... guardas,
me ajude... — clamo e os guardas
somente sorriem.
Ele me pega pelos cabelos e me
debruça na mesa, o resto da tarde é um
borrão em minha mente. Gritei tanto que
babo sangue. Estou acabado, destruído.
Ele me violou de todas as formas
possíveis, estou rouco de tanto chorar e
pedir clemência.
Quando termina a sessão de
horror, ele chama os guardas e
rapidamente eles chegam. Me pegam e
me seguram de pé, não consigo nem
respirar de tanta dor. Baixo a cabeça
soluçando baixinho e me sentindo
humilhado.
— Esse foi um pequeno aviso,
Sandro Novaes. Se você falhar na
missão outra vez, e não matar o juiz,
juro que da próxima vez será bem pior,
chamarei uns chegados para me ajudar
na brincadeira. E depois que
terminarmos te matarei cortando os
pedaços, agora some daqui coisinha
saborosa! — debocha e aperta o pau,
coberto de meu sangue. Arrasto-me de lá
acabado.
Quando chego em minha
cobertura, vou arrastando para o
banheiro e tiro as roupas
ensanguentadas. Estou todo arrebentado,
meu ânus está sangrando. Agacho e
choro tudo que tenho para chorar. Sinto
o ódio, cólera e ira me tomando, me
consumindo.
Vou matar o juiz sim, mas não
porque o desgraçado me estuprou, mas
sim porque está com Estela, aquela
vagabunda que me desonrou, me traiu.
Mas quero também voltar para a cadeia
eu mesmo e matar o desgraçado do
homem que roubou minha dignidade.
Levanto-me com dificuldade e
tomo um banho demorado, fico olhando
o sangue descer pelo ralo, junto com
minhas lágrimas.
Saio e me enxugo com
dificuldade.
Pego meu notebook, preciso
estudar a área onde eles estão, os
malditos, minha ex-pombinha, agora uma
puta qualquer e o desgraçado que é a
causa de minha vergonha e dor.
Pesquiso tudo sobre o juiz
novamente, peço ajuda a colegas, em
pouco tempo tenho tudo acertado e como
farei para matar esses três, nessa exata
ordem: juiz, ex-pombinha e Dentes de
Ouro, quero todos mortos.
Sorrio entre lágrimas de ódio e
dor.

***

Uma semana depois...


Chego exatamente no fim do
mundo, onde a puta e o finado juiz estão.
Estremeço de fúria quando imagino
aquele desgraçado colocando as mãos
na vagabunda... ele a maculou. Choro de
dor. Ela era tão pura.
Alugo uma casinha em um
vilarejo próximo à casa de Leon.
Passo os dias sondando e
preparando terreno. Olho os hábitos de
todos com cautela.
Vi a vagabunda e agora só sinto
ódio por ela, quero matá-la como fiz
com todas. Ela não merece mais minha
consideração e adoração.
O juiz é o verdadeiro culpado
pela dor em meu ânus até hoje. Tenho
verdadeiro, puro e genuíno ódio desse
homem. Leon Savage tem meu repúdio
eterno.
O infeliz é tão obcecado com a
vagabunda como eu era, essa mulher não
presta, enganando os pobres homens
com prazer, fingindo-se inocente. Somos
ludibriados por essa puta mentirosa.
Ele não a deixa sozinha um
minuto sequer, exceto quando está
conversando com seus seguranças ou em
seu escritório, o que é uma raridade.
Volto satisfeito em saber os
horários que a piranha está sozinha.
Gosto desse pequeno furo no esquema
do Leão dos tribunais. Agora ele pensa
somente com o pau. O entendo e tenho
pena dele. Ela é culpada por tudo.
Ambos caímos no canto da sereia, ou
seja, fomos enganados. Não estou
dizendo com isso que não o matarei. Só
tenho pena de que ele tenha caído no
engodo da vadia. Matá-lo agora é
questão de honra.
Dessa vez não falharei, juro a
mim mesmo. Sorrio com ódio no
coração e vou para onde estou
hospedado. Tenho que caminhar por
horas no meio do mato. Não posso usar
carro, não quero chamar atenção e
causar alarido, então tenho que fazer
essa porra de viagem a pé e chegar
quebrado na porra do casebre que estou.
Mas tudo isso sairá muito caro
para esses dois desgraçados.
Depois que Leon me contou tudo
sobre o homem que vivi por quase um
ano, não consigo andar mais pelos
arredores do casarão sem medo. Até
acompanhada tenho pavor e evito sair.
Meu juiz percebe minha
angústia, tenta me proteger e me fazer
sentir segura de toda maneira possível.
E essa gentileza se estende aos meus
avós também.
Leon nos intimou a mudarmos
para o seu casarão. Meus avós
protestaram, mas eu juntei o útil ao
agradável, conversei com eles, fazendo-
os mudarem de ideia.
Já tem quase duas semanas que
estamos aqui, e confesso de coração, só
me sinto segura aqui no casarão. Leon
sempre está por perto, quando precisa
resolver algo, sempre fica um segurança
comigo. E outro com de meus avós. Um
é a sombra de Leon. Os três são nossa
sombra.
Leon os mandou buscarem as
coisas que uso para fazer meu kit. Ele
separou um cômodo perto do quarto
dele, para eu trabalhar.
Depois que viemos morar aqui,
Leon colocou todas as minhas roupas em
seu quarto e meus avós aceitaram isso
sem questionar.
Estavam mais preocupados com
nossa segurança agora, do que com
costumes bobos. Dormir juntos só
depois de casados, só meus avós
mesmo. Sorrio, eles têm muito cuidado
comigo. Protetores de uma maneira
linda.
Estou colocando as flores
estrelas nas forminhas que dão formato
aos sabonetes que faço. O perfume de
lírio enche o ambiente.
Canto baixinho uma canção que
amo, distraída, aprendi a gostar de
cantores da década de 80 com Leon.
Estou ouvindo uma de suas preferidas:
Apenas mais uma de amor — Lulu
Santos.
Começo a cantarolar baixinho,
desenformando os sabonetes que já
estão prontos. Fecho os olhos e canto
com a alma, sentindo uma saudade
absurda de Leon:
“Eu gosto tanto de você...
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar subentendido
Como uma ideia que existe na cabeça, e não
Tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma ideia que existe na cabeça, e não
Tem a menor pretensão de convencer...”

Quando começo a cantar o


refrão, ele entra sem fazer barulho e
começa cantar comigo, me olhando nos
olhos e sorrindo suavemente:
“... Pode até parecer fraqueza
Pois, que seja fraqueza então
A alegria que me dá, isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar subentendido
Como uma ideia que existe na cabeça, e não
Tem a menor obrigação de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois, que seja fraqueza então
A alegria que me dá, isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
Eu digo: vai doer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma ideia que existe na cabeça, e não
Tem a menor pretensão de convencer...”

Meu coração dispara e meu amor


por ele é tão grande que começo a
chorar. Ele me abraça e ficamos assim
por longos minutos.
— Eu te amo, baby... — diz com
suavidade e me beija com tanto carinho
e amor, que me derreto toda.
— Leon, eu te amo tanto, tanto.
Ele me pega no colo e me leva
para o sofá gigante que tem aqui.
— Esse lugar tem seu cheiro
agora, Estrela, lírios. Porra, amor, por
que é tão cheirosa? Sua estrelinha
precisa de meu martelo agora? Se não
entrar em você nesse exato segundo, vou
explodir e morrer... Aí você ficará sem
seu Leão martelão... — Sorri malandro e
sorrio de volta. Leon perde o amigo,
mas não perde a piada.
— Meus avós...
Ele sorri, sei que aprontou
alguma.
— Estão lá na cabana com dois
seguranças. Hoje liberei seus avós, mas
por pouco tempo... tempo para te comer,
meu pau está duro desde cedo e...
— Mentiroso! — corto o
descarado. — Quem me acordou
enterrado até as bolas dentro dessa
pobre e ingênua moça aqui? — Bato os
cílios com inocência.
— Eu? Acredito que a idade está
afetando meu cérebro... Veja bem disse
cérebro e não pau... — fala com um
sorriso cafajeste e pega minha mão e
esfrega em seu pau duro.
— Descarado! — Puxo sua
cabeça e mordo sua boca deliciosa, com
gosto de café.
Ele se anima e em segundos
arranca suas roupas e as minhas. Beija-
me dos pés à cabeça, evitando, meus
seios e boceta.
Sabe que adoro. Olha-me
sorrindo com lascívia.
Desce a cabeça e murmura em
meu ouvido:
— Duro ou suave? — sopra e
estremeço.
— Duro... — Seus olhos
escurecem e ele se levanta de uma vez,
vejo seu pau enorme apontando para o
céu e fico surpresa até hoje como isso
tudo cabe em mim.
Leon se abaixa chupa meus seios
com tanta força que ardem e minha
boceta estremece e escorre meu prazer.
Ele desce mordendo e chupando
até chegar nela já inchada de prazer.
Chupa meu clitóris com a mesma
força que meus seios, tudo isso sem me
tocar, o que torna tudo mais sensual e
delicioso.
Quando meu corpo esquenta
anunciando o gozo, ele puxa-me com
força e colocando-me de quatro no sofá
e entra com tanta força, que me lança
para a frente. Só não bato a cabeça na
parede porque ele me segura com força.
— Assim? Ou quer mais forte?
Porra! — rosna, metendo com tanta
força que parece que vai me quebrar ao
meio.
— Leonnnn... — gemo sentindo-
o entrando saindo com velocidade.
Minhas vistas embaçam, meu corpo
esquenta e sou sacudida pelo gozo que
me toma tão forte que vejo tudo escuro
por segundos. Ondas de um prazer
delicioso varrem meu corpo e sinto
Leon inchar e me encher de seu gozo.
— Estela... te amo, te amo... —
fala com voz rouca pelo desejo e prazer.
Fica quieto quando o prazer sacode seu
corpo gigante, gemendo sem parar.
Quando terminamos, vamos para
o banheiro tomar um banho delicioso de
banheira.
— Agora quero ter você suave,
amor — O incansável Leon sussurra em
meus ouvidos e minha tão abusada
estrelinha se anima toda. Realmente
fomos feitos um para o outro.
— Vem, meu amor, quero
suave... com você, sempre quero de
qualquer jeito — falo já segurando seu
pau duro, ele geme.
Fazemos amor com tanto carinho
que, quando terminamos, ambos estamos
chorando.
Acaricio seus cabelos castanhos
finos e lisos, e barba grisalhos. A
maturidade o faz ainda mais lindo aos
meus olhos.
— Você é lindo, Leon... e tem a
alma mais pura que já vi na vida. Eu te
amo tanto... tanto... tanto — sussurro
com o coração pesado de amor por esse
homem maravilhoso.
— Mais do que eu te amo,
Estrela do meu céu? Duvido! Por você
mato ou morro! — fala com fervor e
isso me deixa assustada. Lembro-me do
maldito que já tentou matar Leon.
O abraço com força e ele
percebe que estou pensando no demônio
do ex.
— Ele não conseguirá nos
separar nunca, meu amor! Te prometo
isso. — Fala com convicção. Isso me
acalma mais.
Mas num futuro não muito
distante aconteceria exatamente o que
mais temíamos...
Foi uma luta convencer os avós
de Estela a virem morar no casarão.
Mas quando minha Estela conversou
com eles e contou sobre o perigo que
todos corríamos, vieram sem questionar.
Estou adorando tê-los aqui
comigo. Consegui uma bela família
depois de anos procurando uma, mesmo
que inconscientemente.
Era quase completamente feliz
com minha família, mas tinha uma
serpente em nosso paraíso. O
desgraçado do Sandro solto me deixava
atordoado, sempre preocupado.
Precisava exterminar essa cobra e
rápido.
Minha aparência demonstrava a
preocupação que me tomava dia após
dia. Não conseguia dormir direito,
qualquer barulho me deixava em estado
de alerta total.
Diariamente pela manhã fazia
uma reunião com os seguranças e
passava ordens expressas para ficarem
de olho em minha mulher e seus avós.
Parece que o verme sumiu da
face da Terra. Fiquei sabendo do
encontro que houve entre Dentes de
Ouro e Sandro no presídio. O dia que
Vilela me contou surtei. Amaldiçoei o
sistema e alguns colegas de profissão
asquerosos. Fiquei puto com o quanto o
sistema estava corrompido. Tomei a
decisão no exato momento que soube
desse encontro: iria largar a carreira de
juiz. Não queria mais. Mas resolveria
isso depois que pegasse o bastardo de
alguma forma.
Vilela continuava me mantendo
informado de qualquer novidade.
Soube por ele que Caveira tentou
matar Dentes de Ouro e, infelizmente,
mais uma vez ele conseguiu se safar.
Bem diz o ditado que vaso ruim não
quebra.
Sorrio de raiva, uma hora
Caveira o pega. Não tenho dúvidas
disso. Caveira é o mais astuto e ardiloso
dos dois. E odeia Dentes de Ouro com o
mais profundo rancor, rixa por pontos de
drogas e mulheres.
Fico de olho em minha Estela, e
só a deixo sozinha para ligar para Vilela
e orientar os seguranças.
Estamos almoçando na cozinha,
todos inclusive os seguranças.
Todos estão tranquilos, hoje
Sinhazinha fez frango com quiabo e
angu, uma comida típica mineira que
passei a amar.
Olho para minha menina e a vejo
tão linda e delicada, conversando com
Sinhazinha.
Meu celular toca, interrompendo
esse momento tão lindo e familiar.
Todos ficam em alerta.
— Alô... — falo já sabendo que
vem merda por aí, é Vilela,
— Leon, tenho novidades e não
são nada boas — fala com tristeza.
— Caralho, Vilela, diz logo
homem. — Tento manter a calma, mas
meu coração está disparado.
— Soubemos por fontes de
nossa confiança que Sandro e Dentes
de Ouro acertaram para te matar e a
moça que vive aí.
Fecho meus olhos e sinto, meu
mundo rodar. Desgraçados!
— Sandro está por perto,
tenham cuidado. — Vilela dá a facada
final e meu peito dói. Esfrego o lugar.
Estela se levanta e vem, ficando atrás de
mim, e me abraçando com suavidade.
— Seu coração está disparado,
amor, o que aconteceu? — sussurra e
meus olhos ardem.
Aperto suas mãos com carinho.
Falo baixo com Vilela:
— Tomarei... vou ver como
posso resolver isso de uma vez — digo
com uma ira descomunal rasgando meu
peito. O desgraçado está por perto,
rondando como o cachorro covarde que
é. — Fico te devendo essa, Vilela.
Desligo o celular e olho para
todos que me encaram fixamente.
— Eu sinto muito... Sandro está
por perto — falo e puxo Estela para o
meu colo. — Amor, não quero que saia
para nada mais, até pegarmos esse filho
da puta. — Olho para Sinhazinha e
Sinhozinho, que me olham alarmados. —
Vocês também, não saiam para nada.
Tudo que precisarem, peçam a um dos
seguranças. — Olho para os seguranças.
— Me sigam até o escritório. — Beijo
Estela e saio na frente, seguido por eles.
Quando chegamos, fecho a porta
e os olho fixamente.
— Prestem bem atenção, triplico
o salário de vocês, mas quero que
protejam com a vida, minha mulher e
seus avós. Entenderam? — Eles
confirmam. — Tudo, qualquer coisa
diferente que virem me reportem na
hora. E se acontecer algo, a maneira
para nos comunicarmos, será dando dois
tiros seguidos. Fui Claro?
Confirmam novamente e os
mando sair. Vou até um armário,
destranco uma pequena gaveta e pego
minha pistola Glock G25 e olho com
desgosto. Julguei que o tempo de usar
essa porra ficou no passado.
A deixo em um lugar de fácil
acesso e vou atrás de minha Estela.
Procuro pela casa toda e não a
encontro, entro em pânico e começo a
suar frio.
Tento me acalmar antes de
decepar as porras dos seguranças
inúteis.
Vou para o banheiro e a vejo
lavando o rosto. Suspiro de felicidade
ao vê-la. Ela levanta seus olhos e vejo
que chorou.
— Amor? — Meu coração parte
ao vê-la tão abatida. — Está tudo bem,
daremos um jeito, prometo a você, que
em breve esse desgraçado estará na
cadeia.
Ela corre e pula em meus braços.
Chora angustiada, molha a frente de
minha camisa, com suas lágrimas.
— Leon, tudo isso é culpa
minha, se eu não tivesse namorado esse
miserável...
Cubro sua boca com minha mão.
— Nunca, jamais repita isso!
Não é verdade. O maldito sempre quis
me matar. Matou minha esposa, e tentou
me assassinar... e porra, amor, nem te
conhecia! Pare já com essas merdas que
estão enchendo sua cabeça. Porra,
Estela, eu te amo!
Ela suspira e me olha com os
olhos mais maravilhosos do mundo, vejo
amor neles.
— Se ele te machucar, Leon,
nunca me perdoarei... — sussurra entre
soluços.
— Me machucar? Arrebento
aquela porra antes... Sou um
brutamontes, querida, de pau grande
ainda! — falo para tentar fazê-la rir, mas
dessa vez não adianta.
— Leon, por favor, tome
cuidado, amor, se te perder, prefiro a
morte... — fala me abraçando com
força.
— Não vou morrer, está maluca?
Acredita mesmo, que darei alguma
chance para outro homem ficar com
minha mulher? Nunca! Pode ir se
acostumando comigo e meu pau! Pois,
serão esses que terá até completar 100
anos!
Finalmente arranco um sorriso
dela.
— É o que mais quero, Leon.
Você e seu pau murcho e enrugado
quando for um ancião.
Gargalho mesmo nesse inferno
de incertezas que estamos vivendo.
— Murcho? Mole? Minha
prezada e futura senhora Leon Savage,
posso ter mil anos, meu pau sempre,
preste bem atenção: sempre será grande,
grosso e pronto para abater sua boceta!
Caralho!
Ela sorri e meu mundo fica
colorido. Deus, como amo essa mulher!
Os dias passam com lentidão,
estamos todos em alerta máximo. Mas,
aos poucos, vamos nos tranquilizando e
ficando mais relaxados. Não tive mais
notícias de Sandro.
O homem desapareceu do mapa.
Se Vilela com sua equipe não o
localizou, quem sabe esse verme não foi
crivado de balas e fede em algum
buraco?
Sorrio de satisfação, somente em
pensar que esse desgraçado pode estar
morto.
Chamei Estela e seus avós para
sairmos do país até prenderem o
meliante. Estela concordou animada.
Mas seus avós negaram e por eles
abortamos a ideia.
São os seguranças que agora
buscam seus lírios e flores estrelas. Fico
de olho nela...a ideia de perdê-la me faz
perder o sono e a sanidade.
Hoje ela acordou triste e a vi
olhando pela janela com nostalgia.
Estela é uma pessoa que está
acostumada a vagar sozinha por essas
matas. Ser livre. A entendo, passei a
amar andar nos caminhos estreitos e
frescos aqui, ouvindo o som da natureza
junto com ela, é claro.
Chego silenciosamente e a
abraço por trás.
— Por qual motivo meu amor
está chorando? Me peça, querida, o que
te fará feliz e te darei — falo olhando
para fora, na direção que seus olhos
contemplam. Penso que sei o que essa
mulher tão especial quer. — Peça,
amor... — a incentivo. Ela se vira e me
olha.
— Gostaria de ir ao campo de
lírios, nas pedras onde tem as flores
estrelas... mas sei que não devo, Leon...
— fala e me abraça, encosta a cabeça
em meu peito. Minha Estela é um
tiquinho de gente.
— Você trocaria isso tudo por
um colar de brilhantes, meu amor?
Ela nem levanta a cabeça.
— Não. Nem uso joias, Leon —
diz com simplicidade. Porra! Que
mulher maravilhosa é essa? A levanto
pela cintura e a olho nos olhos.
— Vamos ao seu campo de
lírios, querida, e mato na unha quem
chegar perto de minha menina com a
mínima intenção de machucá-la!
Ela sorri largamente e me beija,
beijo gostoso da porra.
— Não precisa, meu Leão
protetor, eu não vou. Sei que não
devemos. Sei esperar, Leon, quando der
vamos, amor. — Volta a olhar para fora.
— A visão daqui é belíssima, não é,
Leon? Você vê o campo de lírios quase
todo. Olha, parece um grande lençol de
veludo branco. E o cheiro chega até o
casarão — ela fala com tanto amor que,
sinceramente, viro um bundão e meus
olhos ardem. Porra de lugar cheio de
poeira. Veja o que faz com meus olhos.
Os esfrego, depois pingarei a porra de
um colírio.
— Enquanto não vamos lá fora
colher flores estrelas e lírios, vou colher
a mais formosa e cheirosa de todas. A
estrelinha de minha Estela. — Sorrio
cheio de ideias.
— Leon! Você só pensa nisso?
— fala se esfregando em mim.
— Não, amor, penso em seus
seios também! Pensa que sou um ser sem
cérebro? Hum... pensando bem, minha
cabeça menor não tem cérebro e manda
na porra toda...
Ela gargalha e me sinto um santo,
por conseguir arrancar a tristeza do
coração de minha Estrela.
A carrego para a cama e fazemos
amor com tanta intimidade que, quando
acabamos, sei que coloquei um
pedacinho meu dentro dela.
— Amor, se prepara, daqui a
nove meses, teremos um leãozinho ou
uma leoazinha — falo com certeza de
que marquei um belo de um gol.
— Pare de falar bobagens, amor,
não estou no meu período fértil. — Ela
descarta e eu já estou pensando nos
nomes para sugerir. Sorrio cheio de uma
alegria visceral. Porra, vou ser pai.
— Veremos, meu amor,
veremos... — Minha vontade é de sair
gritando feito um maluco que vou ser
pai. Mas todos pensarão que estou
louco. Então vou somente esperar e
esfregar na cara de todos, inclusive da
mãe de meu filho, que agora dorme
placidamente.

