VIGOSTKI E A

PSICOLOGIA
HISTÓRICO-CULTURAL
 Objetivos da aula e do conteúdo

• Discutir a teoria da aprendizagem e do

desenvolvimento elaborada por Vigotski.
• Analisar as relações existentes entre
Pensamento e Linguagem.
• Compreender o papel do professor
enquanto mediador da aprendizagem.
Importância do conteúdo para a formação:
acadêmica, profissional e humanística

• Adquirir informações sobre o processo de

aprendizagem que possibilitem o diálogo com
outros profissionais do âmbito educacional.
• Compreender em que medida diferentes
concepções de ser humano implicam na
formulação de diferentes teorias da
aprendizagem.
 A gênese da Psicologia
Histórico-Cultural
• Contexto da revolução russa: outubro de
1917.
• Projeto de uma Psicologia Científica Marxista.
• II Congresso Nacional de Psiconeurologia em 1924,
Comunicação “Os métodos de
investigação reflexológicos e psicológicos”.
A Troika

• Lév Vygotsky (1896-1934)

o “A Formação Social da Mente”

- Gênese social das Funções
Psicológicas Superiores.
A Troika
• Alexander Luria (1902-1977)

o “Fundamentos de Neuropsicologia”
– Desenvolvimento das funções
corticais superiores, entendo o
cérebro como um conjunto de
sistemas funcionais que se
constituem pela mediação histórica.
A Troika
• Alexei N. Leontiev (1904-1979)

o “O Desenvolvimento do
psiquismo” – Teoria da atividade
Apropriação da Psicologia
Histórico-Cultural
• Duas obras fundamentais de Vigotski no
Ocidente: “Pensamento e linguagem”,
“Formação social da mente”. O problema das
traduções para o português.
• Alternativa: tradução espanhola. “Obras
escogidas” feita pela editora Visor (Madrid) em
1996.
Fundamentos Históricos e
Filosóficos
• O projeto de Vigotski é indissociável do
projeto por uma sociedade socialista.
• Filiação de Vigotski ao método Marxiano – ligado a
práxis humana, entendendo a produção do real como
derivada da dialética homem x natureza por meio do
trabalho.
• Não existe essência humana como algo universal, como
algo desligado da existência concreta. O homem é
reflexo das relações sociais de produção, uma essência
construída a partir de uma existência prática.
 Psiquismo Humano
• Funções Elementares: são de origem
biológica – estruturas orgânicas.

• Funções Psicológicas Superiores: atenção,

memória, pensamento, linguagem, lógica,
emergem das Funções Elementares
desenvolvidas pela via das relações sociais
estabelecidas historicamente.
 Psiquismo Humano
• O mundo interior reflete o mundo
exterior através da linguagem.
• Logo, as Funções Psicológicas Superiores
existem concretamente na forma de atividade
interpsíquica, nas relações sociais antes de
assumirem a forma de atividade intrapsíquica.
 Mediação
• Mediação: Realizada pelos instrumentos
técnicos e pelo sistema de signos.

• Instrumento social: objetos sociais

• Instrumento Simbólico ou Psicológico:

signos
 Mediação
• A linguagem é um signo mediador que carrega
em si os conceitos generalizados e elaborados
pela Cultura humana.
 Pensamento e Linguagem
• O Pensamento e Linguagem têm origens
diferentes e desenvolvem-se segundo
trajetórias diferentes e independentes, antes
que ocorra a estreita ligação entre esses dois
fenômenos.

• O percurso é da atividade social,

interpsíquica; para a atividade
individualizada, intrapsíquica.
 Pensamento e Linguagem
• Fase Pré-verbal do Pensamento: existe a
capacidade de solução de problemas, utilização
de instrumentos e alteração no ambiente; é uma
inteligência prática independente da linguagem

• Fase Pré-Intelectual da Linguagem: meio de

expressão emocional (alívio emocional) e
comunicação difusa, mas não indica significados
específicos
 Pensamento e Linguagem
Aos 2 anos de idade: encontro (unidade)
entre pensamento e linguagem

• Fala Intelectual: com função simbólica

generalizante.

