O documento discute intoxicações por analgésicos, incluindo AINEs como o ácido acetilsalicílico e opióides. Detalha os mecanismos de ação dos diferentes analgésicos, sintomas de intoxicação aguda e tratamentos como lavagem gástrica, carvão ativado e antídotos como a acetilcisteína e a naloxona.
Descrição original:
Farmacotoxicologia
Título original
Intoxicações por analgésicos (AINEs e Opioides)
O documento discute intoxicações por analgésicos, incluindo AINEs como o ácido acetilsalicílico e opióides. Detalha os mecanismos de ação dos diferentes analgésicos, sintomas de intoxicação aguda e tratamentos como lavagem gástrica, carvão ativado e antídotos como a acetilcisteína e a naloxona.
O documento discute intoxicações por analgésicos, incluindo AINEs como o ácido acetilsalicílico e opióides. Detalha os mecanismos de ação dos diferentes analgésicos, sintomas de intoxicação aguda e tratamentos como lavagem gástrica, carvão ativado e antídotos como a acetilcisteína e a naloxona.
UCM – FCS AINEs • Os agentes anti-inflamatórios não-esteróidais inibem a actividade das enzimas ciclooxigenases (COX-1 e COX-2), que são necessárias para a produção de prostaglandinas. • A maioria dos componentes deste grupo compartilham as três acções que os definem (analgésica, antitérmica e anti-inflamatória) – Salicilatos (ácido acetilsalicílico) – Para-aminofenois (Paracetamol) – Ácidos propiónicos (Ibuprofeno) Salicilatos (ácido acetilsalicílico)
• A ingestão aguda de 200mg/kg provavelmente
produzira envenenamento. • O envenenamento produz desacoplamento da fosforilação oxidativa mitocondrial com inibição das desidrogenases e aminotransferases, e distúrbios do metabolismo celular normal. Salicilatos (ácido acetilsalicílico)
• Hiperventilação e alcalose respiratória causada
por estimulação bulbar. • Acidose metabólica e aumento do intervalo aniónico por acumulo de lactato e excreção de bicarbonato para compensar a alcalose respiratória. • Elevação da temperatura corporal por desacoplamento da fosforilação oxidativa. Salicilatos (ácido acetilsalicílico)
• Vómitos diarreia e hipertermia contribuem
para perda de líquidos e desidratação.
• Nos envenenamentos muito grave: acidose
metabólica profunda, crises convulsivas, coma, edema pulmonar e colapso cardiovascular.
• Hipoprotrombinemia, inibição dos factores
VII, IX e X, disfunção plaquetária. Salicilatos (ácido acetilsalicílico) • Apos a ingestão maciça de AAS (100 comp), aconselha- se descontaminação gastrintestinal agressiva, lavagem gástrica e doses repetidas de carvão activado e realização de irrigação intestinal.
• Para intoxicação moderada, administra-se bicarbonato
de sódio (i.v.) para alcalinizar a urina e promover excreção de salicilatos.
• Para intoxicações graves, indica-se hemodialise de
emergência e restauração do equilíbrio acido-base e hidroelectrolitico. Salicilatos (ácido acetilsalicílico)
• Carvão activado: adsorve as substancias
toxicas na superfície das suas partículas de forma quase irreversível e excreta pelas fezes. • Interrompe a circulação enterohepática dos fármacos e aumenta a difusão das substancias químicas no trato gastrointestinal. Para-aminofenois (Paracetamol) • A ingestão aguda de mais de 150 a 200mg/kg (crianças) ou de 7g (adultos) é considerada potencialmente toxica. Um metabolito altamente toxico é produzido no fígado.
• No inicio é assintomático ou apresenta sintomas
gastrintestinais leves (náuseas e vómitos) • Apos 24h a 36h, surgem evidencias de lesão hepática com aumento da aminotransferase e hipoprotrombinemia.
• Nos casos graves, há falência hepática fulminante levando
a encefalopatia hepática e morte. Insuficiência renal Para-aminofenois (Paracetamol)
• O antidoto acetilcisteína, actua como um
substituto da glutationa, ligando-se ao metabolito toxico a medida que é produzida. Nas primeiras 8 a 10h. • (N-acetilbenzoquinoneimida)
• Na insuficiência hepática fulminante pode
haver necessidade de transplante de fígado. Ácidos propiónicos (Ibuprofeno)
• Os efeitos tóxicos pode ser severos quando as
doses excedem 400mg/kg. • Hemorragias gastrintestinais, dispepsia, hepatite induzida pelo ibuprofeno, retenção urinaria, síndrome nefrótico e necrose tubular, edema periférico, trombocitopenia, neutropenia, sonolência, desorientação, acidose metabólica, prolongar o tempo de protrombina, exacerbar asma em asmáticos. Ácidos propiónicos (Ibuprofeno)
• Não há um antidoto especifico, o tratamento é
sintomático e de suporte. • Manutenção das vias aéreas; • Promover esvaziamento gástrico induzindo o vomito ou lavagem gástrica e manter a diurese; • Carvão activado no caso de ingestão de quantidades potencialmente toxicas no intervalo de 1h. • Se ocorrem convulsões frequentes: diazepam/lorazepam. • Broncodilatadores nos casos de broncoespasmos. Opióides
• Os Opióides (morfina, codeína, etc) são
substancias comumente consumidas de forma abusiva.
• Os efeitos tóxicos directos que representam
extensões farmacológicas agudas consistem em depressão respiratória, náuseas, vómitos, constipação intestinal e coma. Opióides
• O uso de antagonistas não deve adiar a
instituição de outras medidas terapêuticas, em particular suporte respiratório.
• Antidoto: naloxona – parece deslocar
competitivamente os analgésicos opióides dos receptores inibindo seus efeitos.