***

Dias depois...

Depois do dia que me tornei pai,


eu dobrei o cuidado com minha Estela e
nosso bebê. Pode parecer loucura, mas
tenho certeza de que engravidei minha
mulher exatamente naquele dia.
Fico atento a cada detalhe sobre
ela. E comecei a observar que ela está
mais sensível e chorando com mais
facilidade.
Isso me deixa em êxtase... não
porque minha menina chora, mas por
confirmar cada dia mais minha já
inquestionável certeza.
Não toquei mais no assunto, vou
deixar por conta dela. Uma hora, ela se
dará conta de que está carregando nossa
cria e sei que vibrará de alegria, assim
como eu.
Orientei todas a tratarem com
mais paciência e ficarem atentos aos
seus desejos. Eles me olham sem
entender porra nenhuma. E não vou
explicar caralho nenhum também, com o
tempo eles verão e entenderão como
funciona a percepção de um pai de
verdade.
Resolvo fazer uma surpresa para
a minha mulher. Combino com os
seguranças de sairmos e eles ficarem de
olho em nós, principalmente em minha
futura esposa ligeiramente grávida.
Caralho! É muita alegria para esse velho
aqui, penso querendo pular e sair dando
piruetas de felicidade.
Combinamos tudo para a manhã
seguinte, sem minha pequena saber.
Quero fazer uma surpresa a ela. Peço a
Sinhazinha para preparar uma cesta e
deixar pronta, amanhã sairemos bem
cedo. Minha Estrela brilhará com mais
intensidade. Ela está meio apagadinha
esses dias, porque sei que se sente presa
e claro também pela gravidez. Sorrio
conhecedor.
Vou para o lugar preferido de
minha futura esposa e a vejo fazendo
seus sabonetes e essências. O casarão já
era perfumado devido ao campo de
lírios, agora o perfume aumentou. É
delicioso. Tem a presença de Estela em
cada canto aqui, e isso me deixa
extasiado.
Ela está cantando, passou a
apreciar cantores da década de 80.
Sorrio ouvindo Osvaldo Montenegro.
Um de meus favoritos. Entro e sempre
canto com ela, quanto está distraída.
Sinto uma conexão inexplicável quando
faço isso...

“Eu amava como amava um cantor


De qualquer clichê, de cabaré, de lua e
flor
Eu sonhava como a feia na vitrine
Como carta que se assina em vão
Eu amava como amava um sonhador
Sem saber porque, e amava ter no
coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia amanhece, não
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que
com o mar
Eu amava como jamais poderia se
soubesse
Como te encontrar...”