• Pensamento verbal: mediado por

significados dados pela linguagem.
 O Discurso Interior e a
Fala Egocêntrica
1. Fala exterior ou social: como atividade
no plano objetivo/socializada
2. Fala egocêntrica: elemento de transição, o
discurso já tem a função que terá como
discurso interior, mas ainda tem a forma
socializada. (3 a 4 anos de idade)
3. Fala interior: como atividade no plano do
pensamento
Processos de Aprendizagem
e Desenvolvimento
• Nível de Desenvolvimento Real: é aquilo
que o indivíduo já é capaz de realizar de
forma independente.

• Zona de Desenvolvimento Proximal: é o

desenvolvimento/aprendizagem que está na
iminência de ser alcançado. É o “próximo
passo”. Refere-se, portanto, ao caminho que o
indivíduo prestes a percorrer.
 O Papel da Escola e do
Professor
• Para a Psicologia Histórico- Cultural
o aprendizado impulsiona o
desenvolvimento.

• Papel da escola é promover a

Humanização.
 O Papel da Escola e do
Professor
• Conceitos cotidianos ou espontâneos: são
aprendidos pela criança através da observação,
manipulação e de experiências vividas em seus
contatos socioculturais

• Conceitos científicos: são aqueles

adquiridos pela ação sistematizada da
escola, via meio científico.
 A Escola e o Trabalho do
Professor
• Deve-se passar de uma concepção
fragmentária, incoerente, desarticulada,
mecânica, passiva, simplista, para uma
concepção unitária, coerente, articulada
intencional, cultivada.
 O Papel da Escola e do
Professor
• O professor tem o papel de interferir
deliberadamente na ZDP.

• O bom ensino se adianta ao

desenvolvimento.

• A aprendizagem é assistemática antes do

processo de escolarização.
 A Escola e o Trabalho do
Professor
• Se a escola não permite o acesso aos
instrumentos mediadores, ao
conhecimento científico, contribuirá para
que esse saber continue sendo
propriedade privada da classe que a ele
tem acesso.
A Escola e o Trabalho do
Professor
• A experiência da vida cotidiana da criança deve
ser levada em conta no processo ensino-
aprendizagem, no entanto o professor deve agir
na reestruturação qualitativa deste
conhecimento espontâneo, levando o aluno a
superá-lo por meio da apropriação do
conhecimento científico-teórico.
 A Escola e o Trabalho do
Professor
• O erro é tido como algo que faz parte do
processo de aprendizado, contudo deve ser
apontado e corrigido a fim de que
progressivamente o aprendiz possa adquirir
o conhecimento balizado pela demarcação
de seus erros e acertos.
A Escola e o Trabalho do
Professor
• O professor vigotskiano também oferece
modelos para que o aluno tenha um
ponto de partida, para que então depois
possa usar sua capacidade de associação e
criatividade para desenvolver suas
próprias ideias.
A Valorização do Professor
• Não compete ao professor apenas satisfazer as
necessidades que o aluno traz de casa.
• Ele tem que gerar novas necessidades e levar os
alunos a uma concepção coerente, articulada,
explícita e crítica da realidade social.
• Deve proporcionar uma ruptura com a forma
de pensamento e ação próprios do
conhecimento cotidiano.
A Valorização do Professor
• O significado do trabalho do professor é
formado pelo seu objetivo de ensinar,
tendo como finalidade a apropriação do
conhecimento pelo aluno, consciente das
condições reais e objetivas do processo
ensino- aprendizagem.
A Valorização do Professor
• A ruptura entre o significado social da
função de professor com o sentido
pessoal para o profissional, pode gerar
uma sensação de
“estranheza” com relação ao
resultado do trabalho.
A Valorização do Professor
• Deve-se compreender a profissão do
professor tratando de forma indissociada
questões relativas à formação, condições de
trabalho, salário, jornada, gestão, currículo e
à subjetividade presente na prática
pedagógica. Uma vez que são elementos que
trazem desgaste psicológico e físico.
A Valorização do Professor

• O professor objetiva-se no produto de seu

trabalho, tendo neste produto a promoção
intencional da humanização do outro e de
sua própria humanidade.
 Atualizações
Site: Vigotski Brasil.
<www.vigotski.net>

Livro: FACCI, Marilda G. D.; TULESKI,

Silvana C.; BARROCO, Sonia M. S. A escola
de vigotski: contribuições para a psicologia e
a educação. Maringá: Eduem, 2009.