0 Tiffany Oliveira Sousa - Loas Deficiente - Menor - Autismo

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AO JUIZO DA 4º VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO

DO ACRE

PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA


PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
URGENTE – MENOR IMPÚBERE - AUTISMO

TIFFANY OLIVEIRA SOUSA, inscrita no CPF/MF sob o nº.


042.825.452-75, menor impúbere representada por sua genitora SANDRA DA
SILVA OLIVEIRA, brasileira, solteira, do lar, portadora da CI nº. 1032583-2
SEPC/AC, inscrita no CPF/MF sob o nº 532.820.512-04, residente e domiciliada
na Rua dos Ipês, 334, Q 14, C 12, Loteamento Santa Luzia, CEP 69903-343, no
município de Rio Branco - Acre, por sua advogada infra-assinado, consoante
instrumento de mandato (procuração) em anexo, com endereço profissional na
Avenida dos Ipês, 664, Loteamento Santa Luzia, no município de Rio Branco –
Acre, onde recebe intimações em geral, vem, respeitosamente, à digna presença
de Vossa Excelência, ajuizar:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA


POR INCAPACIDADE

em face de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -


INSS, Autarquia Federal Especializada, inscrita no CNPJ sob o nº.
29.979.036/0001-40, na pessoa de seu representante legal, localizada na Avenida
Getúlio Vargas, nº. 1.273, Bairro Bosque, CEP 69.908-650, na cidade de Rio Branco
- Acre, pelos motivos fáticos e jurídicos que passa a expor:

I - PRELIMINARMENTE

A parte Requerente pleiteia os benefícios da GRATUIDADE DA


JUSTIÇA, nos termos dos artigos 98 a 102 do Código de Processo Civil, lei nº.
1.060/50 e art. 5º, inciso LXXIV da CF/88, tendo em vista não poder arcar com as
despesas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento e/ou de sua família.

II – DOS FATOS

A parte Requerente tem 09 (nove) anos de idade e apresenta


diagnóstico de AUTISMO (CID F 84.0) e ENCEFALOPATIA CRÔNICA NÃO
EVOLUTIVA (CID G80.0)
Em decorrência desta enfermidade, possui limitação do
desempenho das atividades compatíveis com a sua idade, restringindo a
participação social e prejudicando sua inserção no mercado de trabalho,
futuramente.

Ainda, analisando os documentos acostados nos autos, observa-


se que o Autor vive em situação de risco e vulnerabilidade social, eis que a renda
total é insuficiente para promover a subsistência da família com dignidade,
demonstrando, assim, o estado de miséria em que se encontra.

A parte Autora requereu a concessão de benefício assistencial à


pessoa portadora de deficiência perante a Agência da Previdência Social, MAS
TEVE SEU PEDIDO INDEFERIDO.

Assim, em meio à miserabilidade aparente na realidade social do


Requerente, torna-se impossível arcar com as despesas de tratamento e remédios,
vez que não tem “renda”, tampouco há que se falar em renda per capita superior
a ¼ do salário-mínimo, o que traz a parte Autora o direito de receber o benefício
de prestação continuada.

Por esses motivos, a concessão do benefício pretendido se faz


imperativa.

III - DO DIREITO

A prova material inclusa demonstra a verossimilhança dos fatos


narrados, além de serem documentos revestidos de fé pública, com presunção de
veracidade intrínseca.

A Constituição Federal em seu art. 203 prevê o pagamento do


benefício assistencial no valor de 01 (um) salário-mínimo por mês à pessoa que é
portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios de prover à
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, senão vejamos:

“Art. 203.A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e
ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família, conforme dispuser a lei. ”
A promulgação da Constituição de 1988 trouxe um significativo
aumento na abrangência da assistência social, possibilitando assim, uma
proteção maior àquelas pessoas que não pertencem ao quadro de vinculados à
Previdência Social na qualidade de segurado, que se encontram afastadas ou
impossibilitadas para vida laboral e atividades inerentes ao dia a dia, compatíveis
com sua idade, em decorrência de uma doença ou da velhice e não possuem
nenhuma fonte de renda para sua sobrevivência.