Ela sorri e meu mundo ganha


mais cor. Seu amor me aquece.
Ela caminha até onde parei a
apreciando e me abraça. Sinto seu
perfume e a ergo pela cintura, ainda
estreita.
— Amor, eu te amo tanto, tanto,
tanto... — falo tomado por uma sensação
única de pertencimento a alguém.
— Mais que eu? Nunca!
Meritíssimo, você se tornou meu mundo.
— Escaneio seu rosto suave e vejo
somente amor e bondade nesse anjo.
— Amor, tenho uma surpresa
para você... Mas será somente amanhã
cedo.
Ela arregala seus lindos olhos
azuis e sorri, deixando suas covinhas em
evidência. Que porra de mulher
perfeita é essa minha!
— Sério? E o que seria? Um
colar de brilhantes, um carro caríssimo,
uma viagem dando volta ao mundo, ou
uma cobertura nas praias de Santa
Catarina? — fala sorrindo largamente.
Sorrio de volta.
— Quer tudo isso, minha lady? É
seu! Basta pedir. Mas sei que não é isso
que quer, vou te dar uma coisa melhor...
— Faço suspense e ela coloca a mão na
boca.
— Leon... nós vamos dar uma
saidinha indo ao campo dos lírios, é
isso? — pergunta com os olhos cheios
de lágrimas.
— É isso que minha menina
quer? — pergunto com ternura.
— Meu Deus! É o que mais
quero nessa vida... Mentira, o que mais
quero é você! Mas... Leon, amor, não é
perigoso? — Me fita ansiosa.
— Sim, meu anjo, é. Não
faremos isso sempre, mas podemos fazer
ocasionalmente, já conversei com os
seguranças e temos tudo esquematizado.
Dois irão conosco e um ficará com seus
avós.
Ela dá um grito e me beija com
força.
— Puta merda, se soubesse que
seria agradecido assim, teria feito isso
antes... — falo entre beijos.
— Seu descarado e desde
quando precisamos sair para você me
assediar e comer toda hora, seu safado?
— fala com um sorriso gigante.
— Estela! Olha como fala na
frente de um juiz... — Mordo seu
pescoço e ela geme.
— Perdão, senhor, poderia por
gentileza me comer? Estou sentindo uma
fome por você maior que antes... você
tem cheiro de doce, chocolate...
estranho, né?
Sorrio com o peito quase
estourando. “Você está com minha cria
crescendo aí dentro, meu amor”, penso
quase estourando de alegria, mas não
falo nada.
— Pois então, amor, coma seu
chocolate, doce ou o que for... Pode
ficar bem à vontade, lamber e se
lambuzar! — falo já a carregando para o
sofá.
Se esse sofá falasse, teria
história por semanas. Adoro comer
minha safadinha aqui.
Arranco suas roupas e passo o
dedo com delicadeza em sua bocetinha.
Úmida! Caralho, pronta para mim.
— Porra meu amor, está
escorrendo por mim... Vem cá! — Beijo-
a e a pressiono no sofá arremetendo com
força, mas não tanto quanto gostamos,
estou tentando a ferro e a fogo ser mais
cuidadoso com ela, quando fazemos
amor. Afinal posso machucar nosso
filhote. Vocês podem dizer, esse homem
está louco! Louco não, sinto em meu
coração, que nosso filho cresce na
barriga de minha Leoa. Conexão plena
com nossa cria. Quando nascer,
lembrarei a vocês, dessa certeza que
tinha aqui vibrando em meu peito.
— Leon, você é muito gostoso...
grande demais... — gememos juntos.
— Só seu, amor, tudo para você,
minha vida. — Arremeto com rapidez
até gozarmos juntos.
A carrego para o quarto,
tomamos um banho demorado e fazemos
amor mais uma vez. A enxugo e a levo
para a cama, me deito ao seu lado.
Ela já ressona suavemente.
Sorrio satisfeito e fecho os olhos.
Quando os abro novamente o dia já está
clareando. Olho no relógio: sete horas.
Levanto-me com cuidado, desço.
Confiro a cesta, reforço a conversa que
já tive com os seguranças.
Subo para acordar minha
menina. Vamos ao campo de lírios.
Estou começando a perder a
paciência com esse velho miserável. O
cara não sai e nem deixa a puta sair. Já
vi o desgraçado comendo minha ex
pombinha. Minha vontade foi de matar
os desgraçados devagar, com muitas
torturas.
Amei essa mulher, dei meu
melhor. A respeitei... nunca bati nela.
Quando dava vontade, ia procurar putas
e descontava toda minha raiva e desejo
nelas.
A venerei de coração, mas o que
ela fez? Abriu as pernas para um homem
que pode ser a porra de seu pai!
Minha ira cresce a cada dia que
passa, e já descontei isso em várias
caipiras aqui, neste lugar amaldiçoado,
nesse fim de mundo maldito.
O bom aqui é que trepo, dou uma
surra até matar, abro um buraco em
qualquer lugar e jogo. Ninguém fica
sabendo de nada, nessa porra de lugar
perdido no mapa. Fácil demais me livrar
dessas imprestáveis aqui. Todo lugar no
mundo tem essas vagabundas. Meu
Deus! À Terra é infestada por elas!
Mas meu foco agora são esses
dois desgraçados. Os velhos nem me
preocupo, são fáceis demais de pegar.
Depois penso neles.
Fico diariamente de vigília até
escurecer, tem dias que durmo por aqui.
Tenho que ser cauteloso, e agora
não posso falhar. Senão o desgraçado,
Dentes de Ouro, me fode novamente em
todos os sentidos da palavra. Quando
me lembro a maneira que ele me
humilhou, meu peito ferve de ódio e
repulsa.
“Vou matá-lo também. Mas antes
quero enfiar um pau na sua bunda
cabeluda, um cabo de vassoura tá ótimo
para mim!”, penso colérico.
Estou cansado, dormi aqui hoje e
meu corpo pede cama. Estou todo
picado, por esses bichos miseráveis.
Pernilongos vêm direto do inferno, só
tem essa explicação.
Estou me virando para ir
embora, quando vejo dois seguranças
saindo e caminhando para onde fica um
campo de lírios, as flores preferidas da
vagabunda.
Eles fazem uma ronda com
cuidado no local. Estou escondido
dentro de um buraco em um tronco de
uma árvore gigantesca, que morreu há
anos. Dentro desse inferno é que passo a
maior parte do tempo.
— Está tranquilo por aqui... eles
podem sair...
Meu coração dispara. Quer
dizer que finalmente os dois miseráveis
sairão? Fico atento e aguardo com
ansiedade.
— Sim, a senhorita está ficando
triste em ficar muito presa e o
Meritíssimo não gosta de vê-la triste...
— comenta um dos seguranças.
Quer dizer que sairão? O velho
quer agradar à rameira? Sorrio
sinistro. É minha chance de acabar com
esses traidores. E o principal, não
falhar.
Eles voltam para a mansão do
juiz conversando baixo, não entendo
mais nada conforme tomam distância. O
principal já sei: eles sairão mais vezes.
Minha vontade é de matá-los
hoje, aqui e agora, mas seria
imprudência. Deixa-os ficarem mais
relaxados, saírem mais, ficarem
confiantes... aí chegará minha vez.
Quero ver de perto a cara da
puta que teve coragem de me trair de
maneira tão vil. Choro de ira. Mordo
meu pulso com força para meus soluços
não me denunciarem.
Os vejo saindo, rindo e meu
coração grita por vingança. Quero vê-la
se esvaindo em sangue e as tripas do
juiz ao ar livre.
Ele fala algo em seu ouvido e ela
sorri. Corada. Co-ra-da! Mulher
vagabunda essa! Dou um passo para
matá-la, mas recuo, agora seria loucura
e não quero Dentes de Ouro comendo
meu rabo novamente. Aquele
desgraçado!
Em dado momento, o velho a
pega no colo. Caralho, ainda tem
resistência... Sandro, a quem você está
querendo enganar? O homem é mil
vezes mais forte e bonito que você, seu
bosta!
Fico irado em ver que estou
somente com despeito dele. A
desgraçada deu o golpe bem dado. O
homem é rico, bem-apessoado e come
em suas mãos, vejo isso claramente.
A boceta dessa égua tem mel. Só
pode, ela conseguiu me fazer agir
totalmente fora de minha verdadeira
personalidade. Devia tê-la matado como
fiz com todas.
Eles passam sorrindo perto do
buraco que estou enfiado, se mirasse
bem poderia acertar os dois de uma
vez... mas seria crivado de balas pelos
seguranças de Leon. Quero matá-los e
voltar vivo, para matar o desgraçado do
estuprador Dentes de Ouro.
Fico de castigo até o momento
que eles resolvem ir embora, com a
porra de várias cestas cheias de lírios.
Vou embora, quase correndo,
quero descontar em alguém minha ira.
A mulher que pegar hoje, não
verá um novo amanhecer.
Acordo com a barba de Leon
esfregando em meu pescoço.
— Acorda, bela adormecida,
não quer ir ao campo de lírios, mudou
de ideia, hum?
Lembro-me que iremos sair hoje
e tento sair do agarre de Leon.
— Leon... me solta, amor, vou
tomar banho e fico pronta em menos de
cinco minutinhos.
Ele se afasta sorrindo e vejo seu
pau duro.
— Meu Deus, esse meu homem
não fica satisfeito nunca? — pergunto
correndo para o banheiro, me sinto
muito feliz. Amo poder sair e andar no
meio do mato. Principalmente no meio
dos lírios.
— Comi você de madrugada, sua
desnaturada! Tem exatamente... — olha
em seu relógio — cinco horas que não
meto o martelo em sua estrelinha.
Portanto, me trate com mais amor e
carinho. Olho o tempo que estou sem
entrar em sua bocetinha tão macia e
quente! Mulher má e sem coração! —
fala o safado.
Entro rápido e tomo um banho de
passarinho, rapidinho.
Saio e não o vejo, coloco uma
bermuda bem larguinha e uma camiseta
amarela. Calço minhas botinhas leves e
desço correndo as escadas.
— Calma, meu amor, desça as
escadas com mais cuidado e se
escorregar? — fala pálido, não entendo
esse excesso de proteção de meu Leão.
— Não vou cair, Leon. Sempre
desci essas escadas assim — digo indo
para a cozinha, estou com vontade de
comer algo doce.
— Eu sei, amor, mas tome
cuidado, por favor... — ele fala logo
atrás de mim. Agarra-me e cheira meu
pescoço. — Sempre cheirosa. — Me
arrepio quando ele chupa meu pescoço.
— Leon, você já tomou seu café?
Ele acena negativamente.
— Estava te esperando, querida,
vamos tomar café fora hoje. — Ele pega
uma cesta e balança para mim. —
Sinhazinha fez.
Olho encantada para ele. “Esse
homem existe mesmo, ou estou somente
sonhando?”, pergunto me beliscando e
dói demais. Sorrio feliz, é real, graças a
Deus.
— Cadê vovó?
— Está lá fora dando um passeio
também. Hoje liberei geral. — Pisca e
me puxa pela cintura. — Vamos, amor,
senão anoitece e ainda estaremos aqui
conversando.
Saímos da casa, os seguranças
sempre perto.
Vamos conversando o caminho
todo. Leon fica falando besteira em meu
ouvido, gargalho e coro. Homem safado
esse meu futuro marido.
Ele escolhe um lugar fresco e
estende a toalha. Os seguranças ficam
próximos, mas não tanto.
— Amor, vamos comer, estou
com muita fome... — digo olhando a
cesta. Tem muita coisa gostosa que vovó
preparou. Mas quando vejo doce de
leite, minha boca enche de água. —
Doce de leite! Leon, que delícia... —
Me calo e franzo o cenho. O que está
acontecendo aqui? Nunca gostei de doce
de leite... pelo contrário, odeio. —
Leon? — Ele me olha com carinho.
— Observei que você está
comendo mais doces ultimamente, amor,
e pedi a Sinhazinha para preparar... Ela
me disse que, quando engravidou de seu
pai, comia muito doce de leite — fala
misterioso.
— Lá vem você com essa ideia
novamente, Leon Savage! Não estou
grávida! Saberia se estivesse, agora
vamos comer, quero doce de leite em
tudo. É somente uma fase que vai passar.
Tenho mania de tempos em tempos
comer alguma coisa mais que as outras
— falo olhando para ele com certa pena,
tadinho, parece querer tanto um filho.
— Sim, amor, com certeza é uma
fase — fala passando muito doce de
leite em uma fatia de bolo. Entrega-me e
como com rapidez, fecho os olhos.
Nunca comi um doce de leite tão
maravilhoso como esse. Nesse, vovó
caprichou.
— Eu caprichei... — repete meu
pensamento, me olha profundamente.
Acredito que pensei em voz alta. Sorrio
para ele.
Passamos um tempo
maravilhoso, estava sentindo falta
demais de sair.
Leon me chamou para entrarmos
e me prometeu que sairíamos mais
vezes, mas com todo cuidado possível,
até pegarem Sandro ou confirmarem sua
morte.
Ele entrou em contato com todos
que conhecia, meu juiz conhecia pessoas
demais, do mais alto escalão e pediu
para vasculharem tudo, até acharem
Sandro, vivo ou morto.
Os dias passam e minha menina,
somente ela, não percebe que está
grávida. Até seus avós já perceberam e
ficaram radiantes.
Estamos todos atentos a Estela
24 horas sem parar.
Ligo para Vilela diariamente na
esperança de ter alguma notícia do
desgraçado do Sandro.
O homem sumiu do mapa, sem
deixar rastros.
Tentei mais uma vez, convencer
os avós de Estela a irmos todos para o
exterior até termos notícias desse
desgraçado do Sandro, vivo ou morto.
Mas os velhos são teimosos...
resolvi deixar para lá, não vou
contrariar Estela, insistindo com eles.
Isso deixa minha pequena triste, se antes
não falava nada para magoá-la, imagine
agora que está grávida. Nunca!
Agora, voltamos a sair mais e
noto que a alegria que faz parte de sua
personalidade voltou. Isso me deixa
extremamente feliz. A alegria de Estela é
minha.
Saímos ao menos duas vezes por
semana, e isso basta para deixá-la
radiante.
Estou em minha biblioteca,
olhando as notícias quando meu celular
apita.
Pego e vejo que é Vilela.
— Leon, ontem prendemos...
Meu coração dispara e corto
Vilela com rapidez:
— Prenderam o desgraçado? —
pergunto ansioso e suando frio.
— Não, mas pegamos um ex-
comparsa de Sandro, ele me disse que o
matou em uma briga por mulheres e
dinheiro.
— Matou? Então onde está o
corpo? — pergunto com raiva.
— O cara disse que atirou e viu
ele caindo, mas fugiu — fala com
desgosto.
— Então não é certo que o
desgraçado está comendo terra? — A ira
me toma.
— Não, mas já é alguma coisa,
não tínhamos nada sobre esse homem,
parece que evaporou. Pelo relato do
prisioneiro, ele está morto — fala meu
amigo, mas sinto pesar em sua voz.
— Você acredita que ele
realmente está morto? — Faz-se silêncio
do outro lado.
— Sinceramente Leon, não tenho
uma resposta precisa para essa pergunta.
— Sento e passo a mão nos cabelos com
desânimo.
— Gostaria de deixar o país,
mas os avós de minha mulher não
querem sair do Brasil... e não quero
contrariar Estela. Porra! Sinto-me
acuado... — desabafo.
— Penso que vocês têm que
começar a ter uma vida, estão presos
nesse fim de mundo e como se não
bastasse ficam presos em casa... Porra,
cara, vem para cá, aqui temos uma
grande equipe e...
Corto com raiva seu discurso:
— E matam minha mulher, como
fizeram com Pâmela? Grande proteção.
E vou te falar, Vilela, se perder Estela,
acabo com minha vida. Essa mulher eu
amo verdadeiramente, com tudo de mim.
A outra, meus pais que amavam, você
conhece minha vida — desabafo. Ouço
seu suspiro.
— Então, meu amigo, tome
cuidado, vou continuar fazendo o que
posso para te ajudar.
— Agradeço demais, Vilela.
Fico te devendo mais uma. — Nos
despedimos e fico sentado olhando para
o campo de lírios de Estela. Estremeço
com o mero pensamento de perdê-la.
Essa mulher é meu mundo.
Levanto-me, caminho até a
janela e olho a imensidão desse campo
florido, dou razão a Estela por gostar
tanto, é um espetáculo.
Sorrio e vou atrás de minha
gravidinha gostosa.
A encontro na cozinha, comendo
doce de leite, pego uma colher e me
junto a ela. Me apaixonei por doce de
leite também. Normal, afinal estamos
grávidos. Sorrio de satisfação, entre
colheradas de doce e beijos em minha
menina.
Ela está com a sua libido em
alta, estou dando conta do recado, mas
tenho que me esforçar, porque a mulher
virou fogo puro. Eu estou adorando e
cumprindo seus desejos com total
satisfação. Sorrio cafajeste.

