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CASO CLÍNICO

MIOCARDIOPATIA PERIPARTO
CASO CLÍNICO

 AVJ, sexo fem, 31 anos


 HMP: sem comorbidades e uso contínuo de medicamentos
 Cirurgias prévias: colecistectomia
 AGO: G6P4A2 – DUP 29/05/2019 – 37 sem – induzido
 HMF: mãe com DM, HAS e cardiopatia isquêmica
 CHV: tabagista 15 maços/ano
CASO CLÍNICO

 HMA: Internou na maternidade no dia 28/05/19 por quadro de prurido, lesões descamativas e pruriginosas em colo,
dorso e couro cabeludo, associados a epistaxe e sangramento oral esporádicos. Na ocasião, apresentava-se com
anemia hipocrômica/microcítica (Hb 9,4), plaquetopenia (94.000) e aumento de FA (700). Optado pela indução do
parto via vaginal, que ocorreu sem intercorrências.
Retornou ao serviço no dia 04/06/19 por sangramento vaginal aumentado e dor abdominal, sendo diagnosticada com
restos placentários por ecografia TV. Realizada curetagem uterina sem intercorrências.
Retornou novamente em 10/06/19 por endometrite, sendo tratada com Ceftriaxona, Metronidazol e Vancomicina
(devido a diagnóstico de MRSA em RN). Realizada transfusão de 1 CH por anemia severa. Alta no dia 14/06/19.
CASO CLÍNICO

 Retornou no dia 18/06/19 por quadro de astenia, anasarca, dispneia, dor lombar e hipertensão, com exames
evidenciando proteinúria. Foi encaminhada e admitida no HNSG no dia 20/06/19.
 EXAME FÍSICO ADMISSÃO:
BEG, LOTE, mucosas umidas e hipocoradas +/4+. Difusamente edemaciada. Perfusão tissular preservada. Glasgow 15
PA 150/90 mmHg, FC 102 bpm, FR 20 irpm, Tax 36,3°C, SatO2 aa 96%, glicemia capilar 69
BCRNF 2T SS, MV reduzido em bases, sem RA
Abdome distendido, doloroso à palpação superfical e profunda difusamente. RHA presentes
Pulsos cheios e simétricos. Edema de MMII 3+/4+ com cacifo.
CASO CLÍNICO

 EXAMES COMPLEMENTARES DE MAIOR RELEVÂNCIA


 Hb 9,1 / Leuc 8650 / Plaq 327.000 / Creatinina 2,0 / Proteinúria 3+
 BNP 1563 – 1945 – 2991
 Troponina I Ultrassensível 120,6
 Ecocardiograma TT: VE hipertrofia excêntrica. Função sistólica global reduzida por hipocinesia difusa. Fração de
ejeção 44,8%. Átrio esquerdo aumentado e câmaras direitas normais. Disfunção diastólica grau II. Refluxo mitral
leve, tricúspide e aórtico discretos. Derrame pericárdico leve e hipertensão pulmonar.
 ECG: taquicardia sinusal
 Suspeita diagnóstica: miocardiopatia periparto
CASO CLÍNICO

 RX de tórax: derrame pleural bilateral


 Tomografia: edema difuso do tecido celular subcutâneo, derrame pleural bilateral determinando atelectasia
compressiva do parênquima pulmonar adjacente. Rins com dimensões aumentadas, podendo estar relacionado a
processo de nefropatia. Pequena quantidade de líquido ascítico na cavidade abdominal.
 Ultrassonografia de abdome total: Ascite moderada. Anasarca. Sinais de nefropatia parenquimatosa aguda
bilateralmente.
CASO CLÍNICO

 Paciente evoluiu com piora da função renal, com aumento progressivo da creatinina sérica. Optado então por
biópsia renal guiada por ecografia, cujo laudo evidenciou:
Glomerulonefrite membrano-proliferativa difusa, com focos sugestivos de necrose fibrinoide, compatível com LES.
 Iniciou pulsoterapia e hidroxicloroquina para tratamento do LES.
 Diálise do dia 01/07 até a alta (23/07) – com plano de manutenção após alta hospitalar, em dias alternados
 Manejo da hipertensão e miocardiopatia periparto com diuréticos, Entresto, Bisoprolol, Espironolactona,
Anlodipino e Hidralazina.
MIOCARDIOPATIA PERIPARTO

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