O ápice da referida norma constitucional se abrangeu com a


sanção da lei 8.742/93, quando se pode ter uma incidência total com a normativa
posterior que lhe foi dada, trazendo no art. 20, os requisitos necessários para a
concessão do amparo social.

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à


pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.

Conforme se percebe da análise dos fatos e dos requisitos legais,


o autor preenche todos os requisitos que autorizam a concessão do benefício de
prestação continuada, porquanto o Autor possui patologias que impossibilitam
o desempenho das atividades compatíveis com a sua idade, restringindo a
participação social e prejudicando sua inserção no mercado de trabalho,
futuramente, preenchendo, os requisitos de qualidade de beneficiário.

Vejamos o que diz a Décima Turma Recursal de São Paulo:

“CONSTITUCIONAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. AGRAVO


(ART. 557, §1º, CPC). REQUISITOS LEGAIS. LEI 10.741/2003, ART. 34, PARÁGRAFO
ÚNICO.APLICAÇÃO ANALÓGICA. ADIN 1.232 1. EFEITO VINCULANTE.I - Ainda
que a norma do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003, dado o seu caráter especial, não
trate, especificamente, do benefício assistencial recebido por deficiente físico, tem-se que ela
estabelece critério objetivo a ser utilizado na aferição da hipossuficiência econômica, que deve
ser aplicado analogicamente aos casos em que se pleiteia benefício incapacidade e que há outro
membro da família que recebe benefício por igual motivo, vez que a equiparação entre idosos
e portadores de deficiência para fins de proteção da assistência social é feita pela própria
Constituição da República (art. 203, V).II - Não se olvida da improcedência da ADIN 1.232-
1, contudo, o seu efeito vinculante diz respeito apenas à discussão acerca da
constitucionalidade do §3º, do artigo 20, da Lei 8.742/93, não restringindo o princípio do
livre convencimento motivado do magistrado quanto à interpretação da norma e sua
aplicabilidade ao caso concreto, motivo pelo qual não há que se falar em violação do disposto
no art. 28, parágrafo único, da Lei 9.868/99.III - Agravo (CPC, art. 557, §1º) interposto pelo
réu improvido. ”

Considerando que o caso em tela trata-se indivíduo incapaz de


desempenhar atividades compatíveis com a sua idade, restringindo a
participação social e prejudicando sua inserção no mercado de trabalho, a
concessão do benefício ficou especificado na Instrução Normativa nº. 95, em seu
art. 619, § 1º:

“Art. 619. O benefício assistencial corresponde à garantia de um salário-mínimo, na forma


de benefício de prestação continuada, devido à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com
67 (sessenta e sete) anos ou mais, que comprove não possuir meios de prover a própria
manutenção e também não possa ser provida por sua família, observado que:

§ 1º Será devido o benefício assistencial, espécie 87, às crianças (zero a doze anos de idade) e
adolescentes (entre doze e dezoito anos de idade) portadores de deficiência incapacitante para
a vida independente, bem como aos abrigados em Instituições Públicas e Privadas no âmbito
nacional, que comprovem carência econômica para prover a própria subsistência.

No que diz respeito à incapacidade laborativa, a Autora possui


patologia que dificulta o desenvolvimento de atividades compatíveis com sua
idade, e atividades laborais futuras, logo, não possui capacidade de prover sua
própria subsistência por si mesmo ou por sua família, já se pronunciou o Tribunal
Regional Federal, através da Desembargadora Federal Neuza Maria Alves da
Silva. Veja-se:

PREVIDENCIÁRIO. AMPARO SOCIAL. PRESENÇA DOS


REQUISITOS EXIGIDOS EM LEI. LAUDO PERICIAL. INCAPACIDADE
COMPROVADA. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. CONCESSÃO.
PAGAMENTO DAS PARCELAS ATRASADAS A PARTIR DO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. 1. O benefício de amparo social tem por
escopo de prover a subsistência dos cidadãos hipossuficientes, ou seja, daqueles
maiores de 65 anos ou dos portadores de deficiência física ou mental que os
impossibilite de munir-se de meios para o próprio sustento ou que viriam,
ocasionalmente, a fenecer ou sobreviver em condições desumanas, caso lhe fosse
negado o recebimento mensal do referido benefício. 2. Para a concessão de tal verba
alimentar, faz-se necessário, ainda, que a família do beneficiário não possua condições
financeiras de sustentar e nutrir o incapaz sem prejuízo dos outros membros da
estirpe, condição esta que é calculada a partir da renda mensal per capta da família.
3. No presente caso, restou provado nos autos que a apelada sofre de Insuficiência
Cardíaca, doença irreversível que a torna incapacitada para o trabalho, conforme
laudo médico-pericial (fls. 54/56), ademais, sua família não possui condições de
sustentá-la sem prejuízo dos demais, inserindo-se, portanto, no rol de cidadãos que
devem ser albergados pelo benefício em questão. 4. Apelação do INSS improvida;
Remessa Oficial parcialmente provida apenas para modificar parte da sentença que
estabeleceu o percentual dos honorários em 20% para que os mesmos sejam fixados
em 10% do valor da condenação, observados os limites da Súmula 111/STJ. Vistos,
relatados e discutidos estes autos de AC 442.648-SE, em que são partes as acima
mencionadas, ACORDAM os Desembargadores Federais da Segunda Turma do
TRF da 5a. Região, por unanimidade, em negar provimento à Apelação Cível e dar
parcial provimento à Remessa Oficial, nos termos do relatório, voto e notas
taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte do presente julgado.
Recife, PE., 17 de junho de 2008. Manoel de Oliveira Erhardt RELATOR. (TRF-5 -
AC: 442648 SE 0000713-91.2008.4.05.9999, Relator: Desembargador Federal
Manoel Erhardt, Data de Julgamento: 17/06/2008, Segunda Turma, Data de
Publicação: Fonte: Diário da Justiça - Data: 22/07/2008 - Página: 154 - Nº: 139 -
Ano: 2008).

Pelo acima exposto, deve ser condenado o INSS a implantar o


benefício de prestação continuada, desde a DER, pagando as parcelas vencidas
desde então, até a efetiva implantação do benefício em folha, com incidência
de correção monetária e juros moratórios.

Portanto, MM. Juiz, existe também o lado social que busca a


proteção da justiça, favorável à parte Autora, que confia e espera da justiça uma
decisão justa e humana.

IV – TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA

Ao comentar os requisitos para a concessão da tutela antecipada,


o Professor Luiz Guilherme Marinoni assim afirma:
“É possível a concessão da tutela antecipatória não só quando o dano é apenas temido, mas
igualmente quando o dano está sendo ou já foi produzido”.

“Nos casos em que o comportamento ilícito se caracteriza como atividade de natureza


continuativa, ou como pluralidade de atos suscetíveis de repetição, como, por exemplo, nas
hipóteses de concorrência desleal ou de difusão notícias lesivas à personalidade individual, é
possível ao juiz dar a tutela para inibir a continuação da atividade prejudicial ou para impedir
a repetição do ato" (in "A Antecipação da Tutela na Reforma do Processo Civil", Ed.
Malheiros, p. 57).

A parte Requerente expõe nesta exordial, no intuito de


demonstrar a verossimilhança de suas alegações, no que tange ao seu direito ao
benefício pleiteado, o seu real quadro atual socioeconômico, a fim de enfatizar
sua inserção no alto nível de miserabilidade do país.

O risco de dano irreparável ou de difícil reparação é objeto de


presunção, uma vez que o benefício aqui pleiteado é de natureza salarial, ou seja,
substitui a remuneração, sendo que a falta desta verba reflete em prejuízo de
natureza alimentar ao Requerente.

Desse modo, pelos fatos e fundamentos apresentados nesta


exordial, que levam à certeza do fato constitutivo da presente lide, demonstrada
está a aplicabilidade dos dispositivos contidos nos artigos 303 e 304, da Lei nº.
13.105/2015 (Código de Processo Civil) pretende a Requerente a antecipação dos
efeitos da tutela final, objeto da presente demanda, inaudita altera pars.