***

Tem exatos três dias que estou


sentindo um aperto estranho no coração.
Uma sensação de que algo muito ruim
irá acontecer. Já me peguei chorando
sem querer.
Meus cuidados com Estela
triplicaram e meus seguranças estão
ficando malucos com minha loucura.
Penso que estou surtando, muita
tensão. Já imaginei ver vulto na mata,
várias vezes. Chamei os seguranças e
vasculhamos ao redor do casarão por
horas e não encontramos nada.
Voltei mais tranquilo, acredito
que a tensão está me fazendo ver coisas.
Claro que não comentei nada
com Estela, não quero deixá-la
preocupada com minhas paranoias.
Procuro e a vejo na cozinha com
seus avós.
— Filha, você tem certeza de
que não está grávida? — pergunta a avó.
— Até a senhora, vovó? Leon
jura que estou grávida... e você, vovô, o
que acha? — pergunta e aguardo a
resposta dele.
— Quando a sua avó ficou
grávida de seu pai, ela comeu muito
doce de leite, e você está comendo tanto
que estou com medo de virar uma bola,
minha filha. Se você não estiver grávida,
como capim — brinca e Estela faz uma
careta.
— Até você, vovô? Leon fez a
cabeça de todos aqui — murmura
teimosa.
— Sim, filha, estamos
aguardando ansiosos, nosso bisnetinho
ou bisnetinha. — Olham com carinho um
para o outro.
— Você se lembra, Sinhazinha,
quando a pedi em casamento? Não te
disse que nosso amor seria tão grande e
forte, que veríamos até nossos bisnetos?
Promessa cumprida, minha amada.
Ela olha para ele com os olhos
cheios de lágrimas.
— Sim, Sinhozinho, você é o
homem que nunca mentiu para mim.
Entro na cozinha rápido, preciso
abraçar a mulher que quero terminar
meus dias com ela, assim como
Sinhozinho e Sinhazinha, o amor dos
dois é aquele tipo de amor que
transcende o tempo.
Aperto-a em meus braços,
morrerei protegendo-a.
— Amor, quero ver nossos
bisnetinhos com você ao meu lado, e te
prometo que faremos isso juntos.
Ela me olha com lágrimas nos
olhos, beija meu peito.
— Sim, querido, faremos isso
juntos.
Seus avós saem da sala
silenciosamente, esse momento é nosso
e muito íntimo.
— Amanhã iremos ao seu campo
de lírios, minha formosa — falo
beijando-a com desejo.
— Sim... Leon, vamos para o
quarto? — Se esfrega em mim sem
pudor. Não disse a vocês que a gravidez
a deixou ainda mais gostosa e fogosa?
Então... lá vamos nós cumprir os
desejos de uma gravidinha que quer
matar o parceiro dela de tanto fazer
amor. A vida é boa. A pego no colo e
subo as escadas correndo.
Aquele dia fui para casa com o
cão no couro. Estava tomado pela ira e
peguei logo duas roceiras e bati tanto
nelas, que acredito que as matei antes de
trepar com as malditas a noite toda. Na
manhã seguinte, as enterrei.
Vigiava com constância o casal
de miseráveis e eles estavam ficando
mais relapsos e isso era ótimo. Já estava
pronto para cumprir minha tarefa e
salvar meu rabo.
Desse final de semana não
passaria, já estava louco para voltar
para a cidade, isso aqui não era lugar
para uma pessoa normal viver. Quem
vive no mato é bicho.
Preparei tudo, levei minhas
armas e as deixei no buraco da árvore,
onde me escondia. Esse buraco ficava
escondido por várias plantas. Um
perfeito esconderijo. Tanto que um dia
desses, Leon e seus seguranças
passaram aqui pertinho, e não me viram.
Com certeza notaram algum movimento
meu. Palhaços.
Voltei para esse buraco maldito
e, dessa vez, para ficar aqui até executar
meu plano. Depois sumiria no mapa. Até
bolar uma estratégia para matar o
desgraçado que me estuprou. Quero ver
suas tripas estendidas no chão e um pau
enfiado em seu rabo. O que achar no
caminho, vou arrombar o maldito.
Estremeço de cólera ao pensar
nesse homem, quero-o rastejando e
anseio cortar pedaços dele, antes de
matá-lo. Quero que ele sinta a dor que
senti, a vergonha e humilhação.
Desgraçado!
Olho pela greta do buraco e hoje
eles não virão, está tudo muito quieto.
Vou dormir mais uma vez nessa porra de
buraco como um bicho. A casca dura do
buraco no tronco da árvore rasga minha
pele.
Maldição... mas isso está perto
de acabar, penso com um suspiro de
alívio. Quem mato primeiro? O velho
ou a rameira?
Começo a gemer de prazer ao
saber que irei matá-los. Masturbo-me
pensando neles, mortos em minha frente.
Grito de satisfação quando alcanço o
prazer. Maior que esse gozo, será vê-los
mortos. Amanhã...
Acordei várias vezes durante a
noite. Sinto meu coração apertado.
Levanto-me, ajeito a coberta em minha
Estela e vou até à janela. Olho a
escuridão da noite e a mata repleta de
barulhos de bichos noturnos. Se não
estivéssemos passando por um período
tão difícil apreciaria melhor a beleza da
noite nessa mata fechada. A lua e as
estrelas brilham com tanta intensidade,
que parece um luzeiro. Lindo. Mas essa
beleza é quebrada, por medo e receio,
do desgraçado estar por aqui em algum
lugar.
Volto para a cama e me
aconchego a minha gravidinha teimosa.
Quando amanhecer iremos dar uma volta
no campo de lírios. É o único lugar que
a levo. É mais próximo de casa e os
seguranças ficam mais atentos e
próximos de Estela, seus avós e eu.
Acabo adormecendo e acordo
com minha grávida gostosa me
chupando. Gemo alto.
Ela morde a cabeça de meu pau
duro, inchado e raspa os dentes na
glande sensível.
— Estrelinha... quero sua
estrelinha... — A pego com desespero,
deito-a e entro de uma vez. Sei que está
sempre pronta para mim.
Gememos juntos.
— Puta merda, Estrela de meu
céu, como consegue ficar cada dia mais
gostosa?
Ela sorri e me abraça com as
pernas.
— Nasci assim, gostosa, para o
meu Leão... — fala e mexe os quadris
com sensualidade.
Olho com adoração para essa
mulher. Finalmente eu pude escolher a
mulher que me realiza em todos os
sentidos. Escolher o lugar onde morar, o
que fazer... Finalmente posso ser eu
mesmo: Livre!
— Caralho de boceta gostosa!
Porra, me engole com fome... — falo
com minha boca suja, cheio de prazer.
— Leon! Seu gostoso e boca suja
da porra!
Sorrio e vejo que minha mulher,
às vezes é tão boca suja quanto eu,
adoro. Aprendeu com o melhor dos
melhores!
— Gostosa, me aperta com essa
bocetinha macia e rosada. — Ela me
aperta e gemo alto. — Caralho, você vai
me matar antes da hora, usando somente
sua doce boceta, Estela.
Ela sorri e a agarro com força e
meto com tudo. Estoco sem piedade e
em pouco tempo gozamos.
— Adoro ser acordado assim,
minha Leoa — falo satisfeito e ainda
lânguido pelo orgasmo recente.
— Adoro acordá-lo assim, meu
Leão safado — fala a mulher de minha
vida.
Levanto-me e a pego. Tomamos
um banho caprichado juntos e fazemos
amor novamente.
Vestimos uma roupa leve e
descemos. Minha Estrela está linda em
um vestido longo, leve, lilás claro e de
botinhas brancas. Parece uma
bonequinha. Estufo meu peito, orgulhoso
de minha mulher.
Descemos e tomamos café todos
juntos.
— Agora vamos, Leon, estou
ansiosa para andar no meio dos lírios e
colher alguns, tenho que preparar um
pedido, para o dia 30 e falta somente
uma semana para o fim do mês, amor —
fala já com o cesto na mão, indo para a
porta.
A seguro.
— Calma, apressadinha, vamos
esperar o segurança que acompanha seus
avós. Foram à cabana buscar roupas.
— Ah... Leon, vamos. Está tudo
tranquilo, querido, acredito que o
maldito do Sandro deve ter morrido,
alguém o matou... a vida que levava...
meu Deus! — fala e saio junto com ela,
me sentindo protetor.
Vejo um segurança nos seguindo
de perto e outro fica mais distante.
Olhando ao redor. Tudo tranquilo.
Chegamos ao campo de lírios e
Estela estende a toalha, sentamos e
conversamos muito, rimos demais das
piadas ruins que conto. Agora realmente
me sinto livre para ser quem sou.
Começo a cantar aos berros a música de
Biquini Cavadão: Livre, essa é uma das
que mais canto e gosto. Estela me
acompanha e vejo uma sombra de
sorriso nos rostos dos seguranças. Me
sinto feliz, livre e realizado. Graças a
minha menina, a Estrela que ilumina
minha vida.
Deito-me na manta e a puxo para
meu peito, ela se aconchega e ronrona
de prazer, acaricio seus cabelos e sinto-
a relaxar até adormecer, aperto-a com
suavidade. A brisa suave me faz pegar
no sono também.
Acordo com o suave balançar
das folhas da grande árvore que estamos
deitados, aproveitando a sombra e
frescor. Olho para o gigante repousando
ao meu lado. Dorme com um semblante
sereno. Acaricio sua barba grisalha e
meu coração sacode de tanto amor por
esse homem. Ele é especial, amoroso,
romântico, e de um bom humor incrível.
Leon é uma mistura de humor ácido,
sátira e comédia, tudo isso tornando
nossas vidas muito mais leve e
divertida. Adoro essa mistura que meu
juiz carrega e agora exibe com orgulho.
Sem receio de ser realmente quem é.
Além de ser um tarado delicioso na
cama.
Beijo seus lábios macios com
cuidado e me levanto com suavidade,
não quero acordá-lo. Ele está muito
preocupado com o maldito do Sandro e
dorme pouco, ou acorda várias vezes à
noite. Já o vi várias vezes na janela de
madrugada, pensativo.
Meu Meritíssimo está sofrendo,
e continuará enquanto não pegarem o
maldito Sandro.
Levanto-me e pego meu cesto. O
segurança, que é minha sombra, se
move. Sorrio. Nunca em minha vida
pensei que teria um segurança, é
estranho ter uma pessoa te seguindo por
todo lado. Vou para o campo de lírios e
começo a colher, sempre escolhendo os
maiores e que já floriram por mais dias.
O perfume fica mais concentrado e vou
falar a verdade, tenho dó de colher as
flores novas e viçosas.
Olho para trás e meu Leão
continua dormindo, seu segurança a uma
distância segura, mas de olho nele.
Vou caminhando e enchendo o
cesto. Afasto-me um pouco mais e já não
vejo meu Leon.
Meu segurança me segue como
uma sombra. Vejo um cacho maior de
lírios e entro entre as folhagens.
— Senhorita... é melhor
voltarmos, se o juiz acordar e não te
encontrar, entrará em pânico... logo em
seguida me matará... — Ele me alerta
preocupado.
— Vou pegar somente esse cacho
de lírios e voltaremos... — Mal termino
de falar, vejo o segurança caindo.
Congelo quando vejo o
desgraçado que arruinou várias vidas
incluindo a minha, segurando um pau e
sorrindo com maldade e loucura.
Encara-me, sinto medo, mas também
muito nojo desse ser imundo.
— Ora, ora... finalmente
encontrei a puta que tratei como um
anjo... — fala e joga fora o pau que usou
para ferir ou matar meu segurança. Pega
o revólver em sua cintura e aponta para
mim. — Caladinha, senão te mato
agora... mas antes quero brincar um
pouco com o velho que está te
comendo... Em seguida matá-lo, mas
dessa vez não falharei. — Me arrepio
toda e minha vontade é correr para
Leon, protegê-lo de alguma forma. —
Não queria correr o risco de matá-
la...ainda, no processo de matar seu
segurança de merda, por isso usei o pau.
Quero deixar o velho insano, quando ver
que a peguei debaixo de sua barba de
papai Noel... Será doce, comer você na
frente dele, e depois matá-lo em sua
frente... Caralho, acho que vivi para
esse dia! Por isso, essa paulada bem
dada, ao invés de balas... Escolhi moer
a porra da cabeça dele, na paulada,
exatamente para não alardear o velho
que dorme e seu segurança, que não
serve nem para cuidar de um gato. Veja
sua puta, um de seus protetores no chão
se esvaindo em sangue, e o velho com o
outro segurança, alheios ao que ocorre
aqui... Doce vingança! Meu pau está
duro de tanta adrenalina e minha vontade
é descarregar a arma na cabeça desse
monte de carne desmaiado no chão! Isso
é melhor que gozar dentro de uma boceta
quente e macia! Esse aí, pela quantidade
de sangue, já era! — zomba e aperta seu
pau duro e geme. O demente é doente,
estou apavorada e temo por nossas
vidas.
Ameaço correr. Ele percebe meu
movimento e balança a cabeça.
— Quietinha, putinha. Acerto o
velho dormindo exatamente daqui. Tenho
excelente pontaria, afinal já fiz isso
centenas de vezes — ameaça e caminha
para o meu lado. Pega-me pelos
cabelos, arrastando-me sem piedade.
Sinto as pedras e gravetos cortarem
minha pele. Choro baixinho, não quero
que ele machuque Leon. Olho meu
segurança, vejo que está alagado de
sangue perto de sua cabeça.
— Você o matou... — falo
baixinho, chorando.
Ele gargalha.
— Não tenho culpa se o cara tem
cabeça mole. Se bem que a paulada que
dei, porra! Foi bem forte...Era para ter
explodido sua cabeça! Apesar de não ter
estourado, o estrago foi feio, sangra
feito um porco... Acredito que esse aí já
está no inferno.
Continua me arrastando e
entramos na mata. Tento lutar e sair de
seu agarre, mas ele se abaixa e me dá
vários murros no rosto.
— Um pio, sua desgraçada, te
mato aqui e agora! Vagabunda, rameira
dos infernos! Te tratei como uma rainha,
nunca te bati, comia outras e as matava,
somente para te poupar, e o que recebi
em troca? Chifres!!! Além de ser
trocado por dinheiro, interesseira!
Porque, deixar de ficar comigo para
ficar com um homem que tem idade para
ser seu pai, é loucura de uma prostituta,
desgraçada interesseira. — Cospe as
palavras e sua boca espuma de raiva.
Meu rosto arde demais e choro sem
parar baixinho. Tenho medo de que esse
maldito machuque Leon. — Cala a porra
da boca, cadela! Isso está me excitando,
adoro comer uma mulher surrada
chorando e sangrando feito uma porca.
Estremeço e seguro meu
desespero e soluços.
— Assim está melhor. Agora
vamos aguardar o maldito vir atrás da
puta dele... Antes quero torturá-lo e
deixá-lo me ver te comendo do jeito que
gosto... e depois o matarei com prazer.
Depois continuarei trepando com você,
como fiz com todas as putas e por final a
matarei... isto é, se não a matar enquanto
a estupro. Sou meio violento. — Sorri e
aperta aquele pau nojento. Estou sentada
no chão, ele se agacha, me pega pelo
pescoço e me levanta. — Vamos, e
caladinha... não quero ouvir um pio,
puta!
Arrasta-me para a mata adentro e
a cada passo que damos, sinto o
desespero me tomar com mais força,
estamos nos distanciando de Leon e os
seguranças. Ouço dois tiros e entro em
pânico.
Sandro sorri.
— Tem alguém caçando algum
bicho por aí... Hum...! Será que, já estão
nos caçando? Se sim, foram bem
rápidos. — Me pega pelo cabelo sem
aviso e me arrasta, sinto os gravetos e
pedregulhos, ferindo novamente os
lugares já machucados. Seguro o gemido
de dor por Leon...
Sinto que vou desmaiar a
qualquer momento... “Leon... por favor,
venha me buscar...”, me forço a pensar
nele e nos meus avós, até que tenho uma
ideia, pode dar certo.
Cambaleio e amoleço meu
corpo, ouço o grito de ira de Sandro.
— Essa porra tinha que desmaiar
justo agora, caralho? — Ouço suas
palavras cheias de ira.
Pego com cuidado sem ele ver
uma flor de lírio, tenho o costume de
encher os cestos e aproveito e encho os
bolsos quando venho com roupas que os
tem. O que foi o caso hoje, graças à
Deus. Sorrio de alívio e gratidão aos
céus. Meus bolsos estão cheios de
flores, amassadas, mas cheios. Vou
deixando pedaços de pétalas de lírios
pelo caminho… espero que Leon veja,
senão esse louco me matará e, com
certeza, voltará para ferir meus
queridos, Leon e meus avós. Estremeço
de pavor e soluço baixinho.
Acordo com uma sensação ruim,
a mesma que tem me acompanhado nos
últimos dias. Olho para o lado, minha
menina já se levantou. Sorrio, não quis
me acordar, típico dela, ser sempre
atenciosa e pensar nos outros.
Olho e vejo meu segurança a
distância, mandei ele ficar mais longe
para nos dar privacidade.
Procuro por Estela e seu
segurança... Meu coração já está
disparado. Ouço passos correndo, e
vejo meu segurança se aproximando,
está pálido, fica mais pálido ainda
quando não vê Estela e o amigo dele.
Levanto-me rápido e corro para
o meio do campo de lírios. Meu
segurança está logo atrás com seu
revólver em punho.
Congelo e minhas pernas ficam
bambas quando não os vejo. O
segurança está ao meu lado. Vasculha a
área, tão desesperado quanto eu. Estou a
ponto de matar esse filho da puta. Como
deixou eles se afastarem? Por que não
me chamou?
— ESTELA! ESTELAAAAA,
QUERIDA? — Olho para todos os lados
e não a vejo. Minha vontade é de
arrebentar tudo à minha frente.
— Senhor Leon... — meu
segurança me chama e vejo consternação
em seus olhos. Fecho meus olhos e sinto
lágrimas escorrerem.
— FALA PORRA... ESTELA?
SE ACONTECER ALGO COM ELA,
DESGRAÇADO, JURO QUE MATO
VOCÊ! IRRESPONSÁVEL DO
CARALHO! ONDE ESTAVA, SEU
MALDITO, QUANDO ELA
PRECISOU? SEU, PORRA! EU VOU
TE MATAR! — Estou preso no chão,
sem forças para andar. Eu não viverei
sem minha menina... ela estava
esperando um filho meu. Caio de joelhos
e grito, grito e grito.
Quando não tenho mais voz, o
maldito segurança tenta conversar
comigo e me levanto e parto para a
porrada. Vejo tudo vermelho e quero
matar esse desgraçado irresponsável.
Ele não reage. O quebro na porrada,
quando termino a cara do condenado
está irreconhecível.
— Desgraçado, eu pago você
para que miserável? Quão difícil é
cuidar de uma mulher tão pequena e
frágil? Desgraçado...
Ele me abraça e choro como um
homem que perdeu tudo. Nunca chorei
assim, não chorei quando perdi meus
pais, não chorei quando perdi a esposa
que escolheram para mim. Mas Estela eu
escolhi, meu coração elegeu e minha
alma nos conectou.
— Calma, senhor. O segurança
atingido respira, e está ficando
consciente. Vamos, ele poderá nos
ajudar, mostrando para onde foram... É
uma armadilha, senão ele teria matado
Silas. — Olho para o segurança se
sentando com as mãos na cabeça
pingando sangue.
Corro até ele e o pego pelo
colarinho. Ele geme de dor.
— Para onde ele a levou, seu
desgraçado? — Ele está pálido, o rosto
coberto de sangue. Mostra com
dificuldade o trilho que seguiram.
Balanço a cabeça em desespero, aquele
trilho leva a dezenas de outros.
— Ela está viva, senhor... sinto
muito... — murmura, pálido.
Olho para ele e meu mundo
ganha um pouco de cor. Ela está viva...
Minha Estrela não pode se apagar... não
posso perder Estela...meu filho...
Pego o revólver da minha cintura
e dou dois tiros para o alto. Nosso
código para nos juntarmos à procura de
Estela ou de algum de nós, caso
fôssemos sequestrados.
— Porra! Por que não atirou
logo seu imprestável? Chamando o outro
segurança? Se ela morrer eu te matarei
pessoalmente, desgraçado. Vejo o outro
segurança chegando, correndo.
— O desgraçado a levou... —
falo simplesmente entrando na mata.
Eles me seguem. Um deles é especialista
em pistas. E começa a olhar com
atenção o chão e gravetos.
— Eles passaram aqui, senhor...
ele estava arrastando-a... — Quando ele
fala isso me viro para ele com tanta
rapidez, que fico tonto, só não caio
porque me escoro em uma árvore.
— Maldito, maldito! Eu vou
matá-lo... arrancar suas tripas, cortar
seus pedaços e jogar para os urubus...
— falo dano murros na árvore e
arrebentando minha mão no processo.
O segurança continua andando.
Andamos por mais de uma hora e nada.
Estava arrasado, quebrado e a
ponto de cometer uma loucura.
— Amor, onde você está? —
murmuro baixinho.
— Chefe... — um deles
murmura. Levanto-me e corro até ele.
— Temos uma pista aqui... uma
pétala de lírio... observe que ela está
deixando pedaços de pétalas para trás
como pistas...
Sorrio apesar das lágrimas
descerem e o peito estar sangrando.
Minha menina é esperta e inteligente.
Agora com o coração renovado e
cheio de esperança, vou catando os
pedaços de pétalas, guardando no bolso
e chorando sem vergonha alguma, mas
agora de alívio. Ela está nos dando
pistas, ela está nos levando até ela...
minha Estela. Olho para trás e vejo o
segurança Silas, chegando atrás de nós
quase se arrastando.
— Precisava vir, juiz... Preciso
ajudar a salvar sua mulher... — Me viro
e continuo andando.
Estamos indo para uma
cachoeira que temos aqui perto, viemos
aqui somente uma vez. Minha menina
prefere o campo de lírios. Sorrio, aqui é
um lugar lindo para se vir mais vezes.
Quando achar, e levá-la em segurança,
matando o desgraçado, viremos aqui
com nossa cria. Sorrio e soluço, tudo ao
mesmo tempo. Meus seguranças me
olham com respeito.
Chegamos à clareira de maneira
cautelosa, sem fazer barulho algum,
sempre nos escondendo entre as
folhagens ou atrás de troncos e pedras.
Meu coração dispara quando a
vejo jogada no chão com descaso e o
desgraçado fumando e sorrindo com
maldade. Pego a arma para matá-lo. Mas
um de meus seguranças, segura minha
mão e sussurra:
— Senhor... se errar e ele
continuar vivo, ele pode matá-la...
Olho com fúria para o segurança,
mas baixo o revólver.
— O que porra faremos então?
— sussurro tremendo e suando demais.
Meu coração parece querer saltar pela
boca.
— Vamos aguardar ele se
distanciar dela... — murmura, olhando
para o demente e minha menina.
Ficamos ali, eu com o desespero
corroendo minha alma. Se estivesse
sozinho acredito que já teria feito
alguma merda.
Vejo Sandro a cutucar com o
pé... não aguento me levanto. Sou
puxado novamente pelo maldito
segurança.
— Calma, senhor... a pegaremos
são e salva, mas tenha calma. — Me
aquieto, mas de olho no maldito.
Concentro em minha menina. Ela
abre os olhos e olha ao redor... Vejo seu
rosto e congelo... o desgraçado a
machucou. Tento me levantar novamente
e, mais uma vez, sou interrompido de
fazer merda.
— Vocês viram o que a porra do
desgraçado fez em seu rosto? Ele a
machucou... vou matá-lo...
Eles tentam me acalmar, mas não
estou bem, preciso buscar minha menina.
Minha vontade é de gritar que a
buscarei, que está salva... mas seria
mentira... Temos que pensar em algo
urgente.
O desgraçado fala algo e sorri
com deboche, ela se encolhe e começa a
chorar... é demais para mim, me levanto
de uma vez e atiro no miserável. Estou
tremendo tanto que erro a porra do tiro,
o desgraçado corre pegando minha
menina pelos cabelos.
Congelo de pavor... ele vai matá-
la... e eu serei culpado. Como errei o
tiro? Sou um franco-atirador, caralho!
— Vem, velho! Vem pegá-la se
for capaz... mas garanto a você que, na
metade do caminho, ela estará morta.
Vejo com o canto dos olhos um de meus
seguranças se afastando, mas que
caralho é esse?
O desgraçado do Sandro, tem a
arma apontada para a cabeça de Estela,
que chora sem parar.
— Cala a porra da boca,
maldita! — Dá uma coronhada na
cabeça dela e vejo o sangue descer, não
me controlo mais e avanço sem pensar
em nada. Ele a joga para o lado e atira
em minha direção. Sinto a força da bala
e paro. Ouço a troca de tiros, meus
seguranças. Vejo o maldito tombar para
o lado com a cabeça arrebentada de
balas. Um de meus seguranças contornou
a cachoeira e o pegou por trás, o mesmo
que se afastou cautelosamente, enquanto
o desgraçado agredia minha menina e
me ameaçava.
Sandro está finalmente morto.
Tento me arrastar até minha menina, mas
vejo tudo embaçar. Olho para um de
meus seguranças, que corre para pegá-
la.
— Cuide dela... por favor... —
falo baixinho, meu braço e perna
parecem que estão sendo arrancados.
Tombo para o chão e não vejo mais
nada, somente ouço vozes fracas. Sinto
um dos seguranças me pegando, como se
eu não pesasse nada. Caralho!
Quando vejo Leon escondido nas
folhagens tento disfarçar. Vi as duas
vezes que meu Leão tentou vir me
buscar. Mas os seguranças o impediram.
Tento ficar quieta ao máximo, até o
infeliz vir e me cutucar com o pé.
— Vai ficar aí até quando, sua
puta, fazendo cu doce? Quero te comer e
vai ser agora... do jeitinho que gosto,
primeiro uma surra bem dada,
amaciando a carne, depois é só me
deliciar...
Eu me arrepio e começo a chorar
de pavor.
Nesta hora, Leon se levanta
como um leão e vem em minha defesa.
Atira no maldito, mas erra, vejo suas
mãos trêmulas e lágrimas descendo.
Meu Leão está uma bagunça. “Deus,
guarde meu amor...”, oro com fé.
— Vem, velho! Vem pegá-la se
for capaz, mas garanto a você que, na
metade do caminho, ela estará morta.
Como não enxerguei o demônio
que esse homem era? Meu coração
sangra por meu Leon. Começo a chorar,
não consigo me controlar.
— Cala a porra da boca,
maldita! — Sandro me dá uma
coronhada, sinto o sangue descer quente
pelo meu rosto e a dor é tanta que apago.
Volto ao mundo dos vivos com
um segurança me carregando com
cuidado, meu corpo todo dói.
— Leon... LEON! — grito em
pânico e tento descer dos braços dos
seguranças.
— Calma, senhorita, agora está
tudo sob controle... — Tento descer, mas
estou sem forças e deito a cabeça no
peito do segurança chorando baixinho.
— Leon... Quero meu Leão...
Dias depois...

