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A rede conceptual da ação

1. A ação humana – Análise e compreensão do agir


1.1. A rede conceptual da ação

Invictus
Eu sou dono e senhor do meu destino;
Eu sou o comandante da minha alma.
William Ernest Henley (1849–1903), Invictus (excerto),
tradução de André C S Masini

• O que significa afirmar que somos


donos do nosso destino?
• Qual é o papel da ação humana no
mundo?
• Relacione os versos com a definição
de ação. Campeonato Mundial de Rugby, África do Sul, 1995
1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

Labor, trabalho e ação, segundo Hannah Arendt

• Labor: o processo biológico do corpo e naturalidade da vida.

• Trabalho: artificialismo da existência humana.

• Ação: atividade especificamente humana.


1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

Acontecer, Fazer e Agir

• Acontecimento
- ocorrência independente da intervenção humana.

Exemplos: fenómenos da natureza.


1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

Acontecer, Fazer e Agir

• Fabricação
- Atividade onde dominam os processos de produção de objetos não
existentes no mundo natural (artefactos).

• Movimentos involuntários que fazemos enquanto


dormimos
• Reações automáticas a estímulos do meio ambiente
• Comportamento instintivo dos animais
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1.1. A rede conceptual da ação

Acontecer, Fazer e Agir

• Ação
- Atividade exercida em interação na comunidade humana.
- Interferência consciente e voluntária de um ser humano (o agente)
no normal decurso dos acontecimentos.
1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

A rede conceptual da ação

• Agente
- sujeito da ação, capaz de se reconhecer como autor da ação.

• Consciência
- perceção de si como autor da ação.

• Intenção
- definição do propósito ou finalidade da ação.

• Motivo
- razão ou porquê da ação.
1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

A rede conceptual da ação

• Deliberação
- processo racional no qual se ajuíza sobre o que é mais
conveniente.
• Decisão
- capacidade de opção do agente

Deliberação Decisão
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1.1. A rede conceptual da ação

A articulação entre Deliberação e Decisão

• Deliberação
- Processo de pensamento em que ponderamos os meios mais
convenientes para atingir os fins que escolhemos.
- Fornece-nos os elementos racionais indispensáveis para
tomarmos uma decisão.
1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

A articulação entre Deliberação e Decisão

• Decisão
- Opção entre as coisas que nos dizem respeito e dependem de nós.
- Escolha preferida em detrimento de outras preteridas.
- Ato voluntário que implica um sentido orientador e um processo
de pensamento.
- Diferente de desejo
1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

A articulação entre Deliberação e Decisão


Parece ser o humano o princípio das ações, e que a
deliberação tem como objeto as ações suscetíveis de serem
praticadas pelo próprio.

Aristóteles, Ética a Nicómaco, 1113a.


Quetzal Editores, (adaptado)

• Podemos deliberar sobre ações que serão praticadas por outros?

• A decisão implica sempre uma deliberação?

• É possível deliberar e não chegar a decidir?


1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

A complexidade do agir
Ação voluntária e atividade involuntária

• Ação voluntária
- Atividade cujo princípio motivador é intrínseco ao agente.
- O agente age exercendo a vontade.
- É o agente quem delibera e decide.

• Ação involuntária
-Aquela cujo principio motivador é extrínseco ao agente.
-Atividade gerada sob coação ou por ignorância.
-Atividade exercida sem a intervenção da vontade do agente.
1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

Definição de ação voluntária

Sendo involuntária a ação feita sob coação e por ignorância, a


ação voluntária parece ser aquela cujo princípio reside no agente
que sabe das circunstâncias concretas e particulares nas quais se
processa a ação.
Aristóteles, Ética a Nicómaco, 1111a 20.,
Quetzal Editores, Lisboa, 2004, p. 62.

• Que princípio que faz com que a ação seja voluntária?


• Como distinguir, a partir do texto, ação voluntária de atividade
involuntária?
• Das duas atividades humanas referidas, qual lhe parece ser a que
melhor define o ser humano? Porquê?
1. A ação humana – Análise e compreensão do agir
1.1. A rede conceptual da ação

Ação voluntária e responsabilidade do agente

«É ridículo invocar causas exteriores como princípios das nossas


ações involuntárias, realizadas sob coação, e não nos
responsabilizarmos a nós por elas, como se fôssemos meramente
vítimas das circunstâncias.»

Aristóteles, Ética a Nicómaco, 1110b 10,


Quetzal Editores, Lisboa, 2004, p. 61.

• Como relacionar ação e responsabilidade?


• Reflita sobre seguinte tema: podemos ser responsáveis por atos
que não foram diretamente causados por nós?
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1.1. A rede conceptual da ação

Análise de um caso (um exemplo de Aristóteles)

Um tirano faz reféns os pais e os filhos de alguém; ameaça


maltratar os reféns; exige desse alguém a prática de um ato
vergonhoso; promete libertar os reféns se a ordem for cumprida.
A ordem é cumprida.

Debate:
Cumprir a ordem para salvar os reféns é uma ação voluntária ou
involuntária?

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