V – DA INCAPACIDADE BIOPSICOSSOCIAL
A incapacidade biopsicossocial é definida como uma visão
integral do ser e do adoecer pelas quais são compreendidas as dimensões físicas,
psicológicas e sociais, sendo sempre possível considerar os fatores sociais,
psicológicos e biológicos, de modo que possa avaliar seu estado de saúde, sendo
este, tese de muitos julgados quando se trata de benefício previdenciário.

Houve um grande crescimento nas concessões de benefícios,


especificamente via judicial, sendo este o saneador de diversos problemas sociais
como a informalidade, a precariedade da assistência à saúde e os altos índices de
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

Em uma recente decisão do Superior Tribunal de Justiça por


meio do voto do Min. Marco Aurélio Belizze, assim decidiu o voto acerca da
incapacidade social e biopsicossocial:
AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. NÃO VINCULAÇÃO AO LAUDO PERICIAL. OUTROS
ELEMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS. PRINCÍPIO DO LIVRE
CONVENCIMENTO. INCAPACIDADE DEFINITIVA. CUMPRIMENTO DE
REQUISITO LEGAL. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. A jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça é firme no sentido de que o magistrado não está adstrito ao laudo,
devendo considerar também aspectos socioeconômicos, profissionais e
culturais do segurado a fim de aferir-lhe a possibilidade ou não, de retorno
ao trabalho, ou de sua inserção no mercado de trabalho, mesmo porque a
invalidez laborativa não é meramente o resultado de uma disfunção
orgânica, mas uma somatória das condições de saúde e pessoais de cada
indivíduo. 2. Havendo a Corte regional concluído pela presença das condições
necessárias à concessão do benefício, com base em outros elementos constantes dos
autos, suficientes à formação de sua convicção, modificar tal entendimento,
importaria em desafiar a orientação fixada pela Súmula nº 7 do Superior Tribunal de
Justiça.

Portanto, é inteiramente impossível não considerar todos os


aspectos do indivíduo para a concessão do benefício em questão, dos quais, os
critérios a serem analisados se definem como: a idade, o tipo de incapacidade, o
nível de escolaridade, a profissão, o agravamento que a atividade pode causar à
doença, a possibilidade de acesso a tratamento, o risco que a permanência na
atividade pode causar a si e para terceiros e o tempo de permanência em benefício
concedido administrativamente.

A Turma Nacional de Uniformização entrou em questão quanto


a recursos interpostos do INSS contra decisões que permitiam a concessão do
benefício às pessoas que necessitam do Amparo Social devido a condição
psicológica, social e física, devendo também ser observada a baixa renda da
família em questão. Por tais motivos decidiu o seguinte sobre incapacidade física
parcial aliado à condições pessoais e socioeconômicas:
-VOTO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. BENEFÍCIO
ASSISTENCIAL (LOAS). INCAPACIDADE FÍSICA PARCIAL QUE, ALIADA ÀS
CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS E SOCIOECONÔMICAS, PERMITE O
RECONHECIMENTO DA DEFICIÊNCIA, DE ACORDOCOM A AVALIAÇÃO DA
PROVA PELO JUÍZO. SÚMULA Nº 29 DA TNU. AUSÊNCIADE SIMILITUDE
ENTRE O ACÓRDÃO RECORRIDO E O PARADIGMA APONTADO. QUESTÃODE
ORDEM Nº 22 DA TNU. REAVALIAÇÃO DA PROVA VEDADA EM SEDE DE
PEDIDODE UNIFORMIZAÇÃO, POR APLICAÇÃO ANALÓGICA DA SÚMULA Nº
07 DOSTJ. PRECEDENTES DA TNU. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ DO INSS POR
RECORRER COMBASE EM TESE JURÍDICA JÁ AFASTADA PELA SÚMULA Nº 30
DA AGU. PEDIDO DEUNIFORMIZAÇÃO NÃO CONHECIDO. IMPOSIÇÃO DE
MULTA AO RECORRENTE DE MÁ-FÉ.