— É UMA PORRA QUE ELA


ESTÁ NO CAMPO DE LÍRIOS! ELA
JAMAIS ME DEIXARIA. ESTOU
TODO QUEBRADO, FUI CRAVEJADO
DE BALAS, NÃO POSSO NEM IR AO
BANHEIRO E MIJAR SOZINHO.
PORRA, ALGUÉM TEM QUE
SEGURAR A PORRA DE MEU PAU!
CARALHO DE TALAS MALDITAS
EM MEUS BRAÇOS E PERNAS!
Dou meu show particular e foda-
se, se pensam que um juiz de 48 anos
não pode ou tem direito de surtar.
Caralho se vão me controlar agora!
— ESTELAAAAA! — Vejo os
seguranças rindo e seus avós tentando
segurar o riso, mas que porra... Olho
para a porta e vejo a malandrinha me
olhando com um sorriso de orelha a
orelha.
— Meu amor... — diz entrando
no quarto. Meu coração aquece, minha
pequena parece uma princesa. — Como
um tão juiz respeitado, Leon Savage, um
homem lindo, cheiroso, inteligente e meu
herói para toda a vida, pode dar um
show desses? — De todas as palavras
que disse somente uma ficou gravada em
minha mente e meu peito estufa de
satisfação.
— Sim, amor, seu herói! Mato
qualquer um que se aproximar de você.
Mato ou morro... — digo olhando dentro
de seus olhos, mostrando-lhe todo meu
amor e comprometimento.
Ela corre e me abraça apertado.
Cheiro seus cabelos sempre perfumados
e nunca mais verei lírios sem me
lembrar de minha menina.
— Leon, meu Leão forte, ágil,
vigoroso e varonil...
Olho para todos explodindo de
orgulho, quero que vejam o quanto ela
me ama e eu sou um perfeito pau-
mandado, amo essa mulher mais que a
mim mesmo. Prova disso foi a loucura
que fiz, entrando na linha de fogo, sem
proteção alguma, somente para salvá-la.
Estou vivo hoje graças aos meus
seguranças. Perdi o controle, agi
puramente na emoção... O que o amor
não faz na vida de um homem!
Agora meus antigos seguranças
são amigos e não mais empregados.
— Sim, ama mesmo, ele foi tolo
o bastante para entrar na frente do
psicopata armado e tomou chumbo sem
parar, a sorte dele foi que pegou em
lugares que não são vitais — Sinhozinho
fala e estremeço.
— Realmente fui imprudente,
mas faria tudo novamente por minha
Estela. Se perder essa mulher, eu morro,
porque ela que ilumina meu caminho.
Sinhazinha fica encantada
enquanto os homens reviram os olhos.
Estela cora, e me beija com carinho,
retribuo com ardor. Meu coração está
finalmente em paz.
Voltamos a viver em paz aqui no
vale das montanhas de Minas Gerais.
Me recuperei dos tiros na perna
e no braço. O corpo de Sandro foi
levado para São Paulo. Meu amigo
delegado Vilela, cuidou de tudo. Ele e
meus seguranças, pois eu estava mais
morto que vivo logo após matarem
Sandro.
Caveira matou Dentes de Ouro e
confesso a vocês, comemorei a morte
desses dois montes de merda sem
vergonha alguma. Isso significava dois
vermes a menos para infectar o mundo.
Me casei com minha Estela,
mulher maravilhosa da porra!
Foi o dia mais lindo de minha
vida, nos casamos no campo de lírios.
Quando ela caminhou para o altar que
fizemos com arcos enfeitados de lírios,
sentia que finalmente poderia dizer que
as escolhas de minha vida era eu quem
as estava fazendo. Não meus pais, não a
sociedade. Me sentia livre, leve e muito
feliz. Finalmente. Livre!
Corri para pegar minha
bonequinha. A ergui nos braços e
agradeci a Deus por esse anjo em minha
vida.
— Porra de vida maravilhosa!
Caralho, amor! Você está ainda mais
gostosa com essa barriguinha! Quero te
comer aqui e agora... — falo sem papas
na língua. Foda-se, agora sou
simplesmente Leon Savage, o
Meritíssimo juiz, mandei se foder.
Depois de doze anos na
magistratura, decidi abandonar o cargo.
Cansei de abafar, esconder e sufocar
quem eu realmente era. Liguei o botão
do foda-se e deixei o verdadeiro Leon
pular fora. Pedi exoneração. Deixei tudo
para trás: prestígio, motoristas e carros
à disposição.
Deixei tudo isso para trás com
alegria, por amor a minha família e a
mim. Penso feliz, bendito dia que
abandonei tudo e vim para cá descansar.
Sorrio de orelha a orelha. Seu vestido
de noiva teve que ser de gestante, pois
minha Leoa carregava nossa cria.
— Eu falei que você estava
grávida... — começo a falar e minha
leoa repete comigo a frase junta:
— Já decorei a frase, meu Leão.
Sim, você disse que estava grávida, e
sim você acertou e sim te amo e sim
aceito! — fala sorrindo e seus avós
sorriem de puro contentamento.
Ninguém me suportou depois que
ela fez o teste e admitiu que acertei até o
segundo que a engravidei.
Vou contar essa proeza até meus
últimos dia de vida, caralho! Suspiro
cheio de empáfia com meu feito.
Os seguranças moram na cabana.
Eles estão encantados com Minas Gerais
e compraram uma fazenda de gado
leiteiro aqui perto para tocarem juntos.
Nos tornamos verdadeiros amigos. Em
breve se mudarão.
Meus amigos, delegados, juízes,
soldados, promotores e até um
estagiário estavam presentes em meu
casamento. Foi memorável. Mas a lua de
mel é que foi uma verdadeira delícia.
Comi tanto minha menina que nossa
filhinha resolveu nascer antes da hora...
Porra! Tadinha da leoazinha!
Voltamos às pressas de nossa lua
de mel e mal chegamos, minha Estrela
entrou em trabalho de parto.
Nossa cria nasceu de parto
natural e eu chorando feito um demente e
segurando apertado a mão de Estela.
Quando vi nossa filhinha, me
senti agraciado e presenteado pelo
universo pela segunda vez na vida.
Primeiro Estela, agora Jasmim. Meu
mundo era somente cor e calor.
Pego Jasmim no colo e a levo
para a mãe, minha Estrela. Olho ela
acariciar o cabelinho loiro de nossa
filhinha e não me seguro.
Caio de joelhos e choro sem
parar. Sinhozinho e Sinhazinha entram
para ver a neta e bisneta e me ajudam a
me levantar e recompor.
— Amo demais as duas... —
murmuro, fungando.
— Nós também amamos você,
Leon. Você foi o marido que pedimos a
Deus para a nossa Estela sempre. O pai
para a nossa netinha tinha que ser você,
perfeito.
Sorrio entre lágrimas e vamos
todos para a beirada da cama. O
espetáculo de ver minha esposa
segurando minha filha é de fazer a alma
cantar e o coração trovejar de alegria.
— Leon, olha nossa filhinha... —
Estela me estende a mão e pego
rapidamente. — Nós fizemos juntos,
amor... perfeita.
Apenas balanço a cabeça
emocionado. Não consigo falar, as
palavras estão entaladas na garganta.

***

— Leon! Não, senhor! Não


adianta insistir, está muito cedo! —
Tento pegar Estela e fazer amor com ela.
Sei que está em seu período fértil.
Quero outra cria. Nossa, Jasmim está
com um aninho e é o coração da casa.
Todos, absolutamente todos são loucos
por ela.
Ela se parece demais com minha
Estela. Delicada, doce e gentil. Porra,
quero mais um monte de filhas parecidas
com minha esposa. As duas parecem
anjos. Cacete de homem sortudo eu sou.
— Por favor, amor, só mais um
bebê, sei que não está tomando
remédio... Você quer também, não é?
Vamos fazer juntos outra perfeição como
Jasmim? Estou prontinho, olha aqui. —
Mostro meu pau duro e inchado para ela.
— Não! Se quiser me comer,
somente usando camisinha... — fala
minha esposa sem coração e arregalo os
olhos incrédulo.
— Prefiro a morte a te comer
encapando meu pobre pau... Então, vou
esperar passar seu período fértil, mulher
má do caralho. — Cruzo os braços,
emburrado.
Ela chega sorrindo e meu
coração sacode. Como posso amar
tanto essa mulher? Porra, ela é
perfeita.
— O que não significa que eu
não possa te dar um belo de um
boquete... o que acha, seu safado?
Sorrio de orelha a orelha e a
pego com rapidez antes que mude de
ideia.
Subo as escadas correndo com
ela rindo em meus braços.
A jogo na cama e vou fechar a
janela quando vejo Jasmim brincando e
correndo com seus avós e os tios
postiços, os ex-seguranças.
Encosto a cabeça no vidro e
deixo lágrimas de felicidade deslizarem
por meu rosto sem vergonha alguma.
Estela chega e me abraça por
trás.
— Somos uma família linda, não
é, meu Leão? — ouço seu sussurro e me
viro a pegando pela cintura. Meu
coração arde de amor.
— Sim, meu amor, somos uma
família linda — concordo, encostando
minha testa na sua.
— Eu te amo, Leon, mais que a
mim mesma. — Beijo-a e mostro-lhe
nesse beijo que ela é meu mundo.
— Eu também te amo, minha
vida... você e a Jasmim são meu mundo.
Voltamos para a janela e
contemplamos a família que formamos e
forjamos debaixo de muita dor e
sofrimento.
A vida é maravilhosa de se
viver.
Fim? Não! Ainda tem mais!
— Vou contar para vocês um
segredo do meu Leão.
Lembram-se de que antes ele era
considerado o “Leão dos Tribunais”?
Pois, agora mudou, ele se tornou meu
“Chorão das Minas Gerais”. Meu juiz é
muito emotivo. Aliás, somos todos
emotivos e meio loucos nesse casarão
perdido entre as montanhas. Aprendi
com meu Leão Chorão a não ocultar
meus sentimentos e...
— Eu ouvi tudo, sua pequena
petulante. — Meu marido entra
carregando nossa filhinha, Jasmim,
adormecida em seus braços.
Ele a deita suavemente em nossa
cama e me olha com safadeza.
— Vem aqui, pequena faladeira,
que vou te mostrar por onde seu chorão
vai desaguar... — fala me agarrando e se
esfregando em mim.
— Leon! Toma jeito, homem
despudorado! Olha nossa pequena logo
ali. E as meninas do outro lado, eu
estava conversando com elas agora a
pouco e... — Leon sorri safado.
— Elas sabem que sou tarado,
safado, pauzudo, gostoso e que adoro
falar palavrões...agora você conta meu
outro segredo...que virei um bundão
chorão. — Sorri largamente. — Se rolar
um rala e rola mais tarde, sua gostosa,
pode continuar contando todos os meus
segredos para elas, não me importo uma
porra! Caralho de vida boa! — Vem
aqui coisinha doce!
— Leon! Nossa filha... —
murmuro morrendo de vontade de comer
esse homem delicioso.
Ele olha nossa filhinha dormindo
com ternura e volta a me olhar, agora
com malícia.
— Mas quem disse que faremos
alguma coisa aqui, gostosa, para que tem
um banheiro logo ali? — fala me
arrastando para o banheiro. — Vou te
mostrar, pequena fofoqueira, que o Leão
dos tribunais ainda sabe usar seu
martelo.
Sorrio com a quantidade que
esse homem é safado.
— Me mostre então,
Meritíssimo. Chore muito... mas com o
seu martelo... — Ele gargalha e
fechamos a porta do banheiro.
Ali meu Leão usa seu martelo e
esse chora com maestria... União
perfeita. Amo esse homem com meu
corpo, alma e espírito.
Como diz meu Leão Chorão: a
vida é maravilhosa de se viver.

Fim. Agora sim... Espera!


Resolvi me dedicar único e
exclusivamente a minha família. O
dinheiro que tenho poderá nos
proporcionar dez vidas no luxo. Então,
meu tempo é dedicado à minha família e
cuidar da fazenda. Minha profissão: Pai,
marido e lenhador. Sorrio, quando me
lembro da tara de minha esposa quando
coloco uma camisa xadrez, botas e
chapéu. A danada me recompensa todas
as vezes, diz que fica alucinada quando
visto essas roupas. Vivo com elas e de
pau duro. Sorrio de puro contentamento.
Aproveito disso sem remorsos, tem
vezes que minha pobre menina fica sem
poder sentar por dias. Sou mesmo muito
malvado. Sorrio de satisfação.
Nesse exato momento, estou no
campo de lírios sozinho.
Minha esposa não pode vir hoje,
sabem por quê? Lembram-se de que
queria mais crias com minha Leoa?
Pois, muito bem, consegui fazer duas
crias em uma única tacada. Porra, sou
demais!
Encho o cesto de lírios e volto
voando para onde estão minhas
motivações de viver.
Entro na sala correndo e meu
peito enche de satisfação e amor. Vejo
minha Leoa, cercada por minhas crias.
Uma verdadeira ninhada. Tudo produção
do papai aqui. Estufo o peito, coloco o
cesto de lírios na mesa e corro para
beijá-las. Sou fabricante somente de
mulheres, sou o Rei aqui. Minha Leoa e
minhas leoazinhas são perfeitas. Beijo a
cabeça das quatro. Minha esposa,
Jasmim e as gêmeas.
Vou ao banheiro lavar minhas
mãos rapidamente e as desinfeto, sempre
faço isso para pegar minhas filhas. As
gêmeas ainda estão novinhas, cinco
meses. Os avós de Estela ficaram loucos
quando nasceram. Meus amigos se
mudaram para a fazenda, mas não saem
daqui. São apaixonados pelas nossas
meninas, mas quem não seria? Elas são
simplesmente perfeitas. Eu sou o pai e
Estela é a mãe porra! Somente isso as
fazem perfeitas!
Volto depressa para a sala e me
sento no meio delas. Suspiro de
satisfação. Esse é meu verdadeiro lar,
junto com minha família. Meu ninho,
minha manada. Meu mundo.
Pego as gêmeas e olho com
adoração para elas.
— Porra, amor, como meu pau
pode produzir com tanta perfeição esses
anjinhos?
Jasmim está sentadinha, riscando
uma folha branca com giz de cera azul.
Ela é a mãe encarnada. Perfeita e linda.
Parabenizo meu pau, por produzir tantos
anjinhos perfeitos. Sorrio cafajeste.
Estela me olha com o mesmo
amor de sempre.
— Só seu pau, safado?
Sorrio com safadeza, ela gosta.
— Não, amor, seus óvulos
também... via boceta deliciosa... —
murmuro em seu ouvido em respeito às
nossas três anjinhas. — Podemos tentar
mais, assim que as gêmeas Ester e Elena
completarem um ano, o que acha, amor?
Ela me olha de um jeito, que
encolho.
— Tudo bem... tudo bem...
entendi. Vamos dar um tempo.
Sorrio e a beijo.
— Eu te amo, Estela, e as nossas
filhas de uma maneira inexplicável...
perfeita e eterna.
Ela sorri.
— Eu também, meu Leão, amo
nossas filhas e você por ter me dado
essas meninas tão lindas e preciosas.
Sorrio encorajado.
— Quer mais? Te dou com
prazer, amor, de onde veio esses
anjinhos tem muito mais e...
Ela gargalha e grita:
— Leon!
Sorrio beijando minha esposa, e
nossa pequena Jasmim está no colo de
Estela adormecida. As gêmeas também
dormem em meus braços. Olhamos para
elas com ternura.
— Realmente, amor, a vida é
boa — murmuro e a beijo com todo o
amor que carrego no peito por ela e
minhas filhas.

Agora realmente é o fim!

Ou tem mais?
Meses depois...

Sempre quando colocamos


nossas filhas para dormir gosto de
descer e me sentar em um banco que
temos no jardim. Ela já sabe, e aguarda
ansiosa. Estela meu mundo, minha
esposa. Daqui observo a janela com
avidez. Canto músicas que eu mesmo
componho ou improviso para minha
Leoa. Já compus para cada uma de
minhas bebês. Minhas crias, minhas
leoazinhas. Sou feliz, livre para amar
sem restrições.
Estela adora minha voz
desafinada, sei que é, não sou surdo.
Pato Donald perde para mim de longe no
quesito voz desafinada e rouca. Mas
canto para elas de todo meu coração.
Minha Estrela leva isso em
consideração e sou premiado toda vez
que canto... como sei que serei
recompensado faço isso todo dia, sou
malandro? Claro, imagina poder comer
minha Estela diariamente? A mulher fica
mais gostosa a cada dia que passa.
Pensando em minha esposa nua e quente,
já desço para fazer minha serenata de
pau duro. Aconchego-me no banco e
olho para cima. Vejo Estela de camisola
branca, me olhando sorrindo e meu
mundo ganha mais luz. A noite está
fresca, a lua brilha em completo
esplendor. Sinto o perfume dos lírios,
misturados com rosas encher o ar e
inspiro fechando os olhos de prazer.
Nunca sequer imaginei que seria tão
feliz. Suspiro de contentamento. Começo
a dedilhar meu violão. Outro sonho que
me foi impedido de realizar por meus
pais. Aprender a tocar algum
instrumento musical na opinião deles era
perder tempo. Mais um, dos muitos
sonhos que engavetei.
Agora vejo claramente que eles
não eram rígidos e sim cruéis. Que Deus
os tenha! Sorrio disfarçadamente. Livre!
Essa palavra rege minha vida agora.
Livre para amar! Ensino minhas filhas a
sempre externarem seus pensamentos
sem impor minha vontade ou obrigá-las
a fazerem o que não querem... somos
livres!
Claro que deixo claro que tudo
tem limites, mas trato-as como princesas
que são, e digo a elas para nunca
aceitarem menos que isso de um homem,
ou melhor, de ninguém.
Jamais imaginaria que ser pai,
ter uma esposa, uma família, me faria o
homem mais feliz e realizado do mundo.
Lanço um beijo para Estela e
mexo os lábios com suavidade
sussurrando.
— Te amo, minha Estrela. —
Ela sorri tão largamente que suas
covinhas se aprofundam tanto que me
deixa com o coração disparado. Estela é
de longe a mulher mais linda e doce que
tive a sorte de encontrar em minha vida.
Vejo seus lábios se moverem em
resposta.
— Te amo mais, meu Leão. —
Meu pau está tão duro que me incomoda.
Levanto-me, olhando para Estela com
luxúria e o ajeito. Ela passa a língua nos
lábios. Safadinha gostosa, minha esposa.
Sento-me novamente, mas hoje
parece que tomei viagra. Caralho!
Levanto-me novamente e abro o
zíper, porra, vou fazer a serenata com
meu pau para fora... ele é um exibido!
O alívio que sinto é enorme. O
ar fresco da noite o acaricia, ele está
inchado e quente. Estou tão sensível que
se a brisa continuar a passear por ele,
gozarei antes mesmo de começar minha
serenata. Olho para Estela, sei que está
corada, apesar de já termos três filhas.
Minha esposa é tímida por natureza, mas
quando estamos na cama, vira uma Leoa.
Eu, por outro lado, sou safado de
natureza.
Começo a tocar... sorrio, cheio
de safadezas fervilhando em minha
mente. Tocar o violão, viu? E não meu
pau. Mentes sujas vocês têm, hein? Puta
que pariu!
Sorrio. Limpo a garganta, minha
voz desafinada enche a noite... e... faz-se
um silêncio absoluto. Toda vez é assim.
Sorrio divertido.
Os bichos noturnos fogem no
momento que abro a minha boca para
cantar. Só minha Leoa suporta com
bravura meu pequeno espetáculo de
horror.
Mas como ela disse, o que conta
são as boas intenções, então faço com
alegria. Pois, sei que Estela jamais me
humilhará por ter uma voz fanhosa e
horrível ao cantar para ela e minhas
bebês. Deixando claro, que minha voz é
medonha somente quando canto. Ok?
Mas quando falo normalmente, encanto...
penso envaidecido. Estela, sabe que
vivo para ela e nossas filhas e tudo que
faço, é de coração. Apesar de minha voz
ao cantar ser um verdadeiro horror e não
ajudar muito. Sorrio de lado. Fecho
meus olhos e a canção que compus para
Estela, sai do fundo de meu coração. Na
maioria das vezes improviso, como já
disse. Mas hoje estou cantando ou
grunhindo, uma composição que gastei
vários dias para compor. Tudo rimando.
Sorrio orgulhoso de meu talento... mais
um, dentro tantos, penso com empáfia.
Modéstia, mandou dizer alô, Leon
Savage. Minha parte pensante me alerta.
Sorrio me fodendo para ela. Murmuro
baixinho.
— Vai se foder dona modéstia,
Estela disse que gosta de minha voz
quando canto e ponto final. Quero a
aprovação dela e não a sua. — Comecei
meus devaneios. Sou louco? Talvez,
afinal vocês já me viram bater altos
papos com meu pau, não é?
Estico o pescoço e solto minha
voz, agora com força e bem alto..

Tanto tempo passei perdido no mundo a


vagar
Sem luz, calor, aconchego, eu era um
vagabundo...
Vagabundoooooooooooo...!
Um saco sem fundooooooooo!
Faltava paz, não tinha calma
Nada estava bom, coisa alguma
preenchia minha alma...
Almaaaaaaaaaaaaaaa!
Preso no mais profundo, escuro
submundo...!
Homem cruel, era eu... perdido sem
direção
Sem direçãooooooooooooooo!
Mas conheci uma Estrela que iluminou
meu coração
Coraçãooooooooooooooooo!
Deu-me tudo que procurava e não
sabia
O Leão já sucumbia...
Sucumbiaaaaaaaaaaaa!
Amo você vida, minha Estrela...
Estrelaaaaaaaaaaaaaa!
Quando finalizo meu festival de
horror, mas que Estela disse que ama,
abro meus olhos e ela não está mais na
janela. Estremeço de prazer e
antecipação.
Ela já está descendo. Eita! Hoje
o leão vai fazer um estrago! Caba não
mundão!!!
Sorrio de orelha a orelha. Gemo
rouco já antevendo o prazer de fazer
amor com minha esposa, quem sabe ela
não resolve me dar de presente mais um
bebê?
Olho para a porta, vejo sua
pequena silhueta, descendo as escadas
correndo em minha direção. Abro os
braços e sinto meus olhos arderem.
Sempre estarei de braços abertos para
ela, minha Estela.
— Leon, estava lindo! Adorei o
poema... quer dizer música, ou seja, o
que for... — sorrio, minha Estela é a
mais doce das mulheres.
Pego-a pela cintura fina e macia,
rodo com ela nos braços. Meu pobre pau
está duro e latejando.
— Porra, amor, tem noção do
quanto te amo? — Ela beija meu rosto
todo sem parar. — Cacete Estela, quero
mais filhos, mais bebês! Quero um por
ano! Você é perfeita, quero povoar à
terra com descendentes de você, mulher
perfeita! — Ela sorri e segura meu rosto
com ambas as mãos.
— Não meu Leão, nossas filhas
ainda são bebês... — sorrio e tento
convencê-la.
— Sim, amor, mas temos ajuda
para criá-las, seus avós. Vamos tentar
um leãozinho? — Faço um bicão. Ela
gargalha.
— Não, Leon. Não quero bebês
agora querido, deixe nossas pequenas
ficarem maiores. Aí sim! Prometo a
você que retomaremos a produção até
acertarmos e ganharmos de presente um
leãozinho, combinado? — Olho com
adoração para ela. Ela não é perfeita?
— Combinado amor, agora olha
como mereço ser mimado, cantei essa
belíssima canção para você de pau duro.
Aqui... — pego sua mão delicada e
coloco em meu pau inchado.
— Leon! — ela aperta e cora.
— Sim, meu amor? —
digo cafajeste.
— Quero você meu Leão
Selvagem, agora e com força... —
sussurra em meu ouvido, enfiando a
língua e arrepio todo, se possível meu
pau incha ainda mais. Se continuar a
inchar assim, vai estourar com toda
certeza!
— Porra Estela! — Sento-me no
banco com ela agarrada a mim como um
polvo. Gemo rouco quando sinto sua
doce boceta depilada e encharcada
cobrir meu pau com sua doçura. — Sem
calcinha, senhora Savage? — Ela sorri,
e cora. Essa mistura de ousadia e
timidez me põe de joelhos. — Deus!
Como te amo minha menina! Me perdoe
meu amor, serei rápido. Mas te
recompensarei o resto da noite... juro!
— Quando digo isso a beijo com fome e
entro com força no meu paraíso
particular.
Gememos juntos. Abro a frente
de sua camisola e vejo seus seios
arredondados e acetinados. Meu pau
sacode dentro de Estela. Ela vira os
olhos quando chupo um de seus seios
com força. Minha menina adora que me
detenho mais tempo nessa área de seu
corpo. Beijo e chupo com força, não
vejo mais nada, só sinto.
Seguro a cintura fina de Estela,
começo a entrar e sair com força, sinto
seu útero sendo massageado por meu
pau. Estela começa a pular em meu colo
e isso me faz desligar de tudo. Sou todo
sentimento.
Sinto sua pequena boceta me
apertar e ela geme alto, a beijo
alucinado e com mais uma estocada
forte, gozo sem parar dentro de minha
esposa.
Meu corpo sacode com força e
sinto ela me abraçar apertado, devolvo
o abraço sem forças.
— Eu te amo... porra! — ela me
beija e chupa meu lábio inferior.
— Hoje quero você a noite
todinho, meu Leão. Sua música mexeu
com minha libido. — Fala e morde meu
queixo. Sinto meu pau começar a
endurecer novamente. Porra!
— Agora vamos subir minha
doce leoa. Quero te amar como você
merece a noite toda, com adoração. —
Ela sorri e mexe os quadris. Sinto meu
pau arder de prazer novamente.
— Leon... — me perco
novamente em sua doce magia e nos
amamos mais uma vez, agora com mais
calma.
Quando terminamos, ficamos
abraçados olhando para a noite que
deixa os campos de lírios reluzentes
como se fossem um portal sobrenatural.
A lua derrama seus raios prateados no
campo de lírios, destacando ainda mais
sua brancura.
Os sons noturnos voltam a
encher a noite, sorrio. Eles sabem que
não podem concorrer com o Leão
Savage, o rei dessa porra toda.
Olho minha Leoa, minha rainha e
beijo seu rosto com amor.
— Vamos subir meu amor, quero
te dar um banho normal, depois um
banho especial... de língua. — Pego
minha esposa, muito bem comida em
meus braços e sigo para nosso castelo.
Onde nossas pequenas princesas
dormem. Elas são vigiadas e protegidas
pelos bisavôs mais corujas da terra.
Sorrio, minhas filhas não poderiam ter
uma mãe e bisavôs mais perfeitos.
Estela diz que sou o pai que todo
filho gostaria de ter. No início negava,
mas como minhas bebês são tão
apegadas a mim, comecei a acreditar.
Faço tudo que posso para não ser como
meus pais foram comigo. Amo demais
minhas filhas.
Com o tempo, fui começando a
acreditar que poderia fazer diferente
deles e, é o que estou fazendo.
Brinco com minhas bebês, digo
que as amo a cada oportunidade que
tenho e se não tenho, as crio. Beijo-as
muito, com isso, ensino-lhes que
demonstrar afeto não é vergonhoso e sim
honroso. Quero que minhas filhas não
tenham vergonha de mostrarem amor,
empatia e carinho pelas pessoas.
Ensino-as com minha Estela, a amarem...
mas também a serem fortes quando
precisarem ser. Livres, nascemos para
sermos livres. Assim, dou espaço para
confiarem em mim. Tanto elas, como
minha esposa.
O carinho e confiança que
recebo delas, minha esposa e minhas
filhas, me diz que estou no caminho
certo.
Finalmente, eu, um juiz viúvo
amargurado, sei o que é ser livre para
amar e ser amado!
Subo as escadas quase correndo,
com o som doce da risada de minha
Estrela, minha luz. Essa pequena e doce
mulher que iluminou meus caminhos, me
ensinando a ser livre e a acreditar no
amor.
***