Pelo exposto, é totalmente possível e necessário enquadrar a


Requerente na incapacidade biopsicossocial por todos os fatos alegados e por sua
situação física, psicológica e social.

VI – MARCO INICIAL PARA INCIDÊNCIA DA CORREÇÃO MONETÁRIA


E JUROS

Uma vez reconhecido o direito da parte Requerente ao benefício


ora pleiteado, sedimentado no entendimento do STF (RE 87.0947), a data
referencial para fins de início de concessão e incidência de correção monetária se
dá a partir da data do requerimento administrativo (DER) realizado perante o
INSS, pagando as parcelas vencidas desde então, até a efetiva implantação do
benefício em folha (DIP), devendo ser corrigidas monetariamente com base no
Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E, com a incidência de
juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês e a partir da vigência da Lei n.
11.960/09, 0,5% (meio por cento) ao mês, nos termos do artigo 1º-F da Lei
9494/97, com a nova redação dada pela Lei 11.960/2009.

VII - DOS MEIOS DE PROVA

A parte Requerente protesta pela produção de todas as provas


admissíveis em juízo, juntada de novos documentos, perícias de todo gênero (se
necessário), em especial, a testemunhal, bem como pelo depoimento pessoal do
representante legal da Requerida, ou seu preposto designado, sob pena de
confissão – se necessidade houver, para todos os efeitos de direito.

QUESITOS – MÉDICOS E SOCIAIS

QUESITOS A SEREM RESPONDIDOS PELO SENHOR PERITO MÉDICO:


1) É possível que o Periciando se enquadre no conceito de
DEFICIÊNCIA (que não se confunde com incapacidade laboral)
estabelecido pela Convenção Internacional sobre os Direitos da
Pessoa com Deficiência?

2) O quadro clínico da parte autora, com base no seu exame físico, nos
exames e relatórios acostados aos autos, é compatível com qual
diagnóstico? Qual(is) a doença que acometem a(o) demandante?
3) Qual a função em que a parte autora laborava?
4) Diante de todas essas moléstias já atestadas existe alguma
probabilidade das mesmas terem se agravado?
5) Existe algum tratamento para diminuir os sintomas dessas
enfermidades?
6) Todas essas patologias apresentadas na inicial são passíveis de cura?
7) Devido a estas enfermidades, a parte Autora ficou com alguma
dificuldade seja ela de origem osteo-muscular, psicológia, funcional
ou estética?
8) Quais as alterações que a doença diagnosticada acarretou na saúde da
parte Autora, na sua capacidade de trabalho e na sua vida social?
9) A parte autora possui alguma perda ou anormalidade de uma
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere
incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão
considerado normal para o ser humano?
10) As patologias da parte demandante ocorreram ou se estabilizaram
durante um período de tempo suficiente para não permitir
recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos
tratamentos?
11) As patologias da parte demandante ocorreram ou se estabilizaram
durante um período de tempo suficiente para não permitir
recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos
tratamentos?
12) A parte Autora enfrenta limitações para atividades comuns,
como: (pentear o cabelo, escovar os dentes, segurar um copo, ou
realizar qualquer outra atividade que demande um mínimo de força
e/ou esforço)?
13) Qual o grau da moléstia ou deficiência? Foi realizado algum
procedimento cirúrgico? Se sim, restaram sequelas? Descreva
detalhadamente.
14) Discuta o Douto Perito os diagnósticos encontrados, assim como os
resultados de exames complementares, à luz da Literatura Médica.
Solicita–se ainda que informe possíveis etiologias, evolução e
tratamento.
15) Diante do exposto sobre a enfermidade supracitada diga o Sr. Perito
se a Autor necessita de tratamento médico, fisioterapêutico e/ou
farmacológico para o resto da vida?
Vejamos diversos tipos de conceito de deficiência de acordo com
a literatura médica e o decreto 3298/1999 (regulamentou a lei 7.853):

Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do


corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-
se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho de funções;

Deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis


(dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz,
2.000Hz e 3.000Hz;

Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05
no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os
casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for
igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições
anteriores;

Deficiência Mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à


média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas
ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação, cuidado,
pessoal, habilidades sociais, utilização dos recursos da comunidade saúde e
segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.