Fim... parece que agora é


realmente o fim.
Mas, se Leon Savage, tiver mais
coisas para contar, certamente voltará
aqui ou em um conto... quem sabe?
Click Aqui!
Clichê dos clichês!
Sinopse: Lucian Lambert, um
CEO milionário, decide que chegou a
hora de ter um filho. Escolherá a dedo
quem será a sortuda que irá abrigar seu
bebê. Mas se esquece de um detalhe:
avisar a escolhida, que ela será a mãe
de seu herdeiro.
Um homem discreto que foge dos
holofotes e exposições. Sua vida se
resume a trabalhar e esporadicamente
ficar com alguma amante. Mas a vontade
de ser pai bateu forte, e ele sairá da
concha que viveu por décadas, para
realizar esse objetivo.
Lucian acredita que tudo pode
ser comprado e, sempre que almejou ou
cobiçou algo, pagou para ter o objeto de
seu desejo. Fácil e simples assim. Mas
está em um dilema agora: qual mulher
irá abrigar e aninhar seu filho? Suas
amantes estão fora de cogitação. Então,
ele começa sua busca pela mulher ideal,
mas sem pressa. Lucian é o pai da
calma. Tranquilidade é a chave da
vitória, sucesso garantido. Acredita
piamente que saberá quando a encontrar.
Cecília Pimentel, uma mulher
que já teve sua cota de humilhações e
sofrimentos, tem prioridades em sua
vida... e não será um milionário metido
que irá fazê-la desviar-se delas com
uma proposta no mínimo ridícula.
Lucian Lambert: é um dos
homens mais ricos do mundo.
Cecília Pimentel: uma moça que
já viveu em situação de rua.
Completamente opostos.
Ele: sempre teve tudo que quis
na vida.
Ela: sempre lutou por um prato
de comida.
Ele: uma proposta indecente e
ultrajante.
Ela: uma recusa sem
arrependimentos.
Mas um laço invisível os unirá e
os amarrará de maneira inexplicável...
Uma guerra de vontades que
deixará ambos, perdidos e com uma
única saída. Quem cederá primeiro?
Lucian: aprenderá que dinheiro
não compra tudo na vida.
Cecília: aprenderá que nem
sempre as coisas são o que parece.
Uma lição que mudará a vida de
ambos para sempre.

Clique Aqui!
Bento Lobos, um CEO e escritor
viúvo que atravessou o inferno, quase
perdeu a sanidade no processo. Foi
traído duplamente por quem mais
confiava. Com a dor em dobro, seu
sofrimento foi multiplicado em um
sangramento contínuo. Isso o fez
desmoronar e quebrar-se por completo.
Nesse lugar de escuridão, caos em que
mergulhou, uma certa pessoinha chegou:
o bebê Bento. Ele veio com o propósito
de resgatar o pai das trevas e
sofrimento, colorindo o seu mundo
destruído por pessoas mesquinhas e
cruéis.
Bento pai, um homem quebrado e
traumatizado…
Bento filho, um bebê cheio de
traquinagens e fofurices…
Sol, uma mulher doce e amorosa
que adota os dois Bentos e iluminará a
vida deles com seu brilho único…
Apesar dos traumas de Bento
Lobos, ela permaneceu firme. Sol os
ensina a criar caixinhas, construir boas
memórias e guardá-las. Juntos,
aprendem a superar obstáculos, criando
situações felizes, que serão alicerces
para dias nebulosos. Eles vivem em
Riacho Doce, um lugar etéreo e
encantado. Alguém da família Lobos te
presenteará com um final surpreendente,
prepare o coração. Esse é um conto de
fadas perfeito, onde a figura principal é
o bebê Bento. Resultado pós-leitura:
depois dos Bentos, você nunca mais
verá bebês com os mesmos olhos. Então
venha mergulhar nesse mundo fascinante
da família Lobos, se emocionar, rir,
chorar e amar um certo bebezinho,
carequinha, banguela, muito mimado e…
adorável!

Clique Aqui!
Trinta dias... esse é o tempo que
ele precisa para fazer a maior merda de
sua vida.
Seth Galanis, um CEO grego e
milionário, vive uma vida boêmia e
regada a devassidão. Ele desconhece a
palavra empatia e acha que o mundo gira
ao seu redor, principalmente as
mulheres. Taco ou cedro de ouro como é
chamado, é disputado a tapa por elas.
Até Isabel Teles chegar em sua vida,
uma secretária doce e recatada. Assim
ele pensa, porém, Isabel se mostra uma
mulher ponderada e centrada. Isso o
deixa perdido e sem rumo. Mas esse
pequeno detalhe não destrona um rei.
Jamais!Seth Galanis, tem tanta certeza
de que é a última Coca-Cola do deserto,
que faz uma aposta com seu amigo de
farras, ele a terá em sua cama antes de
completar 30 dias. Depois disso, Caíque
pode ficar com ela, afinal eles são
melhores amigos e compartilham tudo.
Por que com Isabel seria diferente? Ele
só não contava que o tiro sairia pela
culatra, ou melhor, acertaria seu
coração.

Clique Aqui!
Eu sou Maximus Bizolli, o
máximo... me considero perfeito. Tenho
em excesso, dinheiro, mulheres,
arrogância, devassidão, loucura e
pilantragem. Mas não se confunda, esse
é o outro lado de minha personalidade, o
que aparece geralmente à noite, ou
quando confrontado, minha arrogância
não me deixa ouvir ninguém. Às vezes,
ela aparece durante o dia e surto geral.
Claro que o eu, centrado, controlado,
tenta barrar esse Max louco,
desequilibrado de aparecer, muitas
vezes com sucesso, em outras nem tanto.
Tento, com tudo de mim, ser o CEO que
todos querem e admiram, e confesso,
tenho tido êxito. Sou adorado pelas
mulheres e admirado pelos meus
concorrentes. Mas mal sabem eles que o
Maximus perfeito que adoram e
idolatram, quando deixa o lado obscuro
tomar conta, fica com suas mulheres à
noite. Mas no dia seguinte, conversa
com todos como se nada tivesse
acontecido. Sou dono de negócios
aceitos pela sociedade, mas também
tenho negócios que a sociedade
hipócrita condena, mas consome... Sou
bilionário, bonito, desejado e nada
modesto. Mas, às vezes, sinto falta de
algo em minha vida. A vida me mostrou
de maneira inusitada, o que eu
precisaria para quebrar minha
arrogância e orgulho: uma pequena
mulher que mexeria com o meu mundo
de uma maneira, que o viraria de cabeça
para baixo e me deixaria sem rumo.
Com ela consegui ver que meu mundo
era podre... Um anjo que me mostraria
que perfeição é amar e não ter ou ser. Te
convido a conhecer como um homem
arrogante como eu teve que ir ao pó,
tomar um banho de humildade, para
aprender que a vida é mais do que
dinheiro e mulheres.

Clique Aqui!
Maximus Bizolli, um ex
cafajeste, que trocou sua vida devassa
por amor a uma única mulher. Clara Luz,
seu Querubim. Ele fez muitas burradas e
quase perde a mulher que hoje é seu
mundo.Maximus é feliz com sua família,
Clara e Lua, a felicidade é tanta que ele
sonha em ser pai novamente. Mas sua
esposa não está tão empolgada assim.
Maximus, precisará usar de toda sua
lábia e habilidades luxuriosas na cama
para conseguir convencer sua esposa a
engravidar.
“Eu Maximus Bizolli prometo
dar o melhor de mim nessa árdua tarefa
de engravidar minha esposa. Juro que
estarei disponível para ela a qualquer
momento que me requisitar.
Comprometo-me a trabalhar duro e com
afinco… sem descanso. Me desejem
sorte nessa nova empreitada!”
Clique Aqui!
Davi Matiello, um CEO
milionário, que tem fortes traumas
relacionados às tragédias que viveu e
presenciou no passado. É um homem
forjado no sofrimento e traição. Por
esses motivos, desconfia de tudo e de
todos e é completamente antissocial.
Vive uma vida dupla. De dia é um CEO
respeitado e renomado; à noite, torna-se
o Mascarado Tarado, onde dá vazão ao
seu lado devasso e traumático. Essa é a
maneira que encontrou de abafar e
conviver com seu passado não superado,
que ainda o machuca muito. Só se
relaciona com garotas de programa. Não
quer envolvimentos sérios em sua vida.
Já passou por isso e só sobraram
cicatrizes que ainda sangram. A simples
hipótese de um compromisso mais sério
aciona vários de seus gatilhos e ele
surta. Foge de relacionamentos com
verdadeiro pavor. Faz terapia há muitos
anos, mas, como não leva a sério, não
surte efeito; pelo contrário, o faz ficar
pior, pois acaba misturando
medicamentos com bebidas e
mergulhando assim em um caos total.
Venha conhecer a história do amigo de
Maximus Bizolli e entender esse homem
cheio de segredos e mistérios.
Clique Aqui
Angelus Torres levava uma vida
simples e pacata. Mas, por ser um
professor de História da Arte diferente
do convencional, loiro, com cabelos
longos, barba cerrada e imensos olhos
azuis-claros, ele chamava atenção por
sua beleza extravagante. Mesmo amando
a esposa, as mulheres não o deixavam
em paz, principalmente uma em
especial, a mesma que o assediava como
louca. Ele a ignorava e fazia de tudo
para esconder esse fato da esposa, tinha
sérios motivos para isso. Até o dia em
que o destino resolveu acabar com sua
vida, destruindo-a avassaladoramente.
Seu mundo desmoronou, seu coração
quebrou, sua alma sangrou. Perdeu a
alegria de viver, e deu uma reviravolta
insana em sua vida, sem medir as
consequências. Angelus perdeu
inteiramente a referência que regia sua
conduta e mergulhou na escuridão.
Transformou-se. Passou a agir e fazer
coisas que jamais imaginou ser capaz de
praticar. Ansiava por sua morte, dia
após dia, mas o que ainda o mantinha de
pé, era um segredo guardado a sete
chaves. Até que certa noite, conheceu
uma mulher que mudaria o curso de seus
pensamentos dando-lhe novamente
vontade de viver e recomeçar. Mas o
que ele faria para preservar esse
mistério que o manteve vivo por tanto
tempo? Um segredo que muitos
chamariam de loucura doentia? Esse
mesmo segredo que o acalentou por
tanto tempo, poderia ser sua ruína e
destruir seu futuro com a mulher que se
tornou seu mundo, sua referência e sua
luz...

Clique Aqui
Otto Carvalho, um homem que
carrega sequelas pesadas de um passado
miserável, foi um menino que não
conheceu seus pais, abandonado ao
nascer. Passou parte de sua vida em um
orfanato, onde os castigos eram severos.
Viu muitas vezes seus amigos serem
punidos e abusados de maneira
dolorosa, lugar onde era para estarem
seguros. Fugiu do orfanato e tornou-se
um morador de rua, quebrando de vez
sua confiança na raça humana.
Presenciou a morte de pessoas que se
apegou... Isso o quebrou ainda mais.
Hoje, tornou-se um homem duro, não
acredita na humanidade das pessoas.
Isso o faz ter medo de envolver-se, abrir
seu coração, baixar guarda. Ele vende
seu corpo para quem dá mais. Conseguiu
sair da miséria material, mas a
emocional se agrava a cada dia que
passa. Otto é um homem sem destino,
desorientado, que toma decisões
baseadas em seus medos e traumas. O
menino que um dia foi maltratado ainda
chora em seu interior... Otto Carvalho te
levará do amor ao ódio, da empatia à
raiva, da ternura ao ódio, em segundos.
Venha conhecer a história de um homem
que atravessou um vale espinhoso e
tortuoso. Otto foi resgatado por uma
mulher especial, gentil e decidida, que o
destino generosamente colocou em seu
caminho: Mia Anjos.
Clique Aqui!
Zakarias Feranttis, um CEO que
prezava muito andar e obedecer às
regras da sociedade com extremo zelo.
Um exemplo a ser seguido. Um homem
de beleza ímpar, amado, admirado e
invejado por todos. Mas o destino
quebra esse homem e estilhaça seu
coração de maneira devastadora, quando
sua família é assassinada. Teve seu rosto
e coração retalhados sem dó. Tornou-se
um monstro coberto por cicatrizes, tanto
na alma, quanto no corpo. Perdeu a
referência, a empatia e o respeito para
com o próximo, criando suas próprias
leis. Se retirou da vida em sociedade,
criou seu mundo e nele se corrompeu,
tornando-se um assassino de sangue-frio
e cruel. Matava com requintes de
crueldade quem invadisse seu espaço.
Mas não julguem Zakarias Feranttis até
conhecer sua história. Atravesse com ele
os momentos de insanidade e loucura
que sempre o acometem...Isabela
Amorim será o gatilho para uma
mudança radical na vida desse homem
atormentado. Venham conhecer a história
Dark de A Bela e a Fera. Com certeza
vocês odiarão Zakarias em alguns
momentos, mas o amarão em outros. Um
verdadeiro carrossel de emoções!