Deficiência Múltipla: associação de duas ou mais deficiências.

16) Com base nesses conceitos, diga o Sr. Perito se a parte autora se
enquadra em algum conceito acima exposto.
17) Na aferição da existência da deficiência, foram seguidos TODOS os
parâmetros e procedimentos estabelecidos pela Lei nº 13.146/15 e o
Decreto nº 6.214/07, além do Índice De Funcionalidade Brasileiro
Aplicado para fins de Classificação e Concessão da Aposentadoria da
Pessoa com Deficiência (IF-BRA) e da Classificação Internacional de
Funcionalidades, Incapacidade e Saúde (CIF)?
18) Preste o Sr. Perito outras informações que considerar úteis ao
esclarecimento da demanda, de forma clara e em linguagem acessível
aos leigos.

QUESITOS A SEREM RESPONDIDOS PELO SENHOR ASSISTENTE


SOCIAL:

1) A partir da análise do contexto socioeconômico do grupo familiar, e


considerado o estado de saúde do Demandante, esclareça o(a) Sr.(a)
Assistente Social se ele possui todos os recursos indispensáveis à uma
VIDA DIGNA e à efetiva participação social? Entendendo que “SIM”,
explique seu parecer.

2) Os móveis, eletrodomésticos e demais bens materiais que guarnecem


a residência AFASTAM a condição de vulnerabilidade social em que
inserida a família do Autor? Entendendo que “SIM”, explique seu
parecer.

VIII - DO PEDIDO

Pelo Exposto Requer:

a. Sejam deferidos à parte Autora os benefícios da JUSTIÇA


GRATUITA, nos termos dos artigos 98 a 102 do Código de Processo Civil, lei nº.
1.060/50 e art. 5º, inciso LXXIV da CF/88 e de conformidade com a declaração
de hipossuficiência juntada;

b. Em razão da verossimilhança dos fatos ora narrados, conceder a


TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA, de forma “initio littis” e “inaudita
altera pars”, para os fins de a Requerida ser obrigada, de imediato, a tomar as
providências administrativas necessárias, para implantar o benefício de
prestação continuada à pessoa deficiente;

c. Em sendo deferido o pedido constante no item acima, seja expedida


intimação à Requerida, assinalando-se prazo para cumprimento da ordem, com
a fixação de multa por dia de atraso, com base no art. 537, do CPC;

d. Ordenar a CITAÇÃO da Autarquia Requerida, inicialmente via


AR-MP e, em caso infrutífera, por oficial de justiça, ou, ainda, por meio
eletrônico, tudo nos termos do artigo 246, incisos I, II e V, do Código de Processo
Civil, quanto à presente ação, para que, perante esse Juízo, apresente a defesa que
tiver, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão dos fatos narrados na inicial;
e. Seja a parte Requerida, in fine, condenada a pagar definitivamente
o benefício prestação continuada a pessoa com deficiência, bem como as parcelas
vencidas desde o protocolo do pedido administrativo negado, ou seja, da DER,
até a efetiva implantação do benefício em folha, devidamente atualizado, com
incidência de correção monetária e juros de mora;

f. A condenação do Requerido ao pagamento das custas e despesas


processuais, juros e correção monetária até a liquidação final, bem como, ao
pagamento de honorários advocatícios no importe de 20% (vinte por cento) sobre
o valor final apurado, bem como as demais despesas resultantes da sucumbência,
em face das particularidades do presente caso, sua complexidade e trabalho
despendido pelo advogado que subscreve a presente, ou em valor a ser arbitrado
por este juízo;

Dar-se-á presente causa o valor de R$ 72.720,00 (setenta e dois


mil setecentos e vinte reais)

Termos que,
Pede e aguarda deferimento.

Rio Branco (AC), 11 de novembro de 2022

Thaís Silva Gomes de Barros


OAB/AC 4.868

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