Clique Aqui!
Vindo do extremo da pobreza e
se tornando um CEO renomado, Raul
Magno pensa que pode comprar tudo
com dinheiro, principalmente mulheres.
Acostumado a tê-las a seus pés e
descartá-las como lixo, pensa que todas
são iguais. Isso até ver uma bela mulher
em um sinal e agir da mesma forma
canalha de sempre. Oferecer dinheiro
em troca de prazer. Ela o rejeita e ele
toma isso como uma afronta e trama
formas asquerosas para conquistá-la e
levá-la para a cama. Ele só não contava
que no meio do caminho se apaixonaria
e as mentiras e sua obsessão doentia o
faria perdê-la de uma maneira que
destruiria seu mundo tão perfeito. Será
que Raul conseguirá reconquistar a
mulher que o amou de corpo e alma?
Lisa o perdoará por ter sido tão mau-
caráter? Raul teve que trilhar um
caminho de trevas e espinhos para
conseguir enxergar que existem coisas
que o dinheiro não pode comprar.
Venham conhecer a história de amor e
perdão de Raul e Lisa.

Clique Aqui!
Um homem amargo e traído em
busca de vingança. Uma moça doce e
simples com o coração cheio de amor.
Uma mulher maliciosa e gananciosa
disposta a tudo... O que essas três
pessoas possuem em comum? Qual
conexão existe entre eles?
Atenção: Contém gatilhos.
Sinopse: Sugar Dark, Anjo
Malone. Um homem com o coração
enegrecido e cheio de ódio, uma fúria
que alastra por seu corpo e alma como
chama ardente. Esse mesmo homem, no
passado foi um jovem doce e gentil.
Hoje ele é um CEO, milionário, frio e
cínico, sem empatia por ninguém. Seu
corpo e alma são cobertos por cicatrizes
profundas.
Ossos quebrados colaram-se,
apesar das sequelas. As cicatrizes do
corpo, ele conseguiu esconder tatuando-
as. Mas os cortes na alma, ainda
continuam a corroer e sangrar, tornando-
se chagas purulentas. Hoje no lugar do
coração tem somente um buraco negro,
rançoso e transbordando sentimentos
perniciosos. Atormentado pela traição
horrenda que sofreu no passado, ele não
sabe o que é viver sem rancor, mágoa e
ódio. Anjo Malone vive, bebe, come e
dorme com o único objetivo que
estipulou como meta de vida: vingança.
Mas ele se perde no processo, pois, os
traumas foram tão violentos que a sede
de vingança se estende de maneira
impiedosa, por um tempo longo demais.
Até onde um homem coberto de mágoas
e cicatrizes iria para vingar-se? Saberia
ele a hora de parar? Seu coração esteve
tanto tempo envenenado, que ele não
perceberá que estará indo longe demais,
cruzando linhas que poderão quebrá-lo
por completo...
Ele não acredita em perdão,
mas sim em vingança.
Ela não acredita em vingança,
mas sim em perdão.
Anjo Malone, leva a cabo sua
vingança e o sabor é doce como mel...,
mas as consequências? São mais
amargas que fel.

Clique Aqui!
Culpado, sem perdão, sem
redenção! Esse sou eu, Iran Reis. Um
homem que foi criado simplesmente com
o propósito de ser usado para uma
vingança por uma mulher, que era para
me amar e proteger: minha mãe. Mas em
nome dessa vingança distorcida, essa
mulher me moldou para ser instrumento
particular de sua loucura. Destruir uma
família completamente, missão para a
qual fui criado. Mas descobriria tarde
demais que essa família era
absolutamente inocente... infelizmente,
depois de ter quebrado e massacrado a
parte mais frágil e amorosa... Passei por
cima dessa família de inocentes, sem
emoção alguma, sem dó e nem piedade.
Menti, traí, machuquei, manipulei, perdi
minha humanidade em nome de uma
transgressão que jamais existiu. A culpa
me corrói, me queima a alma dia após
dia. Em nome de uma honra distorcida,
machuquei, magoei uma das pessoas
mais doce e pura que já passou por
minha vida: Laura Dias. A mulher que
destruí com minha vingança foi a mesma
que me resgatou da loucura e
insanidade. Envergonhando-me por sua
atitude altruísta para comigo, quando fui
um monstro com ela... Me deu sua
bondade, mas não mais seu amor, isso
me deixou devastado, acabado e morto
para o mundo. Culpado. Eu me declaro
culpado, minha obsessão era a vingança
e hoje meu medo é perdê-la. Essa
mulher tornou-se meu mundo, a única
que me amou com o mais puro amor.
Mas em minha sede de vingança
consegui quebrá-la, perdi o seu amor e
ganhei seu ódio e repúdio. Poderei um
dia, recuperar seu amor depois da
maneira cruel e devastadora que a
mantive e torturei em cativeiro por tanto
tempo?

Clique Aqui!
Salvatore Cruz é um CEO
bilionário, que tem uma vida depravada,
devassa e libertina. É o rei dos
cafajestes. Tem várias amantes e não é
fiel a nenhuma. Todos querem ser o
grande bilionário, que têm as mais belas
mulheres aos seus pés e tudo que o
dinheiro pode comprar. Mas poucos
sabem o que ele verdadeiramente quer,
anseia e deseja do fundo de sua alma. O
que realmente o faria feliz, todo o
dinheiro que possui não pode comprar.
Isso o torna mais rude, frustrado e
grosseiro a cada dia que passa. Esse
segredo que arde em seu coração, o
segue há mais de duas décadas, ferindo,
sangrando e machucando...
A dor e o desespero são seus
amigos constantes. Salvatore já gastou
fortunas para ser absolvido da culpa,
para resolver esse segredo que o
machuca tanto, mas tudo inútil. Seu
passado o persegue e condena...
Ele continua seu martírio em
busca de sua redenção, até que aparece
uma pequena luz no fim do túnel, dando-
lhe uma remota esperança de consertar e
alcançar sua absolvição tão sonhada.
Um passado com um segredo que pode
destruí-lo ou trazer a sua tão almejada
redenção. Que segredo é esse, que faz
um homem imponente e bilionário como
Salvatore Cruz, não ter paz por
décadas?
Grace Castro é uma moça
simples vivendo em Vale dos Diamantes
com Gilberto, seu dálmata parceiro e
amigo. Leva uma vida pacata, mas tem
uma grande lacuna em seu passado sem
repostas…
Seria esse segredo, a chave para
resolver o problema de ambos?
Mergulhe nessa história e venha
descobrir “O segredo do CEO”.
Clique Aqui!
Kim Barcellos, é um homem que
sempre soube aproveitar muito bem o
que a vida oferecia de melhor.
Variedades de mulheres, bebidas, farras
e descompromisso total. Até se
comprometer com uma mulher que
aparentemente seria sua redenção. Mas
nem tudo era como parecia... com o
casamento marcado, tudo arrumado, o
grande dia finalmente chegou. Menos o
noivo cafajeste que nunca apareceu.
Abandonou a noiva no altar sem dar
nenhuma satisfação e desapareceu. Qual
seria o motivo que fez o tão conhecido
cafajeste Kim Barcellos, surtar e sumir
no dia de seu próprio casamento?
Mulheres? Bebidas? Medo? O ex
cafajeste, tornou-se cafajeste
novamente? Será verdadeiro o ditado
que diz que “pau que nasce torto até a
cinza é torta?”
Venha conhecer o cafajeste Kim
Barcellos.

Clique Aqui!
Hugo Barcellos, é um homem
acostumado a ter tudo que quer aos seus
pés, principalmente mulheres; por causa
disso, rejeita com frieza qualquer
relacionamento onde o casal é fiel. Vive
para o prazer e troca constante de
mulheres. Até que vê seu mundo ser
balançado por uma mulher decidida e
pura ao mesmo tempo. Ele tenta com
todas às forças resistir e, quando se vê
envolvido, faz a pior burrada de sua
vida. Com isso perde a única mulher que
descobriu amar, após quebrar o coração
de sua doce Cerejinha. Será que tem
redenção para a crueldade que Hugo
Barcellos, fez com Alice Alves?
Conheça a história de um homem que
tinha o céu, mas devido à sua covardia,
conseguiu ir ao inferno e ficar lá sem
achar saída... fazendo a única coisa que
Alice suplicou que ele jamais fizesse...
Clique Aqui!
Hugo Barcellos, é um homem
acostumado a ter tudo que quer aos seus
pés, principalmente mulheres; por causa
disso, rejeita com frieza qualquer
relacionamento onde o casal é fiel. Vive
para o prazer e troca constante de
mulheres. Até que vê seu mundo ser
balançado por uma mulher decidida e
pura ao mesmo tempo. Ele tenta com
todas às forças resistir e, quando se vê
envolvido, faz a pior burrada de sua
vida. Com isso perde a única mulher que
descobriu amar, após quebrar o coração
de sua doce Cerejinha. Será que tem
redenção para a crueldade que Hugo
Barcellos, fez com Alice Alves?
Conheça a história de um homem que
tinha o céu, mas devido à sua covardia,
conseguiu ir ao inferno e ficar lá sem
achar saída... fazendo a única coisa que
Alice suplicou que ele jamais fizesse...
Clique Aqui!
Esse conto já está em um livro
publicado meu na Amazon, mas resolvi
destacá-lo e postá-lo separado, porque
ele foi um divisor de águas em minha
vida. A ação impensada de uma pessoa,
que culminou em um largo período de
minha vida, que deixei de fazer algo que
me trazia conforto e refrigério.
Infelizmente eu não mencionei o fato
para quem o fez. Vivi por anos e anos
sem entender, porque eu não fazia mais
aquilo que tanto me aprazia. Enfim, na
terapia consegui superar e resolver essa
fase que me marcou demais. Minha lição
aprendida: “Nunca menospreze o que a
outra pessoa ama, por mais
insignificante que possa parecer aos
seus olhos.”

Clique Aqui!
"RASTROS... TODOS
DEIXAMOS RASTROS, BASTA
SOMENTE PRESTAR ATENÇÃO E A
PESSOA FALARÁ CONOSCO
ATRAVÉS DE RASTROS
DEIXADOS..."
Se formos sensíveis o suficiente,
poderemos ver em cada pequena atitude,
deixada por alguém, que ele conta um
pouco de sua vida. Rastros deixados,
muitas vezes é um pedido de socorro,
uma declaração de amor não falada, um
elogio escondido...
Falo sempre e vivo assim, " a
diferença está em cada pequeno detalhe,
eles que fazem toda diferença."
Eu mesma, muitas vezes pedi
socorro, declarei meu afeto, carinho,
amor, através de pequenos detalhes, os
rastros que deixei, falavam por mim e
continuam falando. Se prestarmos
atenção e começarmos a ver e valorizar
os pequenos sinais, descobriremos
pessoas incríveis. Nesse livro expus
minha alma, pequenos rastros que deixei
muitas vezes e passaram despercebidos,
por quem eu clamava...Me senti leve e
realizada ao partilhar um pouco de mim,
o que fui, sou e serei com cada um de
vocês. Espero de todo meu coração, que
ajude vocês a prestarem atenção nos
detalhes e valorizá-los, nos rastros
deixados e que deixem também seus
rastros...! Muitos, ao longo do caminho
entenderão!
Deus abençoe cada um de vocês!
Clique Aqui!
Lázaro Cambrini, hoje um
homem bem-sucedido e Ceo das
empresas Cambrini S/A. Mas, para
chegar até aqui, sofreu todo tipo de
privações e humilhações. Rejeitado
pelos pais ao nascer, foi jogado em uma
lata de lixo, passou a infância em vários
orfanatos, até que se cansou de ser
surrado e abusado. Resolveu fugir e
viver nas ruas, tornou-se um morador de
rua, sem nenhuma perspectiva de
mudança de vida. Preferiu passar fome e
frio, a ter que se submeter a pessoas que
queriam abusar de seu corpo, mente e
espírito. Cansado de viver uma vida de
miséria e abandono, resolve acabar com
sua vida, tentando o suicídio. Mas, mal
sabia ele que justamente esse ato
desesperado mudaria sua vida para
sempre. Venha conhecer a história de um
pequeno menino rejeitado, que se
transformou em um grande homem
vencedor.

Clique Aqui!
Em um pequeno vilarejo
incrustado nas montanhas de Santa Fé,
um crime abala a cidadezinha com
pouco mais de dois mil habitantes.
Selena foi encontrada em uma trilha
escura, fria e úmida, forrada por musgos
e composta por gigantes árvores que
compõem a extensa mata. A mulher foi
degolada com requintes de crueldade,
uma barbaridade que assombrou os
moradores pela selvageria como foi
praticado. Essa trilha nunca foi palco do
horror que assola o vilarejo, pelo
contrário sempre foi um lugar de
encontros casuais e familiares. Lugar
que todos têm liberdade e confiança de
ir e vir. Suspeita-se de todos, pois
Selena Brito tinha muitas inimizades…
por ser uma pessoa pouco empática.
Mas as suspeitas recaem com força total
sobre sete moradores da Rua Sete. Os
mais próximos a ela, e exatamente
aqueles que, de alguma maneira, mais
prejudicou. Um deles está mentindo e
seis estão dizendo a verdade…
Façam suas apostas. Quem matou
Selena?

Clique Aqui!
Caim Arantes é um homem sem
sentimentos. Frio, calculista e arrogante.
Carrasco, como é chamado por todos
que o conhecem, espalha o terror por
onde passa com prazer e orgulho, sem
medir as consequências. O excesso de
egocentrismo e soberba, dominam sua
vida.
Sua palavra é lei e todos que
ousam atravessar seu caminho e
atrapalhar seus planos são eliminados
sem piedade. Até acontecer algo que
mudaria para sempre sua vida...

Clique Aqui!
[1]
Hacker: Embora muitos associem a palavra
ao criminoso virtual, a definição correta é
qualquer pessoa que se dedica intensamente em
alguma área específica da computação e
descobre utilidades além das previstas nas
especificações originais.
[2]
Claude Monet (1840 – 1926) foi um pintor
francês considerado um dos mais importantes
pintores da Escola Impressionista. O termo
impressionista surgiu durante uma exposição
realizada em 1874, quando o quadro de Monet,
“Impressão, Nascer do Sol”, foi criticado por
retratar a “impressão” de uma cena e não a
realidade.
[3]
Sandro Botticelli (1445 – 1510) foi um
pintor italiano, considerado um dos maiores
pintores do Renascimento Artístico na Itália.
Entre suas obras estão: “O Nascimento de
Vênus”, “A Tentação de Cristo” e “A Adoração
dos Magos”. Alessandro di Mariano di Vanni
Filpepi, conhecido como Sandro Botticelli,
nasceu em Florença, na Itália, no dia 1 de
março de 1445.
[4]
é uma palavra inglesa que não possui uma
tradução literal na língua portuguesa, mas pode
ser interpretada com o significado de “algo
feito ou executado de forma extrema”.
[5]
Louca.
[6]
Faz referência ao conto de fadas infantil
europeu de Charles Perrault, cujo caçula de
uma família de lenhadores era muito
pequeninho (daí o apelido Pequeno Polegar),
esperto e inteligente.

Você também pode gostar